Questõesde FGV 2020 sobre Português

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Foram encontradas 42 questões
6634348b-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



(www.fotografia.folha.uol.com.br)

O efeito de humor da charge decorre

A
da informação de que o povo reclama de um dado positivo.
B
da divergência entre os personagens, expressa na oposição entre as palavras “povo” e “brasileiro”.
C
do fato de um personagem reclamar de uma característica que ele mesmo apresenta.
D
da comparação de uma atividade política com um fato do esporte.
E
do uso da ideia de "campeão", normalmente positiva, em um contexto negativo.
6603f052-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética., Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere a tirinha de Laerte.


(folha.uol.com.br)

Para a construção de seu significado, a tirinha recorre

A
ao eufemismo.
B
à metalinguagem.
C
ao pleonasmo.
D
à hipérbole.
E
à gradação.
6607d3f4-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com o poema,

Leia o poema de Alberto Caeiro para responder à questão.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave1 .
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

(Obra poética, 1992.)

1cave: pavimento de uma construção que fica abaixo do nível do solo.
A
o homem completo é aquele que une a filosofia ao contato com a natureza.
B
a natureza parece melhor quando é apenas uma ideia abstrata.
C
a razão é um obstáculo que impede o homem de fruir a natureza.
D
o cego utiliza seus outros sentidos para compensar a ausência da visão.
E
o autoconhecimento é um pré-requisito ao conhecimento da realidade exterior.
660c35fe-05
FGV 2020 - Português - Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe

No verso "Não basta abrir a janela", a oração sublinhada funciona como sujeito do verbo "basta". Um sujeito oracional ocorre também no verso:

Leia o poema de Alberto Caeiro para responder à questão.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave1 .
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

(Obra poética, 1992.)

1cave: pavimento de uma construção que fica abaixo do nível do solo.
A
"É preciso também não ter filosofia nenhuma."
B
"Com filosofia não há árvores: há ideias apenas."
C
"Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;"
D
"E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,"
E
"Que nunca é o que se vê quando se abre a janela."
660f606c-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe

Considere os versos:

"Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio."
"E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse"

No contexto, os termos sublinhados podem ser corretamente substituídos por:

Leia o poema de Alberto Caeiro para responder à questão.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave1 .
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

(Obra poética, 1992.)

1cave: pavimento de uma construção que fica abaixo do nível do solo.
A
"afim de" e "quando".
B
"a fim de" e "caso".
C
"afim de" e "caso".
D
"a fim de" e "conforme".
E
"a fim de" e "quando".
6612c01b-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com o texto, a pesquisa de Philippe Ariès

Leia o texto de Teresinha Costa para responder à questão.

     Em História social da criança e da família, Philippe Ariès faz um estudo na Europa, no período compreendido entre a Idade Média e o século XX, para demonstrar como a definição de criança se modificou no decorrer do tempo de acordo com parâmetros ideológicos. Pela análise de pinturas, diários, esculturas e vitrais produzidos na Europa no período anterior aos ideais da Revolução Francesa, Ariès forja a expressão "sentimento da infância" para designar "a consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto". Esse sentimento vai aparecer a partir apenas do século XVII.
Na Idade Média, a criança era vista como um pequeno adulto, sem características que a diferenciassem, e desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais. Isso não significava que as crianças fossem até então desprezadas ou negligenciadas, mas sim que não se tinha consciência de uma série de particularidades intelectuais, comportamentais e emocionais que passaram, então, a ser consideradas como inerentes ou até mesmo naturais às crianças. Ariès comenta, inclusive, que os pintores ocidentais reproduziam crianças vestidas como pequenos adultos, e que somente percebemos se tratar de uma criança devido ao seu tamanho reduzido. Nas sociedades agrárias, a infância era um período rapidamente superado e, tão logo a criança adquiria alguma independência, passava a participar da vida dos adultos e de seus trabalhos, jogos e festas.

(Psicanálise com crianças, 2010.)
A
critica a ideia, corrente na Idade Média, de que uma criança é um ser em desenvolvimento, com características específicas que a diferenciam de um adulto.
B
apresenta dados que permitem afirmar que as crianças, na Idade Média, eram consideradas inferiores até que pudessem participar das atividades que caracterizavam a vida adulta.
C
afirma que o conceito de infância, que hoje conhecemos, é uma construção ideológica socialmente compartilhada, que se transformou ao longo dos séculos.
D
descreve como, desde a Idade Média, as crianças das classes sociais menos favorecidas tiveram que amadurecer mais cedo para colaborarem nas tarefas da vida adulta.
E
delimita a ideia de infância, descrevendo suas características inerentes, e prescreve os cuidados que a sociedade deve dedicar a elas.
66168106-05
FGV 2020 - Português - Artigos, Preposições, Morfologia, Morfologia - Pronomes

"entre a Idade Média e o século XX" (1º parágrafo)
"Ariès forja a expressão 'sentimento da infância'" (1º parágrafo)
"sem características que a diferenciassem" (2º parágrafo)

As três ocorrências do vocábulo "a" sublinhadas correspondem, respectivamente, a:

Leia o texto de Teresinha Costa para responder à questão.

     Em História social da criança e da família, Philippe Ariès faz um estudo na Europa, no período compreendido entre a Idade Média e o século XX, para demonstrar como a definição de criança se modificou no decorrer do tempo de acordo com parâmetros ideológicos. Pela análise de pinturas, diários, esculturas e vitrais produzidos na Europa no período anterior aos ideais da Revolução Francesa, Ariès forja a expressão "sentimento da infância" para designar "a consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto". Esse sentimento vai aparecer a partir apenas do século XVII.
Na Idade Média, a criança era vista como um pequeno adulto, sem características que a diferenciassem, e desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais. Isso não significava que as crianças fossem até então desprezadas ou negligenciadas, mas sim que não se tinha consciência de uma série de particularidades intelectuais, comportamentais e emocionais que passaram, então, a ser consideradas como inerentes ou até mesmo naturais às crianças. Ariès comenta, inclusive, que os pintores ocidentais reproduziam crianças vestidas como pequenos adultos, e que somente percebemos se tratar de uma criança devido ao seu tamanho reduzido. Nas sociedades agrárias, a infância era um período rapidamente superado e, tão logo a criança adquiria alguma independência, passava a participar da vida dos adultos e de seus trabalhos, jogos e festas.

(Psicanálise com crianças, 2010.)
A
artigo, artigo e pronome.
B
artigo, artigo e preposição.
C
pronome, preposição e pronome.
D
preposição, artigo e preposição.
E
preposição, preposição e artigo.
6619d0e9-05
FGV 2020 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva)

"Isso não significava que as crianças fossem até então desprezadas" (2° parágrafo)

Se esta frase for transposta para a voz ativa, a locução verbal sublinhada muda para:

Leia o texto de Teresinha Costa para responder à questão.

     Em História social da criança e da família, Philippe Ariès faz um estudo na Europa, no período compreendido entre a Idade Média e o século XX, para demonstrar como a definição de criança se modificou no decorrer do tempo de acordo com parâmetros ideológicos. Pela análise de pinturas, diários, esculturas e vitrais produzidos na Europa no período anterior aos ideais da Revolução Francesa, Ariès forja a expressão "sentimento da infância" para designar "a consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto". Esse sentimento vai aparecer a partir apenas do século XVII.
Na Idade Média, a criança era vista como um pequeno adulto, sem características que a diferenciassem, e desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais. Isso não significava que as crianças fossem até então desprezadas ou negligenciadas, mas sim que não se tinha consciência de uma série de particularidades intelectuais, comportamentais e emocionais que passaram, então, a ser consideradas como inerentes ou até mesmo naturais às crianças. Ariès comenta, inclusive, que os pintores ocidentais reproduziam crianças vestidas como pequenos adultos, e que somente percebemos se tratar de uma criança devido ao seu tamanho reduzido. Nas sociedades agrárias, a infância era um período rapidamente superado e, tão logo a criança adquiria alguma independência, passava a participar da vida dos adultos e de seus trabalhos, jogos e festas.

(Psicanálise com crianças, 2010.)
A
desprezavam.
B
eram desprezadas.
C
desprezam.
D
seriam desprezadas.
E
desprezassem.
661ceb9f-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao dizer "força de expressão" (2° parágrafo), o narrador informa que não se devem tomar as palavras em seu sentido

Considere o trecho inicial do conto "Uns sábados, uns agostos", de Caio Fernando Abreu, para responder à questão.

      Eles vinham aos sábados, sem telefonar. Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar – e de vez em quando isso me irritava, pensando que se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque ou tomar uma dessas lanchas de turismo que fazem excursões pelas ilhas, não poderia porque eles bateriam com as caras na porta fechada e ficariam ofendidos (eles eram sensíveis) e talvez não voltassem nunca mais. E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa. Certamente os odiava um pouco enquanto não chegavam: um ódio de ter meus sábados totalmente dependentes deles, que não eram eu, e que não viveriam a minha vida por mim – embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.  
[...]
     E afinal, chovesse ou fizesse sol, sagradamente lá estavam eles, aos sábados. Naturalmente chovesse-ou-fizesse-sol é apenas isso que se convencionou chamar força de expressão, já que há muito tempo não fazia sol, talvez por ser agosto − mas de certa forma é sempre agosto nesta cidade, principalmente aos sábados.
      Não é que fossem chatos. Na verdade, eu nunca soube que critérios de julgamento se pode usar para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que isso tenha importância, mas nossas famílias não se conheciam, então não podíamos falar sobre os meus pais ou os avós deles, sobre os meus tios ou os seus sobrinhos ou qualquer outra dessas combinações genealógicas. Também não sabia que tipo de trabalho faziam, se é que faziam alguma coisa, nem sequer se liam, se estudavam, iam ao cinema, assistiam à televisão ou com que se ocupavam, enfim, além de me visitar aos sábados.

(Caio Fernando Abreu. Mel e girassóis, 1988. Adaptado.) 
A
abstrato.
B
exagerado.
C
literal.
D
ofensivo.
E
irônico.
661ffbd9-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerado o contexto do primeiro parágrafo, o verbo sublinhado indica um acontecimento habitual, frequente, no passado, na frase:

Considere o trecho inicial do conto "Uns sábados, uns agostos", de Caio Fernando Abreu, para responder à questão.

      Eles vinham aos sábados, sem telefonar. Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar – e de vez em quando isso me irritava, pensando que se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque ou tomar uma dessas lanchas de turismo que fazem excursões pelas ilhas, não poderia porque eles bateriam com as caras na porta fechada e ficariam ofendidos (eles eram sensíveis) e talvez não voltassem nunca mais. E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa. Certamente os odiava um pouco enquanto não chegavam: um ódio de ter meus sábados totalmente dependentes deles, que não eram eu, e que não viveriam a minha vida por mim – embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.  
[...]
     E afinal, chovesse ou fizesse sol, sagradamente lá estavam eles, aos sábados. Naturalmente chovesse-ou-fizesse-sol é apenas isso que se convencionou chamar força de expressão, já que há muito tempo não fazia sol, talvez por ser agosto − mas de certa forma é sempre agosto nesta cidade, principalmente aos sábados.
      Não é que fossem chatos. Na verdade, eu nunca soube que critérios de julgamento se pode usar para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que isso tenha importância, mas nossas famílias não se conheciam, então não podíamos falar sobre os meus pais ou os avós deles, sobre os meus tios ou os seus sobrinhos ou qualquer outra dessas combinações genealógicas. Também não sabia que tipo de trabalho faziam, se é que faziam alguma coisa, nem sequer se liam, se estudavam, iam ao cinema, assistiam à televisão ou com que se ocupavam, enfim, além de me visitar aos sábados.

(Caio Fernando Abreu. Mel e girassóis, 1988. Adaptado.) 
A
"Eles vinham aos sábados, sem telefonar".
B
"Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar".
C
"se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque".
D
"eu jamais faria coisas como ir ao parque".
E
"como se vive aos sábados".
662350d5-05
FGV 2020 - Português - Análise sintática, Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

"E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa" (1° parágrafo).

No contexto em que está inserida, a conjunção sublinhada introduz uma oração com sentido de

Considere o trecho inicial do conto "Uns sábados, uns agostos", de Caio Fernando Abreu, para responder à questão.

      Eles vinham aos sábados, sem telefonar. Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar – e de vez em quando isso me irritava, pensando que se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque ou tomar uma dessas lanchas de turismo que fazem excursões pelas ilhas, não poderia porque eles bateriam com as caras na porta fechada e ficariam ofendidos (eles eram sensíveis) e talvez não voltassem nunca mais. E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa. Certamente os odiava um pouco enquanto não chegavam: um ódio de ter meus sábados totalmente dependentes deles, que não eram eu, e que não viveriam a minha vida por mim – embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.  
[...]
     E afinal, chovesse ou fizesse sol, sagradamente lá estavam eles, aos sábados. Naturalmente chovesse-ou-fizesse-sol é apenas isso que se convencionou chamar força de expressão, já que há muito tempo não fazia sol, talvez por ser agosto − mas de certa forma é sempre agosto nesta cidade, principalmente aos sábados.
      Não é que fossem chatos. Na verdade, eu nunca soube que critérios de julgamento se pode usar para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que isso tenha importância, mas nossas famílias não se conheciam, então não podíamos falar sobre os meus pais ou os avós deles, sobre os meus tios ou os seus sobrinhos ou qualquer outra dessas combinações genealógicas. Também não sabia que tipo de trabalho faziam, se é que faziam alguma coisa, nem sequer se liam, se estudavam, iam ao cinema, assistiam à televisão ou com que se ocupavam, enfim, além de me visitar aos sábados.

(Caio Fernando Abreu. Mel e girassóis, 1988. Adaptado.) 
A
concessão.
B
comparação.
C
conclusão.
D
causa.
E
consequência.
66272ee8-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

"[...] para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que [...]" (3° parágrafo).

Considerado o contexto, a expressão sublinhada pode ser entendida como:

Considere o trecho inicial do conto "Uns sábados, uns agostos", de Caio Fernando Abreu, para responder à questão.

      Eles vinham aos sábados, sem telefonar. Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar – e de vez em quando isso me irritava, pensando que se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque ou tomar uma dessas lanchas de turismo que fazem excursões pelas ilhas, não poderia porque eles bateriam com as caras na porta fechada e ficariam ofendidos (eles eram sensíveis) e talvez não voltassem nunca mais. E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa. Certamente os odiava um pouco enquanto não chegavam: um ódio de ter meus sábados totalmente dependentes deles, que não eram eu, e que não viveriam a minha vida por mim – embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.  
[...]
     E afinal, chovesse ou fizesse sol, sagradamente lá estavam eles, aos sábados. Naturalmente chovesse-ou-fizesse-sol é apenas isso que se convencionou chamar força de expressão, já que há muito tempo não fazia sol, talvez por ser agosto − mas de certa forma é sempre agosto nesta cidade, principalmente aos sábados.
      Não é que fossem chatos. Na verdade, eu nunca soube que critérios de julgamento se pode usar para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que isso tenha importância, mas nossas famílias não se conheciam, então não podíamos falar sobre os meus pais ou os avós deles, sobre os meus tios ou os seus sobrinhos ou qualquer outra dessas combinações genealógicas. Também não sabia que tipo de trabalho faziam, se é que faziam alguma coisa, nem sequer se liam, se estudavam, iam ao cinema, assistiam à televisão ou com que se ocupavam, enfim, além de me visitar aos sábados.

(Caio Fernando Abreu. Mel e girassóis, 1988. Adaptado.) 
A
lembrar o nome de cada um dos visitantes.
B
classificar de maneira precisa os visitantes.
C
arrumar a casa para receber os visitantes.
D
interagir adequadamente com os visitantes.
E
sentir-se confortável na presença dos visitantes.
662accf6-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A função do texto, considerado o gênero a que pertence, é sobretudo

Leia a fábula "O gato e a barata", de Millôr Fernandes, para responder à questão.

     A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua aflição, do alto do copo.
     – Gatinho, meu gatinho –, pediu ela – me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair daqui eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.
     – Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.
     – Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo. 
    O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada. 
     – Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer você inteira.
     – Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada?
    Moral: Às vezes a autodepreciação nos livra do pelotão.

(Diana Luz Pessoa de Barros. Teoria semiótica do texto, 2005.)
A
fazer uma crítica política.
B
transmitir um ensinamento.
C
satirizar comportamentos humanos.
D
humanizar os animais.
E
divertir o leitor.
662e5d30-05
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assinale a alternativa que ilustra um momento em que, em situação de evidente desigualdade, um personagem zomba (tem uma atitude sarcástica) da situação do outro.

Leia a fábula "O gato e a barata", de Millôr Fernandes, para responder à questão.

     A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua aflição, do alto do copo.
     – Gatinho, meu gatinho –, pediu ela – me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair daqui eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.
     – Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.
     – Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo. 
    O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada. 
     – Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer você inteira.
     – Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada?
    Moral: Às vezes a autodepreciação nos livra do pelotão.

(Diana Luz Pessoa de Barros. Teoria semiótica do texto, 2005.)
A
"Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este."
B
"Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais".
C
"já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua aflição, do alto do copo."
D
"– Gatinho, meu gatinho –, pediu ela – me salva, me salva."
E
"O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha".
66314cee-05
FGV 2020 - Português - Pronomes pessoais oblíquos, Morfologia - Pronomes

Quando um sujeito pratica uma ação sobre si mesmo, dizemos que essa ação tem caráter reflexivo.

Assinale a alternativa em que o pronome sublinhado atribui caráter reflexivo a uma ação.

Leia a fábula "O gato e a barata", de Millôr Fernandes, para responder à questão.

     A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua aflição, do alto do copo.
     – Gatinho, meu gatinho –, pediu ela – me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair daqui eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.
     – Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.
     – Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo. 
    O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada. 
     – Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer você inteira.
     – Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada?
    Moral: Às vezes a autodepreciação nos livra do pelotão.

(Diana Luz Pessoa de Barros. Teoria semiótica do texto, 2005.)
A
"Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este".
B
"Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta".
C
"Me salva que assim que eu sair daqui eu deixo você me engolir inteirinha".
D
"eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta".
E
"Às vezes a autodepreciação nos livra do pelotão".
3ea4d08e-fc
FGV 2020 - Português - Pronomes possessivos, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Morfologia - Pronomes

Se, no texto, em lugar de “vosso”, fosse usado o pronome “teu” ou “seu”, a concordância nos quatro primeiros versos estaria correta apenas em:

Texto para a pergunta

UMA MULHER, DA PORTA DE ONDE SAIU O HOMEM,

ANUNCIA-LHE O QUE SE VERÁ


– Compadre José, compadre,

que na relva estais deitado:

conversais e não sabeis

que vosso filho é chegado?

Estais aí conversando

em vossa prosa entretida:

não sabeis que vosso filho

saltou para dentro da vida?

Saltou para dentro da vida

ao dar o primeiro grito;

e estais aí conversando;

pois sabei que ele é nascido.

João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina.


A
“Compadre José, compadre, / que na relva está deitado: converse e não sabe / que teu filho é chegado?”
B
Compadre José, compadre, / que na relva estás deitado: conversa e não sabes / que seu filho é chegado?”
C
Compadre José, compadre, / que na relva estais deitado: converse e não saiba / que seu filho é chegado?”
D
Compadre José, compadre, / que na relva está deitado: conversas e não saibas / que teu filho é chegado?”
E
“Compadre José, compadre, / que na relva estás deitado: conversas e não sabes / que teu filho é chegado?”
3ea12fa2-fc
FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O nascimento do filho do retirante, anunciado nesse trecho de Morte e vida severina , forma contraste com a seguinte marca da obra a que pertence:

Texto para a pergunta

UMA MULHER, DA PORTA DE ONDE SAIU O HOMEM,

ANUNCIA-LHE O QUE SE VERÁ


– Compadre José, compadre,

que na relva estais deitado:

conversais e não sabeis

que vosso filho é chegado?

Estais aí conversando

em vossa prosa entretida:

não sabeis que vosso filho

saltou para dentro da vida?

Saltou para dentro da vida

ao dar o primeiro grito;

e estais aí conversando;

pois sabei que ele é nascido.

João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina.


A
a insignificância dos demais eventos, nela figurados.
B
a notória indiferença do homem rústico pelas crianças.
C
o machismo manifesto nas cenas antecedentes.
D
os recorrentes encontros com a morte, que a pontuam.
E
o sentimentalismo que reveste a representação dos demais eventos, nela relatados.
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FGV 2020 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Tendo em vista as relações de sentido estabelecidas no texto, as orações “ao retirar-se o patrão para a terra” (L. 4) e “que afrontava resignado as mais duras privações” (L. 9) exprimem, respectivamente, ideia de

Texto para a pergunta


Aluísio Azevedo, O cortiço. 

A
condição e finalidade.
B
tempo e consequência.
C
causa e finalidade.
D
tempo e condição.
E
causa e consequência.
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FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No sentido em que foram empregadas no texto, as palavras “manchete”, “legenda”, “clichê” e “chapa” pertencem a um mesmo jargão, mas apenas sobre as duas últimas pode-se afirmar, corretamente, que

Texto para a pergunta

REFORMATÓRIO 

O Jornal da Tarde trouxe a notícia em grandes títulos.

Uma manchete ia de lado a lado na primeira página: 

PRESO O CHEFE DOS CAPITÃES DA AREIA 
    Depois vinham os títulos que estavam em cima de um clichê, onde se viam Pedro Bala, Dora, João Grande, Sem-Pernas e Gato cercados de guardas e investigadores:  


UMA MENINA NO GRUPO • A SUA HISTÓRIA • RECOLHIDA A UM ORFANATO ● O CHEFE DOS CAPITÃES DA AREIA É FILHO DE UM GREVISTA • OS OUTROS CONSEGUEM FUGIR • “O REFORMATÓRIO O ENDIREITARÁ", NOS AFIRMA O DIRETOR.

Sob o clichê vinha esta legenda:

Após ser batida esta chapa o chefe dos peraltas armou uma discussão e um barulho que deu lugar a que os demais moleques presos pudessem fugir. O chefe é o que está marcado com a cruz e ao seu lado vê-se Dora, a nova gigolete dos moleques baianos.

Jorge Amado, Capitães da Areia.  

A
pertencem à linguagem popular.
B
são neologismos criados pelo autor.
C
podem ser consideradas regionalismos.
D
caíram em desuso.
E
constituem linguagem figurada.
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FGV 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto, observa-se que a descrição e a parcial reprodução de notícia de jornal sobre os Capitães da Areia vêm desacompanhadas de juízos de valor ou de comentários do narrador. Esse procedimento artístico

Texto para a pergunta

REFORMATÓRIO 

O Jornal da Tarde trouxe a notícia em grandes títulos.

Uma manchete ia de lado a lado na primeira página: 

PRESO O CHEFE DOS CAPITÃES DA AREIA 
    Depois vinham os títulos que estavam em cima de um clichê, onde se viam Pedro Bala, Dora, João Grande, Sem-Pernas e Gato cercados de guardas e investigadores:  


UMA MENINA NO GRUPO • A SUA HISTÓRIA • RECOLHIDA A UM ORFANATO ● O CHEFE DOS CAPITÃES DA AREIA É FILHO DE UM GREVISTA • OS OUTROS CONSEGUEM FUGIR • “O REFORMATÓRIO O ENDIREITARÁ", NOS AFIRMA O DIRETOR.

Sob o clichê vinha esta legenda:

Após ser batida esta chapa o chefe dos peraltas armou uma discussão e um barulho que deu lugar a que os demais moleques presos pudessem fugir. O chefe é o que está marcado com a cruz e ao seu lado vê-se Dora, a nova gigolete dos moleques baianos.

Jorge Amado, Capitães da Areia.  

A
comprova a notória isenção do narrador em relação ao teor dos fatos narrados.
B
evidencia o estrito respeito do escritor pela livre e legítima manifestação das opiniões.
C
confere maior impressão de objetividade ao relato.
D
revela o temor que se tinha à imprensa, no Brasil da época.
E
Obedece aos ditames estéticos do Regionalismo Nordestino.