Questõesde FGV sobre História do Brasil

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Foram encontradas 47 questões
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FGV 2020 - História - Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, História do Brasil

A capitania de São Vicente foi a primeira a ter um engenho de açúcar, mas, apesar do pioneirismo, se viu separada da economia agroexportadora fixada na Colônia a partir da segunda metade do século XVI, o que ocorreu por causa da concorrência das capitanias do Nordeste, sobretudo Pernambuco e Bahia, mais bem localizadas geograficamente e com condições naturais mais favoráveis ao desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar.

(Patrícia Albano Maia. “Expansão territorial do Brasil colonial: o bandeirismo”.
In: História do estado de São Paulo: a formação da unidade paulista, vol.1, 2010.)

Essa particularidade da capitania de São Vicente implicou

A
a separação política da região do Planalto de Piratininga em relação às capitanias do norte da colônia.
B
a instalação pela Metrópole portuguesa de um aparato militar nesses territórios escassamente povoados.
C
a penetração dos colonizadores no interior do território com vistas ao apresamento da mão de obra nativa.
D
a expansão de atividades comerciais intensas com as colônias espanholas instaladas no Rio da Prata.
E
a dependência da sociedade local aos abastecimentos regulares metropolitanos de gêneros alimentícios.
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FGV 2020 - História - Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil

A Constituição de 1824 não tinha nada de parlamentarista. De acordo com seus dispositivos, o Poder Executivo era chefiado pelo imperador e exercido por ministros de Estado livremente nomeados por ele. A prática parlamentarista foi se desenhando a partir de 1847. Naquele ano, um decreto criou o cargo de presidente do Conselho de Ministros, indicado pelo imperador. Essa personagem política passou a formar o ministério cujo conjunto constituía o Conselho de Ministros, ou gabinete, encarregado do Poder Executivo. Para manter-se no governo, o gabinete devia merecer a confiança, tanto da Câmara como do imperador.

(Boris Fausto. História do Brasil, 2012. Adaptado.)

O sistema de governo do Segundo Reinado brasileiro era entendido e propagado, no seu período de vigência, como parlamentarista. Esse sistema funcionou, de 1847 a 1889, com

A
divergências entre o partido Liberal e o Conservador sobre a legitimidade do regime monárquico na América Latina.
B
composição de gabinetes ministeriais sem a maioria política na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
C
oposições anticonstitucionais do governo monárquico às deliberações das Assembleias de representantes políticos.
D
formação pela monarquia de maiorias partidárias por meio de dissoluções frequentes da Câmara dos Deputados.
E
rodízio, no poder ministerial, de agremiações políticas de representantes de grupos sociais antagônicos.
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FGV 2020 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

De acordo com o processo de formação do território brasileiro, a ocupação dos sertões nos séculos XVII e XVIII realizou-se com

A
a revogação do Tratado de Tordesilhas entre Portugal e Espanha.
B
o estabelecimento de feitorias para abastecer populações tradicionais.
C
a opção colonial pelo povoamento da América do Sul.
D
o desenvolvimento das atividades pecuária e mineradora.
E
a abertura de novas fazendas cafeeiras pelos colonos italianos.
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FGV 2015 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Sobre as revoltas no Brasil na primeira metade do século XIX, é correto afirmar:

A
A Balaiada (1838-1840) manteve-se, até o final, dirigida pelas elites maranhenses.
B
A Cabanagem (1835-1840) e a Sabinada (1837-1838) foram revoltas restauradoras.
C
A Revolta dos Malês, em Salvador, (1835) é um exemplo de revolta popular.
D
A revolta dos Cabanos (1832-1835) foi uma revolta iniciada por populares e depois dirigida por restauradores.
E
Todas as revoltas tinham como motivação a revogação da Lei de Terras e o livre acesso à propriedade fundiária.
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FGV 2014, FGV 2014 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

A Farroupilha foi uma revolta

A
separatista, que contou com o apoio dos cafeicultores paulistas interessados no mercado da região do Prata.
B
popular, que tinha como objetivo o fim da escravidão no Brasil e o rompimento com a Inglaterra.
C
popular, cujos líderes foram duramente punidos com penas de exílio e enforcamento.
D
socialista, liderada por Giuseppe Garibaldi, que pretendia estabelecer uma reforma agrária no Brasil.
E
separatista, que proclamou a República no Rio Grande do Sul, em 1836, e em Santa Catarina, em 1839.
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FGV 2013 - História - História do Brasil, República de 1954 a 1964

Leia esta notícia veiculada pela imprensa em 13 de agosto de 2013.


A Câmara dos Deputados devolveu hoje, simbolicamente, o mandato parlamentar a 14 deputados, do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), que foram cassados em 1948. Os mandatos foram cassados pelo então Superior Tribunal Eleitoral (STE), que cancelou o registro do partido em 7 de maio de 1947, quase três anos após os deputados terem sido eleitos.

No início da sessão, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), prestou sua homenagem aos deputados cassados. “Hoje, ao prestar esta homenagem, resgatamos a dignidade do Parlamento brasileiro frente a um episódio que fez o partido sangrar e deixou importante parcela da população sem representação política”, disse.

http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/08/

camara-devolve-simbolicamente-mandato-a-14-deputados-do-pcb-cassados-em. Acesso em 02 de setembro de 2013.


Com base nessa notícia, é correto afirmar:

A
A cassação dos parlamentares ocorreu devido à descoberta de um projeto de tomada do poder pelo PCB, que teria como base a formação de uma guerrilha rural estabelecida no interior do Brasil.
B
A cassação dos parlamentares revela os limites da democracia brasileira entre 1945 e 1964, impedindo a livre organização partidária no país, no contexto da Guerra Fria
C
A cassação dos parlamentares ocorreu devido à denúncia do deputado comunista Jorge Amado de que o PCB havia conspirado com Getúlio Vargas visando à manutenção do Estado Novo.
D
A cassação interrompeu uma longa jornada de funcionamento legal do PCB, iniciada em 1922, quando da sua fundação e interrompida, pela primeira vez, em 1947.
E
A cassação levou ao fim do PCB e à fundação do PC do B, que teve seus direitos imediatamente reconhecidos, e à formação de diversos outros pequenos partidos, que se dedicaram à luta armada.
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FGV 2013 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Dos engenhos, uns se chamam reais, outros inferiores, vulgarmente engenhocas. Os reais ganharam este apelido por terem todas as partes de que se compõem e todas as oficinas, perfeitas, cheias de grande número de escravos, com muitos canaviais próprios e outros obrigados à moenda; e principalmente por terem a realeza de moerem com água, à diferença de outros, que moem com cavalos e bois e são menos providos e aparelhados; ou, pelo menos, com menor perfeição e largueza, das oficinas necessárias e com pouco número de escravos, para fazerem, como dizem, o engenho moente e corrente.

ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp. 1982, p. 69.

O texto oferece uma descrição dos engenhos no Brasil no início do século XVIII. A esse respeito é correto afirmar:

A
O engenho de açúcar foi a principal unidade econômica do sertão nordestino durante o período colonial, permitindo a ocupação dos territórios situados entre o rio São Francisco e o rio Parnaíba.
B
A produção de açúcar no nordeste brasileiro colonial, em larga escala, foi possível graças à implantação do sistema de fábrica e ao uso do vapor como força motriz nas moendas.
C
Os engenhos da Bahia utilizavam, sobretudo, mão de obra escrava africana, enquanto que nos engenhos pernambucanos predominava o trabalho indígena
D
Os grandes engenhos desenvolviam todas as etapas de produção do açúcar, do plantio, passando pela moagem, a purga, a secagem e até a embalagem.
E
E A produção de açúcar no sistema de “plantation” ficou restrita aos domínios lusitanos das Américas, durante a época colonial, o que garantiu bons lucros aos produtores locais e aos comerciantes reinóis.
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FGV 2014 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

Em 1966, Carlos Lacerda procurou antigos adversários políticos, como João Goulart e Juscelino Kubitschek, com o objetivo de organizar uma alternativa política à Ditadura Militar, contornando os limites do bipartidarismo imposto pelo regime. Tal articulação ficou conhecida como

A
Movimento Democrático Brasileiro.
B
Anistia Ampla, Geral e Irrestrita.
C
Frente Ampla.
D
Frente Popular.
E
Diretas Já.
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FGV 2014 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Durante muito tempo, o fim da escravidão no Brasil foi visto como uma concessão generosa da princesa Izabel, em 1888. Atualmente, os historiadores reconhecem o papel das lutas dos escravos pela liberdade, bem como dos diversos movimentos abolicionistas brasileiros. Foram líderes abolicionistas negros:

A
o advogado Joaquim Nabuco, o médico Nina Rodrigues e o engenheiro André Rebouças.
B
o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro, o engenheiro Francisco Pereira Passos e o jornalista José do Patrocínio.
C
o médico Nina Rodrigues, o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro e o advogado Luís Gama.
D
o engenheiro Francisco Pereira Passos, o advogado Rui Barbosa e o médico Nina Rodrigues.
E
o advogado Luís Gama, o engenheiro André Rebouças e o jornalista José do Patrocínio.
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FGV 2013 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Dos engenhos, uns se chamam reais, outros inferiores, vulgarmente engenhocas. Os reais ganharam este apelido por terem todas as partes de que se compõem e todas as oficinas, perfeitas, cheias de grande número de escravos, com muitos canaviais próprios e outros obrigados à moenda; e principalmente por terem a realeza de moerem com água, à diferença de outros, que moem com cavalos e bois e são menos providos e aparelhados; ou, pelo menos, com menor perfeição e largueza, das oficinas necessárias e com pouco número de escravos, para fazerem, como dizem, o engenho moente e corrente.


ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp. 1982, p. 69.


O texto oferece uma descrição dos engenhos no Brasil no início do século XVIII. A esse respeito é correto afirmar:

A
O engenho de açúcar foi a principal unidade econômica do sertão nordestino durante o período colonial, permitindo a ocupação dos territórios situados entre o rio São Francisco e o rio Parnaíba.
B
A produção de açúcar no nordeste brasileiro colonial, em larga escala, foi possível graças à implantação do sistema de fábrica e ao uso do vapor como força motriz nas moendas.
C
Os engenhos da Bahia utilizavam, sobretudo, mão de obra escrava africana, enquanto que nos engenhos pernambucanos predominava o trabalho indígena.
D
Os grandes engenhos desenvolviam todas as etapas de produção do açúcar, do plantio, passando pela moagem, a purga, a secagem e até a embalagem.
E
A produção de açúcar no sistema de “plantation” ficou restrita aos domínios lusitanos das Américas, durante a época colonial, o que garantiu bons lucros aos produtores locais e aos comerciantes reinóis.
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FGV 2015 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Reverendo padre reitor, eu, Manoel Beckman, como procurador eleito por aquele povo aqui presente, venho intimar a vossa reverência, e mais religiosos assistentes no Maranhão, como justamente alterados pelas vexações que padece por terem vossas paternidades o governo temporal dos índios das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora assim do espiritual como do temporal, então e não tem falta ao mau exemplo de sua vida, que por esta parte não tem do que se queixar de vossas paternidades; portanto, notifico a alterado povo, que se deixem estar recolhidos ao Colégio, e não saiam para fora dele para evitar alterações e mortes, que por aquela via se poderiam ocasionar; e entretanto ponham vossas paternidades cobro em seus bens e fazendas, para deixá-las em mãos de seus procuradores que lhes forem dados, e estejam aparelhados para o todo tempo e hora se embarcarem para Pernambuco, em embarcações que para este efeito lhes forem concedidas.
João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão. 2ª Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360.

O movimento liderado por Manuel Beckman no Maranhão, em 1684, foi motivado pela

A
proibição do ensino laico no Brasil colonial e pelas pressões que os jesuítas realizavam para impedir a sua liberação.
B
questão da mão de obra indígena e pela insatisfação de colonos com as atividades da Companhia de Comércio do Maranhão.
C
ameaça dos jesuítas de abandonarem a região e pela catequese dos povos indígenas sob a sua guarda.
D
crítica dos colonos maranhenses ao apoio dos jesuítas aos interesses espanhóis e holandeses na região.
E
tentativa dos jesuítas em aumentar o preço dos escravos indígenas, contrariando os interesses dos colonos maranhenses.
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FGV 2016 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

Viva Vaia é um poema concreto publicado em 1972 e dedicado ao compositor Caetano Veloso, que havia sido vaiado por grande parte do público presente ao Teatro Tuca, no Festival Internacional da Canção de 1968. Desde então, em diversos momentos, o poema é utilizado com intuito de dar significação a episódios da cena política e cultural brasileira.


Sobre o contexto de sua elaboração, podemos afirmar que se trata

A
de um período de contestações à Ditadura Militar, de ampliação das liberdades democráticas no país e de intensa efervescência cultural.
B
do momento da deposição do presidente João Goulart e da intensificação da repressão cultural.
C
da radicalização política do movimento estudantil contra a Ditadura Militar e de utilização da cultura como expressão política.
D
do descontentamento dos jovens com o conservadorismo da música popular brasileira durante a Ditadura Militar.
E
do momento de aceitação das ações repressivas da Ditadura Militar por meio da música e da poesia.
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FGV 2016 - História - Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A economia colonial na América portuguesa esteve assentada, principalmente, na produção em larga escala voltada ao abastecimento dos mercados europeus, visando atender aos interesses metropolitanos. Mesmo assim, na colônia, desenvolveu-se o mercado interno que teve como uma de suas características

A
o intenso comércio de manufaturados produzidos no Rio de Janeiro.
B
a comercialização de pedras preciosas na Zona da Mata.
C
a venda de gêneros alimentícios em São Paulo provenientes do Nordeste.
D
a circulação de tropeiros que ligava o Sul à região de Sorocaba.
E
as transações imobiliárias envolvendo fazendas pecuaristas na Amazônia.
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FGV 2016 - História - História do Brasil

Examine o mapa


Com base no mapa, é correto afirmar:

A
A província de Pernambuco perdeu parte de seu território, correspondente à margem esquerda do Rio São Francisco, como represália do poder central, logo após o final da Confederação do Equador.
B
O mapa reforça a perspectiva de que o processo de emancipação política no Brasil foi completamente pacífico e resumiu-se às articulações em São Paulo e Rio de Janeiro.
C
A Confederação do Equador tinha como objetivo estabelecer uma monarquia constitucional no Nordeste, tendo como base a província de Pernambuco
D
A separação da província de Cisplatina, que posteriormente se tornaria o Uruguai, ocorreu devido à lealdade de suas lideranças políticas à monarquia portuguesa.
E
Os conflitos registrados no Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia tinham caráter republicano e revelavam o descontentamento com o arranjo politico que estabeleceu a monarquia no Brasil.
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FGV 2016, FGV 2016 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

A charge, publicada em 1981 no jornal Folha de S. Paulo, faz referências a um momento particular do último governo da ordem autoritária instaurada em 1964, porque

A
reforça a convicção do presidente sobre a necessidade de uma abertura política efetivamente democrática, inclusive com eleições presidenciais diretas para o seu sucessor, mas entende que a volta da inflação pode impedir esse formato institucional.
B
indica a reação do presidente frente a dois grandes problemas: os atentados praticados por grupos de extrema- -direita, contrariados com o processo de abertura política, nascido no governo anterior, e a forte inflação, que atingiu quase 100% em 1981.
C
recrimina o presidente porque este condiciona a continuidade do processo de abertura política ao melhoramento nas condições econômico-financeiras do país, em uma conjuntura particularmente complexa, marcada por uma hiperinflação e queda acentuada do PIB.
D
assinala a preocupação do presidente com dois eventos interligados: o acelerado ritmo da abertura política provocado pelo avanço das oposições nos pleitos municipais e o primeiro episódio de hiperinflação, associado à recessão econômica e à crise do petróleo.
E
destaca a provocação do presidente às organizações de esquerda que ainda defendiam o caminho da luta armada para a conquista do poder, mas reconhece a incapacidade do seu governo em conter a espiral inflacionária, provocada pelos aumentos salariais da década de 1970.
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FGV 2016, FGV 2016 - História - História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

[Em novembro de 1937], (...) ao falar em organizar a juventude com a finalidade “de promover-lhe a disciplina moral e o adestramento físico, de maneira a prepará-la ao cumprimento dos seus deveres para com a economia e a Nação, [o ministro da Justiça Francisco] Campos estava pensando em instituições voltadas para a mobilização e a militarização dos jovens. (...)
Consciente de que não poderia contar com o apoio de Gustavo Capanema para a efetivação de seu projeto de mobilização política da juventude através do sistema de ensino e tendo fracassado na sua tentativa de afastá-lo do Ministério da Educação e Saúde, Campos planejava reunir os jovens em um sistema e criar para isto uma grande organização nacional, sob a dependência direta do Ministério da Justiça, isto é, dele mesmo.

(José Silvério Baía Horta. O hino, o sermão e a ordem do dia: a educação no Brasil (1930-1945), 1994)

Considerando o fragmento e o contexto do Estado Novo, é correto afirmar que

A
o prestígio do ministro Francisco Campos podia ser dimensionado pela importância que Getúlio Vargas deu ao projeto da juventude brasileira, com recursos financeiros, apoio político e aval da Câmara dos Deputados, e foi implantado durante a Segunda Guerra, encaminhando o Brasil em direção aos interesses dos Estados Unidos e dos Aliados.
B
a efetivação da Juventude Brasileira, que tinha como patrono Duque de Caxias, funcionando apenas no Rio de Janeiro e em algumas outras capitais brasileiras, desencadeou um sério conflito entre vários líderes do Estado Novo, o que enfraqueceu o regime autoritário, que perdia as suas bases de sustentação por conta da forte oposição liberal nascida nos estados nordestinos.
C
o ministro Francisco Campos, um notável articulador político, soube convencer o ministro Capanema das vantagens em organizar militarmente os estudantes brasileiros, assim o projeto inicial foi ampliado e, durante boa parte do Estado Novo, os jovens brasileiros receberam instruções sobre o uso de armas, civismo e condicionamento físico.
D
o ministro da Justiça do Estado Novo, apesar da sua função relevante de autor da Constituição de 1937, ocupava poucos espaços políticos na ordem derivada do golpe de Estado, e a proposta de uma organização militar para a juventude dificilmente contaria com o apoio do presidente Vargas, avesso às práticas físicas e esportivas, que desviavam a população do trabalho.
E
o ministro Francisco Campos, um dos mais importantes ideólogos do autoritarismo, defendia uma organização da juventude brasileira em formato parecido com as experiências das nações nazifascistas, e, ao mesmo tempo, a oposição do ministro Capanema a esse projeto mostra o governo ditatorial de Vargas marcado por divergências políticas entre os seus ministros.
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FGV 2016, FGV 2016 - História - História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Empreiteiro da Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II, o imigrante norte-americano David Sompson decidiu dar fim à própria vida na noite de 29 de outubro de 1869, em Sapucaia, província do Rio de Janeiro. Por ser protestante e suicida, Sompson foi enterrado do lado de fora dos muros do cemitério. O diretor da companhia chegou a solicitar a realização de um sepultamento digno para seu funcionário, mas foi em vão: sob a justificativa de impedir a “profanação das almas”, o vigário-geral não autorizou o enterro no mesmo espaço sagrado dos católicos – “Tenho a honra de declarar que as leis da Igreja Católica proíbem o enterrar-se em sagrado aos que se suicidam, uma vez que antes de morrer não tenham dado sinais de arrependimento, acrescendo a circunstância no presente caso de ser o falecido protestante”.
Em 20 de abril de 1870, o imperador D. Pedro II tomou conhecimento do parecer e concordou com a opinião dos membros do Conselho de Estado: “Recomende-se aos Reverendos Bispos que mandem proceder às solenidades da Igreja nos cemitérios públicos, para que neles haja espaço em que possam enterrar-se aqueles a quem a mesma Igreja não concede sepultura em sagrado. E aos Presidentes de Província que providenciem para que os cemitérios que de agora em diante se estabelecerem se reserve sempre para o mesmo fim o espaço necessário”.

(Sérgio Augusto Vicente. Segregação dos mortos, 1.2.2015. In Revista de História da Biblioteca Nacional, no 113, fevereiro de 2015. Adaptado)

A partir do fato apresentado e do contexto do Segundo Reinado, é correto afirmar que a segregação dos mortos

A
marcou os primeiros embates da chamada Questão Religiosa, que opôs o recém-fundado Partido Republicano Paulista, patrono do projeto legislativo que revia o padroado, contra a cúpula da Igreja Católica no Brasil, que advogava a necessidade de as escolas básicas estarem sob a administração das ordens religiosas.
B
decorreu dos preceitos constitucionais do Império que atribuíam à Igreja Católica prerrogativas superiores às do Estado em algumas questões, caso dos sepultamentos, mas tais prerrogativas estavam sendo revistas pelo Legislativo, e o Imperador defendia, desde o início do seu reinado, a separação entre a Igreja e o Estado.
C
representou a etapa final de um longo processo de desgaste nas relações entre o governo imperial e as mais importantes lideranças da Igreja Católica brasileira, porque havia novas posições católicas que, desde 1850, condenavam a ausência de propostas objetivas para a extinção do trabalho compulsório no Brasil.
D
revelou uma face das contradições entre o poder espiritual da Igreja e o poder secular da Monarquia brasileira, em uma conjuntura na qual a hierarquia eclesiástica esforçava-se para ampliar sua autonomia perante as políticas do Estado e o Imperador buscava a conciliação dos interesses da religião oficial com o direito civil dos não católicos.
E
anunciou um novo patamar nas relações entre o Estado e as religiões no país, em especial a Igreja Católica, porque o princípio constitucional que permitia apenas a prática do culto católico no Brasil estava em debate público e dom Pedro II já havia manifestado a sua simpatia a uma ampla liberdade religiosa.