Questõessobre O Sujeito Moderno

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UNESP 2013 - Filosofia - O Sujeito Moderno

A produção de mercadorias e o consumismo alteram as percepções não apenas do eu como do mundo exterior ao eu; criam um mundo de espelhos, de imagens insubstanciais, de ilusões cada vez mais indistinguíveis da realidade. O efeito refletido faz do sujeito um objeto; ao mesmo tempo, transforma o mundo dos objetos numa extensão ou projeção do eu. É enganoso caracterizar a cultura do consumo como uma cultura dominada por coisas. O consumidor vive rodeado não apenas por coisas como por fantasias. Vive num mundo que não dispõe de existência objetiva ou independente e que parece existir somente para gratificar ou contrariar seus desejos.

(Christopher Lasch. O mínimo eu, 1987. Adaptado.)




Sob o ponto de vista ético e filosófico, na sociedade de consumo, o indivíduo

A
estabelece com os produtos ligações que são definidas pela separação entre razão e emoção.
B
representa a realidade mediante processos mentais essencialmente objetivos e conscientes.
C
relaciona-se com as mercadorias considerando prioritariamente os seus aspectos utilitários.
D
relaciona-se com objetos que refletem ilusoriamente seus processos emocionais inconscientes.
E
comporta-se de maneira autônoma frente aos mecanismos publicitários de persuasão.
4a4aed9d-0a
ENEM 2019 - Filosofia - O Sujeito Moderno

A lenda diz que, em um belo dia ensolarado, Newton estava relaxando sob uma macieira. Pássaros gorjeavam em suas orelhas. Havia uma brisa gentil. Ele cochilou por alguns minutos. De repente, uma maçã caiu sobre a sua cabeça e ele acordou com um susto. Olhou para cima. “Com certeza um pássaro ou um esquilo derrubou a maçã da árvore”, supôs. Mas não havia pássaros ou esquilos na árvore por perto. Ele, então, pensou: “Apenas alguns minutos antes, a maçã estava pendurada na árvore. Nenhuma força externa fez ela cair. Deve haver alguma força subjacente que causa a queda das coisas para a terra”.

The English Enlightenment, p. 1-3, apud MARTINS, R. A. A maçã de Newton: história, lendas e tolices. In: SILVA, C. C. (org.). Estudos de história e filosofia das ciências: subsídios para aplicação no ensino. São Paulo: Livraria da Física, 2006. p. 169 (adaptado).


Em contraponto a uma interpretação idealizada, o texto aponta para a seguinte dimensão fundamental da ciência moderna:

A
Falsificação de teses.
B
Negação da observação.
C
Proposição de hipóteses.
D
Contemplação da natureza.
E
Universalização de conclusões.
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UEL 2018 - Filosofia - Teorias do Sujeito na Filosofia Moderna, O Sujeito Moderno

Leia o texto a seguir.


E se escrevo em francês, que é a língua de meu país, e não em latim, que é a de meus preceptores, é porque espero que aqueles que se servem apenas de sua razão natural inteiramente pura julgarão melhor minhas opiniões do que aqueles que não acreditam senão nos livros dos antigos. E quanto aos que unem o bom senso ao estudo, os únicos que desejo para meus juízes, não serão de modo algum, tenho certeza, tão parciais a favor do latim que recusem ouvir minhas razões, porque as explico em língua vulgar.

DESCARTES, R. Discurso do Método. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Coleção “Os pensadores”. p. 79.


Com base nos conhecimentos sobre Descartes e o surgimento da filosofia moderna, assinale a alternativa correta.

A
A língua vulgar, o francês, expressa de modo mais adequado o espírito da modernidade por estar livre dos preconceitos da língua dos doutos, o latim.
B
Redigir o Discurso do Método em francês teve propósito similar à tradução da bíblia para o alemão feita por Lutero: facilitar o acesso à sacralidade do texto em língua vulgar.
C
O desencantamento do mundo, resultante da radical crítica cartesiana à tradição, teve como consequência o abandono da referência à divindade.
D
As ideias expressas por Descartes em seu Discurso do Método refletem a postura tipicamente moderna de ruptura total com o passado.
E
A razão natural inteiramente pura é um atributo inerente à natureza humana, independentemente da tradição ou da cultura à qual o humano se vincula.
5af1c7f0-0e
ENEM 2018 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Linguagem e Pensamento, A Razão e seus Sentidos, A Consciência e os Limites do Conhecimento, O Sujeito Moderno

Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela.

HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.


Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua gênese na

A
convicção inata.
B
dimensão apriorística.
C
elaboração do intelecto.
D
percepção dos sentidos.
E
realidade trascendental.
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ENEM 2018 - Filosofia - Ética e Liberdade, Conceitos Filosóficos, A Razão e seus Sentidos, A Consciência e os Limites do Conhecimento, Em Busca da Verdade, O Sujeito Moderno, Razão: Inata ou Adquirida?

Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória.

NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.


O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais, marcado pelo(a)

A
racionalidade científica.
B
determinismo biológico.
C
degradação da natureza.
D
domínio da contingência.
E
consciência da existência.
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UEL 2017 - Filosofia - Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

Leia o texto a seguir.

Rochedos audazes sobressaindo-se por assim dizer ameaçadores, nuvens carregadas acumulando-se no céu, avançando com relâmpagos e estampidos, vulcões em sua inteira força destruidora, furacões com a devastação deixada para trás, o ilimitado oceano revolto, uma alta queda d’água de um rio poderoso etc. tornam nossa capacidade de resistência de uma pequenez insignificante em comparação com o seu poder. Mas o seu espetáculo só se torna tanto mais atraente quanto mais terrível ele é, contanto que, somente, nos encontremos em segurança; e de bom grado denominamos estes objetos sublimes, porque eles elevam a fortaleza da alma acima de seu nível médio e permitem descobrir em nós uma faculdade de resistência de espécie totalmente diversa, a qual encoraja a medir-nos com a aparente onipotência da natureza.
(KANT, I. Crítica da Faculdade do Juízo. Trad. Antonio Marques e Valério Rohden. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 107.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o juízo de gosto e o sublime na estética moderna, particularmente em Kant, assinale a alternativa correta.

A
O conceito de beleza, resultante da atividade do entendimento, permite apreender o sentido dos eventos ameaçadores, protegendo o sujeito da destruição.
B
Os elementos da natureza compõem o núcleo da teoria kantiana do juízo de gosto, constituindo, também, parte importante da sua concepção de gênio.
C
Os eventos naturais de proporções ameaçadoras provocam nosso interesse quando nos situam na possibilidade iminente de sermos por eles destruídos.
D
O sublime não está contido em nenhuma coisa da natureza, e sim em nosso ânimo, quando nos tornamos conscientes de nossa superioridade à natureza.
E
A faculdade de resistência à dimensão ameaçadora e destruidora dos eventos naturais de grande magnitude é a faculdade produtora do belo.
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ENEM 2015 - Filosofia - O Sujeito Moderno

Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza.


AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).


Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque

A
o surgimento do mal é anterior à existência de Deus.
B
o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus.
C
Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má.
D
por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal.
E
Deus se limita a administrar a dialética existente entre o bem e o mal.
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ENEM 2015 - Filosofia - Linguagem e Pensamento, O Sujeito Moderno

TEXTO I


A melhor banda de todos os tempos da última semana

O melhor disco brasileiro de música americana

O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado

O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos

Não importa contradição

O que importa é televisão

Dizem que não há nada que você não se acostume

Cala a boca e aumenta o volume então.

MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana. São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).


TEXTO II


O fetichismo na música e a regressão da audição


Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a seguinte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje num lugar de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia perguntar: para quem a música de entretenimento serve ainda como entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade de comunicação.

ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.


A aproximação entre a letra da canção e a crítica de Adorno indica o(a)

A
lado efêmero e restritivo da indústria cultural.
B
baixa renovação da indústria de entretenimento.
C
influência da música americana na cultura brasileira.
D
fusão entre elementos da indústria cultural e da cultura popular.
E
declínio da forma musical em prol de outros meios de entretenimento.
d6bc3d28-48
UNB 2010 - Filosofia - Conceitos Filosóficos, Aspectos da Filosofia Contemporânea, O Sujeito Moderno

Considere a afirmativa do filósofo Nietzsche de que existe, em todas as coisas, uma Vontade de Potência, pela qual tudo no universo, animado ou não, se não freado por ações não autênticas, ou seja, por ações que não seguem uma tendência originária, procura expandir-se ao máximo, realizando tudo aquilo que for possível realizar. Com base nessas considerações, é correto inferir que a perspectiva de Nietzsche é compatível com as ideias de Cabrera.

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Julio Cabrera. Sentido da vida e valor da vida: uma diferença crucial.
In: Philosophos revista de filosofia, vol. 9, n.º 1/2004, p. 16-8 (com adaptações).

O autor desse texto defende a ideia de que a vida tem, em seu ser mesmo,
um valor profundamente negativo. As ideias expostas acima têm
consequências importantes na maneira pela qual se pode enxergar a vida
e contrastam fortemente com a maneira como a vida, tradicionalmente,
vem sendo percebida ao longo dos tempos. Considerando essas
informações e o texto acima, julgue os itens seguintes.

C
Certo
E
Errado
7bd8f53d-6d
UEG 2010 - Filosofia - São Tomás e a Filosofia Medieval, O Sujeito Moderno

Depois das sérias e profundas investigações históricas acerca do pensamento medieval, iniciadas no princípio do século XIX, desvaneceram-se muitos dos inumeráveis preconceitos acumulados pela Renascença sobre a era de “obscurantismo” da Idade Média, que apareceu em todo o seu resplendor de sua realidade como uma das épocas de intensa vida intelectual. A prova de que a época medieval não era desprovida de vigor intelectual está no fato de ela ser palco do surgimento

A
das universidades e da filosofia escolástica.
B
dos colégios jesuítas e do racionalismo.
C
dos mosteiros e do platonismo.
D
da democracia e do criticismo.
d0116e47-49
UNB 2010 - Filosofia - O Método dos Modernos: Causalidade, Indução, Evidências, O Sujeito Moderno

Considere que uma propriedade importante de um sistema caótico seja sua estrita dependência às condições iniciais, de tal modo que, a despeito de esse sistema estar submetido às mesmas leis naturais, a sequência de estados que ele pode apresentar não se repete, a menos que as condições iniciais sejam exatamente as mesmas, em uma ordem infinita de precisão. Nessa perspectiva, servem de exemplo a crise econômica de 1929 e a de 2009, as quais, embora mantenham semelhanças, não surgiram das mesmas condições iniciais e não produziram as mesmas consequências. A partir dessas informações, é correto afirmar que, segundo a concepção expressa por Descartes, no texto, o mundo é um sistema caótico.

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Considerando o texto acima, extraído da obra Discurso do
Método
, de René Descartes, julgue o item subsequente.

C
Certo
E
Errado
cf622f9c-49
UNB 2010 - Filosofia - O Método dos Modernos: Causalidade, Indução, Evidências, O Sujeito Moderno

Considere as seguintes informações.
Segundo o filósofo escocês David Hume, as leis que são encontradas na natureza, tais como as da elasticidade e da gravidade, são princípios gerais e “podemos considerarmo- nos suficientemente exitosos se conseguirmos reconduzir os fenômenos particulares a esses princípios, ou, ao menos, aproximá-los tanto quanto possível”.
Com base nessas informações e no texto apresentado e considerando, ainda, que o homem conhece a natureza a partir de inferências ou aproximações entre fatos naturais e princípios gerais, é correto afirmar que Hume defende uma concepção de leis da natureza diversa da proposta por Descartes no texto, segundo a qual as leis da natureza são da ordem do necessário e, portanto, continuariam aplicáveis mesmo se outra natureza fosse criada.

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Considerando o texto acima, extraído da obra Discurso do
Método
, de René Descartes, julgue o item subsequente.

C
Certo
E
Errado
33cb0647-1b
UNESP 2017 - Filosofia - O Sujeito Moderno

Os homens, diz antigo ditado grego, atormentam-se com a ideia que têm das coisas e não com as coisas em si. Seria grande passo, em alívio da nossa miserável condição, se se provasse que isso é uma verdade absoluta. Pois se o mal só tem acesso em nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em nosso poder não o levarmos a sério ou o colocarmos a nosso serviço. Por que atribuir à doença, à indigência, ao desprezo um gosto ácido e mau se o podemos modificar? Pois o destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos.

(Michel de Montaigne. Ensaios, 2000. Adaptado.)


De acordo com o filósofo, a diferença entre o bem e o mal

A
representa uma oposição de natureza metafísica, que não está sujeita a relativismos existenciais.
B
relaciona-se com uma esfera sagrada cujo conhecimento é autorizado somente a sacerdotes religiosos.
C
resulta da queda humana de um estado original de bem-aventurança e harmonia geral do Universo.
D
depende do conhecimento do mundo como realidade em si mesma, independente dos julgamentos humanos.
E
depende sobretudo da qualidade valorativa estabelecida por cada indivíduo diante de sua vida.
c26c7b76-c2
UNESPAR 2016 - Filosofia - Teorias do Sujeito na Filosofia Moderna, O Sujeito Moderno

A filosofia moderna é marcada pela necessidade de afirmar a importância de um método para a investigação, fato que não afeta apenas as preocupações dos filósofos, mas também dos cientistas que começavam a esboçar, de forma mais metódica, produção de conhecimento. O método mais celebrado entre os filósofos da época foi aquele desenvolvido por René Descartes, conhecido como o pai do Racionalismo moderno. Contudo, o filósofo Francis Bacon colocou importantes críticas a respeito da validade do método de Descartes. Assinale a alternativa que melhor represente a contribuição de Descartes e a de Bacon, respectivamente.

A
O método cartesiano consistia em criticar sistematicamente a lógica e acreditar na evidência da verdade na mente subjetiva. Já o de Bacon tratava de ignorar o mundo empírico em busca de verdades racionais;
B
O método cartesiano propõe colocar em dúvida tudo aquilo que pode conter erros, até atingir verdades fundamentais que possuam absoluta evidência racional. O de Bacon, parte do reconhecimento de que a ciência da época não progredia em função de uma lógica que não era adequada ao conhecimento do mundo empírico, e apenas este conhecimento deveria importar em detrimento de raciocínios metafísicos;
C
Descartes propunha que se desconfiasse das verdades estabelecidas, uma vez que nenhuma verdade é possível para o intelecto humano, e Bacon propunha buscar a verdade apenas no mundo empírico, sem considerar argumentos racionais;
D
Uma frase emblemática de Descartes é “não há nada no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”, e seu método consiste numa arqueologia das sensações que dão origem a um conceito. Já Bacon é conhecido por ser o pai do método científico, que preconiza que a investigação deve ser realizada através da experimentação;
E
Descartes divide seu método em fases e diz que precisamos conhecer primeiro as diferentes lógicas para depois aplicá-las ao conhecimento da verdade. Bacon critica justamente a preponderância da lógica aristotélica no conhecimento elaborado pela ciência, até então.
c136100f-9a
PUC-GO 2015 - Filosofia - O Sujeito Moderno

      De acordo com Hugo Friedrich, em A Estrutura da lírica moderna (1978), a obscuridade lírica moderna fascina o leitor “na medida em que o desconcerta. A magia de sua palavra e seu sentido de mistério agem profundamente, embora a compreensão permaneça desorientada. “A poesia pode comunicar-se, antes de ser entendida", observou T. S. Eliot em seus ensaios. Essa junção de incompreensibilidade e fascinação pode ser chamada de dissonância, pois gera uma tensão que tende mais à inquietude que à serenidade. A tensão dissonante é um objetivo das artes modernas em geral" (FRIEDRICH, 1978, p. 15). O autor lembra ainda que Baudelaire escreveu: “Existe uma certa glória em não ser compreendido" (Baudelaire apud Friedrich, 1978, p. 16). E acrescenta que ninguém escreveria versos “se o problema da poesia consistisse em fazer-se compreensível" (Friedrich, 1978, p. 16). Essa tese defende a ideia da poesia como uma criação autossuficiente, plurissignificativa.

                                 (FRIEDRICH, Hugo. A estrutura da lírica moderna. São Paulo: Duas Cidades, 1978.)

      O texto poético de  Delermando Vieira confirma a assertiva de que poesia é um enigma e um ouriço não muito acessível, cheio de mistérios, encantos, matizes da polissemia da linguagem literária.

Considerando o poema selecionado, analise os itens abaixo quanto à sua correção:

I-A morte nesse poema é revelação e introdução. Todas as iniciações atravessam uma fase de morte antes de abrir o acesso a uma vida nova.

II-Esse texto, na qualidade de obra de arte, tem a propriedade de abrir-se sobre a totalidade do mundo para dele nos dar a ver e viver o essencial. E, enquanto abre-se ao mundo e à sua “realidade", visa não a uma explicação, mas a uma tomada de consciência em relação ao próprio ser das coisas: uma constatação.

III-O ser implica o não ser como sua condição, a vida segue a presença da morte, e o viver é, ao mesmo tempo, a existência do fim.

De acordo com os itens analisados, marque a alternativa que contém apenas proposições corretas:




TEXTO 2

                                                   XX

                                        Os Homens

                                         nesta manhã de sangrenta primavera

                                         parecem não mais saber

                                         o que nunca souberam,

                                         que a Vida é para sempre

                                         sã ou demente

                                          tão de repente

                                          tão de repente! 


                        (VIEIRA, Delermando.  Os tambores da tempestade. Goiânia: Poligráfica, 2010. p. 108.)

A
I e II
B
I , II e III.
C
I e III .
D
II e III.
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ENEM 2015 - Filosofia - São Tomás e a Filosofia Medieval, O Sujeito Moderno

   Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim.

AQUINO, T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).

No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de


A
refrear os movimentos religiosos contestatórios.
B
promover a atuação da sociedade civil na vida política.
C
unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
D
reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.
E
dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual.
93edfbf1-7f
ENEM 2015 - Filosofia - Pensamento pós-moderno, O Sujeito Moderno

  Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar.

UME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.

Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que


A
os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação.
B
o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível.
C
as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso.
D
os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória.
E
as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria.
108ed4b0-36
UNESP 2010 - Filosofia - O Sujeito Moderno

O cônsul do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, afirmou que a tragédia em seu país “está sendo boa” para que os haitianos fiquem mais conhecidos no Brasil. O diplomata não sabia que estava sendo filmado. As imagens apareceram em reportagem do telejornal SBT Brasil, na noite de quinta-feira (14). “A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido”, disse o cônsul. Antoine atribuiu o desastre em seu país a maldições: “Acho que, de tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição”. Depois de criticar as religiões africanas, Antoine aparece, durante a entrevista, segurando um terço. “Esse terço nós usamos porque dá energia positiva, acalma as pessoas. Como estou muito tenso, deprimido com o negócio do Haiti, a gente fica mexendo com vários para se acalmar”, afirmou o cônsul. Na mesa, há outro terço além do que ele está segurando.


(Revista Época, 15.01.2010. Adaptado.)


Assinale a alternativa correta.

A
As declarações do cônsul do Haiti transmitem uma visâo positiva sobre valores e práticas culturais de origem africana.
B
A crítica de Antoine às religiões africanas expressa uma visão de mundo marcada pela tolerância religiosa.
C
O ponto de vista do cônsul pode ser caracterizado como uma visão de mundo racionalista.
D
Para o cônsul, a explicação dos motivos que provocaram o terremoto no Haiti relaciona-se exclusivamente com causas físicas, excluindo possíveis intervenções de entidades religiosas.
E
As declarações do cônsul haitiano revelam uma concepção mística sobre a realidade.
9f49caab-29
UFBA 2013 - Filosofia - Teorias do Sujeito na Filosofia Moderna, O Sujeito Moderno

 A análise do texto e os conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes permitem afirmar:


Para evitar o erro, não se deve estender a capacidade de afirmar ou de negar para além do que o entendimento concebe com clareza e distinção. 

O bom senso é o que existe de mais bem distribuído no mundo. Porque cada um se julga tão bem-dotado dele que mesmo aqueles que são mais difíceis de se contentar com qualquer outra coisa não costumam desejar possuí-lo mais do que já têm. E não é verossímil que todos se enganem a esse respeito. Pelo contrário, isso testemunha que o poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina bom senso ou razão, é naturalmente igual em todos os homens; e que, por isso, a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de uns serem mais racionais do que os outros, mas somente do fato de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e de não considerarmos as mesmas coisas. (DESCARTES. In: REZENDE, 2005, p. 104).
C
Certo
E
Errado
9f24b2f3-29
UFBA 2013 - Filosofia - São Tomás e a Filosofia Medieval, O Sujeito Moderno

 Com base na análise do texto de Santo Tomás de Aquino, pode-se afirmar:

O autor apresenta uma ética eudaimonista, ao acrescentar que Deus é o fim último da ação humana.

A tudo isso respondo que foi necessário, para a salvação do homem, uma doutrina fundada na revelação divina, além das disciplinas filosóficas que são investigadas pela razão humana. Primeiro, porque o homem está ordenado a Deus como a um fim que ultrapassa a compreensão da razão, conforme afirma Isaías, 33,4: “Fora de tu, ó Deus, o olho não viu o que preparaste para os que te amam." Ora, o homem deve conhecer o fim ao qual deve ordenar as suas intenções e ações. Por isso se tornou necessário, para a salvação dos homens, que lhes fossem dadas a conhecer, por revelação divina, determinadas verdades que ultrapassam a razão humana.
Mesmo em relação àquelas verdades a respeito de Deus que podem ser investigadas pela razão, foi necessário que o homem fosse instruído pela revelação divina, pois essas verdades, ao serem investigadas pela razão, chegariam a poucas pessoas e mesmo assim só depois de muito tempo e com muitos erros. Entretanto, do conhecimento dessas verdades depende a salvação do homem, a qual está em Deus. Para que, pois, a salvação dos homens seja alcançada de maneira mais conveniente e segura foi necessário que fossem instruídos, a respeito das coisas divinas, pela divina revelação. Donde a necessidade de uma ciência sagrada, obtida pela revelação, além das disciplinas filosóficas que são investigadas pela razão. Por isso, nada impede que as mesmas coisas de que tratam as disciplinas filosóficas, na medida em que são cognoscíveis pela luz da razão natural, sejam tratadas por outra ciência, na medida em que são conhecidas pela luz da revelação divina. Por isso a teologia, enquanto ciência sagrada, difere da teologia que é parte da filosofia. (AQUINO. In: REZENDE, 2005, p. 97).





C
Certo
E
Errado