Questõesde UFT sobre Português

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UFT 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a interpretação do texto, assinale a alternativa CORRETA.

Opinião não é argumento
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a desistir de ensinar Filosofia da Religião.
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se estiver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova.
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, Teoria da Ação e Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas.
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia.
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões – argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna.
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...]

Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 (fragmento adaptado). 
A
O texto apresenta que os professores brasileiros devem se valer do uso de crenças e opiniões, em detrimento de argumentos e persuasão.
B
O texto apresenta que um dos alunos sentiu-se desrespeitado por acreditar que suas crenças estavam sendo violadas quando o professor expôs conteúdos vinculados à Filosofia da Religião.
C
O texto apresenta que a opinião dos alunos deve se sobrepor à opinião do professor, posto que não cabe ao docente discutir temas ligados à Filosofia da Religião.
D
O texto apresenta a desobrigação da escola em promover discussões sobre o uso de métodos que pertence ao espaço das razões, como argumentação e persuasão.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia os três poemas da obra As tocantinas, de Célio Pedreira, para responder a QUESTÃO.

Meio dia

Melhor trilha de morrência
nessa beira do rio
é estar-se rede
de quieto balançar.

Os calangos no quintal
a rala sombra do pé de mamona
imóveis a pulsar a terra.

A vida esconde
numa pausa morna
breve e boa.

Silêncio melhor para o nada
feito querer ausente
e a cidade dizendo um solapino.


Canoeiro

Um olhar
fica na margem do rio.
Outro olhar vai
alcançar a possibilidade
de semear estrelas
acordar horizontes.


Pinguela

Antes da gente
era a curva do rio
cuidando as lonjuras.

E a gente
simples andorinhas
passíveis de azul
na tarde veloz.

Bulindo em correntezas
como fosse hábeis sem rumo
ou esquecidos dele.

Ainda dissipa o dia
e seu aroma desenterra-me
em conta-gotas
nas inumeráveis utopias
que descuidei nosso rio.

Fonte: PEDREIRA, Célio. As tocantinas. Palmas, TO: Universidade Federal do Tocantins/EDUFT, 2014.


A partir da leitura dos três poemas, analise as alternativas e assinale a opção INCORRETA

A
O eu-lírico expõe as dores da desilusão amorosa e da solidão.
B
O eu-lírico revela sua relação com o rio e com as coisas simples do cotidiano.
C
O poeta constrói imagens simbólicas e estabelece pontes com o vivido ou imaginado.
D
O poeta faz percursos da memória, entrelaçando memória pessoal e memória cultural.
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Leia o fragmento do texto teatral Cancros sociais, de Maria Ribeiro, para responder a QUESTÃO.


Cena I

O Barão e o Visconde

Barão

Se é sobre negócios, que V. Exa. pretende falar a Eugênio, creio que não escolheu dia muito oportuno (apresenta-lhe uma cadeira); a recepção de hoje, é toda em obséquio à menina S. Salvador.


Visconde

Não ignoro essa circunstância, e é mesmo para cumprimentá-la que aqui venho (assentam-se); mais tarde, apresentar-me-ei em caráter oficial e solene. (surpresa do Barão) A filha do Comendador, é uma adorável criatura! Rica, formosa... ora... sejamos francos, Barão! Ainda não percebeu que eu gosto muito da jovem Olímpia?

(...)
Barão

Nesta casa, Sr. Visconde, a felicidade não é um mito, é uma realidade.

Visconde

É por essa razão, que insisto em efetuar um casamento conveniente aos dois lados, pela riqueza e pela posição.

Barão
(intencional)

E pelo sentimento?!...

Visconde

Isso... São frioleiras dispensadas pelos cônjuges de nossa roda! Entre nós outros fidalgos, de nada valem essas puerilidades a que chamam – interesses do coração!

Barão
(friamente)
Com semelhante modo de encarar um enlace tão solene, forma V. Exa. uma exceção... na nossa roda.
(...)

Fonte: RIBEIRO, Maria. Cancros sociais. In: FARIA. João Roberto. Antologia do teatro realista. Martins Fontes, 2006, p. 277-280.


O fragmento de Cancros Sociais, da dramaturga Maria Ribeiro, do século 19, retrata a sociedade da época, refletindo sobre algumas questões sociais e éticas como o enlace matrimonial.

A partir da leitura do fragmento do texto, é INCORRETO afirmar que:

A
o Visconde expõe ao Barão a intenção de casar-se com Olímpia.
B
o Visconde e o Barão possuem olhares distintos sobre o casamento.
C
o Visconde e o Barão desdenham da formosura de Olímpia nas tratativas do casamento.
D
o Barão revela ao Visconde que considera o casamento como um enlace solene em que se deve levar em conta o sentimento amoroso.
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Leia o fragmento do conto “Laços de família”, de Clarice Lispector, para responder a QUESTÃO.



A mulher e a mãe acomodaram-se finalmente no táxi que as levaria à Estação. A mãe contava e recontava as duas malas tentando convencer-se de que ambas estavam no carro. A filha, com seus olhos escuros, a que um ligeiro estrabismo dava um contínuo brilho de zombaria e frieza – assistia.
– Não esqueci de nada? perguntava pela terceira vez a mãe.
– Não, não, não esqueceu de nada, respondia a filha divertida, com paciência. (...)
O trem não partia e ambas esperavam sem ter o que dizer. A mãe tirou o espelho da bolsa e examinou-se no seu chapéu novo, comprado no mesmo chapeleiro da filha. (...) Que coisa tinham esquecido de dizer uma a outra? e agora era tarde demais. Parecia-lhe que deveriam um dia ter dito assim: sou tua mãe, Catarina. E ela deveria ter respondido: e eu sou tua filha.
– Não vá pegar corrente de ar! gritou Catarina.
– Ora menina, sou lá criança, disse a mãe sem deixar porém de se preocupar com a própria aparência. A mão sardenta, um pouco trêmula, arranjava com delicadeza a aba do chapéu (...).


Fonte: LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 94-98.


A partir da leitura do fragmento do texto, assinale a alternativa CORRETA em que há um olhar empático da filha sobre a mãe.

A
“Ora menina, sou lá criança, disse a mãe sem deixar porém de se preocupar com a própria aparência. A mão sardenta, um pouco trêmula, arranjava com delicadeza a aba do chapéu”.
B
“A mãe contava e recontava as duas malas tentando convencer-se de que ambas estavam no carro. A filha, com seus olhos escuros, a que um ligeiro estrabismo dava um contínuo brilho de zombaria e frieza – assistia”.
C
“O trem não partia e ambas esperavam sem ter o que dizer. A mãe tirou o espelho da bolsa e examinou-se no seu chapéu novo, comprado no mesmo chapeleiro da filha”.
D
“– Não esqueci de nada? perguntava pela terceira vez a mãe. – Não, não, não esqueceu de nada, respondia a filha divertida, com paciência”.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o fragmento de Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, e observe a imagem para responder a QUESTÃO.


...As oito e meia da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com o barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sitim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.
(...)

Fonte: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo, Ática, 2000, p. 33.


Em relação ao fragmento do romance de Carolina Maria de Jesus e à imagem, é CORRETO afirmar que ambos:

A
apresentam situações de desigualdade social e segregação espacial.
B
exibem um contraponto entre um cenário campestre e um citadino.
C
expõem as relações harmoniosas e o ambiente lúdico das cidades.
D
elogiam a organização social e a arquitetura urbana.
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eia o fragmento do primeiro capítulo de O vendedor de passados, do escritor angolano José Eduardo Agualusa, para responder a QUESTÃO.


Nasci nesta casa e criei-me nela. Nunca saí. Ao entardecer encosto o corpo contra o cristal das janelas e contemplo o céu. Gosto de ver as labaredas altas, as nuvens a galope, e sobre elas os anjos, legiões deles, sacudindo as fagulhas dos cabelos, agitando as largas asas em chamas. É um espetáculo sempre idêntico. Todas as tardes, porém, venho até aqui e divirto-me e comovo-me como se o visse pela primeira vez. A semana passada Félix Ventura chegou mais cedo e surpreendeu-me a rir enquanto lá fora, no azul revolto, uma nuvem enorme corria em círculos, como um cão, tentando apagar o fogo que lhe abrasava a cauda.
— Ai, não posso crer! Tu ris?!
Irritou-me o assombro da criatura. Senti medo mas não movi um músculo. [Félix Ventura] tirou os óculos escuros, guardou-os no bolso interior do casaco, despiu o casaco, lentamente, melancolicamente, e pendurou-o com cuidado nas costas de uma cadeira. Escolheu um disco de vinil e colocou-o no prato do velho gira-discos. “Acalanto para um Rio”, de Dora, a Cigarra, cantora brasileira que, suponho, conheceu alguma notoriedade nos anos setenta. Suponho isto a julgar pela capa do disco. É o desenho de uma mulher em biquíni, negra, bonita, com umas largas asas de borboleta presas às costas. “Dora, a Cigarra – Acalanto para um Rio – O Grande Sucesso do Momento”. A voz dela arde no ar. Nas últimas semanas tem sido esta a banda sonora do crepúsculo. Sei a letra de cor. (...)


Fonte: AGUALUSA, José Eduardo. O vendedor de passados. Rio de Janeiro: Gryphus, 2004, p. 03. [adaptado]


Sobre o fragmento de O vendedor de passados é CORRETO afirmar que o narrador

A
sobressalta-se com o despir de Félix Ventura.
B
observa com amor as ações de Félix Ventura.
C
percebe uma alteração da rotina na chegada de Félix Ventura.
D
conjectura que a escolha do disco de vinil foi pela tristeza de Félix Ventura.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o fragmento do início da parte II de O tronco, do goiano Bernardo Élis, para responder a QUESTÃO.


(...) O sertão é triste e feio em julho, as queimadas borrando o céu de fumaça, a vegetação já amarelecida, crestada pelo sol e pelo fogo, as árvores despidas de suas folhas pelo rigor da seca. Pelos ermos e descampados o vento galopa seu febrento bafo de morte, arrastando folhas secas, levantando a poeira fina, erguendo-a nos espaços em funis de redemunhos. (...)


Fonte: ÉLIS, Bernardo. O tronco. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008, p. 61.


De acordo com o fragmento de O tronco, é CORRETO afirmar que o autor apresenta

A
um ambiente estéril, com uso de onomatopeia.
B
um cenário árido, com uso de linguagem poética.
C
um espaço hostil, com uso de linguagem científica.
D
uma paisagem agressiva, com uso de metalinguagem.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o poema “UM DEUS MAIS JUSTO”, de Marcelo Yuka, para responder a QUESTÃO.


não quero perdoar
por receio
quero um deus mais justo
não um deus justiceiro


não somos do tamanho
do corpo ou do muro
somos do tamanho
do que sentimos
– de preferência juntos


um dia eu vi
a nobreza em pés descalços
e a revelação num site de denúncia


um dia eu vi
a beleza pagã da bateria
versus sua rainha
que pagava para ser vista


a sinapse ganha o mundo
em novos neurônios
de preferência juntos


Fonte: YUKA, Marcelo. Astronautas Daqui. Brasília, DF: IMP, 2014, p. 171.


O eu-lírico apresenta percepções em relação àquilo que observa. É CORRETO afirmar que tais percepções podem ser vistas como uma

A
possibilidade de aproximação com o outro, como em “do que sentimos/ de preferência juntos”.
B
desconexão biológica mundial, como em “a sinapse ganha o mundo/ em novos neurônios”.
C
promoção da beleza e da prosperidade, como em “não somos do tamanho/ do corpo ou do muro”.
D
concordância com as aparências dos eventos, como em “versus sua rainha/ que pagava para ser vista”.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o fragmento do Poema sujo, de Ferreira Gullar, para responder a QUESTÃO. 


(...)                         Sobre os jardins da cidade

                              urino pus. Me extravio

Na Rua da Estrela, escorrego

No Beco do Precipício.

Me lavo no Ribeirão.

Mijo na Fonte do Bispo.

Na Rua do Sol me cego,

na Rua da Paz me revolto

na do Comércio me nego

mas na das Hortas floresço;

na dos Prazeres soluço

na da Palma me conheço

na do Alecrim me perfumo

na da Saúde adoeço

na do Desterro me encontro

na da Alegria me perco

Na Rua do Carmo berro

na Rua Direita erro

e na da Aurora adormeço (...)


Fonte: GULLAR, Ferreira. Poema sujo. Rio de Janeiro, José Olympio, 2004, p. 52-53.



Sobre o fragmento, é INCORRETO afirmar que o eu-lírico:

A
utiliza antítese para marcar sua relação conturbada com a cidade como em “na da Saúde adoeço”.
B
apresenta sensação olfativa para expor seus sentidos como em “na do Alecrim me perfumo”.
C
recorre a verso longo para detalhar sua emoção como em “Na Rua Direita erro”.
D
emprega elipse para suprimir “Rua” como em “Na do Desterro me encontro”.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a relação existente entre os textos I e II, assinale a alternativa INCORRETA.

Texto I
Empatia, o sentimento que pode mudar a sociedade

      Sem empatia, sobra intolerância, bullying, violência. Sem gastar um segundo imaginando como o outro se sente, de onde vem, em qual contexto foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que cada um tem sua história e sem tentar entender como é estar na pele do outro, surgem os crimes de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo depende do ponto de vista.
      Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas quando falamos em se colocar no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito longe do ideal. [...] Mas o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.

Afinal, o que é empatia?
      A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou se colocar no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. E é uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. [...]
      Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia. [...]

Um caminho desde a infância

      Para reverter o cenário de crianças que crescem cada vez mais centradas em si mesmas e nos próprios problemas como reflexo da sociedade atual, a ONG (Organização Não Governamental) americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) atua em escolas tentando ensinar os pequenos a se colocar no lugar do outro. Uma vez por mês, durante nove meses, uma sala de aula recebe um bebê e sua família, além de um instrutor, para que as crianças acompanhem o crescimento da confiança e dos laços emocionais de outras pessoas. Frequentemente, eles começam a enxergar nos colegas emoções que aprenderam com os instrutores.
       Os resultados desse experimento são crianças menos agressivas, que combatem o bullying por entender como o outro se sente, e que têm inteligência emocional mais apurada, entendendo as próprias emoções. O programa é internacional, mas o ensino da empatia pode ser feito de diversas outras maneiras.
       A servidora pública Clara Fagundes, 32 anos, por exemplo, considera importante estimular a filha, Helena, 3 anos, a conviver harmonicamente com os outros e com o meio ambiente. Fez questão de escolher para a pequena uma escola que seguisse os mesmos valores apreciados por ela. “Minha mãe já era muito adepta ao diálogo comigo nos anos 1980, mas, hoje em dia, há tantas outras questões que não são discutidas, como a do desperdício”, cita Clara.
        A festa de aniversário de Helena foi na escola. Não produziram lixo, não foram usados enfeites descartáveis. As crianças ajudaram na organização e em toda a decoração: até as mais velhas, que não a conheciam, ajudaram. Além disso, em vez de receber um presente de cada colega, a aniversariante ganhou apenas um presente coletivo, feito pelos próprios colegas: uma casinha de papelão. Sem egoísmo, todos brincaram com o presente e, no fim, Helena levou à sua casa.
[...]
Fonte: SCARANARI, Rodrigo. Disponível em:
<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/ciencia-esaude/2017/01/04/internas_cienciaesaude,682928/empatia-o-sentimento-quepode-mudar-a-sociedade.shtml> Acesso em: 06 fev. 2019 (adaptado).


A
No Texto I, o autor afirma que empatia é a habilidade que envolve a compreensão dos sentimentos do outro. Esse fato pode ser evidenciado, principalmente, nos 2º e 3º quadrinhos do Texto II, por meio da fala da personagem.
B
No Texto I, o autor expõe que empatia pode ser aprendida pelas crianças, com o apoio dos adultos, conforme o exemplo de Helena. Esse fato também pode ser percebido no Texto II, no 4º quadrinho.
C
No Texto I, a construção argumentativa do autor se baseia na discussão dos sentimentos empatia e dó. Isso pode ser percebido nos quadrinhos por meio da fala da personagem: “e se perceber na realidade do outro”.
D
No Texto I, o autor expõe que empatia envolve o autoconhecimento, ou seja, o fato de o indivíduo se reconhecer no outro. No Texto II, verifica-se contexto semelhante presente nos dizeres: “até ser capaz de sentir o que o outro sente”.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos, Uso dos conectivos, Análise sintática, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



Sobre o texto II, assinale a alternativa INCORRETA.

A
O uso dos verbos no infinitivo, “Abandonar” e “Abrir” (1º quadrinho), exprime a ideia das ações que devem ser desempenhadas para se chegar ao sentimento da empatia.
B
No enunciado: “...E se perceber na realidade do outro...”, os termos destacados podem ser substituídos, sem prejuízo de sentido, por “se compreender”.
C
O elemento “até” (3º quadrinho) pode indicar um argumento mais forte em relação ao sentido de vivenciar a empatia.
D
No enunciado: “Empatia, filho...”, o termo destacado é uma palavra que explica ou esclarece o termo anterior da oração.
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UFT 2019 - Português - Ortografia, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Acentuação Gráfica: acento diferencial

Em: “Os resultados desse experimento são crianças menos agressivas, que combatem o bullying por entender como o outro se sente, e que têm inteligência emocional mais apurada, entendendo as próprias emoções.” (6º parágrafo), o verbo em destaque pode ser substituído, sem prejuízo gramatical e semântico, por:

Texto I
Empatia, o sentimento que pode mudar a sociedade

      Sem empatia, sobra intolerância, bullying, violência. Sem gastar um segundo imaginando como o outro se sente, de onde vem, em qual contexto foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que cada um tem sua história e sem tentar entender como é estar na pele do outro, surgem os crimes de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo depende do ponto de vista.
      Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas quando falamos em se colocar no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito longe do ideal. [...] Mas o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.

Afinal, o que é empatia?
      A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou se colocar no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. E é uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. [...]
      Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia. [...]

Um caminho desde a infância

      Para reverter o cenário de crianças que crescem cada vez mais centradas em si mesmas e nos próprios problemas como reflexo da sociedade atual, a ONG (Organização Não Governamental) americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) atua em escolas tentando ensinar os pequenos a se colocar no lugar do outro. Uma vez por mês, durante nove meses, uma sala de aula recebe um bebê e sua família, além de um instrutor, para que as crianças acompanhem o crescimento da confiança e dos laços emocionais de outras pessoas. Frequentemente, eles começam a enxergar nos colegas emoções que aprenderam com os instrutores.
       Os resultados desse experimento são crianças menos agressivas, que combatem o bullying por entender como o outro se sente, e que têm inteligência emocional mais apurada, entendendo as próprias emoções. O programa é internacional, mas o ensino da empatia pode ser feito de diversas outras maneiras.
       A servidora pública Clara Fagundes, 32 anos, por exemplo, considera importante estimular a filha, Helena, 3 anos, a conviver harmonicamente com os outros e com o meio ambiente. Fez questão de escolher para a pequena uma escola que seguisse os mesmos valores apreciados por ela. “Minha mãe já era muito adepta ao diálogo comigo nos anos 1980, mas, hoje em dia, há tantas outras questões que não são discutidas, como a do desperdício”, cita Clara.
        A festa de aniversário de Helena foi na escola. Não produziram lixo, não foram usados enfeites descartáveis. As crianças ajudaram na organização e em toda a decoração: até as mais velhas, que não a conheciam, ajudaram. Além disso, em vez de receber um presente de cada colega, a aniversariante ganhou apenas um presente coletivo, feito pelos próprios colegas: uma casinha de papelão. Sem egoísmo, todos brincaram com o presente e, no fim, Helena levou à sua casa.
[...]
Fonte: SCARANARI, Rodrigo. Disponível em:
<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/ciencia-esaude/2017/01/04/internas_cienciaesaude,682928/empatia-o-sentimento-quepode-mudar-a-sociedade.shtml> Acesso em: 06 fev. 2019 (adaptado).
A
contém.
B
possuem.
C
mantém.
D
encerram.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Coesão e coerência, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Pontuação, Uso da Vírgula, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre os aspectos gramaticais e seus respectivos contextos, analise as afirmativas.


I. Em: “[...] o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.” (2º parágrafo), o verbo destacado deveria estar grafado no plural, a fim de manter a concordância verbal.

II. Em: “E é uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada.” (3º parágrafo), empregam-se as vírgulas para isolar um elemento adverbial, neste caso, “sim”.

III. Em: “Fez questão de escolher para a pequena uma escola que seguisse os mesmos valores apreciados por ela.” (7º parágrafo), o sujeito da oração é oculto, pois está marcado na oração anterior: “A servidora pública Clara Fagundes”.

IV. Em: “As crianças ajudaram na organização e em toda a decoração: até as mais velhas, que não a conheciam, ajudaram.” (8º parágrafo), o termo destacado faz referência à “decoração”.


Assinale a alternativa CORRETA.

Texto I
Empatia, o sentimento que pode mudar a sociedade

      Sem empatia, sobra intolerância, bullying, violência. Sem gastar um segundo imaginando como o outro se sente, de onde vem, em qual contexto foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que cada um tem sua história e sem tentar entender como é estar na pele do outro, surgem os crimes de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo depende do ponto de vista.
      Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas quando falamos em se colocar no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito longe do ideal. [...] Mas o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.

Afinal, o que é empatia?
      A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou se colocar no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. E é uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. [...]
      Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia. [...]

Um caminho desde a infância

      Para reverter o cenário de crianças que crescem cada vez mais centradas em si mesmas e nos próprios problemas como reflexo da sociedade atual, a ONG (Organização Não Governamental) americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) atua em escolas tentando ensinar os pequenos a se colocar no lugar do outro. Uma vez por mês, durante nove meses, uma sala de aula recebe um bebê e sua família, além de um instrutor, para que as crianças acompanhem o crescimento da confiança e dos laços emocionais de outras pessoas. Frequentemente, eles começam a enxergar nos colegas emoções que aprenderam com os instrutores.
       Os resultados desse experimento são crianças menos agressivas, que combatem o bullying por entender como o outro se sente, e que têm inteligência emocional mais apurada, entendendo as próprias emoções. O programa é internacional, mas o ensino da empatia pode ser feito de diversas outras maneiras.
       A servidora pública Clara Fagundes, 32 anos, por exemplo, considera importante estimular a filha, Helena, 3 anos, a conviver harmonicamente com os outros e com o meio ambiente. Fez questão de escolher para a pequena uma escola que seguisse os mesmos valores apreciados por ela. “Minha mãe já era muito adepta ao diálogo comigo nos anos 1980, mas, hoje em dia, há tantas outras questões que não são discutidas, como a do desperdício”, cita Clara.
        A festa de aniversário de Helena foi na escola. Não produziram lixo, não foram usados enfeites descartáveis. As crianças ajudaram na organização e em toda a decoração: até as mais velhas, que não a conheciam, ajudaram. Além disso, em vez de receber um presente de cada colega, a aniversariante ganhou apenas um presente coletivo, feito pelos próprios colegas: uma casinha de papelão. Sem egoísmo, todos brincaram com o presente e, no fim, Helena levou à sua casa.
[...]
Fonte: SCARANARI, Rodrigo. Disponível em:
<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/ciencia-esaude/2017/01/04/internas_cienciaesaude,682928/empatia-o-sentimento-quepode-mudar-a-sociedade.shtml> Acesso em: 06 fev. 2019 (adaptado).
A
Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
B
Somente as afirmativas I e III estão corretas.
C
Somente as afirmativas II e III estão corretas.
D
Todas as afirmativas estão corretas.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre as situações e os projetos apresentados no texto I para se trabalhar a empatia, assinale a alternativa INCORRETA.

Texto I
Empatia, o sentimento que pode mudar a sociedade

      Sem empatia, sobra intolerância, bullying, violência. Sem gastar um segundo imaginando como o outro se sente, de onde vem, em qual contexto foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que cada um tem sua história e sem tentar entender como é estar na pele do outro, surgem os crimes de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo depende do ponto de vista.
      Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas quando falamos em se colocar no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito longe do ideal. [...] Mas o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.

Afinal, o que é empatia?
      A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou se colocar no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. E é uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. [...]
      Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia. [...]

Um caminho desde a infância

      Para reverter o cenário de crianças que crescem cada vez mais centradas em si mesmas e nos próprios problemas como reflexo da sociedade atual, a ONG (Organização Não Governamental) americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) atua em escolas tentando ensinar os pequenos a se colocar no lugar do outro. Uma vez por mês, durante nove meses, uma sala de aula recebe um bebê e sua família, além de um instrutor, para que as crianças acompanhem o crescimento da confiança e dos laços emocionais de outras pessoas. Frequentemente, eles começam a enxergar nos colegas emoções que aprenderam com os instrutores.
       Os resultados desse experimento são crianças menos agressivas, que combatem o bullying por entender como o outro se sente, e que têm inteligência emocional mais apurada, entendendo as próprias emoções. O programa é internacional, mas o ensino da empatia pode ser feito de diversas outras maneiras.
       A servidora pública Clara Fagundes, 32 anos, por exemplo, considera importante estimular a filha, Helena, 3 anos, a conviver harmonicamente com os outros e com o meio ambiente. Fez questão de escolher para a pequena uma escola que seguisse os mesmos valores apreciados por ela. “Minha mãe já era muito adepta ao diálogo comigo nos anos 1980, mas, hoje em dia, há tantas outras questões que não são discutidas, como a do desperdício”, cita Clara.
        A festa de aniversário de Helena foi na escola. Não produziram lixo, não foram usados enfeites descartáveis. As crianças ajudaram na organização e em toda a decoração: até as mais velhas, que não a conheciam, ajudaram. Além disso, em vez de receber um presente de cada colega, a aniversariante ganhou apenas um presente coletivo, feito pelos próprios colegas: uma casinha de papelão. Sem egoísmo, todos brincaram com o presente e, no fim, Helena levou à sua casa.
[...]
Fonte: SCARANARI, Rodrigo. Disponível em:
<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/ciencia-esaude/2017/01/04/internas_cienciaesaude,682928/empatia-o-sentimento-quepode-mudar-a-sociedade.shtml> Acesso em: 06 fev. 2019 (adaptado).
A
A partir de uma experiência em sala de aula, a ONG americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) percebeu que as crianças podem ser capazes de desenvolver princípios de solidariedade e de empatia.
B
A ONG americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) percebeu que o individualismo, inerente às crianças na primeira infância, impede-as de vivenciar o sentimento de coletividade, por conseguinte, o de empatia.
C
A experiência de Helena, 3 anos, demonstra como as crianças podem se tornar colaborativas, preocupadas com o meio ambiente e abertas a novas experiências.
D
O presente recebido por Helena, 3 anos, evidencia o sentimento de cooperação e coletividade existente entre os colegas de sala; com essas atitudes, as crianças podem aprender a ser menos egoístas.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ainda sobre a interpretação do texto I, assinale a alternativa CORRETA.

Texto I
Empatia, o sentimento que pode mudar a sociedade

      Sem empatia, sobra intolerância, bullying, violência. Sem gastar um segundo imaginando como o outro se sente, de onde vem, em qual contexto foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que cada um tem sua história e sem tentar entender como é estar na pele do outro, surgem os crimes de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo depende do ponto de vista.
      Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas quando falamos em se colocar no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito longe do ideal. [...] Mas o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.

Afinal, o que é empatia?
      A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou se colocar no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. E é uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. [...]
      Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia. [...]

Um caminho desde a infância

      Para reverter o cenário de crianças que crescem cada vez mais centradas em si mesmas e nos próprios problemas como reflexo da sociedade atual, a ONG (Organização Não Governamental) americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) atua em escolas tentando ensinar os pequenos a se colocar no lugar do outro. Uma vez por mês, durante nove meses, uma sala de aula recebe um bebê e sua família, além de um instrutor, para que as crianças acompanhem o crescimento da confiança e dos laços emocionais de outras pessoas. Frequentemente, eles começam a enxergar nos colegas emoções que aprenderam com os instrutores.
       Os resultados desse experimento são crianças menos agressivas, que combatem o bullying por entender como o outro se sente, e que têm inteligência emocional mais apurada, entendendo as próprias emoções. O programa é internacional, mas o ensino da empatia pode ser feito de diversas outras maneiras.
       A servidora pública Clara Fagundes, 32 anos, por exemplo, considera importante estimular a filha, Helena, 3 anos, a conviver harmonicamente com os outros e com o meio ambiente. Fez questão de escolher para a pequena uma escola que seguisse os mesmos valores apreciados por ela. “Minha mãe já era muito adepta ao diálogo comigo nos anos 1980, mas, hoje em dia, há tantas outras questões que não são discutidas, como a do desperdício”, cita Clara.
        A festa de aniversário de Helena foi na escola. Não produziram lixo, não foram usados enfeites descartáveis. As crianças ajudaram na organização e em toda a decoração: até as mais velhas, que não a conheciam, ajudaram. Além disso, em vez de receber um presente de cada colega, a aniversariante ganhou apenas um presente coletivo, feito pelos próprios colegas: uma casinha de papelão. Sem egoísmo, todos brincaram com o presente e, no fim, Helena levou à sua casa.
[...]
Fonte: SCARANARI, Rodrigo. Disponível em:
<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/ciencia-esaude/2017/01/04/internas_cienciaesaude,682928/empatia-o-sentimento-quepode-mudar-a-sociedade.shtml> Acesso em: 06 fev. 2019 (adaptado).
A
Empatia e dó são considerados sinônimos e podem ser substituídos um pelo outro no terceiro parágrafo.
B
Bullying e empatia apresentam uma relação semântica de sinonímia no primeiro parágrafo.
C
Intolerância e bullying estão numa relação semântica de contrariedade no primeiro parágrafo.
D
Dó e simpatia podem estar em uma relação semântica de sinonímia no terceiro parágrafo.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a interpretação do texto I, assinale a alternativa CORRETA.

Texto I
Empatia, o sentimento que pode mudar a sociedade

      Sem empatia, sobra intolerância, bullying, violência. Sem gastar um segundo imaginando como o outro se sente, de onde vem, em qual contexto foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que cada um tem sua história e sem tentar entender como é estar na pele do outro, surgem os crimes de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo depende do ponto de vista.
      Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas quando falamos em se colocar no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito longe do ideal. [...] Mas o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.

Afinal, o que é empatia?
      A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou se colocar no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. E é uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. [...]
      Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia. [...]

Um caminho desde a infância

      Para reverter o cenário de crianças que crescem cada vez mais centradas em si mesmas e nos próprios problemas como reflexo da sociedade atual, a ONG (Organização Não Governamental) americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) atua em escolas tentando ensinar os pequenos a se colocar no lugar do outro. Uma vez por mês, durante nove meses, uma sala de aula recebe um bebê e sua família, além de um instrutor, para que as crianças acompanhem o crescimento da confiança e dos laços emocionais de outras pessoas. Frequentemente, eles começam a enxergar nos colegas emoções que aprenderam com os instrutores.
       Os resultados desse experimento são crianças menos agressivas, que combatem o bullying por entender como o outro se sente, e que têm inteligência emocional mais apurada, entendendo as próprias emoções. O programa é internacional, mas o ensino da empatia pode ser feito de diversas outras maneiras.
       A servidora pública Clara Fagundes, 32 anos, por exemplo, considera importante estimular a filha, Helena, 3 anos, a conviver harmonicamente com os outros e com o meio ambiente. Fez questão de escolher para a pequena uma escola que seguisse os mesmos valores apreciados por ela. “Minha mãe já era muito adepta ao diálogo comigo nos anos 1980, mas, hoje em dia, há tantas outras questões que não são discutidas, como a do desperdício”, cita Clara.
        A festa de aniversário de Helena foi na escola. Não produziram lixo, não foram usados enfeites descartáveis. As crianças ajudaram na organização e em toda a decoração: até as mais velhas, que não a conheciam, ajudaram. Além disso, em vez de receber um presente de cada colega, a aniversariante ganhou apenas um presente coletivo, feito pelos próprios colegas: uma casinha de papelão. Sem egoísmo, todos brincaram com o presente e, no fim, Helena levou à sua casa.
[...]
Fonte: SCARANARI, Rodrigo. Disponível em:
<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/ciencia-esaude/2017/01/04/internas_cienciaesaude,682928/empatia-o-sentimento-quepode-mudar-a-sociedade.shtml> Acesso em: 06 fev. 2019 (adaptado).
A
O texto discorre sobre empatia, ou seja, a habilidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo que as pessoas podem ter diferentes pontos de vista.
B
O texto discorre sobre os problemas ocasionados pela ausência de simpatia do povo brasileiro, assim como as consequências disso para o cenário local e global.
C
O texto discorre sobre o egocentrismo e a falta de amor entre as crianças de hoje, sendo a escola o local em que esses aspectos são mais evidenciados.
D
O texto discorre sobre o fato de o Brasil ser um dos países mais empáticos do mundo, por apresentar características, como hospitalidade e alegria.
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UFT 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre empatia (texto I), analise as afirmativas.


I. Empatia é a habilidade do indivíduo de compreender o sentimento ou a emoção de outra pessoa, colocando-se no lugar dela.

II. Empatia é um sentimento inato que pode ser aprendido e transmitido de geração a geração, independentemente de estímulos externos.

III. Empatia pode ser aprendida ou, ao menos, treinada.

IV. Empatia pode ser desenvolvida por meio do autoconhecimento, pois o indivíduo precisa reconhecer nele os mesmos sentimentos do próximo.


Assinale a alternativa CORRETA.

Texto I
Empatia, o sentimento que pode mudar a sociedade

      Sem empatia, sobra intolerância, bullying, violência. Sem gastar um segundo imaginando como o outro se sente, de onde vem, em qual contexto foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que cada um tem sua história e sem tentar entender como é estar na pele do outro, surgem os crimes de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo depende do ponto de vista.
      Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas quando falamos em se colocar no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito longe do ideal. [...] Mas o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.

Afinal, o que é empatia?
      A empatia é, em termos simples, a habilidade de se colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, escuta uma história sobre uma criança que teve muitos problemas de saúde, que vem de uma família muito pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção: o dó, que é a simpatia; ou se colocar no lugar daquela criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. E é uma característica que pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício passa pelo autoconhecimento: para compreender a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o que se passa dentro da própria cabeça. [...]
      Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fantini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a empatia seria “uma forma de restabelecer um contato com um objeto de amor perdido, uma parte incompreendida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade compartilhada, sentimentos que também temos e que são aplicados em situações completamente diferentes. Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos empatia. [...]

Um caminho desde a infância

      Para reverter o cenário de crianças que crescem cada vez mais centradas em si mesmas e nos próprios problemas como reflexo da sociedade atual, a ONG (Organização Não Governamental) americana Roots of Empathy (Raízes da Empatia) atua em escolas tentando ensinar os pequenos a se colocar no lugar do outro. Uma vez por mês, durante nove meses, uma sala de aula recebe um bebê e sua família, além de um instrutor, para que as crianças acompanhem o crescimento da confiança e dos laços emocionais de outras pessoas. Frequentemente, eles começam a enxergar nos colegas emoções que aprenderam com os instrutores.
       Os resultados desse experimento são crianças menos agressivas, que combatem o bullying por entender como o outro se sente, e que têm inteligência emocional mais apurada, entendendo as próprias emoções. O programa é internacional, mas o ensino da empatia pode ser feito de diversas outras maneiras.
       A servidora pública Clara Fagundes, 32 anos, por exemplo, considera importante estimular a filha, Helena, 3 anos, a conviver harmonicamente com os outros e com o meio ambiente. Fez questão de escolher para a pequena uma escola que seguisse os mesmos valores apreciados por ela. “Minha mãe já era muito adepta ao diálogo comigo nos anos 1980, mas, hoje em dia, há tantas outras questões que não são discutidas, como a do desperdício”, cita Clara.
        A festa de aniversário de Helena foi na escola. Não produziram lixo, não foram usados enfeites descartáveis. As crianças ajudaram na organização e em toda a decoração: até as mais velhas, que não a conheciam, ajudaram. Além disso, em vez de receber um presente de cada colega, a aniversariante ganhou apenas um presente coletivo, feito pelos próprios colegas: uma casinha de papelão. Sem egoísmo, todos brincaram com o presente e, no fim, Helena levou à sua casa.
[...]
Fonte: SCARANARI, Rodrigo. Disponível em:
<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/ciencia-esaude/2017/01/04/internas_cienciaesaude,682928/empatia-o-sentimento-quepode-mudar-a-sociedade.shtml> Acesso em: 06 fev. 2019 (adaptado).
A
Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
B
Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
C
Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
D
Todas as afirmativas estão corretas.
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

Leia os excertos a seguir e assinale a alternativa CORRETA.

Texto 1
Manifesto Antropofágico
Oswald de Andrade (Revista de Antropofagia, 1928) Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.
[...]
Disponível em: http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado)

Texto 2
#ColunadaGi: 5 blogs de moda favoritos!
Categorias: #ColunadaGi - Por Giovanna Ferrarezi, em 30/04/2013 às 12:31
Dessa vez, vim contar quais são meus 5 blogs de moda favoritos. Sempre que não sei o que vestir, vou consultar os famosos “looks do dia” das meninas. [...]
2. Fashion Coolcure
A Flávia Desgranges Van der Linden tem cara de gringa, nome de gringa, jeito de gringa, mas é brasileira! Muitas de vocês já devem conhecer o Fashion Coolture, já que a Flávia tá sempre bombando no site Lookbook.nu. [...]
Disponível em: http://capricho.abril.com.br/blogs/itgirls/colunadagi-5-blogs-de-moda-favoritos/. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado)

Texto 3
JORNAL DA MANHÃ \ Editorial
Publicada em 05/04/2013.
O Hospital de Caridade de Ijuí, mais uma vez, assume uma postura definitiva com relação ao bom andamento da saúde pública na região. Postura, aliás, que falta a muitos políticos e ao próprio poder público.
Mesmo com a possibilidade de transferir a UTI Pediátrica para Santa Rosa, em função de uma regulação extremamente burocrática da Secretaria Estadual, o HCI decidiu manter o atendimento em todos os leitos: neonatais e pediátricos.
[...]
Disponível em: http://jmijui.com.br/publicacao-10581-Exemplo.fire.Acesso em agosto de 2013. (Adaptado)

Texto 4
Lesados pelas empresas de Mudança brasileiras no envio de caixas para o Brasil:
Destinatário: Gabinete do Presidente da República
Em virtude do grande número de brasileiros que foram lesados por Empresas Brasileiras de Mudança, estabelecidas nos EUA, e prestando serviços exclusivamente para brasileiros, vimos, pelo presente abaixo-assinado, solicitar ao Governo Federal uma solução para todos os brasileiros que foram lesados pela oferta de um serviço ilegal.[...]
Disponível em: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/5162. Acesso em agosto de 2013.(adaptado)

A
O editorial é um gênero textual descritivo produzido com o objetivo de chamar a atenção de um determinado grupo ou da comunidade em geral, com a finalidade de resolver questões de cunho social, político e cultural, entre outros, como exemplificado no texto 3.
B
O manifesto é um gênero textual descritivo-narrativo que intenciona informar o leitor a opinião e os interesses de determinado grupo, como exemplificado no Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade.
C
A carta ao leitor é um gênero textual que pode ser confundido com o editorial, pois ambos têm linguagem argumentativa e devem expressar a manifestação do leitor sobre os assuntos veiculados nos meios de comunicação.
D
O abaixo-assinado é um gênero textual, de cunho descritivo-argumentativo, em que determinado grupo se mobiliza com o objetivo de exigir suas reivindicações. O texto final tem poder decisório e é soberano para atingir a reivindicação.
E
O blog é um gênero digital interativo, veiculado na web, que intenciona informar e entreter. A postagem de textos segue uma ordem cronológica e pode contar com a participação e interação de outros, como exemplificado no texto 2.
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Cada escritor procura estratégias (especificidades linguísticas e estilísticas, etc) na hora de escrever um texto. Nos três excertos, identificamos uma característica comum entre eles:

Leia os excertos as seguir e responda as questão.

Escrita criativa: os segredos de escritores e professores de redação criativa para a realização de um bom texto.

Texto 1
Eliane Brum

  "Começo a escrever dentro de mim. Vou ao computador com o texto já em mim. Resolvo os meus conflitos pela escrita"
   Tanto na reportagem como na ficção começo a escrever dentro de mim. Sou intuitiva na minha escrita. Dificilmente tenho bloqueios, porque quando vou para o computador a história já está dentro de mim.
   O processo é como uma gestação. A reportagem começa em um movimento interno de esvaziamento - da visão de mundo, dos preconceitos, dos julgamentos. Sei que nunca vou me esvaziar por completo - não podemos esquecer que somos seres históricos. Volto preenchida pela voz que é do outro, pela história do outro. [...]
   Na ficção é outro processo: o de ser possuído pela própria voz, pelas vozes do seu subterrâneo que você nem sabia que tinha. Também é uma apuração - dos seus interiores. Ela também começa dentro de mim. É um processo totalmente solitário. É preciso aguentar a angústia.
[…]

Texto 2 
Stella Florence

   "Escrever é cortar o ego do escritor. A técnica deve misturar-se à criação sem que percebamos".
    Há uma frase atribuída ao Rubem Fonseca que considero perfeita: "Escrever é um labirinto cuja dificuldade não é encontrar a saída, mas a entrada".
   Quando se encontra a entrada do texto, tem-se tudo - e não há como forçar esse encontro.
   Eu costumava organizar notas, blocos, cadernos, até perceber que eu jamais esquecia o que realmente iria virar texto. Agora eu deixo que a memória funcione como um filtro. [...]
  Não tenho manias ou necessidades externas. Preciso apenas de concentração (isso pode acontecer em casa, num aeroporto, num bar, desde que não falem comigo).
[...]

Texto 3
Xico Sá
    Nessa correria de hoje está todo mundo com déficit de atenção. Uma boa abertura é fundamental para abrir a porta ao leitor. Sem um bom começo há mais dificuldade na leitura. Penso numa frase de maior impacto para prender o leitor.
   A linguagem com termos pouco usuais funciona, chama a atenção. No texto de internet, que é para o povo mais apressado ainda, jogo adiante dois ou três significados do termo, até brincando com ele. Para livros não tenho essa preocupação, pois imagino um leitor com mais reflexão, que possa ter o entendimento por ele mesmo. São expressões às vezes regionais, que eram usuais no português em desuso. [...]
  Inspiro-me tanto em Graciliano Ramos, pela secura do texto, como em Nelson Rodrigues, pelo contrário: por adjetivar, não ter medo do derramamento. [...]
   Há também a preocupação de fechar com boas frases. Não deixo o leitor sem uma satisfação final.
[...]

Disponível em: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=10533. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado).  
A
a concentração no ato de escrita e reescrita do texto
B
o estilo, que é pessoal e intransferível no ato de escrita
C
a criatividade, como elemento importante no processo de escrita
D
o tempo, cujo trabalho é solitário e cheio de manias no processo de escrita
E
a técnica, que diferencia a elaboração de um texto comum do da escrita criativa
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UFT 2013 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os autores citados apontam o tempo, a paciência e a técnica como elementos necessários no processo de criação de um texto. Assinale a alternativa CORRETA.

Leia os excertos as seguir e responda as questão.

Escrita criativa: os segredos de escritores e professores de redação criativa para a realização de um bom texto.

Texto 1
Eliane Brum

  "Começo a escrever dentro de mim. Vou ao computador com o texto já em mim. Resolvo os meus conflitos pela escrita"
   Tanto na reportagem como na ficção começo a escrever dentro de mim. Sou intuitiva na minha escrita. Dificilmente tenho bloqueios, porque quando vou para o computador a história já está dentro de mim.
   O processo é como uma gestação. A reportagem começa em um movimento interno de esvaziamento - da visão de mundo, dos preconceitos, dos julgamentos. Sei que nunca vou me esvaziar por completo - não podemos esquecer que somos seres históricos. Volto preenchida pela voz que é do outro, pela história do outro. [...]
   Na ficção é outro processo: o de ser possuído pela própria voz, pelas vozes do seu subterrâneo que você nem sabia que tinha. Também é uma apuração - dos seus interiores. Ela também começa dentro de mim. É um processo totalmente solitário. É preciso aguentar a angústia.
[…]

Texto 2 
Stella Florence

   "Escrever é cortar o ego do escritor. A técnica deve misturar-se à criação sem que percebamos".
    Há uma frase atribuída ao Rubem Fonseca que considero perfeita: "Escrever é um labirinto cuja dificuldade não é encontrar a saída, mas a entrada".
   Quando se encontra a entrada do texto, tem-se tudo - e não há como forçar esse encontro.
   Eu costumava organizar notas, blocos, cadernos, até perceber que eu jamais esquecia o que realmente iria virar texto. Agora eu deixo que a memória funcione como um filtro. [...]
  Não tenho manias ou necessidades externas. Preciso apenas de concentração (isso pode acontecer em casa, num aeroporto, num bar, desde que não falem comigo).
[...]

Texto 3
Xico Sá
    Nessa correria de hoje está todo mundo com déficit de atenção. Uma boa abertura é fundamental para abrir a porta ao leitor. Sem um bom começo há mais dificuldade na leitura. Penso numa frase de maior impacto para prender o leitor.
   A linguagem com termos pouco usuais funciona, chama a atenção. No texto de internet, que é para o povo mais apressado ainda, jogo adiante dois ou três significados do termo, até brincando com ele. Para livros não tenho essa preocupação, pois imagino um leitor com mais reflexão, que possa ter o entendimento por ele mesmo. São expressões às vezes regionais, que eram usuais no português em desuso. [...]
  Inspiro-me tanto em Graciliano Ramos, pela secura do texto, como em Nelson Rodrigues, pelo contrário: por adjetivar, não ter medo do derramamento. [...]
   Há também a preocupação de fechar com boas frases. Não deixo o leitor sem uma satisfação final.
[...]

Disponível em: http://www.controversia.com.br/index.php?act=textos&id=10533. Acesso em agosto de 2013. (Adaptado).  
A
Eliane Brum tem uma preparação emocional e afetiva anterior ao processo de escrita. Na produção de ficção, ela procura se envolver em questões que abarcam juízos de valores para, em seguida, empreender-se no processo solitário de escrita do texto.
B
Stella Florence diz que o mais difícil na escritura de um texto não é a sua finalização, mas o início. Sistematizar os passos que antecedem o momento inicial é pré-requisito para que a memória funcione.
C
Xico Sá utiliza como estratégias para atrair a atenção do leitor frases boas e de impacto. Acredita que para cada tipo de texto, considerando sua circulação (internet, impresso, etc), é preciso atenção nas estratégias que deverá utilizar para prender o leitor.
D
Eliane Brum e Stella Florence apresentam pontos convergentes quando citam que o ofício da escrita deve se juntar à sua criação. Ademais, asseguram que a escrita é um ato de organização do raciocínio lógico.
E
Xico Sá e Stella Florence apresentam características semelhantes quanto à técnica de preparação de um bom texto e às estratégias para chamar a atenção do leitor.