Questõessobre Literatura
O lançamento da obra Quarto de despejo, em 1960, fez
de Carolina de Jesus o maior sucesso editorial da história
da literatura brasileira, com cerca de um milhão de cópias
vendidas. A autora deixou registrado o seguinte depoimento:
“Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor
de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata
e as luzes de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim
e eu contemplo as flores de todas as qualidades.”(1976).
O depoimento de Carolina de Jesus atesta o seguinte sobre
sua relação com a vida e com a sua obra Quarto de despejo:
O lançamento da obra Quarto de despejo, em 1960, fez de Carolina de Jesus o maior sucesso editorial da história da literatura brasileira, com cerca de um milhão de cópias vendidas. A autora deixou registrado o seguinte depoimento:
“Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol. Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes. Que a minha vista circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades.”(1976).
O depoimento de Carolina de Jesus atesta o seguinte sobre
sua relação com a vida e com a sua obra Quarto de despejo:
Legado
Que lembrança darei ao país que me deu
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.
E mereço esperar mais do que os outros, eu?
Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.
Não deixarei de mim nenhum canto radioso,
uma voz matinal palpitando na bruma
e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.
De tudo quanto foi meu passo caprichoso
na vida, restará, pois o resto se esfuma,
uma pedra que havia em meio do caminho.
Disponível em:<https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13225.pdf> . Acesso em: 20 ago. 2019.
Considerando-se a obra Claro Enigma, de Carlos Drummond
de Andrade, no contexto histórico em que foi escrita, e o poema
Legado, marque com V as afirmativas verdadeiras e com F, as
demais.
( ) A obra Claro Enigma foi publicada durante o período
da Guerra Fria, e alguns dos seus poemas fazem
questionamentos sobre o futuro em tom pessimista.
( ) O poema Legado exemplifica uma fonte de inspiração
comum aos poemas da obra Claro Enigma: foi inspirado
pelas incertezas e angústias da época em que foram
escritos.
( ) No poema Legado, pode-se constatar o tom melancólico
do poeta.
( ) No poema Legado, fica claro que o sujeito poético passa
de um estado contemplativo e melancólico para outro de
renovação e de descoberta.
( ) No poema Legado, assim como na obra como um todo
(Claro Enigma), o sujeito poético esboça um projeto de
vida voltado para a superação da amargura e do sofrimento
que o acompanharam durante toda a sua existência.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para
baixo, é a
Legado
Que lembrança darei ao país que me deu
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.
E mereço esperar mais do que os outros, eu?
Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.
Não deixarei de mim nenhum canto radioso,
uma voz matinal palpitando na bruma
e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.
De tudo quanto foi meu passo caprichoso
na vida, restará, pois o resto se esfuma,
uma pedra que havia em meio do caminho.
Disponível em:<https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13225.pdf>
Trecho 01
— A senhora me faz saudades de minha terra.
Lembrei-me de minha casa, e das tardes em que passeava
assim por aqueles sítios, com minha mãe e minha irmã.
— O senhor tem mãe e irmã! Como deve ser feliz!
disse Lúcia com sentimento.
— Quem é que não tem uma irmã! respondi-lhe
sorrindo. E minha mãe ainda é muito moça para que eu
tivesse a desgraça de a haver perdido.
— Perdi a minha muito cedo...
ALENCAR, José de. Senhora, São Paulo, FTD, 1991. p. 21-22
Trecho 02
Lúcia saiu um instante e voltou. [...] o fato é que a
aparição já desvanecida surgira de repente aos meus olhos.
— Agora lembro-me! Estou vendo-a como a vi pela
primeira vez!
— Como daquela vez não me verá mais nunca!
— O que lhe falta?
— Falta o que o senhor pensava e não tornará a
pensar! disse ela com a voz pungida por dor íntima!
ALENCAR, José de. Senhora, São Paulo, FTD, 1991. p. 24.
Trecho 03
Quando porém os meus lábios se colaram na tez
de cetim e meu peito estreitou as formas encantadoras que
debuxavam a seda, pareceu-me que o sangue lhe refluía ao
coração. As palpitações eram bruscas e precípites. Estava
lívida e mais branca do que o alvo colarinho do seu roupão.
ALENCAR, José de. Senhora, São Paulo, FTD, 1991. p. 25
Considerando-se os fragmentos destacados do romance
Senhora e considerando-se a totalidade da obra, assinale o
único item cujas afirmações não podem ser comprovadas com
a leitura da obra.
TEXTO:
Nove anos procurou Blimunda. Começou por contar
as estações, depois perdeu-lhes o sentido. Nos primeiros
tempos calculava as léguas que andava por dia, quatro,
cinco, às vezes seis, mas depois confundiram-se-lhes os
números, não tardou que o espaço e o tempo deixassem
de ter significado, tudo se media em manhã, tarde, noite,
chuva, soalheira, granizo, névoa e nevoeiro, caminho bom,
caminho mau [...] milhares de rostos, rostos sem número
que o dissesse, quantas vezes mais os que em Mafra se
tinham juntado, e de entre os rostos, os das mulheres para
as perguntas, os dos homens para ver se neles estava a
resposta...
SARAMAGO. José. Memorial do convento. 25. ed. Rio de Janeiro,
Bertrand Brasil, 1982. p. 345.
Considerando que José Saramago apresenta uma escrita
peculiar, com um estilo próprio e uma linguagem inovadora,
marque com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas
as afirmativas acerca do estilo, do enredo ou da linguagem
presentes na obra, não só levando em conta o trecho, mas
também a totalidade do livro.
( ) No trecho “Nove anos procurou Blimunda”, a personagem
em foco sofre a ação verbal, portanto Blimunda funciona
como complemento do verbo "procurar".
( ) A linguagem da obra, como atesta o fragmento, é
documental e realista, sendo seu estilo chamado de
neorrealismo.
( ) O narrador, no trecho acima, assim como em outros,
apresenta ao leitor como a personagem sente, em sua
subjetividade, os aspectos vividos na realidade concreta.
( ) Considerando que esse trecho é parte do epílogo da obra,
a personagem procurada por Blimunda é Baltazar.
( ) A personagem em questão, Blimunda, tem poderes
extraordinários, que podem ser entendidos literalmente ou
metaforicamente.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para
baixo, é a
Assinale a alternativa características do simbolismo.
Sobre o Modernismo no Brasil, é correto considerar que
Sobre o fragmento da obra Vida e Morte de M. J. Gonzaga de
Sá, de Lima Barreto, assinale a alternativa CORRETA.
Assinale a alternativa CORRETA. No fragmento de Quarto de
despejo, Carolina Maria de Jesus apresenta um olhar
Sobre o fragmento do Poema Sujo, de Ferreira Gullar, assinale
a alternativa CORRETA.
A partir da leitura do fragmento de texto de Daniel Munduruku,
é INCORRETO afirmar que:
Os fragmentos das obras de Bernardo Élis e de João
Guimarães Rosa narram, respectivamente, a notícia da
chegada de um viajante e a chegada de outro viajante. É
CORRETO afirmar que os narradores:
A partir da leitura do fragmento de O auto de São Lourenço,
de José de Anchieta, é CORRETO afirmar que
Leia o fragmento para responder a QUESTÃO .
Horácio não gostava de ser contestado, mas compreendeu não
era bom tema de conversa. Voltou à literatura, aconselhando
os outros a lerem Drummond de Andrade, na sua opinião o
melhor poeta de língua portuguesa de sempre. Qual Camões,
qual Pessoa, Drummond é que era, tudo estava nele, até a
situação de Angola se podia inferir na sua poesia. Por isso vos
digo, os portugueses passam a vida a querer-nos impingir a
sua poesia, temos de a estudar na escola, e escondem-nos os
brasileiros, nossos irmãos, poetas e prosadores sublimes,
relatando os nossos problemas e numa linguagem bem mais
próxima da que falamos nas cidades. Quem não leu
Drummond é um analfabeto. Os outros iam comendo, trocando
de vez em quando olhares cúmplices. Até que Malongo e Vítor
terminaram a refeição. Malongo despediu-se, levantando-se,
um analfabeto vos saúda. Vítor e Furtado riram, Horácio fingiu
que não ouviu. Agarrou no braço de Furtado e continuou a
cultivá-lo com versos de Drummond e os seus próprios,
dedicados ao grande brasileiro.
Fonte: PEPETELA. A geração da utopia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2000,
p. 30-31 (fragmento).
No fragmento do romance do escritor angolano Pepetela,
Horácio aconselha seus amigos Malongo, Vítor e Furtado a
lerem o poeta Drummond de Andrade.
Analise as afirmativas a seguir.
I. A poesia de Drummond é melhor que a de Camões e de
Pessoa.
II. Há uma aproximação entre a literatura de Drummond e a
realidade angolana.
III. Nas escolas portuguesas se estuda a poesia de
Drummond.
IV. A poesia de Drummond está sendo usada para alfabetizar
nas escolas angolanas.
V. As obras dos literatos brasileiros possuem uma linguagem
próxima a dos angolanos nas cidades.
Assinale a alternativa CORRETA.
A partir da leitura dos dois poemas do escritor tocantinense
Célio Pedreira é CORRETO afirmar que eles:
Nas duas últimas estrofes, há uma referência à sublimação
através da morte que se comprova pela receptividade da lua
e dos arcanjos à chegada da amada. Pelo amado, há a
preocupação com o seu estado, já que ainda se encontra na
terra.
Essa peculiaridade do Simbolismo dá-se porque, para os
simbolistas, a morte
GUIMARAENS, Alphonsus. Hão de chorar por ela os cinamomos.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/cinco-poemasalphonsus-guimaraens.htm>;. Acesso em: 22 set. 2016.