Questão 1ed85065-e3
Prova:IF-PE 2025
Disciplina:Português
Assunto:Uso da Vírgula
Analise o uso das vírgulas no período a seguir.
Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo: — Foge, madame, que o prédio
vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.
Considerando o uso de vírgulas no português escrito padrão,
Analise o uso das vírgulas no período a seguir.
Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo: — Foge, madame, que o prédio
vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.
Considerando o uso de vírgulas no português escrito padrão,
A questão refere-se ao texto a seguir.
No dia em que o gato falou
Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação,
de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses
egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua
dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que
um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!
A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali
mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato,
pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio,
que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem
fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo,
tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.
Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu
cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela
para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu
isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas
estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era
lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a
falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o
seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela
fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago,
ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio
miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):
— Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o
prédio vai cair!
A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez: — Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!
Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:
— Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.
Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil
e senil em meio aos seus escombros.
O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e
comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:
— Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me
prestou a mínima atenção.
Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.
FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
A questão refere-se ao texto a seguir.
No dia em que o gato falou
Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação,
de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses
egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua
dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que
um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!
A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali
mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato,
pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio,
que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem
fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo,
tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.
Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu
cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela
para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu
isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas
estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era
lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a
falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o
seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela
fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago,
ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio
miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):
— Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o
prédio vai cair!
A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
— Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!
Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:
— Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.
Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil
e senil em meio aos seus escombros.
O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e
comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:
— Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me
prestou a mínima atenção.
Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.
FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
A
a terceira e a quarta vírgulas marcam a intercalação do vocativo.
B
a terceira e a quarta vírgula separam o verbo do complemento.
C
as duas primeiras vírgulas marcam a intercalação do aposto.
D
as duas primeiras vírgulas separam o sujeito do predicado.
E
as duas primeiras vírgulas marcam pausa respiratória.
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