Questão f3c687fd-af
Prova:UNIOESTE 2017
Disciplina:História
Assunto:Medievalidade Europeia, História Geral, Movimentos de Reforma Religiosa: protestantes e católicos, Mundo Árabe : de Maomé ao Império

O que nós chamamos Europa, é uma ideia, uma representação construída, cujas características dependem do respectivo recorte, do respectivo ponto de vista, das respectivas intenções, dos respectivos objetivos e fins ideológicos daquele que usa essa palavra. [...] A ideia da Europa representa somente uma construção intelectual ou um conceito, que varia de século a século, servindo como instrumento de argumentação, seja contra, seja a favor de algo.

MAINKA, Peter Johann. Os fundamentos da identidade europeia na antiguidade, na idade média e nos tempos modernos. Acta Scientiarum. Education. Maringá, v. 33, n. 1, p.67, 2011.


Tomando-se por base a citação acima, assinale a alternativa INCORRETA.

A
A sociedade moderna foi delineada a partir da perda de influência do divino e do sobrenatural. Sua identidade moldou-se pela ideia de que o homem é o responsável por sua história.
B
A Reforma Protestante, que fortaleceu a cristandade ocidental, referendou os dois poderes tradicionais dos chamados Estados pré-modernos nascentes: o Papado e o Império.
C
Na chamada transição da Antiguidade para o mundo medieval, a língua latina se tornou um grande instrumento de estabilidade. Ao conservar a erudição greco-romana, garantiu sua difusão até os Tempos Modernos.
D
Os gregos antigos, que se compreenderam como pertencentes à Europa, definiram-se culturalmente a partir de uma oposição à Ásia: essa, representando a monarquia e a tirania; aqueles a liberdade e a democracia.
E
A construção da identidade europeia foi confrontada, em meados do século VII, com a doutrina religiosa de Mohammed (Maomé) – a expansão do Islã e do mundo muçulmano.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: B

Tema: Construção da identidade europeia ao longo dos períodos históricos — como ideias, símbolos e conflitos (culturais, religiosos e políticos) moldaram a noção de “Europa”. É preciso conhecer: Antiguidade clássica, transição para a Idade Média, papel da língua latina, Reforma Protestante e a expansão islâmica.

Resumo teórico curto: Na Antiguidade os gregos se definiram culturalmente em contraste com “o outro” (Ásia/Orientais). Com o declínio do Império Romano, o latim e as instituições eclesiásticas preservaram saberes clássicos na Idade Média. A chegada do Islã no século VII transformou fronteiras e conflitos mediterrâneos. A partir do Renascimento e da Modernidade houve processos de secularização e antropocentrismo, enquanto a Reforma no século XVI fragmentou a unidade religiosa da cristandade (ver Mainka; para síntese: Norman Davies, Europe: A History).

Por que B é a INCORRETA: A alternativa afirma que a Reforma Protestante fortaleceu a cristandade ocidental e referendou Papado e Império. Na realidade a Reforma desafiou a autoridade papal e dividiu a cristandade em várias confissões; muitos príncipes e Estados usaram-na para afirmar autonomia face ao Papado (ex.: Henrique VIII, principados alemães; Paz de Augsburgo 1555: cuius regio, eius religio). Logo, não fortaleceu nem reafirmou a dupla hegemonia Papado–Império; ao contrário, contribuiu para a fragmentação política-religiosa da Europa.

Por que as demais alternativas são corretas:

A — Verdadeira: a modernidade acentua a responsabilidade humana pela história (secularização, racionalismo, humanismo).

C — Verdadeira: o latim funcionou como língua erudita e institucional (Igreja, universidades), preservando e transmitindo elementos greco-romanos.

D — Verdadeira: autores gregos representam, em muitos discursos antigos, uma oposição cultural entre "Europa" (politeia, liberdade) e "Ásia" (monarquia/tirania).

E — Verdadeira: a expansão islâmica (século VII em diante) confrontou e transformou as fronteiras europeias e contribuiu para redefinições identitárias.

Dica de prova: Busque anacronismos e generalizações absolutas; perguntas sobre “identidade” pedem interpretar processos históricos, não leituras estáticas.

Fonte sugerida: Peter J. Mainka (citação base) e sínteses históricas como Norman Davies — para revisar cronologias e efeitos da Reforma e da expansão islâmica.

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