Questõesde PUC - RS sobre Literatura
Com base no texto, afirma-se:
I. A grande variedade de pronomes presentes no
texto aponta para a existência de pelo menos três
elementos narrativos: Virgília, o narrador Brás
Cubas e o leitor.
II. Expressões como “mais tarde”, “Agora”, “ribas
de uma África juvenil” assinalam a existência
de diferentes planos temporais na narrativa, dos
quais se destacam o momento da enunciação, o
passado recente e o passado mais remoto.
III. O último parágrafo do trecho, ao revelar a causa
da morte do narrador a partir de uma doença
banal, serve de contraponto ao tom poético do
parágrafo anterior.A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o
fragmento de um capítulo do romance Dois irmãos,
de Milton Hatoum, e analise a pintura da artista brasileira
Tarsila Amaral, intitulada “O porto”.
Quando Yaqub chegou do Líbano, o pai foi buscá-lo
no Rio de Janeiro. O cais Pharoux estava apinhado
de parentes de pracinhas e oficiais que regressavam
da Itália. Bandeiras brasileiras enfeitavam o balcão e a
varanda dos apartamentos da Glória, rojões espocavam
o céu, e para onde o pai olhava havia sinais de vitória.
Ele avistou o filho no portaló do navio que acabara de
chegar de Marselha. Não era mais o menino, mas o
rapaz que passara cinco anos dos seus dezoito anos
no sul do Líbano. O andar era o mesmo: passos rápidos
e firmes que davam ao corpo um senso de equilíbrio e
uma rigidez impensável no andar do outro filho, o Caçula.

Com base no texto e/ou na figura, NÃO é correto afirmar:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o fragmento de um capítulo do romance Dois irmãos, de Milton Hatoum, e analise a pintura da artista brasileira Tarsila Amaral, intitulada “O porto”.
Quando Yaqub chegou do Líbano, o pai foi buscá-lo no Rio de Janeiro. O cais Pharoux estava apinhado de parentes de pracinhas e oficiais que regressavam da Itália. Bandeiras brasileiras enfeitavam o balcão e a varanda dos apartamentos da Glória, rojões espocavam o céu, e para onde o pai olhava havia sinais de vitória. Ele avistou o filho no portaló do navio que acabara de chegar de Marselha. Não era mais o menino, mas o rapaz que passara cinco anos dos seus dezoito anos no sul do Líbano. O andar era o mesmo: passos rápidos e firmes que davam ao corpo um senso de equilíbrio e uma rigidez impensável no andar do outro filho, o Caçula.
Com base no texto e/ou na figura, NÃO é correto afirmar:
Sobre Carlos Drummond de Andrade, é correto
afirmar:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia
o fragmento do poema de Carlos Drummond de
Andrade, intitulado “O homem: as viagens”.
Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
De acordo com a estrofe apresentada, pode-se
afirmar:
( ) O tema da viagem, explorado no texto, refere-se
menos a uma viagem física, realizada por
espaços desconhecidos e inexplorados, e mais a
uma viagem íntima, aquela que o homem realiza
ao interior de sua própria subjetividade.
( ) O poema apresenta certo traço narrativo,
valendo-se de recursos da oralidade e da
desconstrução de palavras para reforçar a ideia
da viagem interior.
( ) O poema aborda a difícil viagem interior para
destacar uma outra mais difícil: aquela em que
o homem precisa aprender uma nova maneira
de se relacionar com os outros homens.
( ) Os versos livres com que Carlos Drummond
de Andrade compõe seu poema encontram-se
também em outras obras do mesmo autor, como
Cadeira de balanço e Libertinagem.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o fragmento do poema de Carlos Drummond de Andrade, intitulado “O homem: as viagens”.
Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
De acordo com a estrofe apresentada, pode-se afirmar:
( ) O tema da viagem, explorado no texto, refere-se menos a uma viagem física, realizada por espaços desconhecidos e inexplorados, e mais a uma viagem íntima, aquela que o homem realiza ao interior de sua própria subjetividade.
( ) O poema apresenta certo traço narrativo,
valendo-se de recursos da oralidade e da
desconstrução de palavras para reforçar a ideia
da viagem interior.
( ) O poema aborda a difícil viagem interior para destacar uma outra mais difícil: aquela em que o homem precisa aprender uma nova maneira de se relacionar com os outros homens.
( ) Os versos livres com que Carlos Drummond de Andrade compõe seu poema encontram-se também em outras obras do mesmo autor, como Cadeira de balanço e Libertinagem.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia
o excerto abaixo, retirado da obra Macário, de
Álvares de Azevedo.
(O DESCONHECIDO) Eu sou o diabo. Boa-noite,
Macário.
(MACÁRIO) Boa-noite, Satã. (Deita-se. O desconhecido
sai). O diabo! uma boa fortuna! Há dez anos
que eu ando para encontrar esse patife! Desta vez
agarrei-o pela cauda! A maior desgraça deste mundo
é ser Fausto sem Mefistófeles. Olá, Satã!
(SATÃ) Macário.
(MACÁRIO) Quando partimos?
(SATÃ) Tens sono?
(MACÁRIO) Não.
(SATÃ) Então já.
(MACÁRIO) E o meu burro?
(SATÃ) Irás na minha garupa.
Sobre o movimento literário em que se inscreve Álvares
de Azevedo, é INCORRETO afirmar:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto abaixo, retirado da obra Macário, de Álvares de Azevedo.
(O DESCONHECIDO) Eu sou o diabo. Boa-noite, Macário.
(MACÁRIO) Boa-noite, Satã. (Deita-se. O desconhecido sai). O diabo! uma boa fortuna! Há dez anos que eu ando para encontrar esse patife! Desta vez agarrei-o pela cauda! A maior desgraça deste mundo é ser Fausto sem Mefistófeles. Olá, Satã!
(SATÃ) Macário.
(MACÁRIO) Quando partimos?
(SATÃ) Tens sono?
(MACÁRIO) Não.
(SATÃ) Então já.
(MACÁRIO) E o meu burro?
(SATÃ) Irás na minha garupa.
Sobre o movimento literário em que se inscreve Álvares
de Azevedo, é INCORRETO afirmar:
A única alternativa que apresenta outras duas obras
de Mário de Andrade é
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o
trecho do diário de viagem de Mário de Andrade,
retirado de O turista aprendiz.
“Durante esta viagem pela Amazônia, muito resolvido
a... escrever um livro modernista, provavelmente mais
resolvido a escrever que a viajar, tomei muitas notas
como vai se ver. Notas rápidas, telegráficas muitas vezes.
Algumas porém se alongaram mais pacientemente,
sugeridas pelos descansos forçados do vaticano de
fundo chato, vencendo difícil a torrente do rio. Mas quase
tudo anotado sem nenhuma intenção da obra-de-arte,
reservada pra elaborações futuras, nem com a menor
intenção de dar a conhecer aos outros a terra viajada.
E a elaboração definitiva nunca realizei. Fiz algumas
tentativas, fiz. Mas parava logo no princípio, nem sabia
bem porque, desagradado. Decerto já devia me desgostar
naquele tempo o personalismo do que anotava. Se
gostei e gozei muito pelo Amazonas, a verdade é que vivi
metido comigo por todo esse caminho largo de água.”
Com base no excerto e em seu contexto, preencha
os parênteses com V para verdadeiro ou F para falso.
( ) O diário de viagem é uma modalidade de narrativa
que relata não só os acontecimentos
transcorridos durante o percurso, mas também
os sentimentos do sujeito viajante.
( ) As anotações do diário acompanhavam a rotina
do barco: às vezes eram breves, outras mais
longas em função das paradas e do movimento
da embarcação nas águas do rio.
( ) O narrador se assume como um tipo especial de
viajante porque não se integra à paisagem e ao
ambiente da Amazônia, uma vez que a viagem
que empreende é de ordem subjetiva.
( ) Mário de Andrade se identifica como um turista
aprendiz porque fez muitas anotações, escreveu
um livro sobre a viagem, corrigiu os originais e
experimentou um personalismo exacerbado.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho do diário de viagem de Mário de Andrade, retirado de O turista aprendiz.
“Durante esta viagem pela Amazônia, muito resolvido a... escrever um livro modernista, provavelmente mais resolvido a escrever que a viajar, tomei muitas notas como vai se ver. Notas rápidas, telegráficas muitas vezes. Algumas porém se alongaram mais pacientemente, sugeridas pelos descansos forçados do vaticano de fundo chato, vencendo difícil a torrente do rio. Mas quase tudo anotado sem nenhuma intenção da obra-de-arte, reservada pra elaborações futuras, nem com a menor intenção de dar a conhecer aos outros a terra viajada. E a elaboração definitiva nunca realizei. Fiz algumas tentativas, fiz. Mas parava logo no princípio, nem sabia bem porque, desagradado. Decerto já devia me desgostar naquele tempo o personalismo do que anotava. Se gostei e gozei muito pelo Amazonas, a verdade é que vivi metido comigo por todo esse caminho largo de água.”
Com base no excerto e em seu contexto, preencha os parênteses com V para verdadeiro ou F para falso.
( ) O diário de viagem é uma modalidade de narrativa que relata não só os acontecimentos transcorridos durante o percurso, mas também os sentimentos do sujeito viajante.
( ) As anotações do diário acompanhavam a rotina do barco: às vezes eram breves, outras mais longas em função das paradas e do movimento da embarcação nas águas do rio.
( ) O narrador se assume como um tipo especial de viajante porque não se integra à paisagem e ao ambiente da Amazônia, uma vez que a viagem que empreende é de ordem subjetiva.
( ) Mário de Andrade se identifica como um turista aprendiz porque fez muitas anotações, escreveu um livro sobre a viagem, corrigiu os originais e experimentou um personalismo exacerbado.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho
extraído de “Maria-Fumaça”, de autoria de Mario
Quintana, e analise as afirmativas que seguem.
“As lentas, poeirentas, deliciosas viagens nos trens
antigos. As famílias (viajavam famílias inteiras) levavam
galinhas com farofa em cestas de vime, que ofereciam,
pois não, aos viajantes solitários.
E os viajantes solitários (e os meninos) ainda desciam
nas estaçõezinhas pobres... Para os pastéis, os sonhos,
as laranjas...
(...)
O mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora
para comprar laranjas.
Nesses aviões, vamos todos imóveis e empacotados
como encomendas. Às vezes encomendas para a
Eternidade...
Cruzes, poeta! Deixa-te de ideias funéreas e pensa nas
aeromoças, arejadas e amáveis como anjos.
E “anjos”, aplicado a elas, não é exagero nenhum.
(...)
Entre a monotonia irreparável das nuvens, nada vemos
da viagem. Isto é, não viajamos: chegamos.
Pobres turistas de aeroportos, damos a volta ao mundo
sem nada ver do mundo.
I. Nesse texto, Mario Quintana retira a matéria para
sua criação literária do tema da viagem, comparando
diferentes modalidades de transporte e hábitos
dos viajantes.
II. Valendo-se de uma linguagem simples, com frases
irônicas e com humor, Mario Quintana reflete sobre
a função da viagem e o seu significado para o viajante.
III. Para o poeta, viajar de avião não concretiza o verdadeiro
prazer da viagem, que estaria mais no ato
de ver, experimentar, conhecer, do que no percurso
partida-chegada.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho extraído de “Maria-Fumaça”, de autoria de Mario Quintana, e analise as afirmativas que seguem.
“As lentas, poeirentas, deliciosas viagens nos trens antigos. As famílias (viajavam famílias inteiras) levavam galinhas com farofa em cestas de vime, que ofereciam, pois não, aos viajantes solitários.
E os viajantes solitários (e os meninos) ainda desciam nas estaçõezinhas pobres... Para os pastéis, os sonhos, as laranjas...
(...)
O mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora para comprar laranjas.
Nesses aviões, vamos todos imóveis e empacotados como encomendas. Às vezes encomendas para a Eternidade...
Cruzes, poeta! Deixa-te de ideias funéreas e pensa nas aeromoças, arejadas e amáveis como anjos.
E “anjos”, aplicado a elas, não é exagero nenhum.
(...)
Entre a monotonia irreparável das nuvens, nada vemos da viagem. Isto é, não viajamos: chegamos.
Pobres turistas de aeroportos, damos a volta ao mundo sem nada ver do mundo.
I. Nesse texto, Mario Quintana retira a matéria para sua criação literária do tema da viagem, comparando diferentes modalidades de transporte e hábitos dos viajantes.
II. Valendo-se de uma linguagem simples, com frases irônicas e com humor, Mario Quintana reflete sobre a função da viagem e o seu significado para o viajante.
III. Para o poeta, viajar de avião não concretiza o verdadeiro prazer da viagem, que estaria mais no ato de ver, experimentar, conhecer, do que no percurso partida-chegada.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 32, leia o
trecho a seguir, retirado de Memórias Póstumas de
Brás Cubas, de Machado de Assis.
“Ultimamente, restituído à forma humana, vi chegar um
hipopótamo, que me arrebatou. Deixei-me ir, calado, não
sei se por medo ou confiança; mas, dentro em pouco,
a carreira de tal modo se tornou vertiginosa, que me
atrevi a interrogá-lo, e com alguma arte lhe disse que a
viagem me parecia sem destino.
– Engana-se, replicou o animal, nós vamos à origem
dos séculos.
Insinuei que deveria ser muitíssimo longe; mas o hipopótamo
não me entendeu ou não me ouviu, se é
que não fingiu uma dessas coisas, e, perguntando-lhe,
visto que ele falava, se era descendente do cavalo de
Aquiles ou da asna de Balaão, retorquiu-me com um
gesto peculiar a estes dois quadrúpedes: abanou as
orelhas. Pela minha parte fechei os olhos e deixei-me
ir à ventura. Já agora não se me dá de confessar que
sentia umas tais ou quais cócegas de curiosidade, por
saber onde ficava a origem do Nilo, e sobretudo se valia
alguma coisa mais ou menos que a consumação dos
mesmos séculos: reflexões de cérebro enfermo. Como
ia de olhos fechados, não via o caminho; lembra-me
só que a sensação de frio aumentava com a jornada,
e que chegou uma ocasião em que me pareceu entrar
na região dos gelos eternos.”
Todas as afirmativas estão corretamente associadas ao
texto, EXCETO:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão 32, leia o trecho a seguir, retirado de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“Ultimamente, restituído à forma humana, vi chegar um hipopótamo, que me arrebatou. Deixei-me ir, calado, não sei se por medo ou confiança; mas, dentro em pouco, a carreira de tal modo se tornou vertiginosa, que me atrevi a interrogá-lo, e com alguma arte lhe disse que a viagem me parecia sem destino.
– Engana-se, replicou o animal, nós vamos à origem dos séculos.
Insinuei que deveria ser muitíssimo longe; mas o hipopótamo não me entendeu ou não me ouviu, se é que não fingiu uma dessas coisas, e, perguntando-lhe, visto que ele falava, se era descendente do cavalo de Aquiles ou da asna de Balaão, retorquiu-me com um gesto peculiar a estes dois quadrúpedes: abanou as orelhas. Pela minha parte fechei os olhos e deixei-me ir à ventura. Já agora não se me dá de confessar que sentia umas tais ou quais cócegas de curiosidade, por saber onde ficava a origem do Nilo, e sobretudo se valia alguma coisa mais ou menos que a consumação dos mesmos séculos: reflexões de cérebro enfermo. Como ia de olhos fechados, não via o caminho; lembra-me só que a sensação de frio aumentava com a jornada, e que chegou uma ocasião em que me pareceu entrar na região dos gelos eternos.”
Todas as afirmativas estão corretamente associadas ao
texto, EXCETO:
Segundo informações do Amadeus CarsForum, evento
realizado em Miami em 2015, a indústria do turismo
cresceu 12,6% no Brasil, o dobro da média mundial.
Nunca, em todos os tempos, os brasileiros viajaram
tanto, atingindo a média de três viagens ao ano por habitante.
Cecília Meireles, a poetisa que, significativamente,
intitulou seu primeiro livro de Viagem, dizia que “há as
viagens que se sonham e as viagens que se fazem – o
que é muito diferente”.
Nesta prova de literatura em língua portuguesa, você
deverá resolver questões que tratam do viajante, dos
lugares percorridos ou imaginados e da experiência da
viagem.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o
trecho abaixo, de Lygia Fagundes Telles, retirado
da obra Passaporte para a China.
“Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1960.
Diz o horóscopo que os do signo de Áries não devem
de modo algum se arriscar no dia de hoje.
Sou do signo de Áries e daqui a pouco, em plena noite,
devo embarcar num avião a jato para a China. Escalas?
Dacar, Paris, Praga, Omsk, Irkutsck e finalmente Pequim.
Quer dizer, atravessarei quatro continentes: América, África, Europa e Ásia. É continente demais, hein!
Melhor tomar antes um chope duplo ali no bar do Lucas,
defronte ao mar de Copacabana, ficar ouvindo a
voz espumejante das ondas e esquecer que passarei
horas e horas “naquela coisa” que às vezes a gente
ouve cortar o céu tão rapidamente e com um silvo tão
desesperado que quando se olha para as nuvens não
se vê mais nada. Nada.”
Com base no texto selecionado e na obra de Lygia Fagundes
Teles, analise as seguintes afirmativas:
I. A narradora enfrenta a ideia de voar com expectativa,
pois, além do país asiático, conhecerá outras
cinco cidades.
II. O texto expressa os sentimentos de uma viajante
momentos antes da partida, enfrentando o pânico
de cruzar o planeta para conhecer um país distante.
III. O emprego reiterado de aliterações no último parágrafo
sugere a ideia da velocidade que provoca
temor na viajante supersticiosa.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:
Segundo informações do Amadeus CarsForum, evento realizado em Miami em 2015, a indústria do turismo cresceu 12,6% no Brasil, o dobro da média mundial. Nunca, em todos os tempos, os brasileiros viajaram tanto, atingindo a média de três viagens ao ano por habitante. Cecília Meireles, a poetisa que, significativamente, intitulou seu primeiro livro de Viagem, dizia que “há as viagens que se sonham e as viagens que se fazem – o que é muito diferente”.
Nesta prova de literatura em língua portuguesa, você deverá resolver questões que tratam do viajante, dos lugares percorridos ou imaginados e da experiência da viagem.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho abaixo, de Lygia Fagundes Telles, retirado da obra Passaporte para a China.
“Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1960.
Diz o horóscopo que os do signo de Áries não devem de modo algum se arriscar no dia de hoje.
Sou do signo de Áries e daqui a pouco, em plena noite,
devo embarcar num avião a jato para a China. Escalas?
Dacar, Paris, Praga, Omsk, Irkutsck e finalmente Pequim.
Quer dizer, atravessarei quatro continentes: América, África, Europa e Ásia. É continente demais, hein!
Melhor tomar antes um chope duplo ali no bar do Lucas,
defronte ao mar de Copacabana, ficar ouvindo a
voz espumejante das ondas e esquecer que passarei
horas e horas “naquela coisa” que às vezes a gente
ouve cortar o céu tão rapidamente e com um silvo tão
desesperado que quando se olha para as nuvens não
se vê mais nada. Nada.”
Com base no texto selecionado e na obra de Lygia Fagundes Teles, analise as seguintes afirmativas:
I. A narradora enfrenta a ideia de voar com expectativa, pois, além do país asiático, conhecerá outras cinco cidades.
II. O texto expressa os sentimentos de uma viajante momentos antes da partida, enfrentando o pânico de cruzar o planeta para conhecer um país distante.
III. O emprego reiterado de aliterações no último parágrafo
sugere a ideia da velocidade que provoca
temor na viajante supersticiosa.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , analise as afirmativas sobre algumas obras da Literatura
Brasileira Contemporânea, confrontando-as com as estatísticas retiradas do Projeto de Pesquisa
“Mapeamento do Personagem na Literatura Contemporânea”, coordenado pela Profa. Regina Dalcastgnè
(UnB).
I. O protagonismo das personagens indígenas na literatura brasileira contemporânea vai ao encontro da sua
representatividade em obras românticas, como O guarani, de José de Alencar.
II. Diferentemente do narrador negro de Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, a personagem, na posição de
narrador, na sua absoluta maioria, é de cor branca.
III. É possível perceber nos romances As meninas, de Lygia Fagundes Telles, e As parceiras, de Lya Luft, uma
representação literária que evidencia uma hegemonia branca quanto às personagens na posição de protagonista,
coadjuvante e narrador.

Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , analise as afirmativas sobre algumas obras da Literatura Brasileira Contemporânea, confrontando-as com as estatísticas retiradas do Projeto de Pesquisa “Mapeamento do Personagem na Literatura Contemporânea”, coordenado pela Profa. Regina Dalcastgnè (UnB).
I. O protagonismo das personagens indígenas na literatura brasileira contemporânea vai ao encontro da sua representatividade em obras românticas, como O guarani, de José de Alencar.
II. Diferentemente do narrador negro de Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, a personagem, na posição de narrador, na sua absoluta maioria, é de cor branca.
III. É possível perceber nos romances As meninas, de Lygia Fagundes Telles, e As parceiras, de Lya Luft, uma representação literária que evidencia uma hegemonia branca quanto às personagens na posição de protagonista, coadjuvante e narrador.
Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o
excerto do romance Jubiabá, de Jorge Amado.
Foi quando o alemão voou para cima dele querendo
acertar no outro olho de Balduíno. O negro livrou o corpo
com um gesto rápido e como a mola de uma máquina
que se houvesse partido distendeu o braço bem por
baixo do queixo de Ergin, o alemão. O campeão da
Europa central descreveu uma curva com o corpo e
caiu com todo o peso.
A multidão rouca aplaudia em coro:
– BAL-DO... BAL-DO... BAL-DO...
O juiz contava:
– Seis... sete... oito...
Antônio Balduíno olhava satisfeito o branco estendido
aos seus pés.
Com base no diálogo e na obra de Jorge Amado, considere
as afirmativas.
I. A luta entre Antônio Balduíno e Ergin pode ser interpretada
como uma metáfora dos conflitos entre
o branco europeu e o negro brasileiro.
II. Ao longo dos seus diferentes romances, Jorge
Amado constrói um projeto estético baseado principalmente
na representação do intimismo e do
lirismo.
III. Nos romances Tereza Batista, cansada de guerra
e Memorial de Maria Moura, o escritor baiano explora
basicamente o universo erótico feminino em
diferentes perspectivas sociais.
IV. O romance Capitães de areia apresenta um detalhado
quadro da marginalidade infantil urbana, ao
retratar crianças de rua, como Pedro Bala, Sem
Pernas e Pirulito.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do romance Jubiabá, de Jorge Amado.
Foi quando o alemão voou para cima dele querendo acertar no outro olho de Balduíno. O negro livrou o corpo com um gesto rápido e como a mola de uma máquina que se houvesse partido distendeu o braço bem por baixo do queixo de Ergin, o alemão. O campeão da Europa central descreveu uma curva com o corpo e caiu com todo o peso.
A multidão rouca aplaudia em coro:
– BAL-DO... BAL-DO... BAL-DO...
O juiz contava: – Seis... sete... oito...
Antônio Balduíno olhava satisfeito o branco estendido aos seus pés.
Com base no diálogo e na obra de Jorge Amado, considere as afirmativas.
I. A luta entre Antônio Balduíno e Ergin pode ser interpretada como uma metáfora dos conflitos entre o branco europeu e o negro brasileiro.
II. Ao longo dos seus diferentes romances, Jorge Amado constrói um projeto estético baseado principalmente na representação do intimismo e do lirismo.
III. Nos romances Tereza Batista, cansada de guerra e Memorial de Maria Moura, o escritor baiano explora basicamente o universo erótico feminino em diferentes perspectivas sociais.
IV. O romance Capitães de areia apresenta um detalhado quadro da marginalidade infantil urbana, ao retratar crianças de rua, como Pedro Bala, Sem Pernas e Pirulito.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia
o excerto do romance Viva o povo brasileiro, de
João Ubaldo Ribeiro.
– O senhor sabe quem foi Dadinha, meu avô?
– Então não sei? Não foi nada, não foi coisa nenhuma,
foi uma velha gorda, corró, mentirosa, safadosa...
– Não foi minha bisavó? Mãe de Turíbio Cafubá?
– Mãe de... Quem é que está te contando essas coisas?
Isso é negócio daquele velho broco Zé Pinto,
eu vou pegar um cacete e tacar umas porretadas
na cabeça dele, para ele deixar de ser abelhudo e
enxerido, quem é que tá te contando essas coisas?
– Por que o senhor não me conta também? O nome
de minha mãe, o nome verdadeiro, era Naê? Quem
foi o caboco Capiroba?
– Caboco capiroba? E nunca teve nenhuns cabocos
Capirobas, menina, nunca teve nada disso, isso é
tudo lenda! Mas será possível que eu te mando para
a escola com pensionato, te boto com a melhor professora,
[...] e tu agora resolve crescer com rabo de
cavalo, desaprender, se prepara pra ser uma nega
preta veia, em vez de gente?
Com base no texto e na obra de João Ubaldo Ribeiro,
analise as afirmativas.
I. A neta tem alguma consciência de suas raízes e
procura conhecer sua genealogia.
II. O avô recusa-se a falar dos antepassados da
neta, pois considera o assunto vergonhoso.
III. No seu romance Sargento Getúlio, João Ubaldo
Ribeiro propõe um longo monólogo de um
Sargento da Polícia Militar, aproximando-se esteticamente
de uma variante caboclo-sertaneja,
também presente em Guimarães Rosa.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do romance Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro.
– O senhor sabe quem foi Dadinha, meu avô?
– Então não sei? Não foi nada, não foi coisa nenhuma, foi uma velha gorda, corró, mentirosa, safadosa...
– Não foi minha bisavó? Mãe de Turíbio Cafubá?
– Mãe de... Quem é que está te contando essas coisas? Isso é negócio daquele velho broco Zé Pinto, eu vou pegar um cacete e tacar umas porretadas na cabeça dele, para ele deixar de ser abelhudo e enxerido, quem é que tá te contando essas coisas?
– Por que o senhor não me conta também? O nome de minha mãe, o nome verdadeiro, era Naê? Quem foi o caboco Capiroba?
– Caboco capiroba? E nunca teve nenhuns cabocos Capirobas, menina, nunca teve nada disso, isso é tudo lenda! Mas será possível que eu te mando para a escola com pensionato, te boto com a melhor professora, [...] e tu agora resolve crescer com rabo de cavalo, desaprender, se prepara pra ser uma nega preta veia, em vez de gente?
Com base no texto e na obra de João Ubaldo Ribeiro, analise as afirmativas.
I. A neta tem alguma consciência de suas raízes e procura conhecer sua genealogia.
II. O avô recusa-se a falar dos antepassados da neta, pois considera o assunto vergonhoso.
III. No seu romance Sargento Getúlio, João Ubaldo Ribeiro propõe um longo monólogo de um Sargento da Polícia Militar, aproximando-se esteticamente de uma variante caboclo-sertaneja, também presente em Guimarães Rosa.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o
excerto do texto dramático O auto da Compadecida,
de Ariano Suassuna.
MANUEL – Sim, é Manuel, o Leão de Judá, o Filho
de Davi. Levantem-se todos pois vão ser julgados.
JOÃO GRILO – Apesar de ser um sertanejo pobre e
amarelo, sinto que estou diante de uma grande figura.
Não quero faltar com o respeito a uma pessoa tão
importante, mas, se não me engano, aquele sujeito
acaba de chamar o senhor de Manuel.
MANUEL – Foi isso mesmo, João. Esse é um dos
meus nomes, mas você pode me chamar também
de Jesus, de Senhor, de Deus... Ele gosta de me
chamar de Manuel ou Emanuel, porque assim quer
se persuadir de que sou somente homem. Mas você,
se quiser, pode me chamar de Jesus.
JOÃO GRILO – Jesus?
MANUEL – Sim.
JOÃO GRILO – Mas espere, o senhor é que é Jesus?
MANUEL – Sou.
JOÃO GRILO – Aquele a quem chamavam Cristo?
JESUS – A quem chamavam, não, que era Cristo.
Sou, por quê?
JOÃO GRILO – Porque... não é lhe faltando com
o respeito não, mas eu pensava que o senhor era
muito menos queimado. [...] A cor pode não ser das
melhores, mas o senhor fala bem que faz gosto. [...]
MANUEL – Muito obrigado, João, mas agora é sua
vez. Você é cheio de preconceito de raça. Vim hoje
assim de propósito, porque sabia que ia despertar
comentários. Que vergonha! Eu, Jesus, nasci branco
e quis nascer judeu, como podia ter nascido preto.
Para mim tanto faz um branco ou um preto. Você pensa
que sou americano para ter preconceito de raça?
Com base no diálogo e na obra literária de Ariano
Suassuna, analise as afirmativas.
I. João Grilo mostra-se desrespeitoso diante de
um Jesus negro, que não corresponde às suas
expectativas.
II. Na sua fala, Manuel demostra que o valor das
pessoas independe da cor da pele.
III. O companheiro inseparável de João Grilo, Chicó,
é um contador de estórias que se caracteriza
como uma espécie de mentiroso ingênuo.
IV. A obra dramática de Ariano Suassuna mostra-se
alinhada a uma tradição literária ibérica que
apresenta obras fundacionais, como o Auto da
barca do Inferno, de Gil Vicente.
Estão corretas as afirmativas
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do texto dramático O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
MANUEL – Sim, é Manuel, o Leão de Judá, o Filho de Davi. Levantem-se todos pois vão ser julgados.
JOÃO GRILO – Apesar de ser um sertanejo pobre e amarelo, sinto que estou diante de uma grande figura. Não quero faltar com o respeito a uma pessoa tão importante, mas, se não me engano, aquele sujeito acaba de chamar o senhor de Manuel.
MANUEL – Foi isso mesmo, João. Esse é um dos meus nomes, mas você pode me chamar também de Jesus, de Senhor, de Deus... Ele gosta de me chamar de Manuel ou Emanuel, porque assim quer se persuadir de que sou somente homem. Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus.
JOÃO GRILO – Jesus?
MANUEL – Sim.
JOÃO GRILO – Mas espere, o senhor é que é Jesus?
MANUEL – Sou.
JOÃO GRILO – Aquele a quem chamavam Cristo?
JESUS – A quem chamavam, não, que era Cristo. Sou, por quê?
JOÃO GRILO – Porque... não é lhe faltando com o respeito não, mas eu pensava que o senhor era muito menos queimado. [...] A cor pode não ser das melhores, mas o senhor fala bem que faz gosto. [...]
MANUEL – Muito obrigado, João, mas agora é sua vez. Você é cheio de preconceito de raça. Vim hoje assim de propósito, porque sabia que ia despertar comentários. Que vergonha! Eu, Jesus, nasci branco e quis nascer judeu, como podia ter nascido preto. Para mim tanto faz um branco ou um preto. Você pensa que sou americano para ter preconceito de raça?
Com base no diálogo e na obra literária de Ariano Suassuna, analise as afirmativas.
I. João Grilo mostra-se desrespeitoso diante de um Jesus negro, que não corresponde às suas expectativas.
II. Na sua fala, Manuel demostra que o valor das pessoas independe da cor da pele.
III. O companheiro inseparável de João Grilo, Chicó, é um contador de estórias que se caracteriza como uma espécie de mentiroso ingênuo.
IV. A obra dramática de Ariano Suassuna mostra-se alinhada a uma tradição literária ibérica que apresenta obras fundacionais, como o Auto da barca do Inferno, de Gil Vicente.
Estão corretas as afirmativas
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia
o trecho de O cortiço, de Aluísio de Azevedo, e preencha
as lacunas.
Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre
a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço,
sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada
absolutamente, participava das novas regalias do amigo:
pelo contrário, à medida que ele galgava posição social,
a desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira.
A personagem Bertoleza em O cortiço, de Aluísio de
Azevedo, representa o fatalismo_________ que se presentifica
em muitas obras _________, pautadas pela forte
influência de escritores franceses como _________.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho de O cortiço, de Aluísio de Azevedo, e preencha as lacunas.
Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço, sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada absolutamente, participava das novas regalias do amigo: pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira.
A personagem Bertoleza em O cortiço, de Aluísio de
Azevedo, representa o fatalismo_________ que se presentifica
em muitas obras _________, pautadas pela forte
influência de escritores franceses como _________.
Como uma espécie de patologia social, o racismo
está presente nas variadas esferas do cotidiano. A
literatura, enquanto manifestação artística culturalizada,
muitas vezes acaba ecoando esses estereótipos
raciais de forma a rechaçá-los ou confirmá-los. Assim
sendo, é preciso que estejamos sempre atentos às
representações raciais no interior do discurso literário.
Se é verdade que uma palavra pode fazer milagres,
como advertia o escritor Manuel Puig, também não é
menos verdade que uma metáfora racista pode abalar
violentamente a dignidade humana.
Esta Prova discutirá a interface entre racismo e
literatura.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o
trecho do romance A escrava Isaura, de Bernardo
Guimarães.
– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar
que és maltratada, que és uma escrava infeliz, vítima
de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas
aqui uma vida que faria inveja a muita gente livre.
Gozas da estima de teus senhores. Deram-te uma
educação como não tiveram muitas ricas e ilustres
damas que eu conheço. És formosa, e tens uma cor
linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma
só gota de sangue africano. [...]
– Mas senhora, apesar de tudo isso, que sou eu mais
do que uma simples escrava? Essa educação que
me deram e essa beleza, que tanto me gabam, de
que me servem?... São trastes de luxo colocados na
senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de
ser o que é: uma senzala.
– Queixas-te de tua sorte, Isaura?
– Eu não, senhora; não tenho motivo... o que quero
dizer com isto é que, apesar de todos esses dotes
e vantagens que me atribuem, sei conhecer o meu
lugar.
Com base no texto e no contexto do qual o fragmento
acima faz parte, afirma-se:
I. De acordo com a primeira fala, a cor de Isaura
é apontada como uma possível negação de sua
origem africana.
II. Apesar de alguns questionamentos acerca da
senzala, a escrava parece resignada ao lugar
que ela ocupa na sociedade da época.
III. A obra A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães,
integra um dos momentos cruciais do realismo
literário brasileiro, no qual os autores se mostravam
preocupados com a crítica social.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
Como uma espécie de patologia social, o racismo está presente nas variadas esferas do cotidiano. A literatura, enquanto manifestação artística culturalizada, muitas vezes acaba ecoando esses estereótipos raciais de forma a rechaçá-los ou confirmá-los. Assim sendo, é preciso que estejamos sempre atentos às representações raciais no interior do discurso literário. Se é verdade que uma palavra pode fazer milagres, como advertia o escritor Manuel Puig, também não é menos verdade que uma metáfora racista pode abalar violentamente a dignidade humana. Esta Prova discutirá a interface entre racismo e literatura.
INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho do romance A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães.
– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escrava infeliz, vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida que faria inveja a muita gente livre. Gozas da estima de teus senhores. Deram-te uma educação como não tiveram muitas ricas e ilustres damas que eu conheço. És formosa, e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano. [...]
– Mas senhora, apesar de tudo isso, que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação que me deram e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... São trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.
– Queixas-te de tua sorte, Isaura?
– Eu não, senhora; não tenho motivo... o que quero dizer com isto é que, apesar de todos esses dotes e vantagens que me atribuem, sei conhecer o meu lugar.
Com base no texto e no contexto do qual o fragmento acima faz parte, afirma-se:
I. De acordo com a primeira fala, a cor de Isaura é apontada como uma possível negação de sua origem africana.
II. Apesar de alguns questionamentos acerca da senzala, a escrava parece resignada ao lugar que ela ocupa na sociedade da época.
III. A obra A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, integra um dos momentos cruciais do realismo literário brasileiro, no qual os autores se mostravam preocupados com a crítica social.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
Com base no poema, assinale a alternativa INCORRETA:
Narrada por __________, a obra __________, de__________, traz uma das mais cativantes personagens da literatura brasileira: __________.
A alternativa correta para o preenchimento das lacunas é:
INSTRUÇÃO: O ano de 1922 trouxe muito barulho ao cenário das letras brasileiras. Para responder à questão , preencha as lacunas do texto relacionado a dois dos mais representativos articuladores desta época.
Mario de Andrade e __________ são considerados os principais nomes do __________ brasileiro, movimento que, entre outras características, apresentava __________ e __________.
A alternativa que completa o excerto adequadamente é:
Mario de Andrade e __________ são considerados os principais nomes do __________ brasileiro, movimento que, entre outras características, apresentava __________ e __________.
A alternativa que completa o excerto adequadamente é: