Questõesde UFMS
A cinética química dedica-se ao estudo da velocidade de uma reação química e os fatores
que a influenciam. Ter conhecimento sobre esses fatores possibilita o controle da formação dos
produtos, uma vez que, em determinados casos, faz-se necessário que uma reação ocorra mais
rapidamente ou mais lentamente. Sobre os fatores que influenciam a cinética de reações, é
correto afirmar que:
No processo de produção de cervejas, uma das reações utilizadas é a fermentação
alcoólica, que consiste na conversão de açúcares, como a glicose, em álcool etílico. A equação
química dessa reação é:
C6H12O6 → 2 C2H5OH + 2 CO2
Considerando um processo de conversão com eficiência de 85%, qual será a massa de etanol
obtida da fermentação de 100 kg de glicose?
(Massa molar (g/mol): C = 12,0; H = 1,0; O = 16,0)
Leia a notícia a seguir.
"Faltando 25 dias para encerrar 2017, o Parque Nacional do Iguaçu (PNI) já celebra o melhor ano
de visitação. O atrativo atingiu hoje, 06, às 10h30min, o número recorde de visitações. A marca
superada é referente ao maior registro anual de todos os tempos, que foi de 1.642.093 visitantes,
obtido durante o ano de 2015. A procura dos turistas pelo PNI, se deve em grande parte pelo belo
cenário das Cataratas que têm um fluxo médio de 1.500 metros cúbicos por segundo. Dado:
densidade da água 10³ kg/m³."

Considerando as informações presentes no texto, qual é, aproximadamente, a quantidade de
massa de água que fluiu por um dia?
Leia a notícia a seguir.
"Faltando 25 dias para encerrar 2017, o Parque Nacional do Iguaçu (PNI) já celebra o melhor ano de visitação. O atrativo atingiu hoje, 06, às 10h30min, o número recorde de visitações. A marca superada é referente ao maior registro anual de todos os tempos, que foi de 1.642.093 visitantes, obtido durante o ano de 2015. A procura dos turistas pelo PNI, se deve em grande parte pelo belo cenário das Cataratas que têm um fluxo médio de 1.500 metros cúbicos por segundo. Dado: densidade da água 10³ kg/m³."
Considerando as informações presentes no texto, qual é, aproximadamente, a quantidade de
massa de água que fluiu por um dia?
No texto de Menezes, o autor se surpreende com vários conceitos de Física. Assim, ao
escutar a música de Vanzolini "de novo... de novo...", ele não percebeu, mas estava reproduzindo
uma característica do MHS, que é:
Tempo e espaço confundo
e a linha do mundo
é uma reta fechada.
Périplo, ciclo, jornada
de luz consumida
e reencontrada.
Não sei de quem visse o começo
e sequer reconheço
o que é meio e o que é fim.
Pra viver no teu tempo é que faço
viagens ao espaço
de dentro de mim.
Das conjunções improváveis
de órbitas instáveis
é que me mantenho.
E venho arrimado nuns versos
tropeçando universos
pra achar-te no fim
deste tempo cansado
de dentro de mim.
Paulo Vanzolini. [s..d.]
Um leitor desprevenido da ciência, mas familiarizado com textos literários, poderá interpretar o sentido poético da letra da música como um desabafo existencial do ser humano no início do terceiro milênio, contente que o mundo não tenha acabado, porém preocupado com as tentativas de muitos em destruí-lo. Um estudante de Física, atento, poderá dar outro sentido para os versos, em função de várias de suas palavras serem ricas de significados científicos, como tempo, espaço, reta, luz, órbita, entre outras. Menezes (1988), na análise a seguir, passou por essas duas fases de interpretação:
"O samba “Tempo e Espaço”, de Paulo Vanzolini, por exemplo, eu já conhecia há muito tempo. Sempre havia entendido este samba como sendo a descrição do que vive um cidadão apaixonado, confundindo tempo e espaço, tropeçando universos.
Ouvindo este samba, nessa manhã, percebi que ele incorporava o conceito da relatividade
geral de Einstein. A seguir, fui surpreendido com conceitos de eletrodinâmica quântica! Toquei de
novo... de novo... e fui encontrando outros elementos da Física."
O principal fragmento que incorpora o conceito de MHS é:
Tempo e espaço confundo
e a linha do mundo
é uma reta fechada.
Périplo, ciclo, jornada
de luz consumida
e reencontrada.
Não sei de quem visse o começo
e sequer reconheço
o que é meio e o que é fim.
Pra viver no teu tempo é que faço
viagens ao espaço
de dentro de mim.
Das conjunções improváveis
de órbitas instáveis
é que me mantenho.
E venho arrimado nuns versos
tropeçando universos
pra achar-te no fim
deste tempo cansado
de dentro de mim.
Paulo Vanzolini. [s..d.]
Um leitor desprevenido da ciência, mas familiarizado com textos literários, poderá interpretar o sentido poético da letra da música como um desabafo existencial do ser humano no início do terceiro milênio, contente que o mundo não tenha acabado, porém preocupado com as tentativas de muitos em destruí-lo. Um estudante de Física, atento, poderá dar outro sentido para os versos, em função de várias de suas palavras serem ricas de significados científicos, como tempo, espaço, reta, luz, órbita, entre outras. Menezes (1988), na análise a seguir, passou por essas duas fases de interpretação:
"O samba “Tempo e Espaço”, de Paulo Vanzolini, por exemplo, eu já conhecia há muito tempo. Sempre havia entendido este samba como sendo a descrição do que vive um cidadão apaixonado, confundindo tempo e espaço, tropeçando universos.
Ouvindo este samba, nessa manhã, percebi que ele incorporava o conceito da relatividade
geral de Einstein. A seguir, fui surpreendido com conceitos de eletrodinâmica quântica! Toquei de
novo... de novo... e fui encontrando outros elementos da Física."
Febre é a elevação da temperatura do corpo humano acima dos limites considerados
normais (36,0 a 37,3 °C), intervalo que compreende 95% da população sadia. A regulação da
temperatura é realizada pelo hipotálamo. A febre pode ser causada por uma série de fatores, que
incluem: infecção, sequelas de lesão tecidual, inflamação, rejeição de enxerto e processo
maligno. Ela não é uma doença e, geralmente, não necessita de rápida intervenção; é um
sintoma que possui papel de defesa do organismo.
Considerando as informações, qual a variação dos limites considerados normais da população
sadia na escala Fahrenheit?
Febre é a elevação da temperatura do corpo humano acima dos limites considerados normais (36,0 a 37,3 °C), intervalo que compreende 95% da população sadia. A regulação da temperatura é realizada pelo hipotálamo. A febre pode ser causada por uma série de fatores, que incluem: infecção, sequelas de lesão tecidual, inflamação, rejeição de enxerto e processo maligno. Ela não é uma doença e, geralmente, não necessita de rápida intervenção; é um sintoma que possui papel de defesa do organismo.
Considerando as informações, qual a variação dos limites considerados normais da população sadia na escala Fahrenheit?
A barreira natural formada pela camada de ozônio contra os raios ultravioleta é
fundamental para a manutenção da vida na Terra. O excesso desse tipo de radiação é nocivo,
pois está relacionado à indução de:
A seleção artificial é um processo de evolução guiado pela espécie humana. Indivíduos de
outras espécies são submetidos a cruzamentos previamente definidos, a fim de produzir
variações de interesse. Muitas vezes, ao cruzar indivíduos de parentesco próximo para
intensificar e aumentar a probabilidade de obter essas características, num processo conhecido
como endogamia, geram-se, como produtos, as diversas raças de animais e plantas domésticos,
que permitiram o avanço das primeiras civilizações humanas. Considerando as consequências do
processo de seleção artificial e comparando-o com a seleção natural, assinale a alternativa
correta:
Várias linhagens de seres vivos surgiram e desapareceram durante a história da vida na
Terra, com poucas linhagens perdurando até os dias de hoje. O registro fóssil serve de
ferramenta para biólogos e paleontólogos identificarem quando e, às vezes, como esses eventos
aconteceram. Os pesquisadores utilizam características morfológicas dos fósseis para identificá los
como sendo pertencentes a uma determinada linhagem. O processo evolutivo, como o
conhecemos, possui taxas de transformação que operam em velocidades diferentes.
Normalmente, a taxa de mudanças no genoma ocorre numa velocidade superior às taxas de
mudanças em padrões fisiológicos, morfológicos ou comportamentais. Isso significa que
transformações genéticas ocorrerão antes das demais. Um biólogo evolutivo ou sistemata deve
levar essas taxas em consideração quando for realizar uma análise para calcular o tempo de
origem de uma linhagem. Para calcular o tempo de origem, o pesquisador utiliza um modelo
matemático para predizer como o genoma evoluiu associado com uma calibração baseada nas
idades dos fósseis da linhagem de interesse. A calibração serve para restringir o modelo
matemático de forma a fazer com que os cálculos não gerem resultados surreais. Com base
nessas informações, assinale a alternativa correta:
Leia o texto a seguir.
"A membrana plasmática é um componente essencial que constitui as células. Desempenha
funções importantes, como revestimento e proteção, sendo uma barreira, auxiliando na
sinalização celular ao dar suporte físico para a interação entre diversas moléculas que nela se
encontram, como hormônios, neurotransmissores e fatores de crescimento provenientes do meio
extracelular, além de participar dos processos de endocitose e de exocitose. Ao longo da história,
diversos modelos foram criados para representar sua estrutura e composição química. Em 1972,
Singer e Nicholson propuseram um modelo de membrana celular, o qual se tornou o modelo mais
aceito até os dias de hoje, chamado de modelo do mosaico fluido."
Alberts, B. et al. Estrutura da Membrana. In: ____. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Figura 1. Representação gráfica mostrando a visão tridimensional da membrana celular
Fonte: modificado de Alberts, B. et al. Biologia molecular da célula.
A respeito do modelo de mosaico fluido, assinale a alternativa que descreve corretamente as suas
características e quais seriam os principais componentes da membrana plasmática:
Leia o texto a seguir.
"A membrana plasmática é um componente essencial que constitui as células. Desempenha funções importantes, como revestimento e proteção, sendo uma barreira, auxiliando na sinalização celular ao dar suporte físico para a interação entre diversas moléculas que nela se encontram, como hormônios, neurotransmissores e fatores de crescimento provenientes do meio extracelular, além de participar dos processos de endocitose e de exocitose. Ao longo da história, diversos modelos foram criados para representar sua estrutura e composição química. Em 1972, Singer e Nicholson propuseram um modelo de membrana celular, o qual se tornou o modelo mais aceito até os dias de hoje, chamado de modelo do mosaico fluido."
Alberts, B. et al. Estrutura da Membrana. In: ____. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Figura 1. Representação gráfica mostrando a visão tridimensional da membrana celular
Fonte: modificado de Alberts, B. et al. Biologia molecular da célula.
A respeito do modelo de mosaico fluido, assinale a alternativa que descreve corretamente as suas
características e quais seriam os principais componentes da membrana plasmática:
Em relação à doença conhecida no Brasil por AIDS, causada pelo vírus HIV, é correto
afirmar que:
Leia o texto a seguir.
[...]
Coração, portal vermelho Pedra, com plumagem de ave Cobra, coral que arranha E alisa E é pele de salDelírio ao olhar pras Cagarras
Pupila, kajal tão verde Esmeralda, manchada de som Onda, dedilhar que afoga E desaba O meu temporal Arrepio ao cantar das cigarras
Cabelo, silêncio da noite Negrume, cintura de raio Bicho, seu dançar me engole E desabotoa O meu ato finaDeslizo ao chorar das guitarras (E ao cantar das cigarras) Fumaça!Manchada de som Fumaça!Na pista a luz de cigarros Eu sou do tipo que também passa mal Com ciúmes do sabor da fumaça Que penetra sua boca Esse amor marginal[...]
NOPORN. Fumaça. In: NOPORN. Boca. São Paulo: Tratore Distribuidora dos Independentes, 2016. 1 CD. Faixa 3 (4’48”)
A canção “Fumaça”, do duo NoPorn, composto por Liana Padilha e Luca Lauri, emprega dois
recursos caros a duas poéticas da virada do século XIX para o século XX: primeiro, a
aproximação de elementos distantes, criando novas realidades, por vezes oníricas, como a
imagem de uma “pedra, com plumagem de ave”; segundo, a sinestesia, que promove o
cruzamento de sensações, perceptível em construções como “manchada de som” e “sabor da
fumaça”. O primeiro e o segundo recursos criativos expostos podem ser associados,
respectivamente, ao:
Leia o texto a seguir.
Delírio ao olhar pras Cagarras
Arrepio ao cantar das cigarras
[...]
NOPORN. Fumaça. In: NOPORN. Boca. São Paulo: Tratore Distribuidora dos Independentes, 2016. 1 CD. Faixa 3 (4’48”)
A canção “Fumaça”, do duo NoPorn, composto por Liana Padilha e Luca Lauri, emprega dois
recursos caros a duas poéticas da virada do século XIX para o século XX: primeiro, a
aproximação de elementos distantes, criando novas realidades, por vezes oníricas, como a
imagem de uma “pedra, com plumagem de ave”; segundo, a sinestesia, que promove o
cruzamento de sensações, perceptível em construções como “manchada de som” e “sabor da
fumaça”. O primeiro e o segundo recursos criativos expostos podem ser associados,
respectivamente, ao:
Leia o texto seguir.
Você tem treze anos. Os membros crescem em uma relação díspar, como se estivessem
competindo entre si, mas fossem muito diferentes nas competências que os fazem avançar. Os
pés crescem mais rápido que as próprias pernas; o nariz dispara com larga vantagem em relação
ao resto dos demais elementos que constituem a face; os braços se alongam de uma maneira
que faz o tronco parecer pequeno demais para os anexos que carrega. Aqui e ali, pelos começam
a surgir sem um padrão aparentemente definido: pernas, braços, axilas. A sombra de uma barba
começa a se pronunciar timidamente. Na barriga, um rastilho de pólvora. Com treze anos, talvez
você pense em garotas. Talvez você pense em garotos. Talvez você não saiba muito bem o que
pensar ou, até mesmo, pensar seja a última coisa que você cogite quando o assunto são garotas.
Ou garotos. Talvez seus pés enormes e desproporcionais ainda não estejam crescidos o
suficiente para chegar do outro lado da linha. O lado que você tem convicção de certas coisas, o
lado em que você já avançou o suficiente para não sentir falta daquilo que precisa deixar para
trás ou para se sentir atraído por tudo aquilo que está por vir. Talvez você ainda não tenha
avançado o suficiente, mesmo com seus pés enormes, para saber o que é a língua de uma
garota, ou de um garoto, operando movimentos circulares e molhados dentro da sua boca.
Vagando por essa área nebulosa em que você já não é mais exatamente o que era, mas também
não é plenamente o que pode vir a ser [...].
TIMM, André. Modos inacabados de morrer. Rio de Janeiro: Oito e meio, 2016, p. 13. (Fragmento)
O romance Modos inacabados de morrer (2016), do gaúcho, radicado em Santa Catarina, André
Timm, destaca-se no cenário da literatura brasileira, tendo sido finalista do Prêmio São Paulo de
Literatura em 2017. Com base no fragmento apresentado, é INCORRETO afirmar que:
Leia o texto seguir.
Você tem treze anos. Os membros crescem em uma relação díspar, como se estivessem competindo entre si, mas fossem muito diferentes nas competências que os fazem avançar. Os pés crescem mais rápido que as próprias pernas; o nariz dispara com larga vantagem em relação ao resto dos demais elementos que constituem a face; os braços se alongam de uma maneira que faz o tronco parecer pequeno demais para os anexos que carrega. Aqui e ali, pelos começam a surgir sem um padrão aparentemente definido: pernas, braços, axilas. A sombra de uma barba começa a se pronunciar timidamente. Na barriga, um rastilho de pólvora. Com treze anos, talvez você pense em garotas. Talvez você pense em garotos. Talvez você não saiba muito bem o que pensar ou, até mesmo, pensar seja a última coisa que você cogite quando o assunto são garotas. Ou garotos. Talvez seus pés enormes e desproporcionais ainda não estejam crescidos o suficiente para chegar do outro lado da linha. O lado que você tem convicção de certas coisas, o lado em que você já avançou o suficiente para não sentir falta daquilo que precisa deixar para trás ou para se sentir atraído por tudo aquilo que está por vir. Talvez você ainda não tenha avançado o suficiente, mesmo com seus pés enormes, para saber o que é a língua de uma garota, ou de um garoto, operando movimentos circulares e molhados dentro da sua boca. Vagando por essa área nebulosa em que você já não é mais exatamente o que era, mas também não é plenamente o que pode vir a ser [...].
TIMM, André. Modos inacabados de morrer. Rio de Janeiro: Oito e meio, 2016, p. 13. (Fragmento)
O romance Modos inacabados de morrer (2016), do gaúcho, radicado em Santa Catarina, André
Timm, destaca-se no cenário da literatura brasileira, tendo sido finalista do Prêmio São Paulo de
Literatura em 2017. Com base no fragmento apresentado, é INCORRETO afirmar que:
Leia o texto a seguir.
Último poema
Agora deixa o livro volta os olhos para a janela a cidade a rua
o chãoo corpo mais próximo tuas próprias mãos: aí também
se lê
MARQUES, Ana Martins. O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 29
Em O livro das semelhanças (2015), a poeta Ana Martins Marques aproxima-se de uma espécie
de estética do cotidiano, em poemas nos quais a sensibilidade pode ser objeto da poesia a partir
de relações estabelecidas com sensações ou objetos do senso comum. Em “Último poema”, o eu
lírico:
Leia o texto a seguir.
Último poema
MARQUES, Ana Martins. O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 29
Em O livro das semelhanças (2015), a poeta Ana Martins Marques aproxima-se de uma espécie
de estética do cotidiano, em poemas nos quais a sensibilidade pode ser objeto da poesia a partir
de relações estabelecidas com sensações ou objetos do senso comum. Em “Último poema”, o eu
lírico:
Considerando a norma culta da língua portuguesa, assinale a alternativa em que a
concordância está correta:
Considerando a norma culta da língua portuguesa, assinale a alternativa em que a concordância está correta:
Leia os textos a seguir.
Caiu da escada e foi para o andar de cima MYRTES, Adrienne. Sem título. In.: FREIRE, Marcelino (Org.). Os cem menores contos brasileiros do século. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004, p. 02.Uma vida inteira pela frente. O tiro veio por trás. MOSCOVICH, Cíntia. Sem título. In.: FREIRE, Marcelino (Org.). Os cem menores contos brasileiros do século. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004, p. 16Não podendo eliminar o resto da humanidade, suicidou-se. MATTOSO, Glauco. O eutanazista. In.: FREIRE, Marcelino (Org.). Os cem menores
contos brasileiros do século. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004, p. 02.
Diz-se com frequência que a linguagem contemporânea é dinâmica, rápida. Com o uso constante
de mídias digitais, principalmente por meio dos aparelhos celulares, nos comunicamos com maior
frequência por meio de mensagens rápidas, curtas. Algumas redes sociais, como o Twitter,
exploram essa característica e limitam o usuário a postagens de até 140 caracteres. Em 2004, o escritor Marcelino Freire desafiou ficcionistas e poetas a criarem histórias inéditas,
fazendo uso de até cinquenta letras (sem contar título e pontuação). Com base nos três textos
acima, retirados da obra intitulada Os cem menores contos brasileiros do século, é possível
afirmar que, no que tange ao leitor, os microcontos exigem:
Leia os textos a seguir.
Leia o texto a seguir.
Hum? Eh-eh... É. Nhor sim. Ã-hã, quer entrar, pode entrar... Hum, hum. Mecê sabia que eu moro
aqui? Como é que sabia? Hum-hum... Eh. Nhor não, n’t, n’t... Cavalo seu é esse só? Ixe. Cavalo
tá manco, aguado. Presta mais não. Axi... Pois sim. Hum, hum. Mecê enxergou este foguinho
meu, de longe? É. A’pois. Mecê entra, cê pode ficar aqui.
Hã-hã. Isto não é casa... É. Havéra. Acho. Sou fazendeiro não, sou morador... Eh, também sou
morador não. Eu – toda a parte. Tou aqui, quando eu quero eu mudo. Aqui eu durmo. Hum.
Nhém? Mecê é que tá falando. Nhor não... Cê vai indo ou vem vindo?
Hã, pode trazer tudo pra dentro. Erê Mecê desarreia cavalo, eu ajudo. Mecê peia cavalo, eu
ajudo... Traz alforje pra dentro, traz saco, seus dobros. Hum, hum Pode. Mecê cipriuara, homem
que veio pra mim, visita minha; iá-nhã? Bom. Bonito. Cê pode sentar, pode deitar no jirau. Jirau é
meu não. Eu – rede. Durmo em rede. Jirau é do preto. Agora eu vou ficar agachado. Também é
bom. Assopro o fogo. Nhem? Se essa é minha, nhem? Minha é a rede. Hum. Hum-hum. É. Nhor
não. Hum, hum... Então, por que é que cê não quer abrir saco, mexer no que tá lá dentro dele?
Atié Mecê é lobo gordo... Atié... É meu, algum? Que é que eu tenho com isso? Eu tomo suas
coisas não, furto não. A-hé, a-hé, nhor sim, eu quero. Eu gosto. Pode botar no coité. Eu gosto
demais...
ROSA, João Guimarães. Meu tio o Iauaretê. In.: ______. Estas histórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 191.
(Fragmento)
O conto “Meu tio o Iauaretê” é considerado um dos momentos primorosos da concepção de estilo
do escritor João Guimarães Rosa. A partir do fragmento que dá início ao conto, é correto afirmar
que:
Leia o texto a seguir.
Hum? Eh-eh... É. Nhor sim. Ã-hã, quer entrar, pode entrar... Hum, hum. Mecê sabia que eu moro aqui? Como é que sabia? Hum-hum... Eh. Nhor não, n’t, n’t... Cavalo seu é esse só? Ixe. Cavalo tá manco, aguado. Presta mais não. Axi... Pois sim. Hum, hum. Mecê enxergou este foguinho meu, de longe? É. A’pois. Mecê entra, cê pode ficar aqui.
Hã-hã. Isto não é casa... É. Havéra. Acho. Sou fazendeiro não, sou morador... Eh, também sou morador não. Eu – toda a parte. Tou aqui, quando eu quero eu mudo. Aqui eu durmo. Hum. Nhém? Mecê é que tá falando. Nhor não... Cê vai indo ou vem vindo?
Hã, pode trazer tudo pra dentro. Erê Mecê desarreia cavalo, eu ajudo. Mecê peia cavalo, eu ajudo... Traz alforje pra dentro, traz saco, seus dobros. Hum, hum Pode. Mecê cipriuara, homem que veio pra mim, visita minha; iá-nhã? Bom. Bonito. Cê pode sentar, pode deitar no jirau. Jirau é meu não. Eu – rede. Durmo em rede. Jirau é do preto. Agora eu vou ficar agachado. Também é bom. Assopro o fogo. Nhem? Se essa é minha, nhem? Minha é a rede. Hum. Hum-hum. É. Nhor não. Hum, hum... Então, por que é que cê não quer abrir saco, mexer no que tá lá dentro dele? Atié Mecê é lobo gordo... Atié... É meu, algum? Que é que eu tenho com isso? Eu tomo suas coisas não, furto não. A-hé, a-hé, nhor sim, eu quero. Eu gosto. Pode botar no coité. Eu gosto demais...
ROSA, João Guimarães. Meu tio o Iauaretê. In.: ______. Estas histórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 191. (Fragmento)
O conto “Meu tio o Iauaretê” é considerado um dos momentos primorosos da concepção de estilo
do escritor João Guimarães Rosa. A partir do fragmento que dá início ao conto, é correto afirmar
que:
O intertexto é um componente de grande relevância no processo de produção de textos,
pois os discursos não surgem do nada, mas apoiam-se em outro(s) em relação ao(s) qual(is)
tomam posição. Com base nesse conceito e considerando as relações entre os textos 1, 2 e 3,
assinale a alternativa correta:
Texto 1
Um lugar Bonito pela própria natureza
"Se o interesse é água, a cidade localizada na borda do Pantanal dá um banho. Seja em rios, lagos ou cachoeiras, o que não falta aos ecoturistas é aventura, emoção e muita adrenalina.
No encontro com as águas cristalinas e calcárias dos rios de Bonito (MS), o importante é se deixar levar pela leve correnteza entre piraputangas avermelhadas e dourados gulosos, alguns dos peixes da região."
(Fragmento de reportagem produzida pelo jornalista Antônio Paulo Pavone, em 21-2-2003. Disponível em http://www.estadao.com.br/turismo/brasil/bonito/tu1.htm)
Texto 2
“Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
és tu, Brasil,
Ó, Pátria amada![...]”
(Fragmento da letra do Hino Nacional Brasileiro, escrita por Osório Duque Estrada [1909])
Texto 3
“Moro num país tropical,
abençoado por Deus
E bonito por natureza (mas que beleza)
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)
[...]”
(Fragmento da letra da canção “País tropical”, escrita por Jorge Ben Jor [1969])