Questõesde UNINOVE

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UNINOVE 2015 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Em uma aldeia no Espírito Santo, o padre jesuíta José de Anchieta fez representar uma peça que escreveu na língua tupi, em homenagem a Nossa Senhora da Assunção. Leia o trecho:

Vem, Virgem Maria,
mãe de Deus, visitar esta aldeia
[...]
Afasta as enfermidades
febres, disenterias,
as corruções e a tosse,
para que seus habitantes
creiam em Deus, teu filho.

(Apud Luiz Felipe de Alencastro. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul, 2000.)

Esses versos, que seriam recitados por um menino índio vestido de anjo,

A
revelam a assimilação de culturas e a estratégia violenta dos jesuítas.
B
remetem ao sincretismo cultural e ao medo causado pelas doenças.
C
mostram a ocorrência de epidemias e o pânico decorrente da catequese.
D
defendem a preservação das crenças indígenas e a ação dos padres.
E
criticam o trabalho dos jesuítas e a mistura de costumes e tradições.
7c42b74b-f6
UNINOVE 2015 - História e Geografia de Estados e Municípios - História e Geografia do Estado de Pernambuco

Os palmaristas adaptaram-se à geografia local. Foram eficientes ao dominar a fauna e a flora das serras de Pernambuco, fazendo delas aliadas. A economia de Palmares, de base agrícola, não se destinava exclusivamente à subsistência de uma população crescente. Com os excedentes, realizavam trocas mercantis com moradores e lavradores das vilas próximas. Existiam articulações em torno dos mocambos, das senzalas, das vilas e dos engenhos, assim como denúncias de que alguns moradores protegiam os negros do Palmar.

(Flávio dos Santos Gomes. De olho em Zumbi dos Palmares, 2011. Adaptado.)

De acordo com o excerto, a característica de Palmares que preocupava as autoridades coloniais era

A
o seu isolamento total, o que impedia a destruição do quilombo por tropas do governo.
B
a sua enorme população, o que tornava o quilombo maior do que a capital da colônia.
C
a riqueza acumulada por seus habitantes, o que incomodava os senhores de engenho.
D
o apoio externo dado a seus habitantes, o que dificultava a repressão ao quilombo.
E
o uso de recursos naturais por seus habitantes, o que lhes permitia fabricar armas de fogo.
7bc70b36-f6
UNINOVE 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A citação “tudo que é sólido desmancha no ar”

Leia o texto de Marshall Berman para responder à questão.

     Existe um tipo de experiência vital − experiência de tempo e espaço, de si mesmo e dos outros, das possibilidades e dos perigos da vida − que é compartilhada por homens e mulheres em todo o mundo, hoje. Designarei esse conjunto de experiências como “modernidade”. Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor −, mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos. A experiência ambientada na modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e nacionalidade, de religião e ideologia: nesse sentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém, é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade: ela nos despeja a todos num turbilhão de permanente desintegração e mudança, de luta e contradição, de ambiguidade e angústia. Ser moderno é fazer parte de um universo no qual, como disse Marx, “tudo que é sólido desmancha no ar”.

(Tudo que é sólido desmancha no ar, 2007. Adaptado.)

A
compara a modernidade à concretude dos objetos sólidos, e os outros períodos da história à fluidez do ar.
B
cria, para apresentar uma ideia abstrata, uma imagem que contradiz a experiência cotidiana.
C
foi utilizada no texto para, a partir de uma incongruência científica, depreciar a imagem de Marx.
D
torna evidente a intenção do autor do texto de elogiar os ideais políticos de Marx.
E
apresenta uma verdade científica e universal, proposta por Marx, a respeito da matéria sólida.
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UNINOVE 2015 - Matemática - Áreas e Perímetros, Geometria Plana

Para cálculos de áreas de segurança relacionadas a trabalhos com explosivos, usa-se o conceito de distância escalonada, que é definido como , em que d é a distância, em metros, do ponto da detonação da carga e m a massa, em kg, da carga explosiva que será detonada. A grandeza Z é constante para cada valor de pressão da onda de choque que será sentida na distância d. Na experiência 1, foi detonado 1 kg de TNT (explosivo) a 100 metros de um sensor de pressão. Já na experiência 2, foram detonados 1000 kg de TNT a uma distância d2 do sensor, sendo que esse registrou a mesma pressão da experiência 1.

É correto afirmar que o valor de d2 , em metros, é

A
1000.
B
800.
C
900.
D
700.
E
600.
7bd10ac7-f6
UNINOVE 2015 - Matemática - Análise Combinatória em Matemática

Um cofre eletrônico é aberto quando se digita corretamente uma senha contendo três vogais do conjunto A, E, I, O, U e dois algarismos numéricos de 0 a 9, nessa ordem. Por exemplo, uma possível senha seria AAU99. Uma pessoa decidiu ir tentando combinações possíveis de senha até que o cofre fosse aberto. Supondo que ela não repita qualquer combinação, é correto afirmar que o número mínimo de tentativas para que seja garantida a abertura do cofre é

A
25000.
B
10125.
C
12500.
D
5400.
E
6000.
7bd586f1-f6
UNINOVE 2015 - Matemática - Álgebra, Problemas

Maria optou por fazer um investimento que, de acordo com o contrato, no primeiro dia de cada mês ela recebe uma parcela fixa de 1% do seu capital investido inicialmente, porém seu dinheiro não pode ser movimentado. O contrato é encerrado no momento em que Maria movimenta o dinheiro. Considere que Maria investiu, no dia 20 de janeiro de 2013, R$ 100.000,00: pelo contrato, no dia 01 de fevereiro ela recebeu a primeira remessa dos juros. No dia seguinte à data em que o montante completou R$ 125.000,00, Maria movimentou o dinheiro investido e o contrato foi encerrado.

O dia de encerramento do contrato foi

A
02 de fevereiro de 2015.
B
01 de março de 2015.
C
01 de janeiro de 2015.
D
02 de janeiro de 2015.
E
01 de fevereiro de 2015.
7bda4b0b-f6
UNINOVE 2015 - Matemática - Matrizes, Álgebra Linear

Dada uma matriz quadrada A = (aij)n×n, de dimensão n, sabe-se que, para qualquer número real k, det(kA) = kndet(A). Considere as matrizes B = (bij)3×3, tal que det(B) = 2015, e C = (cij)3×3, tal que cij = 2bij, ∀ i, j ∈ {1, 2, 3}.

O determinante da matriz C vale

A
6045.
B
16120.
C
12090.
D
4030.
E
2015.
7bbe0ec8-f6
UNINOVE 2015 - Português - Análise sintática, Sintaxe

“Se tivessem liberdade de perseguir seus objetivos naturais, os instintos básicos do homem seriam incompatíveis com toda a associação e preservação duradoura:”

A oração destacada, em relação à oração que a sucede, tem o sentido de

Leia o texto de Herbert Marcuse para responder à questão.

     O conceito de homem que emerge da teoria freudiana é a mais irrefutável acusação à civilização ocidental – e, ao mesmo tempo, a mais inabalável defesa dessa civilização. Segundo Freud, a história do homem é a história da sua repressão. A cultura coage tanto a sua existência social como a biológica, não só partes do ser humano, mas também sua própria estrutura instintiva. Contudo, essa coação é a própria precondição do progresso. Se tivessem liberdade de perseguir seus objetivos naturais, os instintos básicos do homem seriam incompatíveis com toda a associação e preservação duradoura: destruiriam até aquilo a que se unem ou em que se conjugam. Sua força destrutiva deriva do fato de eles lutarem por uma gratificação que a cultura não pode consentir: a gratificação como tal e como um fim em si mesma, a qualquer momento. Portanto, os instintos têm de ser desviados de seus objetivos, inibidos em seus anseios. A civilização começa quando o objetivo primário – isto é, a satisfação integral de necessidades – é abandonado.

(Eros e civilização, 1999. Adaptado.)

A
causa.
B
alternativa.
C
consequência.
D
condição.
E
explicação.
7bb8ad53-f6
UNINOVE 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para o autor do texto,

Leia o texto de Herbert Marcuse para responder à questão.

     O conceito de homem que emerge da teoria freudiana é a mais irrefutável acusação à civilização ocidental – e, ao mesmo tempo, a mais inabalável defesa dessa civilização. Segundo Freud, a história do homem é a história da sua repressão. A cultura coage tanto a sua existência social como a biológica, não só partes do ser humano, mas também sua própria estrutura instintiva. Contudo, essa coação é a própria precondição do progresso. Se tivessem liberdade de perseguir seus objetivos naturais, os instintos básicos do homem seriam incompatíveis com toda a associação e preservação duradoura: destruiriam até aquilo a que se unem ou em que se conjugam. Sua força destrutiva deriva do fato de eles lutarem por uma gratificação que a cultura não pode consentir: a gratificação como tal e como um fim em si mesma, a qualquer momento. Portanto, os instintos têm de ser desviados de seus objetivos, inibidos em seus anseios. A civilização começa quando o objetivo primário – isto é, a satisfação integral de necessidades – é abandonado.

(Eros e civilização, 1999. Adaptado.)

A
o progresso da civilização é fruto da liberdade dos homens.
B
os instintos básicos dos homens produziram e sustentam a civilização ocidental.
C
o avanço da civilização levará à satisfação integral das necessidades dos homens.
D
é inadmissível uma sociedade em que as liberdades sejam tolhidas.
E
a coerção dos instintos humanos é condição para o florescimento da civilização.
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UNINOVE 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Jogar o feijão na água” e “jogar fora o que boiar”

Leia o trecho do poema “Catar feijão”, de João Cabral de Melo Neto, para responder à questão.

                                       Catar feijão se limita com escrever:
                                       jogam-se os grãos na água do alguidar1
                                       e as palavras na da folha de papel;
                                       e depois, joga-se fora o que boiar.
                                       Certo, toda palavra boiará no papel,
                                       água congelada, por chumbo seu verbo:
                                       pois para catar esse feijão, soprar nele,
                                       e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

                                                            (Melhores poemas, 2009.)

1 alguidar: vasilha rasa utilizada em tarefas domésticas.

A
conotam uma valorização da inspiração em detrimento do trabalho poético.
B
representam, respectivamente, a escrita e a leitura de um poema.
C
apontam para os momentos de inspiração que antecedem o surgimento de um poema.
D
correspondem a etapas do trabalho necessário para a escrita de um poema.
E
equivalem, respectivamente, a escrever um mau poema e escrever um bom poema.
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UNINOVE 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O trecho pode ser corretamente caracterizado como uma

Leia o trecho do romance O guarani, de José de Alencar, para responder à questão.

    Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa.
    Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade.
    Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
    Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
  Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca1 de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.

(O guarani, 2006.)

1 axorca: argola

A
justaposição de características psicológicas de um índio, a fim de descrevê-lo.
B
descrição física de uma figura humana específica.
C
narrativa, em primeira pessoa, feita por um índio durante um curto período de tempo.
D
narrativa, em terceira pessoa, dos feitos de um índio.
E
sequência de argumentos em favor de uma tese exposta.
7bafb7a0-f6
UNINOVE 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo a comparação feita no poema,

Leia o trecho do poema “Catar feijão”, de João Cabral de Melo Neto, para responder à questão.

                                       Catar feijão se limita com escrever:
                                       jogam-se os grãos na água do alguidar1
                                       e as palavras na da folha de papel;
                                       e depois, joga-se fora o que boiar.
                                       Certo, toda palavra boiará no papel,
                                       água congelada, por chumbo seu verbo:
                                       pois para catar esse feijão, soprar nele,
                                       e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

                                                            (Melhores poemas, 2009.)

1 alguidar: vasilha rasa utilizada em tarefas domésticas.

A
a relação entre os grãos de feijão e as palavras é semelhante à relação entre o alguidar e a folha de papel.
B
escrever um poema é parte do processo de cozinhar.
C
qualquer pessoa que sabe catar feijões consegue escrever um poema.
D
os poemas, tanto quanto os feijões, deveriam ser frequentes no cotidiano das pessoas.
E
é possível ensinar uma prática simples – catar feijão – por meio de algo mais complexo – um poema.
7bab5305-f6
UNINOVE 2015 - Português - Pronomes relativos, Regência, Preposições, Crase, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Morfologia, Morfologia - Pronomes

Tinha na cabeça um chapéu de couro, ________ se prendiam, na aba, duas plumas matizadas.

Assinale a alternativa que completa, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a lacuna do texto.

Leia o trecho do romance O guarani, de José de Alencar, para responder à questão.

    Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa.
    Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade.
    Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
    Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
  Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca1 de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.

(O guarani, 2006.)

1 axorca: argola

A
o qual
B
do qual
C
as quais
D
à qual
E
ao qual
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UNINOVE 2015 - Português - Regência, Sintaxe

Em “mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo”, o verbo em destaque é

Leia o trecho do romance O guarani, de José de Alencar, para responder à questão.

    Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa.
    Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade.
    Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
    Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
  Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca1 de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.

(O guarani, 2006.)

1 axorca: argola

A
transitivo indireto.
B
intransitivo.
C
transitivo direto.
D
de ligação.
E
transitivo direto e indireto.
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UNINOVE 2015 - Português - Interpretação de Textos, Adjetivos, Advérbios, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Morfologia

Identifica-se corretamente no texto

Leia o trecho do romance O guarani, de José de Alencar, para responder à questão.

    Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa.
    Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade.
    Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
    Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
  Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca1 de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida. Segurava o arco e as flechas com a mão direita caída, e com a esquerda mantinha verticalmente diante de si um longo forcado de pau enegrecido pelo fogo.

(O guarani, 2006.)

1 axorca: argola

A
a ausência de adjetivos, o que produz um texto conciso e contribui para uma imagem rude e selvagem do índio retratado.
B
o emprego frequente de advérbios, a fim de conferir veracidade à sequência dos fatos.
C
a utilização de linguagem científica, com a intenção de retratar com precisão e objetividade os costumes indígenas.
D
a utilização de adjetivos elogiosos que ajudam a compor uma imagem idealizada do índio retratado.
E
o emprego do discurso indireto, o que permite que as falas e pensamentos do personagem sejam amalgamados à voz do narrador.
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UNINOVE 2015 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo o texto, a modernidade

Leia o texto de Marshall Berman para responder à questão.

     Existe um tipo de experiência vital − experiência de tempo e espaço, de si mesmo e dos outros, das possibilidades e dos perigos da vida − que é compartilhada por homens e mulheres em todo o mundo, hoje. Designarei esse conjunto de experiências como “modernidade”. Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor −, mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos. A experiência ambientada na modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e nacionalidade, de religião e ideologia: nesse sentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém, é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade: ela nos despeja a todos num turbilhão de permanente desintegração e mudança, de luta e contradição, de ambiguidade e angústia. Ser moderno é fazer parte de um universo no qual, como disse Marx, “tudo que é sólido desmancha no ar”.

(Tudo que é sólido desmancha no ar, 2007. Adaptado.)

A
traz com ela o sentido inequívoco da unidade global, em que todos convivem em um todo estável.
B
é um período desinteressante e desesperançado, em que tudo é permanentemente desgastado e transformado pelo tempo.
C
propõe que os homens coabitem harmonicamente o mesmo espaço, livre de fronteiras, desigualdades e conflitos.
D
exige uma experiência ambientalista globalizada, a fim de que os potenciais de destruição não superem as possibilidades de construção do mundo.
E
carrega em si um paradoxo, a promessa de um mundo concreto e interessante, acompanhada das sementes de sua própria destruição.