O lançamento da obra Quarto de despejo, em 1960, fez
de Carolina de Jesus o maior sucesso editorial da história
da literatura brasileira, com cerca de um milhão de cópias
vendidas. A autora deixou registrado o seguinte depoimento:
“Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor
de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata
e as luzes de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim
e eu contemplo as flores de todas as qualidades.”(1976).
O depoimento de Carolina de Jesus atesta o seguinte sobre
sua relação com a vida e com a sua obra Quarto de despejo:
O lançamento da obra Quarto de despejo, em 1960, fez de Carolina de Jesus o maior sucesso editorial da história da literatura brasileira, com cerca de um milhão de cópias vendidas. A autora deixou registrado o seguinte depoimento:
“Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades.”(1976).
O depoimento de Carolina de Jesus atesta o seguinte sobre
sua relação com a vida e com a sua obra Quarto de despejo:
Gabarito comentado
Tema central: A questão avalia o aluno quanto à compreensão do realismo e das estratégias de sublimação presentes em "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, diferenciando os mecanismos literários da obra do universo psíquico da autora.
Conceitos essenciais: O Realismo busca retratar a realidade de forma objetiva, sem idealizações. Já a sublimação dos sofrimentos, frequente nas falas da autora, é um recurso psicológico e não literário, funcionando como válvula de escape do cotidiano duro. É importante não confundir esse procedimento com a inserção de elementos fantásticos na narrativa.
Análise da alternativa correta – Letra D:
A alternativa destaca que Carolina retrata fielmente a vida na favela, porém na sua vida subjetiva – no pensamento, não na literatura – ela se permite idealizar, sublimando a realidade por meio da imaginação. Isso é coerente com o trecho citado, mostrando como a autora sonha com um "castelo cor de ouro", sem transferir esse tom para o texto de caráter documental e realista de "Quarto de Despejo". Essa distinção precisa entre registro literário e fantasia interior é a chave para a resposta, como ensinam manuais como o de Massaud Moisés e consensos em provas como Fuvest e Unicamp.
Análise das alternativas incorretas:
A – Errada. Chama de "romântico e maniqueísta", ignorando a linguagem documental e o teor crítico da obra, opostos à idealização romântica.
B – Incorreta. Aponta "neossimbolismo" (subjetividade, musicalidade, misticismo), o que não existe na prosa seca e factual de Carolina.
C – Falha ao afirmar que o "mundo onírico" e as "digressões subjetivas" se sobrepõem ao registro documental. No diário, há narrativa predominantemente objetiva, sem devaneios predominantes.
E – Erra ao chamar de "Realismo Fantástico". Esse estilo mistura realidade e fantasia na narrativa (ex: García Márquez), algo ausente em Carolina, cuja matéria é o real concreto.
Estratégia de prova: Note como a questão exige distinguir imaginação presente na vida da autora (escapismo mental, sublimação) da técnica literária adotada no livro (realismo). Provas desse tipo frequentemente tentam confundir elementos biográficos (vida real) com recursos de estilo (obra). Leia as opções sempre atentamente para separar o que está na obra do que está no mundo interior do autor.
Resumo final: A alternativa D indica com precisão que: a obra é realista, mas a autora encontra refúgio na idealização quando pensa, não quando escreve. Compreendendo isso, o aluno estará apto a resolver questões que cobrem a diferença entre registro literário e psicologia do autor.
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