Questõessobre Concordância verbal, Concordância nominal
Passando para o singular o termo destacado em
Emoções indefiníveis me agitam, ficará
Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste.
E, falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever.
Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o cachimbo. Às vezes as ideias não vêm, ou vêm muito numerosas - e a folha permanece meio escrita, como estava na véspera. Releio algumas linhas, que me desagradam. Não vale a pena tentar corrigi-las. Afasto o papel.
Emoções indefiníveis me agitam - inquietação terrível, desejo doido de voltar, tagarelar novamente com Madalena, como fazíamos todos os dias, a esta hora. Saudade? Não, não é isto: desespero, raiva, um peso enorme no coração.
Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas palavras eram apenas palavras, reprodução imperfeita de fatos exteriores, e as dela tinham alguma coisa que não consigo exprimir. Para senti-las melhor, eu apagava as luzes, deixava que a sombra nos envolvesse até ficarmos dois vultos indistintos na escuridão.
(Graciliano Ramos)
Para ______, disse o patrão, o criado visava ____
tostões______ vários anos.
Completa-se corretamente a frase acima com as
palavras da alternativa
Papéis Velhos
Vou ocupar o tempo em reler uns papéis velhos que o meu criado José achou dentro de uma velha mala e me trouxe agora. A cara dele tinha a expressão de prazer que dá o serviço inesperado; aquele gosto de descobrir papéis que podem ser importantes fazia-o risonho, olhos escancarados, quase comovidos.
- Vossa Excelência talvez os procure há muito tempo.
Eram cartas, apontamentos, minutas, contas, um inferno de lembranças que era melhor não se terem achado. Que perdia eu sem elas? Já não curava delas; provavelmente não me fariam falta. Agora estou entre estes dois extremos, ou lê-las, primeiro, ou queimá-las já. Inclino-me ao segundo. Ante mim continuava o meu José com a mesma expressão de gosto que lhe deu o achado. Naturalmente agradecia à sua boa Fortuna que lhe deparou; contará que é mais um elo que nos prende. Talvez a ideia que o levou à mala fosse a esperança de algum valor extraviado, uma joia, por exemplo, ou ainda menos, uma camisa, um colete, e sendo assim o silêncio era mui possível. Achou papéis velhos, veio fielmente entregar-mos.
Não lhe quero mal por isso. Não lhe quis no dia em que descobri que ele me levava dos coletes, ao escová-los, dois ou três tostões por dia. Foi há dois meses, e possivelmente já o faria antes, desde que entrou cá em casa. Não me zanguei com ele; tratei de acautelar os níqueis, isso sim; mas, para que não se creia descoberto, lá deixei alguns, uma vez ou outra, que ele pontualmente diminui; não me vendo zangar é provável que me chame nomes feios, descuidado, tonto, papalvo que seja... Não lhe quero mal do furto nem dos nomes.
Ele serve bem e gosta de mim; podia levar mais e chamar-me pior.
Resolvo mandar queimar os papéis, ainda que dê grande mágoa ao José que imaginou haver achado recordações grandes e saudades. Poderia dizer-lhe que a gente traz na cabeça outros papéis velhos que não ardem nunca nem se perdem por malas antigas; não me entenderia.
(Machado de Assis)
Na oração "que ela dura" (v. 4), o pronome sublinhado
Psicanálise do açúcar
O açúcar cristal, ou açúcar de usina,
mostra a mais instável das brancuras:
quem do Recife sabe direito o quanto,
e o pouco desse quanto, que ela dura.
Sabe o mínimo do pouco que o cristal
se estabiliza cristal sobre o açúcar,
por cima do fundo antigo, de mascavo,
do mascavo barrento que se incuba;
e sabe que tudo pode romper o mínimo
em que o cristal é capaz de censura:
pois o tal fundo mascavo logo aflora
quer inverno ou verão mele o açúcar.
Só os banguês* que-ainda purgam ainda
o açúcar bruto com barro, de mistura;
a usina já não o purga: da infância,
não de depois de adulto, ela o educa;
em enfermarias, com vácuos e turbinas,
em mãos de metal de gente indústria,
a usina o leva a sublimar em cristal
o pardo do xarope: não o purga, cura.
Mas como a cana se cria ainda hoje,
em mãos de barro de gente agricultura,
o barrento da pré-infância logo aflora
quer inverno ou verão mele o açúcar.
João Cabral de Melo Neto, A Educação pela Pedra.
*banguê: engenho de açúcar primitivo movido a força animal.
Ao substituir a pessoa verbal utilizada para se referir ao
substantivo "palavras" pela 3ª pessoa do plural, os verbos dos
versos "sois de vento, ides no vento," (v. 4) / "Perdão podieis
ter sido!" (v. 12) / "Éreis um sopro na aragem..." (v. 20) seriam
conjugados conforme apresentado na alternativa:
Romance LIII ou Das Palavras Aéreas
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
sois de vento, ides no vento,
no vento que não retorna,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!
Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova! (...)
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Perdão podieis ter sido!
- sois madeira que se corta,
- sois vinte degraus de escada,
- sois um pedaço de corda...
- sois povo pelas janelas,
cortejo, bandeiras, tropa...
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Éreis um sopro na aragem...
- sois um homem que se enforca!
Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência
Assinale a alternativa que apresenta um período escrito de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
Prevalece, na parte verbal do Texto, o emprego da norma culta da língua. Nesse contexto, é
CORRETO afirmar que
O Texto serve de base para a questão.
Texto
Disponível em: https://redeglobo.globo.com/sp/eptv/eptv-na-escola-ribeirao/noticia/a-leitura-como-aliada-da-boa-redacao.ghtml
Nos textos literários, os aspectos formais podem ser analisados como elementos que colaboram
para a expressividade. Acerca de aspectos formais dos Textos 15, 16 e 17, analise as proposições
abaixo.
1) No que se refere ao nível de formalidade, podemos dizer que o Texto 17 tende para a
informalidade. Apesar disso, sua autora segue as normas de regência nominal, o que se observa,
por exemplo, no trecho ―Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer‖. A regência
estaria igualmente atendida se a autora tivesse escrito: "Não faço alusão a tudo o que sei".
2) Observe a concordância feita no seguinte trecho do Texto 15: "e nem o rubro galo do sol / nem a
andorinha azul da lua / podem levar qualquer recado [...]". O plural empregado na primeira forma
verbal (podem) indica que a ação expressa por ―podem levar‖ é praticada, concomitantemente,
pelo "rubro galo do sol" e pela "andorinha azul da lua".
3) O sinal indicativo de crase presente no trecho "podem levar qualquer recado / à prisão por onde as
mulheres / se convertem em sal e muro" (Texto 15) deveria manter-se se o termo "prisão" fosse
substituído pelo termo "cárcere".
4) Para indicar que o Texto 16 tematiza o cotidiano do século passado, nele está preservada a
norma ortográfica que era vigente nesse século, a exemplo de "Adélia", "dói" e "pôr", formas que,
após o último Acordo Ortográfico, devem ser grafadas sem acento.
Estão CORRETAS:
Adélia Prado
"Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer, só sei pintando ou pronunciando, sílabas cegas de sentido. [...] Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu."
Acerca do último parágrafo “O projeto é uma parceria da Universidade Federal de Sergipe com a prefeitura
e delegacia da cidade de Lagarto. Começou há seis anos e, nesse tempo, foi registrado apenas um caso de
feminicídio na cidade. Pelo grupo já passaram mais de 300 homens e muitas foram as lições. ‘Estou aprendendo
várias coisas. Se eu pudesse não errar, voltava para trás’, disse o homem”, considere as afirmativas a seguir.
I. O trecho “um caso de feminicídio” é complemento verbal nesse período.
II. O sujeito do verbo “começou” foi citado anteriormente: “projeto”.
III. O verbo “passaram” concorda com o sujeito “mais de 300 homens”.
IV. A expressão “as lições” é sujeito do verbo “foram”.
Assinale a alternativa correta.
Considerando a frase a seguir, de Millôr Fernandes, assinale a alternativa correta.
“Fique certo de uma coisa, meu filho: se você mantiver seus princípios com firmeza, um dia lhe oferecerão excelentes oportunidades de abdicar deles.”
Considerando a frase a seguir, de Millôr Fernandes, assinale a alternativa correta.
“Fique certo de uma coisa, meu filho: se você mantiver seus princípios com firmeza, um dia lhe oferecerão excelentes oportunidades de abdicar deles.”
Assinale a frase correta quanto à concordância verbal.
Assinale a frase correta quanto à concordância verbal.
Assinale a frase na qual os termos destacados em negrito estão corretos.
Sobre concordância verbal e concordância nominal, assinale a afirmativa correta.
Credo
“Padre Nosso que estás no Céu,”
perdi meu Credo que tu me deste.
Eu era menino: Creio em Deus Padre...
Que força me dava a tua oração!
Santa Maria, mãe de Jesus,
perdi as armas que Deus me deu!
“Padre Nosso que estás no Céu,”
santificado seja teu nome,
seja feita — a tua vontade,
e faze que eu ache meu credo de novo!
Eu era menino: Creio em Deus Padre...
Que força me dava a tua oração!
Santa Maria, mãe de Jesus,
Procura pra mim, meu Creio em Deus Padre,
Santa Maria, mãe de Jesus!
LIMA, Jorge de. Poesia completa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1980. v. 1. p. 135-6.
Em Credo, o poeta muda o tratamento do "Pai Nosso", normalmente apresentado na segunda pessoa do plural, para a segunda pessoa do singular
Se voltarmos a segunda pessoa do plural, as formas em negrito no poema passariam a ser, nessa ordem, grafadas assim:
Credo
“Padre Nosso que estás no Céu,”
perdi meu Credo que tu me deste.
Eu era menino: Creio em Deus Padre...
Que força me dava a tua oração!
Santa Maria, mãe de Jesus,
perdi as armas que Deus me deu!
“Padre Nosso que estás no Céu,”
santificado seja teu nome,
seja feita — a tua vontade,
e faze que eu ache meu credo de novo!
Eu era menino: Creio em Deus Padre...
Que força me dava a tua oração!
Santa Maria, mãe de Jesus,
Procura pra mim, meu Creio em Deus Padre,
Santa Maria, mãe de Jesus!
LIMA, Jorge de. Poesia completa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1980. v. 1. p. 135-6.
Em Credo, o poeta muda o tratamento do "Pai Nosso", normalmente apresentado na segunda pessoa do plural, para a segunda pessoa do singular
Se voltarmos a segunda pessoa do plural, as formas em negrito no poema passariam a ser, nessa ordem, grafadas assim:
Considere a concordância nas seguintes frases:
I. A moça usava uma saia verde-clara.
II. Muito-obrigada, disse ela, meia confusa.
III. Eles mesmo foram enganados pela espertinha.
IV. Fomos nós quem pintamos a casa, mas fui quem pintou o muro.
São corretas apenas as frases:
Considere a concordância nas seguintes frases:
I. A moça usava uma saia verde-clara.
II. Muito-obrigada, disse ela, meia confusa.
III. Eles mesmo foram enganados pela espertinha.
IV. Fomos nós quem pintamos a casa, mas fui quem pintou o muro.
São corretas apenas as frases:
Qual frase pode ser completada por qualquer das formas verbais colocadas
nos parênteses?
Esse teu olharQuando encontra o meuFala de umas coisasQue eu não posso acreditarDoce é sonharÉ pensar que vocêGosta de mim como eu de você
(JOBIM. Tom. Esse seu olhar – Grandes Hits da Bossa Nova 1 - DVDoKê )
Nesses versos, há um desvio de concordância: concordar teu com você. Que frase
publicitária apresenta o mesmo tipo de inadequação?
A concordância nominal e verbal da Língua Portuguesa obedece a algumas regras específicas. No trecho: “boa
parte de nossas escolas é um escoadouro das mazelas sociais e éticas”
Leia o texto a seguir para responder a questão
O ambiente escolar é um excelente laboratório para a vida adulta de nossas crianças e adolescentes. Entre inúmeras virtudes, a escola desenvolve resiliência às frustrações e propicia a convivência com a diversidade, pois é um espaço de aprendizado e alegria.
Ademais, a escola tem legitimidade e autoridade intelectual e moral para ser um agente de transformação da comunidade na qual está inserida. Desgraçadamente, no entanto, não é isso que ocorre em uma boa parte de nossos estabelecimentos de ensino. Mesmo reconhecida por uma maioria como a “nova riqueza das nações”, a escola, no Brasil, tem sido exacerbadamente o espaço de frequentes agressões físicas e morais, muito acima da média mundial, como bem demonstram estatísticas comparativas internacionais.
Sem forças para reverter uma dura realidade boa parte de nossas escolas é um escoadouro das mazelas sociais e éticas. Destarte, vivenciam-se a violência física e o bullying, cuja frequência e intensidade indicam o quanto a escola está moralmente comprometida, como decorrência da falta de regras claras e de punição adequada, conflitos mal resolvidos e ausência de uma cultura mais humana no colégio ou em casa.
[...] Além disso, nos últimos anos temos passado por um agravamento de toda essa problemática, uma vez que o Brasil vivencia a imbricação de três graves crises: econômica, política e, a mais avassaladora delas, a crise moral. E, como professa Aristóteles, “o homem guiado pela ética é o melhor dos animais; quando sem ela, é o pior”.
Assim, quando os valores, virtudes, mérito, dedicação aos estudos e ao trabalho duro são relegados por uma boa
parcela de nossos políticos e da população, cabe à pergunta: que força tem a escola para romper os grilhões de
violências físicas e morais? Quando o entorno é conflagrado, a agressividade e a intimidação adentram as escolas –
se não for pelas portas ou pelas janelas, será pelas frestas. E como estancar essa invasão indesejada e deletéria?[...]
Um bom educador é comprometido com a sua comunidade escolar, pois ele carrega dentro de si a chama esplendorosa
do entusiasmo em promover o ser humano nos espectros ético, cognitivo, social e espiritual. (Gazeta do Povo, Jacir J.
Venturi, coordenador da Universidade Positivo, 10 set. 2017, com adaptações)
Quanto aos recursos da língua usados no texto, Identifique com
V as afirmativas verdadeiras e com F, as falsas.
( ) A forma verbal “acredita” (l. 1) está no singular, concordando
com “maioria” (l. 1), mas poderia ter aparecido no plural,
concordando com “pessoas” (l. 1).
( ) A vírgula que isola o termo “Atualmente” (l. 7) foi usada
pela mesma razão da que está destacando a expressão
“Numa região rica em recursos hídricos” (l. 29).
( ) A oração “que, pelo menos, 90% da energia elétrica
consumida em suas cidades venha de fontes limpas,
como as hidrelétricas.” (l. 30-32) tem valor adjetivo.
( ) A forma verbal “Há” (l. 34), se substituída por sua
correspondente do verbo existir, preservando-se a
correspondência modo-temporal, não sofre nenhuma
alteração.
( ) Os adjetivos “poluente” (l. 42) e “cara” (l. 42), se deslocados
para antes do substantivo que qualificam, não alteram o
sentido do contexto em que estão inseridos.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para
baixo, é a
Quanto aos recursos da língua usados no texto, Identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F, as falsas.
( ) A forma verbal “acredita” (l. 1) está no singular, concordando com “maioria” (l. 1), mas poderia ter aparecido no plural, concordando com “pessoas” (l. 1).
( ) A vírgula que isola o termo “Atualmente” (l. 7) foi usada pela mesma razão da que está destacando a expressão “Numa região rica em recursos hídricos” (l. 29).
( ) A oração “que, pelo menos, 90% da energia elétrica consumida em suas cidades venha de fontes limpas, como as hidrelétricas.” (l. 30-32) tem valor adjetivo.
( ) A forma verbal “Há” (l. 34), se substituída por sua correspondente do verbo existir, preservando-se a correspondência modo-temporal, não sofre nenhuma alteração.
( ) Os adjetivos “poluente” (l. 42) e “cara” (l. 42), se deslocados para antes do substantivo que qualificam, não alteram o sentido do contexto em que estão inseridos.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para
baixo, é a
Como em “Para mim, uma das coisas mais lindas do Brasil é a mistura das raças” (linhas 23-24), também
está conforme a norma padrão o emprego do pronome pessoal de 1ª pessoa do singular em:
Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150428_parainglesver_adamsmith2_ss. Acesso em 25 ago. 2016.
Com base no texto 02, da Língua Portuguesa I, responda à questão.