“Se eu pudesse forçar meu coração,obrigá-lo, senhora, a vos dizerquanta amargura me fazeis sofrer,posso jurar – dê-me Deus seu perdão! –que sentiríeis compaixão de mim.
Pois, senhora, conquanto apenas dore nenhuma alegria me causeis,se soubésseis o mal que me fazeis,posso jurar – perdoa-me, Senhor! –que sentiríeis compaixão de mim.
Não me querendo nenhum bem, embora,se soubésseis a pena que dais,e quanta dor há nos meus tristes ais,posso jurar – de boa fé, senhora! –que sentiríeis compaixão de mim.
E mal seria, se não fosse assim.”
(D. Dinis. In: BERARDINELLI, Cleonice. Cantigas de trovadores medievais em português moderno, Rio de Janeiro: Organizações Simões,1953. p. 21).
A cantiga de D. Dinis é representativa do trovadorismo português e, como ocorre em outras produções literárias do
período, enfatiza:
“Se eu pudesse forçar meu coração,
obrigá-lo, senhora, a vos dizer
quanta amargura me fazeis sofrer,
posso jurar – dê-me Deus seu perdão! –
que sentiríeis compaixão de mim.
Pois, senhora, conquanto apenas dor
e nenhuma alegria me causeis,
se soubésseis o mal que me fazeis,
posso jurar – perdoa-me, Senhor! –
que sentiríeis compaixão de mim.
Não me querendo nenhum bem, embora,
se soubésseis a pena que dais,
e quanta dor há nos meus tristes ais,
posso jurar – de boa fé, senhora! –
que sentiríeis compaixão de mim.
E mal seria, se não fosse assim.”
(D. Dinis. In: BERARDINELLI, Cleonice. Cantigas de trovadores medievais em português moderno, Rio de Janeiro: Organizações Simões,1953. p. 21).
A cantiga de D. Dinis é representativa do trovadorismo português e, como ocorre em outras produções literárias do
período, enfatiza:
A
o conflito entre pecado e religião.
B
a necessidade de perdão da mulher amada.
C
o sentimento de culpa pelo amor perdido.
D
o sofrimento amoroso do eu lírico.