Questõesde FAMERP sobre Português

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Foram encontradas 59 questões
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FAMERP 2019 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)

A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito, que indica uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no passado, está sublinhada em:

Leia o texto de Luiz Eduardo Soares para responder à questão.

    Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança, em 2003, recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha. Ele desejava deixar a vida de traficante e viajar para longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a perdição: morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas. Queria começar de novo e pedia uma chance. Tratara com respeito a comunidade, que era, afinal de contas, sua família. A violência, ele a usara apenas na medida necessária à proteção de seus negócios. Esse era seu ponto de vista, sem dúvida demasiado edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que explicitá-la, naquele contexto, não deixava de ser significativo, indicando a valorização positiva do lado certo da vida. Era um negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas. Reivindicava uma diferença importante, no mundo do crime carioca.

(Cabeça de porco, 2005.)
A
morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas”.
B
“Ele desejava deixar a vida de traficante”.
C
“Esse era seu ponto de vista”.
D
recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha”.
E
Tratara com respeito a comunidade”.
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FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A “diferença importante”, citada no último período do texto, corresponde

Leia o texto de Luiz Eduardo Soares para responder à questão.

    Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança, em 2003, recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha. Ele desejava deixar a vida de traficante e viajar para longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a perdição: morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas. Queria começar de novo e pedia uma chance. Tratara com respeito a comunidade, que era, afinal de contas, sua família. A violência, ele a usara apenas na medida necessária à proteção de seus negócios. Esse era seu ponto de vista, sem dúvida demasiado edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que explicitá-la, naquele contexto, não deixava de ser significativo, indicando a valorização positiva do lado certo da vida. Era um negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas. Reivindicava uma diferença importante, no mundo do crime carioca.

(Cabeça de porco, 2005.)
A
à distância entre as posições sociais do traficante e do Secretário de Segurança.
B
à alegação do traficante de que ele não seria um bandido, mas um comerciante.
C
ao respeito com que o traficante tratou o Secretário de Segurança.
D
à maneira cordial como os traficantes tratam a comunidade onde vivem.
E
ao modo seguro como o traficante se dirigia ao Secretário da Segurança.
f49ad4e7-d9
FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A frase “A violência, ele a usara apenas na medida necessária à proteção de seus negócios” expressa uma opinião

Leia o texto de Luiz Eduardo Soares para responder à questão.

    Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança, em 2003, recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha. Ele desejava deixar a vida de traficante e viajar para longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a perdição: morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas. Queria começar de novo e pedia uma chance. Tratara com respeito a comunidade, que era, afinal de contas, sua família. A violência, ele a usara apenas na medida necessária à proteção de seus negócios. Esse era seu ponto de vista, sem dúvida demasiado edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que explicitá-la, naquele contexto, não deixava de ser significativo, indicando a valorização positiva do lado certo da vida. Era um negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas. Reivindicava uma diferença importante, no mundo do crime carioca.

(Cabeça de porco, 2005.)
A
do autor do texto, baseada no relato de Luciano.
B
do autor do texto, baseada em relatos da comunidade em que Luciano vivia.
C
da comunidade em que Luciano vivia.
D
de Luciano, sobre a qual o autor faz ponderações.
E
de Luciano, com a qual o autor do texto concorda.
f494b36c-d9
FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Quanto à matéria, o romance brasileiro nasceu regionalista e de costumes; ou melhor, pendeu desde cedo para a descrição dos tipos humanos e formas de vida social nas cidades e nos campos. O romance histórico se enquadrou aqui nesta mesma orientação; o romance constituiu desenvolvimento à parte, do ponto de vista da evolução do gênero, e corresponde a certas necessidades, poéticas e históricas, de estabelecer um passado heroico e lendário para a nossa civilização, a que os desejavam, numa utopia retrospectiva, dar tanto quanto possível traços autóctones.
A figura dominante do período, , passou por todas essas vertentes e em todas deixou boas obras.

(Antonio Candido. Formação da literatura brasileira, 1975. Adaptado.)


As três lacunas do texto são preenchidas por:

A
urbano – românticos – Manuel Antônio de Almeida.
B
indianista – românticos – José de Alencar.
C
urbano – naturalistas – Aluísio Azevedo.
D
urbano – românticos – José de Alencar.
E
indianista – naturalistas – Aluísio Azevedo.
f4918cef-d9
FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

No primeiro parágrafo, o trecho “Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe” é parte da fala do personagem Luís Soares. O mesmo trecho, em discurso indireto, seria:

Leia o início do conto “Luís Soares”, de Machado de Assis, para responder à questão. 

    Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra da sociedade. O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo que a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver. Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite, dormirei de dia.
    Contrariamente a vários ministérios, Soares cumpria este programa com um escrúpulo digno de uma grande consciência. A aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora. Dormia 12 horas consecutivas durante o dia, quer dizer das seis da manhã às seis da tarde. Almoçava às sete e jantava às duas da madrugada. Não ceava. A sua ceia limitava-se a uma xícara de chocolate que o criado lhe dava às cinco horas da manhã quando ele entrava para casa. Soares engolia o chocolate, fumava dois charutos, fazia alguns trocadilhos com o criado, lia uma página de algum romance, e deitava-se.
    Não lia jornais. Achava que um jornal era a cousa mais inútil deste mundo, depois da Câmara dos Deputados, das obras dos poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu em religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente. Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com que via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma grande inutilidade.

(Contos fluminenses, 2006.)
A
Luís Soares dizia que, livre em todas as suas ações, não quer sujeitar-se à lei absurda que a sociedade lhe impõe.
B
Luís Soares dizia, livre em todas as suas ações, que não quer sujeitar-se à lei absurda que a sociedade o impõe.
C
Luís Soares dizia que, livre em todas as suas ações, não queria sujeitar-se à lei absurda que a sociedade o impunha.
D
Luís Soares dizia, livre em todas as suas ações, que não quis sujeitar-se à lei absurda que a sociedade o impôs.
E
Luís Soares dizia que, livre em todas as suas ações, não queria sujeitar-se à lei absurda que a sociedade lhe impunha.
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FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com a referência a “jornais”, “Câmara dos Deputados”, “obras dos poetas” e “missas” (3° parágrafo), o narrador

Leia o início do conto “Luís Soares”, de Machado de Assis, para responder à questão. 

    Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra da sociedade. O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo que a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver. Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite, dormirei de dia.
    Contrariamente a vários ministérios, Soares cumpria este programa com um escrúpulo digno de uma grande consciência. A aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora. Dormia 12 horas consecutivas durante o dia, quer dizer das seis da manhã às seis da tarde. Almoçava às sete e jantava às duas da madrugada. Não ceava. A sua ceia limitava-se a uma xícara de chocolate que o criado lhe dava às cinco horas da manhã quando ele entrava para casa. Soares engolia o chocolate, fumava dois charutos, fazia alguns trocadilhos com o criado, lia uma página de algum romance, e deitava-se.
    Não lia jornais. Achava que um jornal era a cousa mais inútil deste mundo, depois da Câmara dos Deputados, das obras dos poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu em religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente. Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com que via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma grande inutilidade.

(Contos fluminenses, 2006.)
A
relativiza o retrato do personagem como um alienado, na medida em que enumera elementos da sociedade com os quais ele se identifica.
B
critica a homogeneidade da população, defendendo uma sociedade plural, em que cada pessoa escolha com liberdade a maneira como vive.
C
informa que o personagem recusava-se a se envolver com certos elementos da vida em sociedade, tanto quanto se recusava a seguir os ciclos convencionais de sono e de vigília.
D
reconhece como os hábitos da sociedade em questão são fúteis, ressaltando os benefícios para a sociedade das escolhas extravagantes de Luís Soares.
E
revela sua parcialidade, concordando com a maneira como o personagem se comporta em relação a seus horários e às atividades sociais usuais da sociedade da época.
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FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Assinale a alternativa que apresenta um trecho do texto e uma figura de linguagem que nele ocorre.

Leia o início do conto “Luís Soares”, de Machado de Assis, para responder à questão. 

    Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra da sociedade. O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo que a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver. Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite, dormirei de dia.
    Contrariamente a vários ministérios, Soares cumpria este programa com um escrúpulo digno de uma grande consciência. A aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora. Dormia 12 horas consecutivas durante o dia, quer dizer das seis da manhã às seis da tarde. Almoçava às sete e jantava às duas da madrugada. Não ceava. A sua ceia limitava-se a uma xícara de chocolate que o criado lhe dava às cinco horas da manhã quando ele entrava para casa. Soares engolia o chocolate, fumava dois charutos, fazia alguns trocadilhos com o criado, lia uma página de algum romance, e deitava-se.
    Não lia jornais. Achava que um jornal era a cousa mais inútil deste mundo, depois da Câmara dos Deputados, das obras dos poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu em religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente. Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com que via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma grande inutilidade.

(Contos fluminenses, 2006.)
A
“O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir” (1° parágrafo) – personificação.
B
“a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver” (1° parágrafo) – eufemismo.
C
“Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra da sociedade” (1° parágrafo) – gradação.
D
“Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com que via uma mulher feia” (3° parágrafo) – pleonasmo.
E
“Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma grande inutilidade” (3° parágrafo) – paradoxo.
f48426d5-d9
FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia os versos de Manoel de Barros.


Escrever nem uma coisa
Nem outra —
A fim de dizer todas —
Ou, pelo menos, nenhumas.

Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar —
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.

(Poesia completa, 2013.)




Tanto na forma quanto no conteúdo, o poema

A
descreve uma maneira de fazer poesia que consiste em criar um enigma, a ser resolvido pelo leitor, que revelará o significado do poema.
B
prescreve uma escrita que consiste em subtrair das palavras seu sentido rígido usual, fazendo aparecer nelas significados inusitados.
C
defende que a poesia deve ser construída com elementos bem encadeados da realidade, de modo a formular uma crítica social fundamentada.
D
critica a poesia espontânea e ingênua que não se preocupa em utilizar corretamente os elementos da linguagem prescritos pela gramática.
E
argumenta em favor de uma poesia libertária, que expresse os estados de espírito mais extremos do ser humano.
f48b5128-d9
FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No contexto em que está inserida, a expressão “ateu em religião, política e poesia” (3° parágrafo) poderia ser atribuída a alguém que

Leia o início do conto “Luís Soares”, de Machado de Assis, para responder à questão. 

    Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra da sociedade. O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo que a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver. Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite, dormirei de dia.
    Contrariamente a vários ministérios, Soares cumpria este programa com um escrúpulo digno de uma grande consciência. A aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora. Dormia 12 horas consecutivas durante o dia, quer dizer das seis da manhã às seis da tarde. Almoçava às sete e jantava às duas da madrugada. Não ceava. A sua ceia limitava-se a uma xícara de chocolate que o criado lhe dava às cinco horas da manhã quando ele entrava para casa. Soares engolia o chocolate, fumava dois charutos, fazia alguns trocadilhos com o criado, lia uma página de algum romance, e deitava-se.
    Não lia jornais. Achava que um jornal era a cousa mais inútil deste mundo, depois da Câmara dos Deputados, das obras dos poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu em religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente. Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com que via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma grande inutilidade.

(Contos fluminenses, 2006.)
A
adotasse comportamentos beligerantes, envoltos em fanatismo.
B
tivesse uma posição indefinida em relação a tais assuntos.
C
tivesse conhecimentos muito precários em tais assuntos.
D
manifestasse suas preferências, em tais assuntos, de maneira moderada.
E
fosse contrário aos princípios da política e da poesia, tanto quanto aos da religião.
f47cf076-d9
FAMERP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Considere a tirinha Garfield, de Jim Davis.

(www.folha.uol.com.br)

O pronome “este”, no terceiro quadrinho,

A
refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão.
B
retoma o sentido das palavras “o mundo”.
C
refere-se ao período em que o mundo diverte o personagem.
D
aponta para um momento em que o desejo do personagem se realizaria.
E
retoma o sentido da frase “o mundo existe para me divertir”.
d8f8ede1-d8
FAMERP 2015 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva)

“Percebi vagamente um pedido.” (1° parágrafo)



Na voz passiva, sem alteração de sentido, essa oração transforma-se em:

Leia o trecho do conto “As caridades odiosas”, de Clarice Lispector, para responder à questão.

    Foi uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.
    – Um doce, moça, compre um doce para mim.
    Acordei finalmente. O que estivera eu pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.
    Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.

(A descoberta do mundo, 1999.)
A
Um pedido é percebido vagamente.
B
Um pedido vagamente é percebido por mim.
C
Um pedido é percebido vagamente por alguém.
D
Um pedido foi vagamente percebido por alguém.
E
Um pedido foi vagamente percebido por mim.
d90001b7-d8
FAMERP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Uma característica do eu lírico do poema é

Leia o poema de Álvares de Azevedo para responder à questão.

Se eu morresse amanhã!

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

(Lira dos vinte anos, 2000.)
A
a religiosidade; a presença da família e a tematização da morte são elementos tipicamente religiosos.
B
a bondade; nem na hora de sua morte deixa de pensar nos outros e no que poderia fazer para construir com eles um forte sentimento de companheirismo.
C
a indiferença; no retrato que ele faz de sua morte, os sentimentos, bons ou ruins, estão ausentes.
D
o egocentrismo; ele imagina, ao mesmo tempo, pessoas e coisas gravitando a sua volta e o futuro glorioso que ele perderia com sua morte.
E
o machismo; a figura do homem é central no poema, cabendo às mulheres uma posição submissa e secundária.
d8f56bcc-d8
FAMERP 2015 - Português - Preposições, Morfologia

“Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete” (4° parágrafo)


A preposição destacada assume valor semântico semelhante ao que se verifica na frase:

Leia o trecho do conto “As caridades odiosas”, de Clarice Lispector, para responder à questão.

    Foi uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.
    – Um doce, moça, compre um doce para mim.
    Acordei finalmente. O que estivera eu pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.
    Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.

(A descoberta do mundo, 1999.)
A
A crítica tem Machado de Assis por um grande autor.
B
Há ainda algumas questões por fazer.
C
Ficaremos na Europa por cinco dias.
D
As tropas cercaram os inimigos por terra e por mar.
E
Muitas pessoas vão cedo para casa por medo.
d8ed52fd-d8
FAMERP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele.” (1° parágrafo)


A passagem narra o momento inicial do encontro da narradora com seu interlocutor. Tal momento é caracterizado

Leia o trecho do conto “As caridades odiosas”, de Clarice Lispector, para responder à questão.

    Foi uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.
    – Um doce, moça, compre um doce para mim.
    Acordei finalmente. O que estivera eu pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.
    Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.

(A descoberta do mundo, 1999.)
A
pela aparição e humanização gradativa do menino, referido sucessivamente como “coisa”, “mão” e “menino”
B
pela reação violenta da mulher ao ser incomodada em seus pensamentos.
C
pela revelação de uma grande verdade como consequência de um fato trivial.
D
por um desgosto da mulher em relação à sujeira do menino que a abordara.
E
por uma reflexão da mulher, uma crítica social em relação às condições dos menos favorecidos.
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FAMERP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.” (3° parágrafo)


A imagem literária presente nessa passagem exprime uma comparação baseada

Leia o trecho do conto “As caridades odiosas”, de Clarice Lispector, para responder à questão.

    Foi uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.
    – Um doce, moça, compre um doce para mim.
    Acordei finalmente. O que estivera eu pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.
    Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.

(A descoberta do mundo, 1999.)
A
numa redundância.
B
numa ironia.
C
numa desproporção.
D
numa atenuação.
E
num paradoxo.
d8e42832-d8
FAMERP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando o modo como as ideias estão organizadas, é correto afirmar que o texto

Leia o texto de Tzvetan Todorov para responder à questão.

    Desde o início da história europeia, criamos o hábito de distinguir entre poder temporal e poder espiritual. Quando cada um deles dispõe da autonomia em seu domínio e se vê protegido contra as intrusões do outro, fala-se de uma sociedade laica ou, como se diz também, secular.
    Poderíamos crer que, na parte do mundo marcada pela tradição cristã, essa relação em torno da questão da autonomia já estaria prontamente organizada, pois o Cristo anunciou que seu reino não era deste mundo, que a submissão a Deus não interferia em nada na submissão a César. No entanto, a partir do momento em que o imperador Constantino impôs o cristianismo como religião de Estado, no século IV, a tentação de apoderar-se de todos os poderes de uma vez revelou-se. É fácil entender a razão desse movimento. Dir-se-á que a ordem temporal reina sobre os corpos, a ordem espiritual sobre as almas. Mas alma e corpo não são entidades simplesmente justapostas, no interior de cada ser eles formam inevitavelmente uma hierarquia. Para a religião cristã, a alma deve comandar o corpo; por isso cabe às instituições religiosas, isto é, à Igreja, não somente dominar diretamente as almas, mas também, indiretamente, controlar os corpos e, portanto, a ordem temporal. Por sua vez, o poder temporal procurará defender suas prerrogativas e exigirá a manutenção do controle sobre todos os negócios terrestres, inclusive sobre uma instituição como a Igreja. Para proteger sua autonomia, cada um dos dois adversários fica então tentado a invadir o território do outro.

(O espírito das Luzes, 2006.)
A
defende a ideia de que a verdade sobre os fatos é uma só e independe das opiniões e dos pontos de vista.
B
descreve uma polêmica com duas soluções possíveis, justapondo argumentos em favor de uma e contra a outra solução.
C
argumenta sobre como dois pontos de vista opostos podem ser conciliados se os defensores das opiniões divergentes entrarem em diálogo.
D
expõe uma questão polêmica e elenca elementos para mapear as divergências entre diferentes pontos de vista.
E
narra a saga das religiões cristãs, do tempo de Cristo até os tempos de hoje.
d8e8318b-d8
FAMERP 2015 - Português - Uso dos conectivos, Análise sintática, Sintaxe

“No entanto, a partir do momento em que o imperador Constantino impôs o cristianismo como religião de Estado, no século IV, a tentação de apoderar-se de todos os poderes de uma vez revelou-se.” (2° parágrafo)

A frase introduzida pelo conectivo “No entanto” expressa, em relação à anterior, uma ideia de

Leia o texto de Tzvetan Todorov para responder à questão.

    Desde o início da história europeia, criamos o hábito de distinguir entre poder temporal e poder espiritual. Quando cada um deles dispõe da autonomia em seu domínio e se vê protegido contra as intrusões do outro, fala-se de uma sociedade laica ou, como se diz também, secular.
    Poderíamos crer que, na parte do mundo marcada pela tradição cristã, essa relação em torno da questão da autonomia já estaria prontamente organizada, pois o Cristo anunciou que seu reino não era deste mundo, que a submissão a Deus não interferia em nada na submissão a César. No entanto, a partir do momento em que o imperador Constantino impôs o cristianismo como religião de Estado, no século IV, a tentação de apoderar-se de todos os poderes de uma vez revelou-se. É fácil entender a razão desse movimento. Dir-se-á que a ordem temporal reina sobre os corpos, a ordem espiritual sobre as almas. Mas alma e corpo não são entidades simplesmente justapostas, no interior de cada ser eles formam inevitavelmente uma hierarquia. Para a religião cristã, a alma deve comandar o corpo; por isso cabe às instituições religiosas, isto é, à Igreja, não somente dominar diretamente as almas, mas também, indiretamente, controlar os corpos e, portanto, a ordem temporal. Por sua vez, o poder temporal procurará defender suas prerrogativas e exigirá a manutenção do controle sobre todos os negócios terrestres, inclusive sobre uma instituição como a Igreja. Para proteger sua autonomia, cada um dos dois adversários fica então tentado a invadir o território do outro.

(O espírito das Luzes, 2006.)
A
consequência.
B
oposição.
C
causa.
D
condição.
E
proporção.
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FAMERP 2015 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)

“Como consequência funesta, Breton e Aragon perderam o emprego oferecido pelo colecionador Jacques Doucet.”

O tempo do verbo destacado indica um acontecimento

Leia o texto de Marilda Rebouças para responder à questão.

     A primeira manifestação surrealista aconteceu em 1924 com a divulgação do panfleto “Um cadáver”, a propósito da morte de Anatole France, prêmio Nobel de literatura. Os surrealistas não estavam interessados no estilo límpido, nem no famoso ceticismo desse escritor consagrado e, por isso mesmo, alvo perfeito para o grupo de jovens lobos mostrarem suas garras. Numa linguagem violenta, afirmavam que acabava de morrer “um pouco da servilidade humana”. E, como esperavam, a repercussão foi enorme. Como consequência funesta, Breton e Aragon perderam o emprego oferecido pelo colecionador Jacques Doucet.

(Surrealismo, 1986.)
A
frequente, no passado.
B
em um passado anterior a alguns dos demais fatos citados.
C
pontual, no passado.
D
no futuro do passado em que alguns dos demais fatos citados ocorrem.
E
contínuo, inteiramente no passado.
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FAMERP 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com base no texto, é correto afirmar que Anatole France

Leia o texto de Marilda Rebouças para responder à questão.

     A primeira manifestação surrealista aconteceu em 1924 com a divulgação do panfleto “Um cadáver”, a propósito da morte de Anatole France, prêmio Nobel de literatura. Os surrealistas não estavam interessados no estilo límpido, nem no famoso ceticismo desse escritor consagrado e, por isso mesmo, alvo perfeito para o grupo de jovens lobos mostrarem suas garras. Numa linguagem violenta, afirmavam que acabava de morrer “um pouco da servilidade humana”. E, como esperavam, a repercussão foi enorme. Como consequência funesta, Breton e Aragon perderam o emprego oferecido pelo colecionador Jacques Doucet.

(Surrealismo, 1986.)
A
pregava a “servilidade humana”, ideia que os escritores surrealistas pretendiam resgatar.
B
havia contribuído, antes de sua morte, para a perda do emprego de artistas como Breton e Aragon.
C
foi um famoso escritor, participante do movimento surrealista e ganhador do prêmio Nobel de literatura.
D
foi homenageado pelo grupo surrealista, em um panfleto, por ocasião de sua morte.
E
fez, em sua obra, opções estéticas que foram combatidas pelo grupo surrealista.
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FAMERP 2016 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Tão logo firmado o princípio da igualdade política entre os indivíduos, regimes políticos baseados na tradição, na origem de classe ou na condição de status perderam a legitimidade.” (1° parágrafo)

No período em que está inserida, a oração destacada expressa ideia de:

Leia o texto de Carlos Ranulfo Melo para responder à questão.

Corrupção eleitoral

    As democracias contemporâneas são arranjos representativos. A representação foi a “solução encontrada” para um dilema. Tão logo firmado o princípio da igualdade política entre os indivíduos, regimes políticos baseados na tradição, na origem de classe ou na condição de status perderam a legitimidade. Por outro lado, o tamanho das sociedades e a complexidade cada vez maior das questões em discussão – demandando acesso a informações, disponibilidade de tempo e condições de negociação – tornaram proibitiva a ideia de que todos participassem das decisões a serem coletivizadas. A escolha de um corpo de representantes em eleições livres, justas e periódicas – e que incluam a todo o eleitorado adulto – passou a ser algo que, sem esgotar a noção contemporânea de democracia, firmou-se como sua pedra angular. Ao se dirigirem às urnas os cidadãos reafirmam sua condição de igualdade perante um ato fundamental do Estado. Ao organizar as eleições e transformar os votos em postos executivos e/ou legislativos, o aparato institucional das democracias permite que, em maior ou menor grau, os mais diversos interesses, opiniões e valores sejam vocalizados no curso do processo decisório. Tal processo, no entanto, pode apresentar problemas que ameacem corromper o corpo político constituído, comprometendo sua legitimidade e diminuindo sua capacidade de oferecer à coletividade os resultados esperados.
     A corrupção eleitoral ou a reiterada incidência de fenômenos capazes de desvirtuar o processo de constituição de um corpo de representantes sempre significou um problema para as democracias. A condição para que seu enfrentamento se tornasse possível foi a constituição de uma Justiça Eleitoral dotada de autonomia face aos poderes político e econômico, com recursos suficientes para organizar e poderes necessários para regulamentar os processos eleitorais. Mas mesmo as democracias consolidadas não conseguiram impedir de forma cabal que determinados interesses pudessem, utilizando os recursos que tivessem à mão, obter vantagens diferenciadas em função de sua participação nas eleições.

(Corrupção, 2008. Adaptado.)
A
finalidade.
B
condição.
C
tempo.
D
consequência.
E
causa.