Questõesde UNIOESTE sobre História
“Canudos de hoje é a terceira da história. A primeira, criada no século 18, foi destruída
pelo Exército em 1897, no fim da guerra. A segunda surgiu por volta de 1910, construída sobre as ruínas da anterior. Os primeiros habitantes eram sobreviventes do conflito.
Em 1950, com o início das obras da barragem que inundaria o local, os moradores
começaram a sair, formando um novo vilarejo a uma distância de cerca de 20 quilômetros. A segunda Canudos desapareceu sob as águas do açude do Cocorobó, em 1969. O
vilarejo tornou-se, em 1985, a terceira Canudos.”
ALMEIDA, M. V. “Destruída duas vezes, Canudos sobrevive em meio a escombros e miséria”.
Folha de São Paulo, São Paulo, 09 jun. 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/06/destruida-duas-vezes-canudos-sobrevive-em-meio-a-escombros-e-miseria.shtml
Acesso em: 09 jun. 2019.
A cidade atual, com seus mais de 16 mil habitantes, apresenta graves problemas sociais. Por
isso, permanecer em Canudos expõe a resistência e tensão frente às péssimas condições de
vida que, para a grande maioria, não são meras adversidades momentâneas. Em relação à
historicidade que envolve Canudos é CORRETO afirmar.
Leia atentamente a afirmação abaixo:
“O momento seguinte da expansão da economia industrial, e aquele que mais diretamente
nos interessa aqui, foi desencadeado pelo advento da chamada Segunda Revolução Industrial, também intitulada de Revolução Científico-Tecnológica, ocorrida de meados do século (XIX) à sua plena configuração em 1870 (...) No curso de seus desdobramentos surgirão,
apenas para se ter uma breve ideia, os veículos automotores, os transatlânticos, os aviões,
o telégrafo, o telefone, a iluminação elétrica e a ampla gama de utensílios domésticos, a
fotografia, o cinema, a televisão, os arranha-céus e seus elevadores (...) o sabão em pó, os
refrigerantes gasosos, o fogão a gás, o aquecedor elétrico, o refrigerante e o sorvete, as comidas enlatadas, as cervejas engarrafadas, a Coca-Cola, a aspirina, o Sonrisal (...) E não era
só uma questão de variedade de novos equipamentos, produtos e processos que entravam
para o cotidiano, mas o mais perturbador era o ritmo com que estas inovações invadiam o
dia-a-dia das pessoas, principalmente no contexto de outro fenômeno derivado da revolução, as grandes metrópoles modernas (...)”
SEVCENKO, N. “O prelúdio republicano: astúcias da ordem e ilusões do progresso”. In: SEVCENKO, N. (Org.). História da vida privada no Brasil: da Belle Époque à era do Rádio. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998, v. 3, p. 09-10.
Sobre os impactos causados pela chamada “Segunda Revolução Industrial” é CORRETO
afirmar que:
Leia atentamente a afirmação abaixo:
“O momento seguinte da expansão da economia industrial, e aquele que mais diretamente nos interessa aqui, foi desencadeado pelo advento da chamada Segunda Revolução Industrial, também intitulada de Revolução Científico-Tecnológica, ocorrida de meados do século (XIX) à sua plena configuração em 1870 (...) No curso de seus desdobramentos surgirão, apenas para se ter uma breve ideia, os veículos automotores, os transatlânticos, os aviões, o telégrafo, o telefone, a iluminação elétrica e a ampla gama de utensílios domésticos, a fotografia, o cinema, a televisão, os arranha-céus e seus elevadores (...) o sabão em pó, os refrigerantes gasosos, o fogão a gás, o aquecedor elétrico, o refrigerante e o sorvete, as comidas enlatadas, as cervejas engarrafadas, a Coca-Cola, a aspirina, o Sonrisal (...) E não era só uma questão de variedade de novos equipamentos, produtos e processos que entravam para o cotidiano, mas o mais perturbador era o ritmo com que estas inovações invadiam o dia-a-dia das pessoas, principalmente no contexto de outro fenômeno derivado da revolução, as grandes metrópoles modernas (...)”
SEVCENKO, N. “O prelúdio republicano: astúcias da ordem e ilusões do progresso”. In: SEVCENKO, N. (Org.). História da vida privada no Brasil: da Belle Époque à era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, v. 3, p. 09-10.
Sobre os impactos causados pela chamada “Segunda Revolução Industrial” é CORRETO
afirmar que:
Preste atenção nas duas imagens que seguem abaixo:

IMAGEM 1: Selo comemorativo da conquista do tricampeonato mundial pela seleção brasileira em junho de
1970. Disponível em: https://www.ludopedio.com.br/arquibancada/militarizacao-do-futebol-brasileiro-como-
-selecao-foi-afetada-na-copa-de-1970/ Aceso em: 24 ago 2019.

IMAGEM 2: Charge de 1970, do cartunista Jaguar, expondo as contradições vividas pela população pobre no
país na época da ditadWWura. Disponível em: https://trivela.com.br/a-charge-de-futebol-de-o-pasquim-que-quase-mandou-carlos-drummond-a-prisao/ Acesso em: 23 ago 2019.
Em 2020 completar-se-ão exatos 50 anos da conquista do tricampeonato mundial de futebol.
Em 1970, vivíamos um período de endurecimento da Ditadura Militar no Brasil, mas, ao
mesmo tempo, uma certa euforia em torno do chamado “Milagre Econômico”, que coincidia com a vitória da seleção brasileira no México. Contudo, a propaganda ufanista sobre o
regime era contraposta pela visão crítica de que o “milagre” não seria uma conquista para
todos os brasileiros.
Baseando-se nas imagens, é CORRETO afirmar que:
Preste atenção nas duas imagens que seguem abaixo:
IMAGEM 1: Selo comemorativo da conquista do tricampeonato mundial pela seleção brasileira em junho de 1970. Disponível em: https://www.ludopedio.com.br/arquibancada/militarizacao-do-futebol-brasileiro-como- -selecao-foi-afetada-na-copa-de-1970/ Aceso em: 24 ago 2019.
IMAGEM 2: Charge de 1970, do cartunista Jaguar, expondo as contradições vividas pela população pobre no país na época da ditadWWura. Disponível em: https://trivela.com.br/a-charge-de-futebol-de-o-pasquim-que-quase-mandou-carlos-drummond-a-prisao/ Acesso em: 23 ago 2019.
Em 2020 completar-se-ão exatos 50 anos da conquista do tricampeonato mundial de futebol. Em 1970, vivíamos um período de endurecimento da Ditadura Militar no Brasil, mas, ao mesmo tempo, uma certa euforia em torno do chamado “Milagre Econômico”, que coincidia com a vitória da seleção brasileira no México. Contudo, a propaganda ufanista sobre o regime era contraposta pela visão crítica de que o “milagre” não seria uma conquista para todos os brasileiros.
Baseando-se nas imagens, é CORRETO afirmar que:
“No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito.
Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado em relação aos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. Este
se via como o renascimento da civilização greco-latina, e, portanto, tudo que estivera
entre aqueles picos de criatividade artístico-literária (de seu próprio ponto de vista, é
claro) não passara de um hiato, de um intervalo. Logo, de um tempo intermediário, de
uma Idade Média”.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. Prefácio. In: A Idade Média: o nascimento do Ocidente. São Paulo:
Brasiliense, 2001.
Tomando por base a referência acima, assinale a alternativa INCORRETA.
Sobre as cidades ao longo da História, assinale a alternativa INCORRETA.
"Uma vertente importante do pensamento sobre a cidade e o urbanismo está hoje ancorada na história. Isto
vale não só para o Brasil, mas para muitos outros países. Diversas são as formas que tomam esse renovado
interesse pela história: de um lado, mais pragmático, comparecem a valorização do patrimônio histórico –
quase sempre de olho nas perspectivas oferecidas pelo desenvolvimento turístico – e a criação de novos
espaços, consistente ou banal, inspirada em formas urbanas tradicionais; de outro, o enorme desenvolvimento
de pesquisas que buscam conhecer a história de nossas cidades, os processos de sua transformação no tempo,
os projetos realizados e não realizados, os protagonistas que ajudaram a dar-lhes uma nova forma e um novo
sentido, as inflexões da constituição do urbanismo enquanto disciplina reflexiva e propositiva sobre a
cidade".
FERNANDES, Ana; GOMES, Marcos Aurélio A. História da cidade e do urbanismo no Brasil: reflexões
sobre a produção recente. Ciência e Cultura. São Paulo, v. 56, n. 2, p. 01, 2004.
Sobre as cidades ao longo da História, assinale a alternativa INCORRETA.
"Uma vertente importante do pensamento sobre a cidade e o urbanismo está hoje ancorada na história. Isto vale não só para o Brasil, mas para muitos outros países. Diversas são as formas que tomam esse renovado interesse pela história: de um lado, mais pragmático, comparecem a valorização do patrimônio histórico – quase sempre de olho nas perspectivas oferecidas pelo desenvolvimento turístico – e a criação de novos espaços, consistente ou banal, inspirada em formas urbanas tradicionais; de outro, o enorme desenvolvimento de pesquisas que buscam conhecer a história de nossas cidades, os processos de sua transformação no tempo, os projetos realizados e não realizados, os protagonistas que ajudaram a dar-lhes uma nova forma e um novo sentido, as inflexões da constituição do urbanismo enquanto disciplina reflexiva e propositiva sobre a cidade".
FERNANDES, Ana; GOMES, Marcos Aurélio A. História da cidade e do urbanismo no Brasil: reflexões sobre a produção recente. Ciência e Cultura. São Paulo, v. 56, n. 2, p. 01, 2004.
Tendo como referência a reflexão abaixo, assinale a alternativa INCORRETA.
“A história da filosofia é a história dos problemas filosóficos, das teorias filosóficas e das argumentações
filosóficas [...]. A história da filosofia ocidental é a história das ideias que informaram, ou seja, que deram
forma à história do Ocidente. É um patrimônio para não ser dissipado, uma riqueza que não se deve perder”.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 2003, p. 3.
Tendo como referência a reflexão abaixo, assinale a alternativa INCORRETA.
“A história da filosofia é a história dos problemas filosóficos, das teorias filosóficas e das argumentações filosóficas [...]. A história da filosofia ocidental é a história das ideias que informaram, ou seja, que deram forma à história do Ocidente. É um patrimônio para não ser dissipado, uma riqueza que não se deve perder”.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 2003, p. 3.
Tomando-se por base a referência ao texto de José Murilo de Carvalho e a análise acima, assinale a
alternativa CORRETA.
Tomando-se por base a referência ao texto de José Murilo de Carvalho e a análise acima, assinale a alternativa CORRETA.
Leia atentamente o que segue abaixo:
“A maneira indireta de neutralizar a capital e as forças que nela se agitavam era fortalecer os estados, pacificando e cooptando suas oligarquias. Era reunir as oligarquias em torno de um arranjo que garantisse seu domínio local e sua participação no poder nacional de acordo com o cacife político de cada um [...]. Se os partidos não funcionavam como instrumentos de governo, se se dividiam em facções, se ficavam presos a caudilhos, a solução, para Campos Salles, era formar então um grande partido de governo com sustentação nas oligarquias estaduais [...]. O resumo é perfeito: governar o País por cima do tumulto das multidões agitadas da capital. O Rio podia ser caixa de ressonância, mas não ter força política própria porque uma população urbana mobilizada politicamente, socialmente heterogênea, indisciplinada, dividida por conflitos internos não podia dar sustentação a um governo que tivesse de representar as forças dominantes do Brasil agrário [...].”
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 32-33.
O trecho refere-se a um dos momentos turbulentos e críticos da República brasileira: crises econômicas e financeiras, disputas políticas entre as oligarquias regionais, militares no poder com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, a Revolta da Armada (1893), graves problemas sociais e urbanos nas cidades, como o Rio de Janeiro (Capital Federal), mas, também, as tensões no campo – basta citar a emblemática e sangrenta história de Canudos (1895-1897) – e a chegada dos civis ao poder, a contar de Prudente de Morais em 1894. Um contexto histórico, enfim, marcado por uma crise aguda de legitimidade institucional do regime republicano desde a sua implantação em 1889. Como sair da crise? O contexto e a questão não parecem soar estranhos aos nossos ouvidos, posto que a solução buscada pelo presidente Campos Salles (1898-1902) confunde-se, sem negar as especificidades de cada período histórico, com medidas autoritárias e conservadoras de nossos governantes.
Após analisarmos tais considerações frente ao que se denominou "Era Vargas", podemos indicar como
INCORRETA a seguinte alternativa:
Analise as indicações abaixo:
I - Censura e controle
“O samba O Bonde de São Januário, de autoria de Wilson Batista composta em 1940 e interpretado por Ataúfo Alves, foi censurado pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Esse órgão, criado pelo governo de Getúlio Vargas durante o Estado Novo, exercia de forma severa a censura sobre os jornais, as revistas, o teatro, o cinema, a literatura, o rádio e as demais manifestações culturais. A letra original dizia: “O bonde de São Januário/leva mais um sócio otário/só eu não vou trabalhar”.”
Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=23459
O Bonde de São Januário
Quem trabalha é quem tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O Bonde de São Januário leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar
Antigamente eu não tinha juízo
Mas hoje eu penso melhor no futuro
Graças a Deus sou feliz vivo muito bem
A boemia não dá camisa a ninguém
Passe bem!
Composição: Wilson Batista
II - Expectativa de apoio estatal nas disputas de terra
“Deste Norte do Paraná, que já parecera o eldorado para milhares de brasileiros que para lá se deslocavam, chega a carta de José Arruda de Oliveira. A carta não serve apenas para pedir, mas também contar sua vida: “Trabalhei na Bahia em cinqüenta e cinco tarefas de cacau, mas só recebi mil cruzeiros por pé. Tenho sofrido muito na unha dos tubarões. Eu não queria trabalhar mais para os tubarões”. Tubarão, na linguagem da época, era o explorador que não plantava, mas colhia o resultado de seu plantio. Arruda continuava: “Formei quatro alqueire de café, e tenho uma posse. Mas agora homem da companhia agrícola de Catanduva diz que a terra é deles. Eu agaranto que é mata do Estado”. Ser mata do Estado abria para Arruda a esperança de que pudesse ficar em paz: “eu assisti o seu comício em Londrina e fiquei muito satisfeito. Eu queria muito conversar com o senhor pra contar o que acontece aqui no Paraná.”.”
RIBEIRO, Vanderlei V. Cartas da roça ao presidente: os camponeses ante Vargas e Perón. Revista de História Comparada, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 9, 2007.
Uma das características marcantes do nazismo – que colocou em cheque tanto a liberdade, a democracia e a
dignidade humana, quanto os movimentos socialistas e comunistas – foi a disseminação de uma ideologia
de extrema direita, de tradição xenófoba, nacionalista e antissemita, por uso sistemático e ostensivo dos
modernos meios de informação e comunicação com o objetivo expresso de silenciar, controlar e conduzir as
“massas” - daí a importância de Brecht dizer “Eu vivo em tempos sombrios”. Exemplos, aliás, desta prática
– dadas às devidas proporções e aos contextos distintos – ainda persistem em nossos dias.
Baseando-se nos textos e no comentário apresentados a seguir, assinale a alternativa INCORRETA.
“Hitler considerava que a propaganda sempre deveria ser popular, dirigida às massas, desenvolvida de modo a levar em conta um nível de compreensão dos mais baixos. 'As grandes massas', dizia ele, 'têm uma capacidade de recepção muito limitada, uma inteligência modesta, uma memória fraca'. Por isso mesmo, a propaganda deveria restringir-se a pouquíssimos pontos, repetidos incessantemente […]. Tudo interessa no jogo da propaganda: mentiras, calúnias; para mentir, que seja grande a mentira, pois assim sendo, 'nem passará pela cabeça das pessoas ser possível arquitetar uma tão profunda falsificação da verdade.”
LENHARO, Alcir. Nazismo: “o triunfo da vontade”. 6ª. ed., São Paulo: Ática, 1998, p. 47-48.
“Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de estupidez,
Uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ainda ri é porque ainda não recebeu a terrível notícia.
Que tempos são esses,
Quando falar sobre flores é quase um crime,
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça? [...]”.
Trecho de “Aos que virão depois de nós”, de Bertolt Brecht, 193?.
Tomando como base a citação abaixo, assinale a alternativa CORRETA.
“A história escrita do mundo é, em larga medida, uma história de guerras, porque os Estados em que vivemos
nasceram de conquistas, guerras civis ou lutas pela independência. Ademais, os grandes estadistas da história
escrita foram, em geral, homens de violência, pois ainda que não fossem guerreiros – e muitos o foram –,
compreendiam o uso da violência e não hesitavam em colocá-la em prática para seus fins”. KEEGAN, John
Uma História da Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 399
Tomando como base a citação abaixo, assinale a alternativa CORRETA.
“A história escrita do mundo é, em larga medida, uma história de guerras, porque os Estados em que vivemos nasceram de conquistas, guerras civis ou lutas pela independência. Ademais, os grandes estadistas da história escrita foram, em geral, homens de violência, pois ainda que não fossem guerreiros – e muitos o foram –, compreendiam o uso da violência e não hesitavam em colocá-la em prática para seus fins”. KEEGAN, John Uma História da Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 399
Na década de 1960, os traços do autoritarismo presentes na sociedade brasileira foram
potencializados com o golpe militar de 1964, que paradoxalmente foi batizado de “A Revolução de
1964”. Conhecido pelo tripé Estado-multinacionais-indústrias nacionais, o “regime” promoveu a
militarização da vida cotidiana e instituiu leis de exceção com o intuito de combater o “inimigo interno”,
inicialmente denominadas de ações subversivas e de guerrilha, mas também voltadas para o tratamento
comum da população, em especial trabalhadores do campo e da cidade. Marilena Chaui – Conformismo
e Resistência, São Paulo: Brasiliense, 1994. Tendo como bases o período histórico marcado pelo
“Regime Militar” e o Golpe Militar de 1964, é CORRETO afirmar.
O que nós chamamos Europa, é uma ideia, uma representação construída, cujas características dependem
do respectivo recorte, do respectivo ponto de vista, das respectivas intenções, dos respectivos objetivos e
fins ideológicos daquele que usa essa palavra. [...] A ideia da Europa representa somente uma construção
intelectual ou um conceito, que varia de século a século, servindo como instrumento de argumentação, seja
contra, seja a favor de algo.
MAINKA, Peter Johann. Os fundamentos da identidade europeia na antiguidade, na idade média e nos
tempos modernos. Acta Scientiarum. Education. Maringá, v. 33, n. 1, p.67, 2011.
Tomando-se por base a citação acima, assinale a alternativa INCORRETA.
O que nós chamamos Europa, é uma ideia, uma representação construída, cujas características dependem do respectivo recorte, do respectivo ponto de vista, das respectivas intenções, dos respectivos objetivos e fins ideológicos daquele que usa essa palavra. [...] A ideia da Europa representa somente uma construção intelectual ou um conceito, que varia de século a século, servindo como instrumento de argumentação, seja contra, seja a favor de algo.
MAINKA, Peter Johann. Os fundamentos da identidade europeia na antiguidade, na idade média e nos tempos modernos. Acta Scientiarum. Education. Maringá, v. 33, n. 1, p.67, 2011.
Tomando-se por base a citação acima, assinale a alternativa INCORRETA.
“Infelicidade! Nossos cidadãos encarcerados nesses locais,
Servem para cimentar esse alojamento odioso;
Com as próprias mãos eles erguem, nos ferros aviltados,
Essa morada do orgulho e da tirania.
Mas, creia-me, no momento em que eles virem seus vingadores
Eles mesmos destruirão essa assustadora obra,
Instrumento de sua vergonha e de sua escravidão”
Com esses dizeres, um “americano” do Peru conclama seu povo à libertação da escravidão na peça dramática
Alzira, [...], escrita por Voltaire em 1736. O texto é piedoso com a sorte dos escravos do Novo Mundo,
demonstra simpatia por sua revolta e saúda a possibilidade de uma reconciliação final baseada na liberdade
coletiva.
Em 1766, o francês Joseph Mosneron assistiu à representação dessa obra a bordo do navio [francês][...].
Comoveu-se com os versos que ouviu, apesar de a princesa Alzira, a heroína que dá nome ao romance, ser
representada por um vigoroso marinheiro com ares de Hércules. Enquanto o pontilhão servia de palco
[improvisado] para os atores, nos porões embaixo dele aglomeravam-se centenas de seres humanos
capturados na África. Eles estavam sendo transportados, justamente, para o Caribe.
Como explicar essa esquizofrenia? Como é possível que Mosneron tenha se abalado com a peça e não com
os personagens reais que a inspiraram? Suponho que o próprio texto de Alzira contribui para isso, ao evocar
a escravidão apenas dos “americanos”, e omitir qualquer menção ao tráfico transatlântico de africanos, em
pleno apogeu quando Voltaire escreveu a peça. [...].
O século das Luzes, que assistiu à insurreição da filosofia contra o monarquismo, o absolutismo e a Igreja,
foi também o ápice da expansão desse comércio absurdo. A França enviou, no total, 1,1 milhão de escravos
para as colônias [...] antes da proibição definitiva do tráfico, em 1831. A abolição seria instituída em
territórios franceses apenas em 1848.
Na verdade, esse tipo de negócio já era quase clandestino desde 3 de julho de 1315, quando um édito de Luís
X baniu a possibilidade de escravidão em todo o reino. Porém, no século XV, a demanda por mão-de-obra
aumentou nas colônias e fez-se necessário tomar certas atitudes. A solução inicial foi explorar as populações
locais, exterminadas com rapidez. Recorreu-se, então, aos “alistados” brancos, homens geralmente forçados
ao exílio que assinavam contratos válidos por três anos e eram tratados nas mesmas condições que os negros.
Um panfleto anônimo, ‘Sobre a necessidade de se adotar a escravidão na França’, expressa a visão da época:
era preciso ‘colocar pobres e indigentes para trabalhar’. Menosprezos racial e de classe não são
incompatíveis [com a França iluminista]? [...]
GRESH, Alain. Escravidão à francesa. Le Monde Diplomatique. 1 abril 2008. Disponível em:
http://diplomatique.org.br/escravidao-a-francesa/ Acesso em: 10 ago. 2017. [Adaptado]
A partir das considerações indicadas na matéria, as quais apontam a influência histórica dos pensadores
iluministas e da participação francesa nos debates sobre liberdade e cidadania, é CORRETO afirmar.
Para muitos, ela foi (e continua sendo) reconhecida como a maior revolução ocorrida desde o século XX;
outros, porém, associam-na a um regime extremista que pregou o medo e a repressão; e, para outros tantos (talvez
a maioria), as marcas de sua existência (caso explícito do “comunismo”) ainda rondam a memória individual e
coletiva de homens e mulheres por todo o planeta, independentemente de suas colorações políticas e ideológicas.
Neste ano de 2017, lembramos dos cem anos da chamada “Revolução Russa” ou “Revolução Bolchevique”
(outubro de 1917), um dos eventos históricos mais importantes do século XX – cujos debates ainda são
acalorados – na medida em que, durante várias décadas, passou a disputar a hegemonia mundial com o
capitalismo. Sobre a Revolução Russa e seus desdobramentos históricos, é CORRETO afirmar.
Leia o poema abaixo:
Amor América
Antes do chinó e do fraque
foram os rios, rios arteriais:
foram as cordilheiras em cuja vaga puída
o condor ou a neve pareciam imóveis;
foi a umidade e a mata, o trovão,
sem nome ainda, as pampas planetárias.
O homem terra foi, vasilha, pálpebra
do barro trêmulo, forma de argila,
foi cântaro caraíba, pedra chibcha,
taça imperial ou sílica araucana.
Terno e sangrento foi, porém no punho
de sua arma de cristal umedecido
as iniciais da terra estavam escritas.
Ninguém pôde
recordá-las depois: o vento
as esqueceu, o idioma da água
foi enterrado, as chaves se perderam
ou se inundaram de silêncio ou sangue.
Não se perdeu a vida, irmãos pastorais.
Mas como uma rosa selvagem
caiu uma gota vermelha na floresta
e apagou-se uma lâmpada da terra.
Estou aqui para contar a história.
Da paz do búfalo
até as fustigadas areias
da terra final, nas espumas
acumuladas de luz antártica,
e pelas Lapas despenhadas
da sombria paz venezuelana,
te busquei, pai meu,
jovem guerreiro de treva e cobre,
ou tu, planta nupcial, cabeleira indomável,
mãe jacaré, pomba metálica.
Eu, incaico do lodo,
toquei a pedra e disse:
Quem me espera? E apertei a mão
sobre um punhado de cristal vazio.
Porém, andei entre flores zapotecas
e doce era a luz como um veado
e era a sombra como uma pálpebra verde.
Terra minha sem nome, sem América,
estame equinocial, lança de púrpura,
teu aroma me subiu pelas raízes
até a taça que bebia, até a mais delgada
palavra não nascida de minha boca.
NERUDA, Pablo. Canto Geral. São Paulo: Círculo do Livro.1994, p. 17-18.
A partir da visão expressa no poema, é CORRETO afirmar sobre o contato entre os povos na América que
Leia o poema abaixo:
Amor América
Antes do chinó e do fraque
foram os rios, rios arteriais:
foram as cordilheiras em cuja vaga puída
o condor ou a neve pareciam imóveis;
foi a umidade e a mata, o trovão,
sem nome ainda, as pampas planetárias.
O homem terra foi, vasilha, pálpebra
do barro trêmulo, forma de argila,
foi cântaro caraíba, pedra chibcha,
taça imperial ou sílica araucana.
Terno e sangrento foi, porém no punho
de sua arma de cristal umedecido
as iniciais da terra estavam escritas.
Ninguém pôde
recordá-las depois: o vento
as esqueceu, o idioma da água
foi enterrado, as chaves se perderam
ou se inundaram de silêncio ou sangue.
Não se perdeu a vida, irmãos pastorais.
Mas como uma rosa selvagem
caiu uma gota vermelha na floresta
e apagou-se uma lâmpada da terra.
Estou aqui para contar a história.
Da paz do búfalo
até as fustigadas areias
da terra final, nas espumas
acumuladas de luz antártica,
e pelas Lapas despenhadas
da sombria paz venezuelana,
te busquei, pai meu,
jovem guerreiro de treva e cobre,
ou tu, planta nupcial, cabeleira indomável,
mãe jacaré, pomba metálica.
Eu, incaico do lodo,
toquei a pedra e disse:
Quem me espera? E apertei a mão
sobre um punhado de cristal vazio.
Porém, andei entre flores zapotecas
e doce era a luz como um veado
e era a sombra como uma pálpebra verde.
Terra minha sem nome, sem América,
estame equinocial, lança de púrpura,
teu aroma me subiu pelas raízes
até a taça que bebia, até a mais delgada
palavra não nascida de minha boca.
NERUDA, Pablo. Canto Geral. São Paulo: Círculo do Livro.1994, p. 17-18.
A partir da visão expressa no poema, é CORRETO afirmar sobre o contato entre os povos na América que