Questõesde INSPER 2016 sobre Português

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Foram encontradas 24 questões
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais

O cordel é um gênero textual que se relaciona a uma situação de comunicação em que

Leia trechos do cordel de Zé da Luz para responder à questão.

Brasi Caboco

O qui é Brasí Caboco?

É um Brasi diferente

do Brasí das capitá.

É um Brasi brasilêro,

sem mistura de instrangero,

um Brasi nacioná!

É o Brasi qui não veste

liforme de gazimira,

camisa de peito duro,

com butuadura de ouro...

Brasi caboco só veste,

camisa grossa de lista,

carça de brim da “polista”

gibão e chapéu de coro!

Brasi caboco num come

assentado nos banquete,

misturado cum os home

de casaca e anelão...

Brasi caboco só come

o bode seco, o feijão,

e as veiz uma panelada,

um pirão de carne verde,

nos dias da inleição

quando vai servi de iscada

prus home de posição.

(Zé da Luz, Brasi Caboco. http://www.ablc.com.br/cordeis.html)

A
a linguagem figurada prevalece em relação à denotativa, como na passagem “um Brasi nacioná!”.
B
a variedade linguística é marcada pelos registros regionais, tais como Caboco, capitá, liforme..
C
a xenofobia marca a busca por uma língua livre de estrangeirismos, como em “sem mistura de instrangero”.
D
a falta de concordância atrapalha a comunicação, conforme exemplifica o verso “misturado cum os home”.
E
a língua é corrompida com maus usos, por exemplo, “com butuadura de ouro” e “prus home de posição”.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O cordel é uma manifestação artística responsável por preservar a memória cultural de um povo. Nesse sentido, Brasi Caboco busca

Leia trechos do cordel de Zé da Luz para responder à questão.

Brasi Caboco

O qui é Brasí Caboco?

É um Brasi diferente

do Brasí das capitá.

É um Brasi brasilêro,

sem mistura de instrangero,

um Brasi nacioná!

É o Brasi qui não veste

liforme de gazimira,

camisa de peito duro,

com butuadura de ouro...

Brasi caboco só veste,

camisa grossa de lista,

carça de brim da “polista”

gibão e chapéu de coro!

Brasi caboco num come

assentado nos banquete,

misturado cum os home

de casaca e anelão...

Brasi caboco só come

o bode seco, o feijão,

e as veiz uma panelada,

um pirão de carne verde,

nos dias da inleição

quando vai servi de iscada

prus home de posição.

(Zé da Luz, Brasi Caboco. http://www.ablc.com.br/cordeis.html)

A
rechaçar as comunidades formadas nas grandes cidades, as quais deixam de se vestir com propriedade e onde, não raro, a alimentação é pouco variada e atrativa.
B
satirizar a relação entre o homem da cidade e o do campo, enfatizando que, mesmo em condições totalmente diferentes, todos constituem uma só nação.
C
lamentar a condição em que vivem as pessoas distantes dos grandes centros urbanos, as quais se vestem de forma muito despojada e mal se alimentam.
D
promover a integração entre as comunidades rurais e as urbanas, entendendo-se que nestas está presente o estrangeiro que, com os nativos, formam a nação brasileira.
E
afirmar a identidade de comunidades afastadas dos grandes centros urbanos, as quais são formadas por pessoas simples, reconhecendo que a classe dominante tenta manipulá-las.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


Nas histórias em quadrinhos, o significado se constrói por meio da articulação entre a linguagem verbal e a imagem. O destaque dado a uma palavra ou frase pode reportar a vários sentidos. Nessas tiras, identificam-se, correta e respectivamente, conforme as expressões em destaque, os efeitos de sentido:

A
comando, intimidade e decepção forçada.
B
intransigência, susto e comentário indiferente.
C
intimidação, zombaria e negação irada.
D
espanto, perplexidade e descaso irônico.
E
má educação, informalidade e desinteresse disfarçado.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Dívida antiga e vencida
Constitui um símbolo flagrante de atraso que o Brasil ostente uma das piores taxas de analfabetismo da América Latina: 8,3% de sua população com mais de 15 anos é incapaz de ler e escrever – um contingente de 13 milhões de pessoas.
O país nunca chegou a definir e implementar uma verdadeira política pública para a questão, com objetivos de longo prazo e constante avaliação dos resultados e das estratégias adotadas.
Dado o número vergonhoso de analfabetos no Brasil, o país não pode prescindir de programas para enfrentar a questão de uma vez por todas. Os maus resultados do Programa Brasil Alfabetizado (PBA), porém, obrigam o governo – sobretudo num contexto de grave crise econômica – a avaliar o que vem sendo feito e implementar melhorias palpáveis.
Apontam-se como a principais fragilidades do programa a alta evasão e o baixo encaminhamento de egressos para seguir estudando na EJA (Educação de Jovens e Adultos, antigo supletivo). Menos da metade conclui o curso de alfabetização; destes, nem 50% persistem nos estudos, e com a falta de continuidade o estudante tende a recair no analfabetismo.
Tudo isso afasta o país de cumprir metas internacionais que adotou. E, pior, condena parcela expressiva da população à ignorância e à alienação.
(Folha de S.Paulo, 03.09.2016. Adaptado)

No texto, o autor traça um panorama do analfabetismo no Brasil. Nessa análise, fica evidente que o fator principal desse preocupante problema nacional é

A
o desinteresse generalizado dos alunos por estudo e conhecimento.
B
a falta de políticas públicas efetivas para contorná-lo com eficiência.
C
a opção por políticas de longo prazo, pouco atreladas à realidade.
D
a diminuição de investimentos na área, devido à crise econômica.
E
a incapacidade de leitura e de escrita da maioria dos alunos adultos.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


(http://www.hemominas.mg.gov.br)


O texto faz um chamado à consciência das pessoas, pois

A
o doador tem todo o tempo do mundo, mas o receptor dispõe de pouco tempo para sua vida ser salva por uma transfusão.
B
acontece de muitas pessoas quererem salvar vidas doando sangue, mas os receptores não se interessam em recebê-lo prontamente.
C
cabe a cada pessoa, dentro de suas convicções, decidir qual é o tempo adequado para doar sangue para uma transfusão.
D
deveria ser obrigatória a doação de sangue, já que a sua falta faz com que muitos doentes nos hospitais percam suas vidas.
E
há situações de saúde em que é indiferente o tempo para salvar a vida de uma pessoa, por isso a doação deve ocorrer sem pressa.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Depois de passar por uma rua esburacada, a reação mais óbvia do motorista é xingar em voz alta (e lamentar pelo abalo ao carro). Agora, com uma campanha publicitária na Cidade do Panamá, quem reclama de verdade é o buraco de rua. Funciona assim: sensores de movimento instalados nas crateras percebem quando uma roda passa por cima dali. Depois, o aparelho gera queixas em forma de tuítes, endereçadas ao governo panamenho. A ideia é pressionar a prefeitura e o Estado a melhorar as condições de suas ruas e avenidas. “Hoje vários carros e ônibus passaram por cima de mim, aqui no centro da cidade. Eu preciso de ajuda já!”, “Parece que um Tiranossauro Rex ou o Godzilla passaram pela Vila Mercedes”, já reclamou automaticamente
@Elhuecotwitero.
(http://super.abril.com.br)

O texto mostra como os panamenhos estão empregando as tecnologias da comunicação e informação no seu dia a dia. Conforme exposto, essa inserção está relacionada a um

A
meio de evitar que os motoristas da cidade fiquem menos estressados e seus carros sejam menos abalados graças à tecnologia.
B
ato político e cidadão da prefeitura e do Estado, que têm a intenção de comunicar-se com a população por meio da tecnologia.
C
movimento de cidadania, buscando estreitar os limites de comunicação entre os administradores públicos e a população.
D
deslocamento do foco de reclamação, o próprio buraco de rua, o que deixa de lado os interesses da população local.
E
espaço de oposição ferrenha aos administradores públicos a fim de que gastem mais e melhor na manutenção das ruas da cidade.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O eu lírico afirma que “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros / Vinha da boca do povo na língua errada do povo / Língua certa do povo / Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”. Nessa perspectiva do eu lírico, um exemplo dessa fala gostosa do português é:

Leia o poema de Manuel Bandeira para responder à questão.

Evocação do Recife
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
– Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
(...)
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa, 1993. Adaptado)
A
Vós bem sabeis que o não dissemos por temer que vossa ira recaísse sobre nós.
B
Atônita, correu pelo saguão à procura de um eventual cavalheiro que ali não havia.
C
Encontrá-la-íamos com certeza nas areias da praia de Ipanema naquela manhã de sol.
D
Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar o pulso ao homem.
E
Me divirto vendo as crianças em dia de chuva, a chuva molha elas e está tudo bem.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Funções da Linguagem: emotiva, apelativa, referencial, metalinguística, fática e poética.

Na organização do poema, além da função poética, sobressai também a

Leia o poema de Manuel Bandeira para responder à questão.

Evocação do Recife
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
– Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
(...)
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa, 1993. Adaptado)
A
apelativa, pois o eu lírico invoca a cidade de Recife, personificando-a, com a intenção de imputar a ela as causas das suas desgraças e das suas tristezas.
B
fática, pois o eu lírico faz um movimento temático redundante, mais preocupado em manter-se em contato com o leitor do que em expressar seus sentimentos.
C
referencial, pois o eu lírico afasta-se do campo da subjetividade e dá vez à descrição da realidade de sua infância, com seus sonhos, ansiedades e frustrações.
D
emotiva, pois o eu lírico se põe a buscar Recife nas reminiscências de sua infância, externando com nostalgia sua relação com a cidade.
E
metalinguística, pois o eu lírico pontua o movimento de criação artística, deixando claro ao leitor que se trata de um relato pessoal e afetivo da sua infância.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na organização do discurso, a informação “(Science, 14 de agosto)” tem a função específica de

Leia o texto para responder à questão.

    Não é novidade para quem já acompanhou o desenvolvimento de um bebê: a fala surge com sons aleatórios e aparentemente sem sentido que, aos poucos, se associam a algum propósito. Nos seres humanos, o amadurecimento da capacidade de se comunicar nos primeiros meses de vida depende da interação do bebê com os pais – algo único entre os primatas. Agora, uma equipe da Universidade de Princeton, com a participação do médico e neurocientista brasileiro Daniel Takahashi, demonstrou que os filhotes de sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus), originários do Brasil, também aprimoram sua capacidade de se comunicar ao interagir com os pais (Science, 14 de agosto). No estudo, os pesquisadores analisaram as emissões vocais de 10 filhotes de sagui-de-tufo-branco do primeiro dia de vida até os 2 meses de idade, quando se comunicavam com os adultos. Monitoraram um som específico, chamado de “fi”, parecido com um assobio e usado em várias circunstâncias da comunicação de indivíduos dessa espécie. Os “fi”, nesse caso, eram sons emitidos pelos filhotes em situações nas quais um bebê humano choraria. Os cientistas queriam ver se a capacidade de comunicação dos filhotes evoluía do choro genérico às vocalizações mais específicas, semelhante ao observado em seres humanos. Nos testes, os filhotes eram colocados em áreas longe dos pais. Assim, podiam ouvir uns aos outros, mas não ver. Os pesquisadores verificaram que o tipo de vocalização dos saguis se alterava de forma considerável no período inicial após o parto. Mas o desenvolvimento era mais rápido quando interagiam mais com os pais.
(Pesquisa Fapesp, setembro de 2015)
A
dar crédito à matéria veiculada que trata dos resultados da pesquisa da equipe da Universidade de Princeton.
B
isentar a equipe da Universidade de Princeton de eventuais falhas na divulgação dos resultados de sua pesquisa.
C
reconhecer que os dados da pesquisa da equipe da Universidade de Princeton são veiculados sem erros conceituais.
D
sugerir ao leitor que a pesquisa da equipe da Universidade de Princeton pode conter resultados manipulados.
E
promover o interesse por outras fontes de conhecimento para saber mais sobre a pesquisa da equipe da Universidade de Princeton.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho – Os “fi”, nesse caso, eram sons emitidos pelos filhotes em situações nas quais um bebê humano choraria. –, a forma verbal em destaque expressa

Leia o texto para responder à questão.

    Não é novidade para quem já acompanhou o desenvolvimento de um bebê: a fala surge com sons aleatórios e aparentemente sem sentido que, aos poucos, se associam a algum propósito. Nos seres humanos, o amadurecimento da capacidade de se comunicar nos primeiros meses de vida depende da interação do bebê com os pais – algo único entre os primatas. Agora, uma equipe da Universidade de Princeton, com a participação do médico e neurocientista brasileiro Daniel Takahashi, demonstrou que os filhotes de sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus), originários do Brasil, também aprimoram sua capacidade de se comunicar ao interagir com os pais (Science, 14 de agosto). No estudo, os pesquisadores analisaram as emissões vocais de 10 filhotes de sagui-de-tufo-branco do primeiro dia de vida até os 2 meses de idade, quando se comunicavam com os adultos. Monitoraram um som específico, chamado de “fi”, parecido com um assobio e usado em várias circunstâncias da comunicação de indivíduos dessa espécie. Os “fi”, nesse caso, eram sons emitidos pelos filhotes em situações nas quais um bebê humano choraria. Os cientistas queriam ver se a capacidade de comunicação dos filhotes evoluía do choro genérico às vocalizações mais específicas, semelhante ao observado em seres humanos. Nos testes, os filhotes eram colocados em áreas longe dos pais. Assim, podiam ouvir uns aos outros, mas não ver. Os pesquisadores verificaram que o tipo de vocalização dos saguis se alterava de forma considerável no período inicial após o parto. Mas o desenvolvimento era mais rápido quando interagiam mais com os pais.
(Pesquisa Fapesp, setembro de 2015)
A
um fato concluído.
B
um fato inverossímil.
C
uma hipótese.
D
uma ordem.
E
um fato presente.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Na construção do texto, o autor sinaliza para o leitor que nele há dois tipos de informação: uma já conhecida e outra nova, esta motivada pela pesquisa da equipe da Universidade de Princeton. Com base no texto, identifica-se a informação nova como

Leia o texto para responder à questão.

    Não é novidade para quem já acompanhou o desenvolvimento de um bebê: a fala surge com sons aleatórios e aparentemente sem sentido que, aos poucos, se associam a algum propósito. Nos seres humanos, o amadurecimento da capacidade de se comunicar nos primeiros meses de vida depende da interação do bebê com os pais – algo único entre os primatas. Agora, uma equipe da Universidade de Princeton, com a participação do médico e neurocientista brasileiro Daniel Takahashi, demonstrou que os filhotes de sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus), originários do Brasil, também aprimoram sua capacidade de se comunicar ao interagir com os pais (Science, 14 de agosto). No estudo, os pesquisadores analisaram as emissões vocais de 10 filhotes de sagui-de-tufo-branco do primeiro dia de vida até os 2 meses de idade, quando se comunicavam com os adultos. Monitoraram um som específico, chamado de “fi”, parecido com um assobio e usado em várias circunstâncias da comunicação de indivíduos dessa espécie. Os “fi”, nesse caso, eram sons emitidos pelos filhotes em situações nas quais um bebê humano choraria. Os cientistas queriam ver se a capacidade de comunicação dos filhotes evoluía do choro genérico às vocalizações mais específicas, semelhante ao observado em seres humanos. Nos testes, os filhotes eram colocados em áreas longe dos pais. Assim, podiam ouvir uns aos outros, mas não ver. Os pesquisadores verificaram que o tipo de vocalização dos saguis se alterava de forma considerável no período inicial após o parto. Mas o desenvolvimento era mais rápido quando interagiam mais com os pais.
(Pesquisa Fapesp, setembro de 2015)
A
o amadurecimento da capacidade comunicativa dos bebês humanos em relação à interação com os pais.
B
a capacidade dos saguis-de-tua rapidez com que saguis-de-tufo-branco passam a se comunicar com os pais após o nascimento.fo-branco de aperfeiçoarem sua comunicação assim como os seres humanos.
C
a rapidez com que saguis-de-tufo-branco passam a se comunicar com os pais após o nascimento.
D
a necessidade da presença dos pais que os saguis-de- -tufo-branco têm para desenvolver a vocalização do “fi”.
E
a possibilidade de comparar a comunicação humana com a do animal, devido à semelhança de vocalização.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

I – Obra de Caravaggio (1571-1610)


II – Soneto de Gregório de Matos

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.


Porém se acaba o Sol, por que nascia?

Se formosa a Luz é, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.


Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.


(Gregório de Matos, Poemas escolhidos (seleção e organização José Miguel Wisnik). São Paulo: Companhia das Letras, 2010)



A leitura comparativa da obra e do poema permite identificar como característica comum a ambos o

A
reconhecimento da efemeridade da vida, o que abranda os dilemas existenciais.
B
apego ao transcendental, como forma de escapar aos sofrimentos do mundo real.
C
jogo dos contrastes, expressando os conflitos dualistas do homem seiscentista.
D
equilíbrio na representação, com a descrição concisa dos desejos humanos.
E
desencanto do homem seiscentista pela vida, com o declínio do Renascimento.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe a obra do pintor húngaro Victor Vasarely (1908-1997).


A obra reproduzida faz parte do movimento denominado Op Art – Arte Óptica. Analisando-a, conclui-se que ela

A
aponta para o caos visual, sendo utilizadas para isso formas geométricas que minimizam os efeitos de luz.
B
fundamenta-se na ilusão ótica, sendo primordial o papel ativo do observador para vislumbrar a ideia de movimento.
C
distancia-se da realidade, sendo seu foco os efeitos de contradição decorrentes da combinação de claro e escuro.
D
trabalha com efeitos óticos, sendo explorada a semelhança de estruturas e de cores para dar sensação de imobilidade.
E
explora os efeitos de estaticidade, sendo eles derivados do emprego de formas assimétricas.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

No texto, os pronomes exercem relevante função, organizando as referências, necessárias para uma leitura produtiva das informações. Nas passagens “Os sintomas do flagelo despontam-lhe, então, encadeados em série...” e “Vê-o acentuar, num crescente, até dezembro.”, os pronomes em destaque têm como referentes, respectivamente,

Leia o texto para responder à questão.

    De repente, uma variante trágica.
    Aproxima-se a seca.
  O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo. Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo candente que irradia do Ceará.
    [...]
    Os sintomas do flagelo despontam-lhe, então, encadeados em série, sucedendo-se inflexíveis, como sinais comemorativos de uma moléstia cíclica, da sezão assombradora da Terra. [...] E ao descer das tardes, dia a dia menores e sem crepúsculos, considera, entristecido, nos ares, em bandos, as primeiras aves emigrantes, transvoando a outras climas...
    É o prelúdio da desgraça.
    Vê-o acentuar, num crescente, até dezembro.
    Precautela-se: revista, apreensivo, as malhadas. Percorre os logradouros longos. Procura entre as chapadas que se esterilizam várzeas mais benignas para onde tange os rebanhos. E espera, resignado, o dia 13 daquele mês. Porque, em tal data, usança avoenga lhe faculta sondar o futuro, interrogando a Providência.
    É a experiência tradicional de Santa Luzia. No dia 12 ao anoitecer expõe ao relento, em linha, seis pedrinhas de sal, que representam, em ordem sucessiva da esquerda para a direita, os seis meses vindouros, de janeiro a junho. Ao alvorecer de 13 observa-as: se estão intactas, pressagiam a seca; se a primeira apenas se deliu, transmudada em aljôfar límpido, é certa a chuva em janeiro; se a segunda, em fevereiro; se a maioria ou todas, é inevitável o inverno benfazejo.
    Esta experiência é belíssima. Em que pese ao estigma supersticioso, tem base positiva, e é aceitável desde que se considere que dela se colhe a maior ou menor dosagem de vapor d’água nos ares, e, dedutivamente, maiores ou menores probabilidades de depressões barométricas, capazes de atrair o afluxo das chuvas.
(Euclides da Cunha. Os Sertões, 1979. Adaptado)
A
sertanejo e prelúdio da desgraça.
B
narrador e sertanejo.
C
sertanejo e narrador.
D
seca e prelúdio da desgraça.
E
narrador e inverno benfazejo.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Uma das consequências do flagelo da seca é naturalmente a miséria humana. No texto, ao tratar do tema, o autor descreve o sertanejo como

Leia o texto para responder à questão.

    De repente, uma variante trágica.
    Aproxima-se a seca.
  O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo. Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo candente que irradia do Ceará.
    [...]
    Os sintomas do flagelo despontam-lhe, então, encadeados em série, sucedendo-se inflexíveis, como sinais comemorativos de uma moléstia cíclica, da sezão assombradora da Terra. [...] E ao descer das tardes, dia a dia menores e sem crepúsculos, considera, entristecido, nos ares, em bandos, as primeiras aves emigrantes, transvoando a outras climas...
    É o prelúdio da desgraça.
    Vê-o acentuar, num crescente, até dezembro.
    Precautela-se: revista, apreensivo, as malhadas. Percorre os logradouros longos. Procura entre as chapadas que se esterilizam várzeas mais benignas para onde tange os rebanhos. E espera, resignado, o dia 13 daquele mês. Porque, em tal data, usança avoenga lhe faculta sondar o futuro, interrogando a Providência.
    É a experiência tradicional de Santa Luzia. No dia 12 ao anoitecer expõe ao relento, em linha, seis pedrinhas de sal, que representam, em ordem sucessiva da esquerda para a direita, os seis meses vindouros, de janeiro a junho. Ao alvorecer de 13 observa-as: se estão intactas, pressagiam a seca; se a primeira apenas se deliu, transmudada em aljôfar límpido, é certa a chuva em janeiro; se a segunda, em fevereiro; se a maioria ou todas, é inevitável o inverno benfazejo.
    Esta experiência é belíssima. Em que pese ao estigma supersticioso, tem base positiva, e é aceitável desde que se considere que dela se colhe a maior ou menor dosagem de vapor d’água nos ares, e, dedutivamente, maiores ou menores probabilidades de depressões barométricas, capazes de atrair o afluxo das chuvas.
(Euclides da Cunha. Os Sertões, 1979. Adaptado)
A
uma força a combater os infortúnios da seca, o que se revela quer na sua atitude religiosa e supersticiosa, quer na forma como investiga o meio em que vive.
B
um curioso, o que se revela na forma como se relaciona com o lugar onde vive e que, por não ter como transformar, acaba por menosprezá-lo totalmente.
C
uma vítima dos infortúnios da seca, o que se revela pela sua situação de descontrole pessoal ante a desgraça prevista, restando-lhe de conforto apenas a fé religiosa.
D
um descrente, o que se revela pela aceitação natural dos infortúnios da seca e pela rejeição a qualquer forma de amenizar sua dor, como a superstição ou a fé religiosa.
E
um combatente nato, o que se revela tanto na sua revolta ao pensar na possibilidade de seca, como na busca de soluções desvinculadas da fé religiosa.
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INSPER 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A leitura do texto permite concluir, com correção, que no último parágrafo o autor sustenta

Leia o texto para responder à questão.

    De repente, uma variante trágica.
    Aproxima-se a seca.
  O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo. Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo candente que irradia do Ceará.
    [...]
    Os sintomas do flagelo despontam-lhe, então, encadeados em série, sucedendo-se inflexíveis, como sinais comemorativos de uma moléstia cíclica, da sezão assombradora da Terra. [...] E ao descer das tardes, dia a dia menores e sem crepúsculos, considera, entristecido, nos ares, em bandos, as primeiras aves emigrantes, transvoando a outras climas...
    É o prelúdio da desgraça.
    Vê-o acentuar, num crescente, até dezembro.
    Precautela-se: revista, apreensivo, as malhadas. Percorre os logradouros longos. Procura entre as chapadas que se esterilizam várzeas mais benignas para onde tange os rebanhos. E espera, resignado, o dia 13 daquele mês. Porque, em tal data, usança avoenga lhe faculta sondar o futuro, interrogando a Providência.
    É a experiência tradicional de Santa Luzia. No dia 12 ao anoitecer expõe ao relento, em linha, seis pedrinhas de sal, que representam, em ordem sucessiva da esquerda para a direita, os seis meses vindouros, de janeiro a junho. Ao alvorecer de 13 observa-as: se estão intactas, pressagiam a seca; se a primeira apenas se deliu, transmudada em aljôfar límpido, é certa a chuva em janeiro; se a segunda, em fevereiro; se a maioria ou todas, é inevitável o inverno benfazejo.
    Esta experiência é belíssima. Em que pese ao estigma supersticioso, tem base positiva, e é aceitável desde que se considere que dela se colhe a maior ou menor dosagem de vapor d’água nos ares, e, dedutivamente, maiores ou menores probabilidades de depressões barométricas, capazes de atrair o afluxo das chuvas.
(Euclides da Cunha. Os Sertões, 1979. Adaptado)
A
um viés sentimentalista, já que trata a seca com subjetividade, expondo sua desolação diante do drama do flagelo, em perspectiva compatível com as teses do Modernismo.
B
uma visão idealizada da realidade, por meio da qual ameniza os problemas vividos pelo sertanejo, em perspectiva compatível com as teses do Regionalismo de 30.
C
um enfoque científico, evidenciando uma postura sociológica no tratamento do flagelo da realidade nacional, em perspectiva compatível com as teses do Pré-Modernismo.
D
uma abordagem popular supersticiosa, já que entende a prática do sertanejo como algo que foge ao senso crítico, em perspectiva compatível com as teses do Simbolismo.
E
uma análise imparcial, expondo uma postura ingênua diante de fenômenos naturais, como a seca, em perspectiva compatível com as teses do Pós-Modernismo.
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As falas da personagem, no primeiro e no terceiro quadrinhos, mostram que ela concebe a internet como um espaço em que

A
as diferenças individuais se neutralizam.
B
o estabelecimento de amizade é improvável.
C
os inimigos perdem seu poder de combate.
D
o fortalecimento da amizade é inevitável.
E
as pessoas são menos vulneráveis ao engano.
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Controlar como as outras pessoas veem você

Na sua página “Sobre mim”, é possível escolher quais informações as outras pessoas veem sobre você nos serviços do Google, como Gmail e Hangouts. Também é possível visualizar como suas informações são exibidas para outras pessoas.

Estes são alguns dos itens que podem ser alterados:

•  apelido;

•  sexo;

•  informações profissionais, por exemplo, local de trabalho;

•  informações de contato pessoal, como seu número de telefone e endereço para correspondência;

•  informações de contato comercial, como o e-mail e o número de telefone do seu trabalho;

•  lugares que você visitou;

•  informações educacionais.

(https://support.google.com)


As informações apresentadas no suporte do Google orientam o usuário em relação ao modo de controlar como é visto pelas outras pessoas. Entende-se, portanto, que o usuário do Google

A
tem um campo de ação limitado quando se trata de controlar as suas informações pessoais, havendo, portanto, pouca possibilidade de interagir com as outras pessoas de forma contínua e satisfatória.
B
tem obrigação de oferecer todos os seus dados cadastrados no site a outros usuários do Google, ficando, portanto, vulnerável quando se trata de manter em sigilo as suas informações pessoais.
C
tem a possibilidade de alterar uma série de informações no site do Google, tanto pessoais quanto de outras pessoas, havendo, portanto, um processo interativo pleno entre todos os usuários dos serviços.
D
tem serviços no site que estão além de sua deliberação mais imediata, evidenciando, portanto, um processo de interação entre usuários nem sempre pautado na intencionalidade e no desejo pessoal.
E
tem condições de disponibilizar ou não determinadas informações pessoais para as outras pessoas, tendo ascendência, portanto, sobre as formas de interação nos serviços oferecidos pelo Google.
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10 DE MAIO Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu teria ido na delegacia na primeira intimação. (...) O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao país. Pensei: Se ele sabe disto, porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O senhor Janio Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades.
... O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora.
Quem passa fome aprende a pensar no proximo, e nas crianças.
(Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada, 1993)

Relacionando o texto de Carolina Maria de Jesus aos conceitos de língua apresentados nos Textos I e II, conclui-se que os usos da linguagem feitos pela autora recobrem a noção de

Leia os textos para responder à questão.

Texto I

    A palavra falada é um fenômeno natural; a palavra escrita é um fenômeno cultural. O homem natural pode viver perfeitamente sem ler nem escrever. Não o pode o homem a que chamamos civilizado: por isso, como disse, a palavra escrita é um fenômeno cultural, não da natureza mas da civilização, da qual a cultura é a essência e o esteio.

    Pertencendo, pois, a mundos (mentais) essencialmente diferentes, os dois tipos de palavra obedecem forçosamente a leis ou regras essencialmente diferentes. A palavra falada é um caso, por assim dizer, democrático. Ao falar, temos que obedecer à lei do maior número, sob pena de não sermos compreendidos ou sermos inutilmente ridículos. Se a maioria pronuncia mal uma palavra, temos que a pronunciar mal: diremos anedota, embora sabíamos que se deve dizer anécdota. Se a maioria usa de uma construção gramatical errada, da mesma construção teremos que usar: diremos “hás-de tu compreender”, embora saibamos que “hás tu de compreender” é a fórmula verdadeira. Se a maioria caiu em usar estrangeirismos ou outras irregularidades verbais, assim temos que fazer: “match de football” diremos, e não “partida de bolapé”. Os termos ou expressões que na linguagem escrita são justos, e até obrigatórios, tornam-se uma estupidez e pedantaria, se deles fazemos uso no trato verbal. Tornam-se até em má-criação, pois o preceito fundamental da civilidade é que nos conformemos o mais possível com as maneiras, os hábitos, e a educação da pessoa com quem falamos, ainda que nisso faltemos às boas- -maneiras ou à etiqueta, que são a cultura exterior.

(Fernando Pessoa, A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999)

Texto II

    (...) há duas línguas no Brasil: uma que se escreve (e recebe o nome de “português”); e outra que se fala (e que é tão desprezada que nem tem nome). E é esta última que é a língua materna dos brasileiros; a outra (o “português”) tem de ser aprendida na escola, e a maior parte da população nunca chega a dominá-la adequadamente.

    Vamos chamar a língua falada no Brasil de vernáculo brasileiro (...). Assim, diremos que no Brasil se escreve em português, uma língua que também funciona como língua de civilização em Portugal e em alguns países da África. Mas a língua que se fala no Brasil é o vernáculo brasileiro, que não se usa nem em Portugal nem na África.

(Mário A. Perini, Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 1997)

A
democracia da linguagem apontada em Pessoa, considerando-se a justeza e precisão da linguagem escrita em oposição à falada. Note-se, ademais, que esses usos correspondem ao conceito de vernáculo brasileiro de Perini, o qual é próprio do Brasil e não de Portugal e África.
B
vernáculo brasileiro apontado por Perini, e definidor da língua comum a brasileiros, portugueses e africanos, principalmente. Note-se, ademais, que esses usos equivalem àquilo que Pessoa chama de fenômeno de linguagem próprio da civilização, ou seja, a língua como cultura.
C
língua materna apontada por Perini, que considera como legítimas todas as formas de expressão da língua falada. Note-se, ademais, que esses usos são considerados estupidez e pedantismo por Pessoa, que não os considera formas adequadas e civilizadas de comunicação.
D
fenômeno natural apontada por Pessoa, embora se trate de texto escrito, considerando-se a aproximação entre fala e escrita flagrada nele. Note-se, ademais, que esses usos se encaixariam na língua desprezada, apontada por Perini, normalmente estigmatizada na sociedade.
E
lei do maior uso apontada por Pessoa, apesar de ser fonte de preconceito na sociedade, uma vez que se distanciam dos usos justos e até obrigatórios ditados pela língua falada. Note-se, ademais, que Perini reforça esse ponto de vista ao sugerir o desprezo à língua materna.
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Nas considerações que fazem em relação à língua, os dois autores enfatizam o aspecto cultural da língua escrita. No entendimento de ambos, ela é definida como uma

Leia os textos para responder à questão.

Texto I

    A palavra falada é um fenômeno natural; a palavra escrita é um fenômeno cultural. O homem natural pode viver perfeitamente sem ler nem escrever. Não o pode o homem a que chamamos civilizado: por isso, como disse, a palavra escrita é um fenômeno cultural, não da natureza mas da civilização, da qual a cultura é a essência e o esteio.

    Pertencendo, pois, a mundos (mentais) essencialmente diferentes, os dois tipos de palavra obedecem forçosamente a leis ou regras essencialmente diferentes. A palavra falada é um caso, por assim dizer, democrático. Ao falar, temos que obedecer à lei do maior número, sob pena de não sermos compreendidos ou sermos inutilmente ridículos. Se a maioria pronuncia mal uma palavra, temos que a pronunciar mal: diremos anedota, embora sabíamos que se deve dizer anécdota. Se a maioria usa de uma construção gramatical errada, da mesma construção teremos que usar: diremos “hás-de tu compreender”, embora saibamos que “hás tu de compreender” é a fórmula verdadeira. Se a maioria caiu em usar estrangeirismos ou outras irregularidades verbais, assim temos que fazer: “match de football” diremos, e não “partida de bolapé”. Os termos ou expressões que na linguagem escrita são justos, e até obrigatórios, tornam-se uma estupidez e pedantaria, se deles fazemos uso no trato verbal. Tornam-se até em má-criação, pois o preceito fundamental da civilidade é que nos conformemos o mais possível com as maneiras, os hábitos, e a educação da pessoa com quem falamos, ainda que nisso faltemos às boas- -maneiras ou à etiqueta, que são a cultura exterior.

(Fernando Pessoa, A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999)

Texto II

    (...) há duas línguas no Brasil: uma que se escreve (e recebe o nome de “português”); e outra que se fala (e que é tão desprezada que nem tem nome). E é esta última que é a língua materna dos brasileiros; a outra (o “português”) tem de ser aprendida na escola, e a maior parte da população nunca chega a dominá-la adequadamente.

    Vamos chamar a língua falada no Brasil de vernáculo brasileiro (...). Assim, diremos que no Brasil se escreve em português, uma língua que também funciona como língua de civilização em Portugal e em alguns países da África. Mas a língua que se fala no Brasil é o vernáculo brasileiro, que não se usa nem em Portugal nem na África.

(Mário A. Perini, Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 1997)

A
expressão espontânea, cujas regras de comunicação são menos rigorosas que as da fala.
B
forma de expressão de menor importância, pois não é considerada língua materna.
C
equivalência da língua falada, pois serve aos mesmos propósitos de comunicação.
D
variedade linguística menos afetada pelos usos cotidianos, o que garante a sua unidade.
E
manifestação linguística pura, por isso seu estudo e aprendizado têm prestígio social.