Questõesde FGV sobre Período Colonial: produção de riqueza e escravismo
[...] se o interesse da Coroa estava centralizado na atividade minerária, ela não poderia negligenciar
outras atividades que garantissem sua manutenção e continuidade. É nesse contexto que a
agricultura deve ser vista integrando os mecanismos necessários ao processo de colonização
desenvolvidos na própria Colônia, uma vez que, voltada para o consumo interno, era um meio de
garantir a reprodução da estrutura social, além de permitir a redução dos custos com a manutenção
da força de trabalho escrava.
Guimarães, C. M. e REIS, F. M. da M. “Agricultura e mineração no século XVIII”,
in Resende, m.e.l. e VILLALTA, L.C. (orgs.) História de Minas Gerais. As minas setecentistas.Belo Horizonte: Autêntica Editora/Companhia do Tempo, 2007, p. 323.
Assinale a alternativa que interpreta corretamente o texto.
Dos engenhos, uns se chamam reais, outros inferiores, vulgarmente engenhocas. Os reais ganharam
este apelido por terem todas as partes de que se compõem e todas as oficinas, perfeitas, cheias de
grande número de escravos, com muitos canaviais próprios e outros obrigados à moenda; e
principalmente por terem a realeza de moerem com água, à diferença de outros, que moem com
cavalos e bois e são menos providos e aparelhados; ou, pelo menos, com menor perfeição e largueza,
das oficinas necessárias e com pouco número de escravos, para fazerem, como dizem, o engenho
moente e corrente.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp. 1982, p. 69.
O texto oferece uma descrição dos engenhos no Brasil no início do século XVIII. A esse respeito é
correto afirmar:
Dos engenhos, uns se chamam reais, outros inferiores, vulgarmente engenhocas. Os reais ganharam este apelido por terem todas as partes de que se compõem e todas as oficinas, perfeitas, cheias de grande número de escravos, com muitos canaviais próprios e outros obrigados à moenda; e principalmente por terem a realeza de moerem com água, à diferença de outros, que moem com cavalos e bois e são menos providos e aparelhados; ou, pelo menos, com menor perfeição e largueza, das oficinas necessárias e com pouco número de escravos, para fazerem, como dizem, o engenho moente e corrente.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp. 1982, p. 69.
O texto oferece uma descrição dos engenhos no Brasil no início do século XVIII. A esse respeito é correto afirmar:
Dos engenhos, uns se chamam reais, outros inferiores, vulgarmente engenhocas. Os reais ganharam
este apelido por terem todas as partes de que se compõem e todas as oficinas, perfeitas, cheias de
grande número de escravos, com muitos canaviais próprios e outros obrigados à moenda; e
principalmente por terem a realeza de moerem com água, à diferença de outros, que moem com
cavalos e bois e são menos providos e aparelhados; ou, pelo menos, com menor perfeição e largueza,
das oficinas necessárias e com pouco número de escravos, para fazerem, como dizem, o engenho
moente e corrente.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp. 1982, p. 69.
O texto oferece uma descrição dos engenhos no Brasil no início do século XVIII. A esse respeito é
correto afirmar:
Dos engenhos, uns se chamam reais, outros inferiores, vulgarmente engenhocas. Os reais ganharam este apelido por terem todas as partes de que se compõem e todas as oficinas, perfeitas, cheias de grande número de escravos, com muitos canaviais próprios e outros obrigados à moenda; e principalmente por terem a realeza de moerem com água, à diferença de outros, que moem com cavalos e bois e são menos providos e aparelhados; ou, pelo menos, com menor perfeição e largueza, das oficinas necessárias e com pouco número de escravos, para fazerem, como dizem, o engenho moente e corrente.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp. 1982, p. 69.
O texto oferece uma descrição dos engenhos no Brasil no início do século XVIII. A esse respeito é correto afirmar:
Reverendo padre reitor, eu, Manoel Beckman, como
procurador eleito por aquele povo aqui presente, venho
intimar a vossa reverência, e mais religiosos assistentes no
Maranhão, como justamente alterados pelas vexações que
padece por terem vossas paternidades o governo temporal dos
índios das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora assim do
espiritual como do temporal, então e não tem falta ao mau
exemplo de sua vida, que por esta parte não tem do que se
queixar de vossas paternidades; portanto, notifico a alterado
povo, que se deixem estar recolhidos ao Colégio, e não saiam
para fora dele para evitar alterações e mortes, que por aquela
via se poderiam ocasionar; e entretanto ponham vossas
paternidades cobro em seus bens e fazendas, para deixá-las em
mãos de seus procuradores que lhes forem dados, e estejam
aparelhados para o todo tempo e hora se embarcarem para
Pernambuco, em embarcações que para este efeito lhes forem
concedidas.
João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado
do Maranhão. 2ª Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360.
O movimento liderado por Manuel Beckman no
Maranhão, em 1684, foi motivado pela
A economia colonial na América portuguesa esteve assentada, principalmente,
na produção em larga escala voltada ao abastecimento dos mercados
europeus, visando atender aos interesses metropolitanos. Mesmo assim, na
colônia, desenvolveu-se o mercado interno que teve como uma de suas
características
A Lei de Terras de 1850, por exemplo, que fora apresentada pela primeira
vez em 1843, visava organizar o país para o fim eventual do trabalho escravo
– tendo sido votada poucos dias após a interrupção do tráfico.
SCHWARCZ, L.M. e STARLING, H.M., Brasil: uma biografia.
São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 274.
Acerca da Lei de Terras e do processo politico e social a ela associado é
correto afirmar:
A Lei de Terras de 1850, por exemplo, que fora apresentada pela primeira vez em 1843, visava organizar o país para o fim eventual do trabalho escravo – tendo sido votada poucos dias após a interrupção do tráfico.
SCHWARCZ, L.M. e STARLING, H.M., Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 274.
Acerca da Lei de Terras e do processo politico e social a ela associado é correto afirmar:
Reverendo padre reitor, eu, Manoel Beckman, como
procurador eleito por aquele povo aqui presente, venho
intimar a vossa reverência, e mais religiosos assistentes no
Maranhão, como justamente alterados pelas vexações que
padece por terem vossas paternidades o governo temporal dos
índios das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora assim do
espiritual como do temporal, então e não tem falta ao mau
exemplo de sua vida, que por esta parte não tem do que se
queixar de vossas paternidades; portanto, notifico a alterado
povo, que se deixem estar recolhidos ao Colégio, e não saiam
para fora dele para evitar alterações e mortes, que por aquela
via se poderiam ocasionar; e entretanto ponham vossas
paternidades cobro em seus bens e fazendas, para deixá-las em
mãos de seus procuradores que lhes forem dados, e estejam
aparelhados para o todo tempo e hora se embarcarem para
Pernambuco, em embarcações que para este efeito lhes forem
concedidas.
João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado
do Maranhão. 2ª Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360.
O movimento liderado por Manuel Beckman no
Maranhão, em 1684, foi motivado pela
Reverendo padre reitor, eu, Manoel Beckman, como procurador eleito por aquele povo aqui presente, venho intimar a vossa reverência, e mais religiosos assistentes no Maranhão, como justamente alterados pelas vexações que padece por terem vossas paternidades o governo temporal dos índios das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora assim do espiritual como do temporal, então e não tem falta ao mau exemplo de sua vida, que por esta parte não tem do que se queixar de vossas paternidades; portanto, notifico a alterado povo, que se deixem estar recolhidos ao Colégio, e não saiam para fora dele para evitar alterações e mortes, que por aquela via se poderiam ocasionar; e entretanto ponham vossas paternidades cobro em seus bens e fazendas, para deixá-las em mãos de seus procuradores que lhes forem dados, e estejam aparelhados para o todo tempo e hora se embarcarem para Pernambuco, em embarcações que para este efeito lhes forem concedidas.
João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão. 2ª Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360.
O movimento liderado por Manuel Beckman no Maranhão, em 1684, foi motivado pela
“Caso tomemos o exemplo do Rio de Janeiro (...), iremos
perceber de imediato que se trata de uma região caracterizada
por forte concentração de riqueza em poucas mãos. Os
círculos dos mais ricos – 14% das pessoas – chegaram a ter
três quartos da riqueza inventariada. (...) Entre fins do século
XVIII e a primeira metade do século XIX, eles chegaram a dominar
95% dos valores transacionados nos empréstimos (...).
Era dentro dessa elite que se situava o pequeno grupo
formado pelos negociantes de grande envergadura, cujas fortunas
foram constituídas por meio do comércio transoceânico
e no comércio colonial de longa distância. (...)
Uma vez acumuladas tais fortunas, verifica-se que parte
desses homens de negócios (ou seus filhos) abandonava o
comércio, convertendo-se em rentistas (pessoas que vivem de
rendas, como, por exemplo, do aluguel de imóveis urbanos) ou
em grandes senhores de terras e de escravos. Curiosamente,
ao fazerem isso, estavam perdendo dinheiro, já que os ganhos
do tráfico atlântico de escravos (19% por viagem) eram superiores
aos lucros da plantation (de 5% a 10% ao ano).
O que havia por trás de um movimento de reconversão
em si mesmo inusitado?"
(João Fragoso et al., A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX). 1998)
Esse “movimento de reconversão" pode ser explicado
Era dentro dessa elite que se situava o pequeno grupo formado pelos negociantes de grande envergadura, cujas fortunas foram constituídas por meio do comércio transoceânico e no comércio colonial de longa distância. (...)
Uma vez acumuladas tais fortunas, verifica-se que parte desses homens de negócios (ou seus filhos) abandonava o comércio, convertendo-se em rentistas (pessoas que vivem de rendas, como, por exemplo, do aluguel de imóveis urbanos) ou em grandes senhores de terras e de escravos. Curiosamente, ao fazerem isso, estavam perdendo dinheiro, já que os ganhos do tráfico atlântico de escravos (19% por viagem) eram superiores aos lucros da plantation (de 5% a 10% ao ano).
O que havia por trás de um movimento de reconversão em si mesmo inusitado?"
(João Fragoso et al., A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX). 1998) Esse “movimento de reconversão" pode ser explicado