Questõesde UNICENTRO sobre Literatura

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Foram encontradas 31 questões
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UNICENTRO 2016 - Literatura - Escolas Literárias, Arcadismo

No texto, evidenciam-se dois aspectos pertinentes ao Arcadismo: um princípio estético marcante denominado de __________ e uma visão de mulher ____________


GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. In: Sérgio Buarque de Hollanda (Org.) Antologia dos poetas brasileiros da fase colonial. São Paulo, Perspectiva.1979. p.301. 

A
racionalismo / lisonjeada, mas indiferente ao amor.
B
bucolismo/ hipervalorizada pela comparação poética.
C
teocentrismo / mistificada, como objeto de adoração, mas inatingível.
D
sensualismo/ elevada à condição platônica do amor.
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UNICENTRO 2016 - Literatura - Barroco, Escolas Literárias

A característica marcante em todo poema e o recurso estético pertinente ao Barroco, na última estrofe, encontra-se, respectivamente, em


MATOS, Gregório. Disponível em: http://poesiascolecionadas. blogspot.com.br/2010/05/desenganos-da-vida-metaforicamente.html. Acesso em: 21 set. 2016.

A
Materialismo / contradição de ideias.
B
Dualismo / comparação de ideias.
C
Espiritualidade / oposição de ideias.
D
Transitoriedade / enumeração de ideias.
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UNICENTRO 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A respeito da autora e de sua obra, assinale a alternativa correta.

Leia o conto a seguir e responda à questão.

Preciosidade (para Mafalda)

De manhã cedo era sempre a mesma coisa renovada: acordar. O que era vagaroso, desdobrado, vasto. Vastamente ela abria os olhos. Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase majestosa em que se movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade algo precioso. Que não se espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que era intenso como uma joia. Ela acordava antes de todos, pois para ir à escola teria que pegar um ônibus e um bonde, o que lhe tomaria uma hora. O que lhe daria uma hora. De devaneio agudo como um crime. O vento da manhã violentando a janela e o rosto até que os lábios ficavam duros, gelados. Então ela sorria. Como se sorrir fosse em si um objetivo. Tudo isso aconteceria se tivesse a sorte de “ninguém olhar para ela”. Era uma manhã ainda mais fria e escura que as outras, ela estremeceu no suéter. A branca nebulosidade deixava o fim da rua invisível. Tudo estava algodoado, não se ouviu sequer o ruído de algum ônibus que passasse pela avenida. Foi andando para o imprevisível da rua. As casas dormiam nas portas fechadas. Os jardins endurecidos de frio. No ar escuro, mais que no céu, no meio da rua uma estrela. Uma grande estrela de gelo que não voltara ainda, incerta no ar, úmida, informe. Surpreendida no seu atraso, arredondava- -se na hesitação. Ela olhou a estrela próxima. Caminhava sozinha na cidade bombardeada. Não, ela não estava sozinha. Com os olhos franzidos pela incredulidade no fim longínquo de sua rua, de dentro do vapor, viu dois homens. Dois rapazes vindo. Olhou ao redor como se pudesse ter errado de rua ou de cidade. Mas errara os minutos: saíra de casa antes que a estrela e dois homens tivessem tempo de sumir. Seu coração se espantou. O que se seguiu foram quatro mãos difíceis, foram quatro mãos que não sabiam o que queriam, quatro mãos erradas de quem não tinha a vocação, quatro mãos que a tocaram tão inesperadamente que ela fez a coisa mais certa que poderia ter feito no mundo dos movimentos: ficou paralisada. Eles, cujo papel predeterminado era apenas o de passar junto do escuro de seu medo, e então o primeiro dos sete mistérios cairia; eles que representariam apenas o horizonte de um só passo aproximado, eles não compreenderam a função que tinham e, com a individualidade dos que têm medo, haviam atacado. Foi menos de uma fração de segundo na rua tranquila. Numa fração de segundo a tocaram como se a eles coubessem todos os sete mistérios. Que ela conservou todos, e mais larva se tornou, e mais sete anos de atraso. Quando foi molhar os cabelos diante do espelho, ela era tão feia. Ela possuía tão pouco, e eles haviam tocado. Ela era tão feia e preciosa. Estava pálida, os traços afinados. As mãos, umedecendo os cabelos, sujas de tinta ainda do dia anterior. “Preciso cuidar mais de mim”, pensou. Não sabia como. A verdade é que cada vez sabia menos como. A expressão do nariz era a de um focinho apontando na cerca. Voltou ao banco e ficou quieta, com um focinho. “Uma pessoa não é nada.” “Não”, retrucou-se em mole protesto, “não diga isso”, pensou com bondade e melancolia. “Uma pessoa é alguma coisa”, disse por gentileza. Mas no jantar a vida tomou um senso imediato e histérico:
– Preciso de sapatos novos! Os meus fazem muito barulho, uma mulher não pode andar com salto de madeira, chama muita atenção! Ninguém me dá nada! Ninguém me dá nada! – e estava tão frenética e estertorada que ninguém teve coragem de lhe dizer que não os ganharia. Só disseram:
– Você não é uma mulher e todo salto é de madeira. Até que, assim como uma pessoa engorda, ela deixou, sem saber por que processo, de ser preciosa. Há uma obscura lei que faz com que se proteja o ovo até que nasça o pinto, pássaro de fogo. E ela ganhou os sapatos novos.

(LISPECTOR, C. Laços de Família. São Paulo: Rocco, 1998. p.95-108.)
A
É considerada uma das mais renomadas escritoras do século XX, tendo publicado livros de vários gêneros literários a partir de uma visão intimista da realidade.
B
É uma das maiores escritoras brasileiras do século XIX, apresentando predominantemente, em seus livros, o regionalismo nordestino a partir de um tom saudosista.
C
Escreveu apenas contos, sendo seu livro mais famoso A Hora da Estrela, cuja temática está ligada à vida do nordestino em São Paulo.
D
Publicou em vida apenas um livro: Laços de Família. Isso se deu porque a escritora começou sua carreira tardiamente.
E
Tornou-se um ícone da literatura brasileira do século XIX por suas peças de teatro, cuja temática se liga predominantemente à questão feminina.
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UNICENTRO 2019 - Literatura - Teoria Literária

O lançamento da obra Quarto de despejo, em 1960, fez de Carolina de Jesus o maior sucesso editorial da história da literatura brasileira, com cerca de um milhão de cópias vendidas. A autora deixou registrado o seguinte depoimento:

“Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades.”(1976).


O depoimento de Carolina de Jesus atesta o seguinte sobre sua relação com a vida e com a sua obra Quarto de despejo:

A
Seu estilo é romântico, com tendência a idealizar a realidade e a enxergar o mundo numa ótica maniqueísta, tanto na literatura como na vida.
B
Seu estilo é neossimbolista na literatura, mas tem uma tendência realista na relação com a vida.
C
Apesar de seu estilo ser realista e espelhar a realidade da vida na favela, a narradora desta obra permite-se penetrar no mundo onírico com as digressões subjetivas sobrepujando os registros documentais em seu livro, já que na vida costuma fantasiar e sonhar
D
A escritora vale-se de um recurso em que, apesar de retratar a vida como ela é em seu romance, inclusive com personagens retirados do mundo real das favelas, permite-se sublimar tudo isso na vida real, vendo assim o mundo idealizado apenas em pensamento.
E
A narrativa segue os princípios do Realismo Fantástico, em que realidade e sonho se sobrepõem e o leitor é levado a acreditar no mundo de castelos dourados e luzes brilhantes, assim como sonha no mundo real.
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UNICENTRO 2019 - Literatura - Modernismo, Teoria Literária, Escolas Literárias

Legado

Que lembrança darei ao país que me deu

tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?

Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu

minha incerta medalha, e a meu nome se ri.

E mereço esperar mais do que os outros, eu?

Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.

Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,

a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

Não deixarei de mim nenhum canto radioso,

uma voz matinal palpitando na bruma

e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.

De tudo quanto foi meu passo caprichoso

na vida, restará, pois o resto se esfuma,

uma pedra que havia em meio do caminho.

Disponível em:<https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13225.pdf> . Acesso em: 20 ago. 2019.


Considerando-se a obra Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade, no contexto histórico em que foi escrita, e o poema Legado, marque com V as afirmativas verdadeiras e com F, as demais.

( ) A obra Claro Enigma foi publicada durante o período da Guerra Fria, e alguns dos seus poemas fazem questionamentos sobre o futuro em tom pessimista.

( ) O poema Legado exemplifica uma fonte de inspiração comum aos poemas da obra Claro Enigma: foi inspirado pelas incertezas e angústias da época em que foram escritos.

( ) No poema Legado, pode-se constatar o tom melancólico do poeta.

( ) No poema Legado, fica claro que o sujeito poético passa de um estado contemplativo e melancólico para outro de renovação e de descoberta.

( ) No poema Legado, assim como na obra como um todo (Claro Enigma), o sujeito poético esboça um projeto de vida voltado para a superação da amargura e do sofrimento que o acompanharam durante toda a sua existência.


A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

A
F V V F V
B
V F V V F
C
V V V F F
D
F V F V V
E
V V F F V
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UNICENTRO 2019 - Literatura - Teoria Literária

Trecho 01
— A senhora me faz saudades de minha terra. Lembrei-me de minha casa, e das tardes em que passeava assim por aqueles sítios, com minha mãe e minha irmã.
— O senhor tem mãe e irmã! Como deve ser feliz! disse Lúcia com sentimento.
— Quem é que não tem uma irmã! respondi-lhe sorrindo. E minha mãe ainda é muito moça para que eu tivesse a desgraça de a haver perdido.
— Perdi a minha muito cedo...
ALENCAR, José de. Senhora, São Paulo, FTD, 1991. p. 21-22

Trecho 02
Lúcia saiu um instante e voltou. [...] o fato é que a aparição já desvanecida surgira de repente aos meus olhos.
— Agora lembro-me! Estou vendo-a como a vi pela primeira vez!
— Como daquela vez não me verá mais nunca!
— O que lhe falta? — Falta o que o senhor pensava e não tornará a pensar! disse ela com a voz pungida por dor íntima!
ALENCAR, José de. Senhora, São Paulo, FTD, 1991. p. 24.

Trecho 03
Quando porém os meus lábios se colaram na tez de cetim e meu peito estreitou as formas encantadoras que debuxavam a seda, pareceu-me que o sangue lhe refluía ao coração. As palpitações eram bruscas e precípites. Estava lívida e mais branca do que o alvo colarinho do seu roupão.
ALENCAR, José de. Senhora, São Paulo, FTD, 1991. p. 25


Considerando-se os fragmentos destacados do romance Senhora e considerando-se a totalidade da obra, assinale o único item cujas afirmações não podem ser comprovadas com a leitura da obra.

A
No trecho 01, a personagem faz uma alusão ao trauma do passado que a fez assumir uma nova identidade social.
B
No trecho 02, a linguagem vaga na fala da personagem ilustra sua consciência acerca da dupla imagem de mulher assumida por ela.
C
No trecho 03, as reações instintivas de Lúcia comprovam que sua verdadeira natureza difere da imagem que tenta passar para a sociedade e que compõem seu novo status social.
D
Na obra como um todo, há constantemente um contraste nas descrições de Lúcia: às vezes o foco está na sua aparência, outras vezes na sua verdadeira natureza.
E
No epílogo da obra, Lúcia se redime de todos os seus pecados voltando a assumir seu antigo papel social de moça recatada e assim restaurando sua imagem perante a sociedade.
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UNICENTRO 2019 - Literatura - Teoria Literária

Fragmento I
Esse Aires que aí aparece conserva ainda agora algumas das virtudes daquele tempo, e quase nenhum vício. Não atribuas tal estado a qualquer propósito. Nem creias que vais nisto um pouco de homenagem à modéstia da pessoa. Não, senhor, é verdade pura e natural efeito. Apesar dos quarenta anos, ou quarenta e dois, e talvez por isso mesmo, era um belo tipo de homem. Diplomata de carreira, chegara dias antes do Pacífico, com uma licença de seis meses.
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó, São Paulo, FTD, 2011. p. 46.

Fragmento II
Também não creias que fosse outrora rico e adúltero, aberto de mãos, quando vinha de dizer adeus às suas amigas. Ni cet excès d´honneur, nit cette indignité. Era um pobre diabo sem mais ofício que a devoção.
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó, São Paulo, FTD, 2011. p. 21.

Observando os fragmentos (I e II) destacados do romance Esaú e Jacó e considerando a totalidade da obra, pode-se afirmar:

A
No fragmento I, a intertextualidade com outro livro do autor é evidente ao fazer alusão a Aires, o diplomata. No fragmento II, há um exemplo da erudição do autor ao citar outros autores, estratégia que se repete ao longo do livro.
B
No fregmento I, o narrador apresenta uma das personagens centrais do livro, genitor dos gêmeos Pedro e Paulo. No fragmento II, vemos uma citação em francês, o que atesta a semelhança deste romance com as obras do Romantismo, época em que havia influência da literatura de Victor Hugo.
C
Ambos os fragmentos atestam o gosto de Machado de Assis pela ironia, estratégia comum em toda sua obra.
D
Os fragmentos fogem ao estilo comum na obra do autor por serem expressionistas, novidade introduzida anos antes da publicação desse livro, quando abandonou o estilo realista e adotou o Romantismo.
E
Os fragmentos confirmam a filiação do autor ao estilo romântico, anterior a sua estreia como realista, que só ocorreu anos após a publicação de Esaú e Jacó.
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UNICENTRO 2019 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Teoria Literária, Escolas Literárias

TEXTO:
Nove anos procurou Blimunda. Começou por contar as estações, depois perdeu-lhes o sentido. Nos primeiros tempos calculava as léguas que andava por dia, quatro, cinco, às vezes seis, mas depois confundiram-se-lhes os números, não tardou que o espaço e o tempo deixassem de ter significado, tudo se media em manhã, tarde, noite, chuva, soalheira, granizo, névoa e nevoeiro, caminho bom, caminho mau [...] milhares de rostos, rostos sem número que o dissesse, quantas vezes mais os que em Mafra se tinham juntado, e de entre os rostos, os das mulheres para as perguntas, os dos homens para ver se neles estava a resposta...
SARAMAGO. José. Memorial do convento. 25. ed. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1982. p. 345.

Considerando que José Saramago apresenta uma escrita peculiar, com um estilo próprio e uma linguagem inovadora, marque com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas acerca do estilo, do enredo ou da linguagem presentes na obra, não só levando em conta o trecho, mas também a totalidade do livro.
( ) No trecho “Nove anos procurou Blimunda”, a personagem em foco sofre a ação verbal, portanto Blimunda funciona como complemento do verbo "procurar".
( ) A linguagem da obra, como atesta o fragmento, é documental e realista, sendo seu estilo chamado de neorrealismo.
( ) O narrador, no trecho acima, assim como em outros, apresenta ao leitor como a personagem sente, em sua subjetividade, os aspectos vividos na realidade concreta.
( ) Considerando que esse trecho é parte do epílogo da obra, a personagem procurada por Blimunda é Baltazar.
( ) A personagem em questão, Blimunda, tem poderes extraordinários, que podem ser entendidos literalmente ou metaforicamente.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

A
F F V F F
B
F F V V V
C
V V V V V
D
V F V F V
E
V F V V V
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UNICENTRO 2017 - Literatura - Simbolismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa características do simbolismo.

A
A objetividade ocupou lugar do subjetivismo e a valorização da emoção foi abandonada.
B
O artista busca, no plano da linguagem, oferecer descrições aparentemente isentas, para que o leitor forme um juízo sobre as cenas apresentadas.
C
A sociedade é objeto de interesse imediato e sua análise e compreensão depende da capacidade de se ater a comportamentos observáveis.
D
Para explorar o mundo visível, racional e objetivo, exploram diferentes recursos da linguagem para evocar sensações, tais como maiúsculas alegorizantes, reticências e aliterações.
211deae6-00
UNICENTRO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre o Modernismo no Brasil, é correto considerar que

A
Obras como “I – Juca-Pirama” de Gonçalves Dias que introduzem o herói índio, narrando seus feitos admiráveis, a fim de ilustrar a brasilidade.
B
Entende-se por Modernismo um conjunto de experiências de linguagem. Na literatura buscou-se uma crítica global às estruturas mentais das velhas gerações e um esforço para penetrar na realidade brasileira.
C
Na poesia, amadurece a tradição literária com extremo subjetivismo, à Byron e à Musset, com temáticas emotivas de amor e morte.
D
Busca ilustrar comportamento, espaços visando à construção de uma identidade nacional, por meio de estruturas simples e referências culturais sofisticadas (históricas, artísticas, mitológicas), tais como na obra “Cinco Minutos” de José de Alencar.
9114ff7b-ff
UNICENTRO 2016 - Literatura - Simbolismo, Escolas Literárias

Nas duas últimas estrofes, há uma referência à sublimação através da morte que se comprova pela receptividade da lua e dos arcanjos à chegada da amada. Pelo amado, há a preocupação com o seu estado, já que ainda se encontra na terra.

Essa peculiaridade do Simbolismo dá-se porque, para os simbolistas, a morte

 

GUIMARAENS, Alphonsus. Hão de chorar por ela os cinamomos.

Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/cinco-poemasalphonsus-guimaraens.htm>;. Acesso em: 22 set. 2016.

A
é a sublimação suprema, porque o ser se transforma em espiritualidade pura, condição inconcebível em vida.
B
é fuga e, e como ela já se livrou da vida, a situação dele é mais preocupante.
C
é uma evasão, o sujeito poético transcende de sua condição mortal para uma condição imortal, dessa forma, ela ainda precisa evoluir, enquanto ele já transcendeu.
D
não é real, apenas imaginada, tudo não passa de um sonho em que a amada ultrapassa os limites do mundo concreto e atinge a sublimação.
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UNICENTRO 2017 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Leia o trecho a seguir retirado do conto “A Causa Secreta” e assinale a alternativa correta no que diz respeito ao referido conto e a estética de Machado de Assis.

Fortunato saiu, foi deitar-se no sofá da saleta contígua, e adormeceu logo. Vinte minutos depois acordou, quis dormir outra vez, cochilou alguns minutos, até que se pegue e voltou à sala. Caminhava nas pontas dos pés para não acordar a parenta, que dormia perto. Chegando à porta, estacou assombrado.
Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o lenço e contemplara por alguns instantes como feições defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, inclinou-se e beijou-a na testa. Foi nesse momento que Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não podia ser o beijo da amizade, podia ser o epílogo de um livro adúltero. Não tinha ciúmes, note-se; a natureza compô-lo de maneira que lhe não deu ciúmes nem inveja, mas dera-lhe vaidade, que não é menos cativa ao ressentimento. Olhou assombrado, mordendo os beiços.
Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver; mas então não pôde mais. O beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter como lágrimas, que predomina em borbotões, lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa.
(Várias Histórias - Machado de Assis - WM Jackson Inc Editores - 1946.)


A
Em “A Causa Secreta”, assim como em diversas ficções machadianas, o autoconstrói toda a tensão de sua narrativa ao redor de um possível triângulo amoroso. A infidelidade conjugal, a deterioração da família e a vingança são os principais elementos constituintes desse texto, visto que o motor de toda a narrativa é o desejo de vingança que move Fortunato a tentar recuperar sua honra perdida.
B
Nenhum referido conto, só é possível compreender as motivações que levam Fortunato a agir de maneira sádica porque o texto é narrado em primeira pessoa, emergindo na narrativa elementos que denunciam a composição psicológica do personagem.
C
Fortunato saboreia o sofrimento de Garcia no final do conto, pois sabe que o amigo não pode ter uma mulher amada novamente, uma vez que ela está morta. Desse modo, um personagem não sente ciúmes ou raiva da traição, pois se sente vingado pelo destino trágico que teve uma mulher. E só é possível que o leitor acesse essas informações e compreenda o deleite de Fortunato completamente graças a um artificio narrativo amplamente utilizado por Machado de Assis denominado realismo fantástico.
D
É graças ao fino desenvolvimento do narrador onisciente em terceira pessoa que o leitor flagra as mais profundas motivações de Fortunato. A partir do desnudamento psicológico da personagem o leitor passa a compreender que Fortunato é movido pelo sadismo e que busca o ápice de seu prazer no sofrimento de outros seres.
E
O viés naturalista de Machado de Assis é evidente neste texto, uma vez que no decorrer da narrativa Fortunato é revelado como fruto de uma sociedade falida, corrompida e refém dos problemas gerados pela violência. O narrador escancara os pormenores psicológicos de Fortunato revelando que um personagem buscar devolver para uma sociedade o que sempre deve, dor e sofrimento.
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UNICENTRO 2017 - Literatura - Naturalismo, Realismo, Escolas Literárias

Sobre o Romance Luzia-Homem de Domingos Olímpio é errado afirmar que

A
O romance apresenta características da estética Naturalista, o que se evidencia por exemplo na construção das personagens, que são produtos do meio onde vivem, fortemente influenciadas pelo ambiente, movidas pelo instinto sexual e incapazes de lidar com tais impulsos. É possível perceber inclusive a secura que o povo descrito no texto herdou da terra infértil.
B
Luzia é uma protagonista forte, que se mantém firme nos seus propósitos até o fim da narrativa. A personagem figura como um símbolo da mulher nordestina que enfrenta o flagelo da seca com coragem e sem perder a bondade e a sensibilidade.
C
Luzia é um grande símbolo feminista, visto que sua composição é produto do impacto que os movimentos femininos de conquista por espaço, efervescentes no período de criação do texto, causou nenhum no contexto intelectual brasileiro e, consequentemente, no escritor Domingos Olímpio.
D
Luzia-Homem se situa no chamado ciclo das secas da Literatura Nordestina, e tem como marcas regionais a fala característica das personagens e a descrição dolorosa do flagelo vivido pelos nordestinos. Além disso vale ressaltar a presença dos exploradores da miséria popular tentando sempre alguma vantagem diante de um contexto miserável.
E
A protagonista Luzia tem como atributos físicos força incomum para uma mulher, o que lhe rende o apelido de homem. Porém no decorrer do romance também se nota sua força interior, sendo um personagem firme e incorruptível na constituição de seu caráter.
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UNICENTRO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale o que for incorreto sobre Clarice Lispector e seus contos em Laços de Família.

A
A presença do objeto espelho nos contos “Amor” e “A imitação da rosa” é muito significa, pois as narrativas clariceanas esbanjam subjetividade e trazem predomínio de conteúdo reflexivo, evidenciando elementos comuns do cotidiano, porém, conferindo-lhes uma profundidade fora do senso comum.
B
A epifania é um traço constante na obra de Clarice Lispector, entretanto, para que funcione de forma consistente, esse recurso é apoiado por estruturas formais da narrativa tradicional, delimitando claramente elementos como tempo, espaço, personagens e foco narrativo.
C
O tom introspectivo recorrente na obra de Clarice Lispector coloca em destaque os aspectos internos do ser humano e relega a segundo plano dos aspectos externos. Não raro, é possível detectar a presença do recurso chamado fluxo de consciência em seus textos. Tais características contribuem para que, frequentemente, Clarice seja comparada de algum modo a escritores como James Joyce, Proust ou Virgínia Woolf
D
Nos treze contos que compõem “Laços de Família” é possível encontrar um olhar subjetivo e inquietante que retrata os frágeis laços que permeiam como famílias retratadas nas narrativas.
E
Uma característica recorrente na obra clariceana é a presença de personagens femininas. Muitas mulheres permeiam seus textos e não raro o apelo intimista de sua escrita desnuda como angústias de mulheres oprimidas, rodeadas por pessoas, extremamente mergulhadas na solidão do mundo.
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UNICENTRO 2017 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Sobre Dias Gomes e O Pagador de Promessas é correto afirmar que:

A
A peça traz à baila uma representação de um embate entre uma camada pobre do Brasil da época, representada por Zé do Burro, e a porção rica da população brasileira, representada pela personagem Bonitão.
B
A mídia tem representação importante no desenvolvimento do texto pois tem a função de denunciar como injustiças cometidas contra o povo pobre do Brasil, que na peça representado pelo personagem Zé do Burro.
C
O livro apresenta o embate entre o Brasil rural e o Brasil urbano, evidenciando a falta de comunicabilidade entre duas realidades constituintes de uma mesma nação. Zé do Burro é uma representação do cidadão brasileiro simples e de fé inabalável, que carrega consigo certa ingenuidade e muita dificuldade para se comunicar com os elementos da cidade, que, por sua vez, sinaliza o confuso e desigual processo de modernização.
D
O sincretismo religioso presente no texto indica a harmonia que permite a coexistência entre os diversos símbolos de fé que formam uma pluralidade religiosa do Brasil, dando destaque para a relação pacífica e harmoniosa entre os personagens Padre Olavo e Zé do Burro.
E
A peça é uma tragédia clássica mesmo levando em conta a data de sua produção, uma vez que possui elementos como herói, coro e a participação ativa de divindades.
75cd403b-fd
UNICENTRO 2018 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Leia o poema “Inquietação”, de Helena Kolody, publicado em Viagem no espelho:


Inquietação


O ritmo febril de um sangue moço
Lateja em minhas fontes.
As tendências recalcadas
Rumorejam surdamente,
Como larvas represadas,
Eu não sei que perdidas regiões do inconsciente.
Não possuo mais a antiga serenidade
De alta montanha nevada.


O amor quis envolver-me
E eu me esquivei.
Essa tristeza que me oprime
Tornou-se mais espessa
E pesou mais o meu destino de ser só.


O esforço gasto em árdua luta
Partiu não sei que amarras
Que me prendiam à vida.
Meu espírito, desarvorado,
Deixa-se vagar ao sabor da corrente.
Não quer aportar.


KOLODY, Helena. Inquietação. In: ___. Viagem no espelho. Curitiba: Ed. da UFPR, 1995. p. 231.


Assinale a alternativa INcorreta sobre o poema “Inquietação”, de Helena Kolody.

A
A metapoesia que perpassa as estrofes constitui uma alegoria da inquietude do eu-lírico.
B
Trata-se de poesia contemporânea, do modo lírico, com versos livres.
C
O texto tematiza questões subjetivas com linguagem fortemente simbólica.
D
Verifica-se a manifestação da fugacidade e da efemeridade da vida.
E
O poema expressa um conflito envolvendo tristeza, solidão, liberdade e agitação.
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UNICENTRO 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o fragmento que inicia “Devaneios e embriaguez duma rapariga”, conto de Clarice Lispector, publicado em Laços de família.


Pelo quarto parecia-lhe estarem a se cruzar os eletricos, a estremecerem-lhe a imagem refletida. Estava a se pentear vagarosamente diante da penteadeira de tres espelhos, os bracos brancos e fortes arrepiavamse à frescurazita da tarde. Os olhos nao se abandonavam, os espelhos vibravam ora escuros, ora luminosos. Cá fora, duma janela mais alta, caiu à rua uma cousa pesada e fofa. Se os miudos e o marido estivessem à casa, já lhe viria à ideia que seria descuido deles. Os olhos nao se despregavam da imagem, o pente trabalhava meditativo, o roupao aberto deixava aparecerem nos espelhos os seios entrecortados de várias raparigas.

"A Noite!", gritou o jornaleiro ao vento brando da Rua do Riachuelo, e alguma cousa arrepiou-se pressagiada. Jogou o pente à penteadeira, cantou absorta: "quem viu o par-dal-zito... passou pela jane-la... voou pr'alem do Mi-nho!" — mas, colerica, fechou-se dura como um leque.

Deitou-se, abanava-se impaciente com um jornal a farfalhar no quarto. Pegou o lenco, aspirava-o a comprimir o bordado áspero com os dedos avermelhados. Punha-se de novo a abanar-se, quase a sorrir. Ai, ai, suspirou a rir. Teve a visao de seu sorriso claro de rapariga ainda nova, e sorriu mais fechando os olhos, a abanar-se mais profundamente. Ai, ai, vinha da rua como uma borboleta.

[...]

LISPECTOR, Clarice. Devaneios e embriaguez duma rapariga. In: ___. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 5.


Assinale a alternativa correta sobre o fragmento de texto apresentado para a questão. 

A
O narrador é homodiegético.
B
Há o emprego do discurso indireto livre.
C
Observa-se a ocorrência de epifania.
D
Existe o recurso da prolepse.
E
O tempo é cíclico.
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UNICENTRO 2018 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Em “A causa secreta”, conto de Machado de Assis, incluído em Várias histórias, é INcorreto afirmar que

A
a narração começa in medias res.
B
o tempo do discurso coincide com o tempo da história.
C
há a utilização do recurso da analepse.
D
a perspectiva de Garcia predomina na narrativa.
E
o narrador faz uso da onisciência.
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UNICENTRO 2018 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Em Toda poesia, de Paulo Leminski, não há ocorrência de

A
haikais e poesia concreta.
B
versos simétricos e versos livres.
C
elegias e liras.
D
metapoesia e intertextualidade.
E
dedicatórias e traduções.
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UNICENTRO 2018 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Sobre a obra Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, é INcorreto afirmar que

A
a obra é constituída por relatos de vida, análises de contexto, predominantemente como denúncia social e, também, por passagens líricas.
B
a linguagem é concisa e direta, em sintonia com a rudeza da vida da própria escritora, que manifesta consciência do processo de escrita.
C
a autora reivindica uma vida melhor para si e para a comunidade onde vive, por meio de um discurso de resistência, em face do sistema que oprime os habitantes da periferia.
D
não obstante o reconhecimento atual do seu valor, mais pelo conteúdo do que pela forma, a obra não integrou o cânone literário quando de sua publicação.
E
a obra consagrou-se como representante da literatura pós-moderna, ao fazer do gênero diário uma forma de desconstrução da subjetividade do eu-lírico.