Depois das sérias e profundas investigações históricas acerca do pensamento medieval, iniciadas no princípio do século XIX, desvaneceram-se muitos dos inumeráveis preconceitos acumulados pela Renascença sobre a era de “obscurantismo” da Idade Média, que apareceu em todo o seu resplendor de sua realidade como uma das épocas de intensa vida intelectual. A prova de que a época medieval não era desprovida de vigor intelectual está no fato de ela ser palco do surgimento

Resposta correta: A — das universidades e da filosofia escolástica.

Tema central: reconhecimento da Idade Média como período de intensa vida intelectual — especialmente o surgimento das universidades e da escolástica. Para resolver a questão é preciso situar instituições e correntes de pensamento em suas épocas históricas.

Resumo teórico: No período medieval (c. século XI–XV), nasceram as primeiras universidades europeias (Bologna, Paris, Oxford) e desenvolveu‑se a filosofia escolástica: método que buscava conciliar fé e razão, usando lógica aristotélica para formular doutrinas cristãs. Autores e estudos clássicos: Étienne Gilson e Frederick Copleston discutem esse florescimento intelectual na História da Filosofia.

Por que a alternativa A é correta: a expressão “época medieval” e “surgimento” apontam para instituições e métodos típicos desse tempo. As universidades medievais foram criadas entre os séculos XI e XIII e a escolástica tornou‑se o modo dominante de investigação filosófica e teológica — logo, a frase completa refere‑se claramente a esse par (universidades + escolástica).

Análise das alternativas incorretas:

B — dos colégios jesuítas e do racionalismo
Errado: os colégios da Companhia de Jesus surgem no século XVI (Contrarreforma), e o racionalismo sistemático como escola filosófica é fruto do século XVII (Descartes, Spinoza, Leibniz). São posteriores à alta Idade Média.

C — dos mosteiros e do platonismo
Parcialmente enganoso: mosteiros existiam e foram centros de cultura, mas o enunciado ressalta o “surgimento” de algo ligado ao vigor intelectual — o que melhor encaixa em universidades/escolástica. O platonismo teve retomadas, mas a marca estrutural medieval é a escolástica (muito baseada em Aristóteles, após retomada do século XII).

D — da democracia e do criticismo
Inadequado: democracia, como regime moderno, não é invenção medieval; “criticismo” remete ao criticismo filosófico moderno (Kant) — ambos anacrônicos para o contexto pedido.

Dica de prova — estratégia: busque palavras‑chave no enunciado (ex.: “surgimento”, “época medieval”) e compare cronologias das alternativas. Elimine opções que contenham movimentos/instituições de épocas posteriores (ex.: século XVI–XVII). Prefira a opção que representa fenómenos institucionalizados e cronologicamente compatíveis com a Idade Média.

Fontes recomendadas: Étienne Gilson, The Spirit of Medieval Philosophy; F. Copleston, A History of Philosophy (vols. sobre a filosofia medieval).

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