Questão 79b8adbc-c4
Prova:UNIOESTE 2019
Disciplina:História
Assunto:Medievalidade Europeia, História Geral

“No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado em relação aos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. Este se via como o renascimento da civilização greco-latina, e, portanto, tudo que estivera entre aqueles picos de criatividade artístico-literária (de seu próprio ponto de vista, é claro) não passara de um hiato, de um intervalo. Logo, de um tempo intermediário, de uma Idade Média”.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. Prefácio. In: A Idade Média: o nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001.


Tomando por base a referência acima, assinale a alternativa INCORRETA.

A
A sociedade feudal não terminou com o início da chamada Idade Moderna entre os séculos XVI e XVIII, pois no Japão, por exemplo, o Feudalismo sobreviveu ainda até o século XIX
B
Os Humanistas, por toda a Europa, dedicaram-se a traduzir e comentar os textos clássicos, pois acreditaram que o trabalho com as fontes antigas traria o conhecimento de forma rigorosa e apurada.
C
As estruturas sociais, políticas, filosóficas e econômicas da Idade Média foram reforçadas e alimentadas por dois importantes movimentos: O Renascimento e a Reforma Religiosa. Este último, teve em Lutero, um importante personagem.
D
Autores do movimento Iluminista acentuaram seu desprezo pela Idade Média, censurando uma forte religiosidade, uma escassa racionalidade bem como um exagerado peso político da Igreja.
E
A Europa Ocidental conviveu, ao longo da Idade Média, com duas significativas culturas: a Bizantina e a Árabe. Ambas tiveram influência em diversos campos do conhecimento.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C

Tema central: compreensão do caráter histórico do conceito “Idade Média” e dos movimentos que marcaram a transição para a modernidade — especialmente o Renascimento e a Reforma Protestante. É preciso saber o papel desses movimentos: se reforçaram ou desconstruíram as estruturas medievais.

Resumo teórico: O termo “Idade Média” foi construído na passagem para a Era Moderna (século XVI) como um rótulo depreciativo entre a Antiguidade clássica e o renascimento do século XVI (Franco Júnior, 2001). O Renascimento valorizou a cultura clássica e as artes, questionando valores medievais; a Reforma (Lutero entre seus protagonistas) desafiou a autoridade da Igreja e alterou profundamente estruturas religiosas e políticas. Fontes úteis: Jacques Le Goff, Johan Huizinga, Peter Burke.

Por que a alternativa C é a INCORRETA: a afirmativa diz que Renascimento e Reforma “reforçaram e alimentaram” as estruturas medievais. Isso é equivocado: ambos os movimentos romperam com aspectos centrais do sistema medieval — cultural, intelectual e religioso — e impulsionaram transformações rumo à modernidade. A Reforma, em especial, enfraqueceu o monopólio político-religioso da Igreja; o Renascimento relativizou a centralidade medieval ao resgatar modelos clássicos.

Análise das demais alternativas (por que são corretas):

A) Correta — o “feudalismo” europeu não terminou simultaneamente em todo o mundo; no Japão o sistema senhorial e militar persistiu até o século XIX (restauração Meiji).

B) Correta — os humanistas estudaram, traduziram e comentaram textos clássicos acreditando no retorno às fontes como método de conhecimento rigoroso (ex.: Poggio Bracciolini, Erasmo).

D) Correta — iluministas criticaram a Idade Média por seu forte caráter religioso e por limitações à razão; essa visão encontra-se em Voltaire e outros autores do século XVIII.

E) Correta — Bizantino e a cultura islâmica (árabe) influenciaram a Europa medieval em filosofia, medicina, matemática e transmissão de textos clássicos.

Estratégia de prova: atente para verbos/qualificadores absolutos (“reforçaram”, “sempre”, “nunca”); eles costumam indicar pegadinhas. Relacione cada enunciado com o impacto real dos eventos históricos, não com termos genéricos.

Fontes citadas: Franco Júnior (Prefácio em A Idade Média: o nascimento do Ocidente, 2001); Jacques Le Goff; Peter Burke.

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