Questão 52d38b6e-d6
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Com base no texto, afirma-se:
I. A grande variedade de pronomes presentes no
texto aponta para a existência de pelo menos três
elementos narrativos: Virgília, o narrador Brás
Cubas e o leitor.
II. Expressões como “mais tarde”, “Agora”, “ribas
de uma África juvenil” assinalam a existência
de diferentes planos temporais na narrativa, dos
quais se destacam o momento da enunciação, o
passado recente e o passado mais remoto.
III. O último parágrafo do trecho, ao revelar a causa
da morte do narrador a partir de uma doença
banal, serve de contraponto ao tom poético do
parágrafo anterior.A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
Com base no texto, afirma-se:
I. A grande variedade de pronomes presentes no
texto aponta para a existência de pelo menos três
elementos narrativos: Virgília, o narrador Brás
Cubas e o leitor.
II. Expressões como “mais tarde”, “Agora”, “ribas
de uma África juvenil” assinalam a existência
de diferentes planos temporais na narrativa, dos
quais se destacam o momento da enunciação, o
passado recente e o passado mais remoto.
III. O último parágrafo do trecho, ao revelar a causa
da morte do narrador a partir de uma doença
banal, serve de contraponto ao tom poético do
parágrafo anterior.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
“Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio
é mortal, [esse silogismo] parecera-lhe, durante toda
a sua vida, correto em relação a Caio, mas de modo
algum em relação a ele.”
TOLSTOI, Lev. A morte de Ivan Ilitch. São Paulo:
Editora 34, 2006.
Exceção entre os animais, o homem é o único que
carrega consigo a certeza da sua própria morte.
Esse conhecimento antecipado serve tanto de medida
e restrição para as ambições da vida quanto de
combustível para atos que garantam algum tipo de
imortalidade. De maneira geral, ao defrontar-se com
a morte, o ser humano tem noção dos seus limites e
daquilo que é possível fazer enquanto está vivo. Planos,
viagens, sonhos são marcos postos entre cada
um e seu próprio fim. Nesta prova você se deparará
com textos que refletem sobre esse tema.
Memórias
Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que
um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o
Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas
e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também
voou por sobre os destroços presentes até às
ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos
mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos
primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente,
metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as
falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas
folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de
uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à
porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra
da morte foi muito menos triste do que podia parecer.
De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A
vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de
vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia
à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me
planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que
foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa
e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor
me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe
sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.”
“Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio
é mortal, [esse silogismo] parecera-lhe, durante toda
a sua vida, correto em relação a Caio, mas de modo
algum em relação a ele.”
TOLSTOI, Lev. A morte de Ivan Ilitch. São Paulo:
Editora 34, 2006.
Exceção entre os animais, o homem é o único que
carrega consigo a certeza da sua própria morte.
Esse conhecimento antecipado serve tanto de medida
e restrição para as ambições da vida quanto de
combustível para atos que garantam algum tipo de
imortalidade. De maneira geral, ao defrontar-se com
a morte, o ser humano tem noção dos seus limites e
daquilo que é possível fazer enquanto está vivo. Planos,
viagens, sonhos são marcos postos entre cada
um e seu próprio fim. Nesta prova você se deparará
com textos que refletem sobre esse tema.
Memórias
Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que
um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o
Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas
e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também
voou por sobre os destroços presentes até às
ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos
mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos
primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente,
metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as
falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas
folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de
uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à
porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra
da morte foi muito menos triste do que podia parecer.
De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A
vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de
vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia
à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me
planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que
foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa
e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor
me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe
sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.”
A
I, apenas.
B
III, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.