Questão 9f49caab-29
Prova:UFBA 2013
Disciplina:Filosofia
Assunto:Teorias do Sujeito na Filosofia Moderna, O Sujeito Moderno

 A análise do texto e os conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes permitem afirmar:


Para evitar o erro, não se deve estender a capacidade de afirmar ou de negar para além do que o entendimento concebe com clareza e distinção. 

O bom senso é o que existe de mais bem distribuído no mundo. Porque cada um se julga tão bem-dotado dele que mesmo aqueles que são mais difíceis de se contentar com qualquer outra coisa não costumam desejar possuí-lo mais do que já têm. E não é verossímil que todos se enganem a esse respeito. Pelo contrário, isso testemunha que o poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina bom senso ou razão, é naturalmente igual em todos os homens; e que, por isso, a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de uns serem mais racionais do que os outros, mas somente do fato de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e de não considerarmos as mesmas coisas. (DESCARTES. In: REZENDE, 2005, p. 104).

C
Certo
E
Errado

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Resposta: C — Certo

Tema central: a questão aborda o pensamento cartesiano sobre razão, julgamento e método — parte essencial do tópico "O Sujeito Moderno". É preciso entender que Descartes afirma a igualdade natural da razão (o "bom senso") e, em seguida, propõe regras metodológicas para evitar erro: só afirmar o que o entendimento apreende com clareza e distinção.

Resumo teórico (claro e progressivo): Descartes, em obras como Discourse on Method e nas Regras/Meditações, propõe um método para alcançar verdade. Entre suas regras básicas está a proibição de aceitar proposições que não sejam claramente percebidas como verdadeiras — isto é, não estender o juízo (o assentimento) além do que a razão mostra com evidência. Erro surge quando damos assentimento a algo obscuro, confuso ou que não foi devidamente dividido e analisado.

Fontes relevantes: Descartes, Discourse on Method (1637) e Meditations / Rules for the Direction of the Mind — passagem sobre "aceitar nada como verdadeiro que eu não percebesse claramente como tal" (princípio metodológico cartesiano).

Justificativa da alternativa correta: A frase proposta — "Para evitar o erro, não se deve estender a capacidade de afirmar ou de negar para além do que o entendimento concebe com clareza e distinção." — sintetiza precisamente a regra cartesiana do assentimento. Descartes recomenda submeter ideias ao crivo da clareza e distinção antes de conceder veracidade; assim evita-se juízos precipitados e, portanto, o erro. Logo, a alternativa C (Certo) está correta.

Dica de interpretação para concursos: procure termos-chave cartesianos — clareza, distinção, assentimento, dúvida metódica —; quando a assertiva remete a não afirmar além do que é evidente, é quase sempre compatível com o método de Descartes.

Observação breve sobre a alternativa contrária: a opção "Errado" falharia porque negaria o princípio cartesiano central de que só se deve afirmar o que é claro e distinto — o que contraria diretamente o método proposto pelo autor.

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