Sobre o foco narrativo do romance Dois irmãos, de Milton Hatoum, é correto
afirmar que:
Sobre o foco narrativo do romance Dois irmãos, de Milton Hatoum, é correto
afirmar que:
A
O narrador não detém nenhum poder sobre a matéria narrada, esforçando-se por recuperar
os dados da memória ou reconstruindo-a pela via da imaginação, para apontar, assim, os
caminhos da fabulação romanesca.
B
O narrador em terceira pessoa garante uma visão objetivada e “aprovada” dos
acontecimentos: não se trata de alucinações. Entretanto, a linguagem sóbria e ordenada
usada por esse narrador submete o protagonista a uma atmosfera de alienação: ele mesmo
desconhece sua origem.
C
O narrador do romance estiliza uma conduta própria às classes dominadas. Como é o filho
ilegítimo de uma indígena com o filho do patrão, sua atuação é voluntariamente inoportuna
e sem credibilidade.
D
A construção narrativa é sustentada por um eixo composto de dois elementos: o anúncio e
o segredo. Assim, durante todo o relato, mantém-se a atenção do leitor por meio de indícios
aqui e ali disseminados pelo narrador, cuja identidade a princípio se desconhece e que vai introduzindo novas chaves ou prenunciando um desenlace sempre adiado.
E
A evocação e a dramatização do que já aconteceu sustentam o eixo narrativo, cuja tônica é
a interação entre o passado e o presente, com vista a transformar o futuro. Desse modo, por
meio das intervenções nostálgicas do narrador, o passado está sempre fornecendo a chave
para que o narrador-personagem possa transformar o que está por vir.