Questõessobre Filosofia

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e5d1d2ed-75
UECE 2021 - Filosofia

“Havia duas festas anuais nas quais se encenavam tragédias. [...] A representação era prevista e organizada sob o patrocínio do Estado, pois era um dos altos magistrados da cidade quem se incumbia de escolher os poetas e de selecionar os cidadãos ricos, encarregados de cobrir todas as despesas. [...] Consequentemente, esse espetáculo adquiriu as características de uma manifestação nacional. Esse fato explica com clareza certos aspectos da inspiração dos autores de tragédia. Eles se dirigiam sempre a um grande público, reunido numa ocasião solene: é normal que eles quisessem atingi-lo e interessá-lo. Eles escreviam na qualidade de cidadãos que se dirigiam a outros cidadãos.”

ROMILLY, J. A tragédia grega. Trad. bras. Ivo Martinazzo.

Brasília: Ed. da UNB, 1998, p. 14-15.


Essa tese de Jacqueline de Romilly (1913-2010) sobre a origem e as características da tragédia grega pode ser relacionada à tese de Jean-Pierre Vernant sobre a origem e as características da filosofia grega no seguinte: assim como a tragédia, a filosofia

A
é organizada pela polis e financiada pelos cidadãos mais ricos dela.
B
é objeto de concursos anuais previstos no calendário da polis.
C
nasce no contexto da polis, caracterizada pela igualdade entre cidadãos.
D
busca chamar a atenção dos cidadãos da polis, com temas populares.
e60f4428-75
UECE 2021 - Filosofia

“Segundo Benjamin, a proletarização e a formação de massas na Alemanha de seu tempo são dois aspectos do mesmo processo. O que o fascismo faz é uma tentativa de disciplinamento dessas massas proletarizadas, evitando com isso que haja qualquer perturbação ao regime de propriedade posto. Trata-se de permitir que tais massas se expressem enquanto massas, desde que a ordem social não seja posta em xeque e que quaisquer reivindicações que toquem na estrutura social sejam contidas.”

VIEIRA, R. Modernidade e barbárie: as análises de Walter Benjamin sobre o fascismo alemão. https://www.niepmarx.blog.br/MManteriores/MM2017/anai s2017.pdf. Acessado em 17-10-2021 – Adaptado.


Conforme o trecho acima apresentado, para Walter Benjamin, o fascismo

A
se origina necessariamente das massas, quando elas se proletarizam.
B
tenta evitar a oposição das massas proletarizadas à ordem burguesa.
C
possibilita a que as massas se expressem como o que são: proletárias.
D
é a prova de que não existem mais classes sociais, mas apenas massas.
e60c5325-75
UECE 2021 - Filosofia

“Agostinho faz um contraponto ao dualismo maniqueísta ao refutar que o mal não existe enquanto ser. Ele refuta o dualismo ontológico do bem e do mal dos maniqueístas e desenvolve a teoria da origem do mal como uma negação do Sumo Bem, na qual o mal não tem ser, não existe, mas é resultado do livre-arbítrio da vontade do homem que o utiliza em vista de si mesmo. Ou seja, o mal é moral; é um ato voluntário do homem ao negar seu Criador, Deus, Bem universal, em vista de si mesmo.”

GOMES, I. S. G. A origem do mal no pensamento de agostinho de hipona. In: Anais do III Congresso Nordestino de Ciências da Religião e Teologia. Disponível em: http://www.unicap.br/ocs/index.php/cncrt/cncrt/paper/vie wFile/277/61. Acessado em 18-10-2021 – Adaptado.


Segundo essa passagem, a origem do mal está 

A
na liberdade do homem, dotado por Deus de livre-arbítrio.
B
na ação sobre os homens de um ente que personifica o mal.
C
na natureza humana, que, por ser finita, é próxima do mal.
D
no mau uso do livre-arbítrio, orientado pelo amor-próprio.
d827f8b2-73
USP 2021 - Filosofia

No texto do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty é estabelecida uma conexão entre as relações sociais e a racionalidade dos indivíduos:

A sociedade humana não é uma comunidade de espíritos racionais, só se pode compreendê-la assim nos países favorecidos, em que o equilíbrio vital e econômico foi obtido localmente e por certo tempo.

Maurice Merleau-Ponty, Fenomenologia da percepção, p.89. 


Qual sentença, se tomada como verdadeira, reforça a posição exprimida pelo filósofo no trecho? 

A
A racionalidade é uma potência espiritual que se impõe sobre as circunstâncias históricas.
B
O equilíbrio vital e econômico é uma força irracional que se contrapõe aos espíritos racionais.
C
Nos países favorecidos, as pessoas são naturalmente mais racionais.
D
A racionalidade das relações sociais depende da estabilidade de circunstâncias históricas. 
E
Os espíritos racionais são responsáveis pelo equilíbrio vital e econômico dos países favorecidos.  
a0949145-67
UFPR 2021 - Filosofia

O livro X da obra A República é, em grande parte, dedicado aos poetas em geral e a Homero em particular. Tendo em vista os argumentos desenvolvidos nesse livro, é correto afirmar que, para Platão:

A
o trabalho dos poetas expressa a própria ideia de beleza.
B
os poetas imaginam coisas que não existem no campo das ideias.
C
a poesia é útil para a educação dos jovens, em especial por seu caráter lúdico.
D
a poesia é uma forma de imitação que não revela um bom conhecimento do que imita.
E
a poesia é a forma de conhecimento que mais se aproxima das ideias.
a0974837-67
UFPR 2021 - Filosofia

Considere o seguinte texto:

Não vos deixeis enganar! É vossa curta vista, não a essência das coisas, que vos faz acreditar ver terra firme onde quer que seja no mar do vir-a-ser e perecer. Usais nomes das coisas, como se estas tivessem uma duração fixa: mas mesmo o rio, em que entrais pela segunda vez, não é o mesmo da primeira vez.

(HERÁCLITO DE ÉFESO. Coleção Os Pensadores. Vol. I. São Paulo: Victor Civita, 1973, p. 109.)

Com base no texto e no conhecimento sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, considere as seguintes afirmativas:
1. Em todas as coisas, tem-se a constante transformação e não realidades fixas.
2. Os olhos e os ouvidos são más testemunhas para os homens.
3. A ideia de que tudo se transforma diz respeito ao mundo físico, sendo que em sua essência as coisas não se alteram.
4. O vir-a-ser e o perecer conduzem as pessoas ao engano.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
B
Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
E
As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
a09a9858-67
UFPR 2021 - Filosofia

Em A Condição Humana, Hannah Arendt observa que o pensamento político dos gregos antigos estava baseado na distinção bem demarcada entre a esfera pública (a Cidade) e a privada (a família), e que no mundo moderno essa distinção deixou de ser clara. Assinale a alternativa que, de acordo com a autora, explica essa mudança.

A
Os assuntos econômicos passaram a ser discutidos no espaço público.
B
Já não mais se discutem os assuntos públicos.
C
A família perdeu importância.
D
Não há mais privacidade.
E
Todos passaram a ter acesso à esfera pública.
a091188b-67
UFPR 2021 - Filosofia

Na introdução ao Ensaio sobre o entendimento humano, John Locke declara que nessa obra ele pretende investigar “a origem, a certeza e a extensão do conhecimento humano, juntamente com as bases e graus da crença, opinião e assentimento”.

(LOCKE, John. Coleção Os Pensadores. Vol. XVIII. São Paulo: Victor Civita, 1973. p. 145.)

Com base nessa citação e na obra de que foi retirada, é correto afirmar que essa investigação: 

A
levará o entendimento a ter certeza sobre seus conteúdos.
B
levará o entendimento a estender os seus limites.
C
requer o exame dos processos físicos pelos quais o entendimento recebe suas ideias.
D
requer o abandono das opiniões recebidas.
E
busca critérios de verdade.
acf80511-57
ENEM 2021 - Filosofia

    A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.

DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).

Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo

A
sustentar a unidade essencial do conhecimento.
B
refutar o elemento fundamental das crenças.
C
impulsionar o pensamento especulativo.
D
recepcionar o método experimental.
E
incentivar a suspensão dos juízos.
acfbd706-57
ENEM 2021 - Filosofia

    Minha fórmula para o que há de grande no indivíduo é amor fati: nada desejar além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo.

NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).

Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma crítica à tradição cristã que

A
combate as práticas sociais de cunho afetivo.
B
impede o avanço científico no contexto moderno.
C
associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.
D
condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.
E
consagra a realização humana ao campo transcendental.
acea3ffb-57
ENEM 2021 - Filosofia

    Sócrates: “Quem não sabe o que uma coisa é, como poderia saber de que tipo de coisa ela é? Ou te parece ser possível alguém que não conhece absolutamente quem é Mênon, esse alguém saber se ele é belo, se é rico e ainda se é nobre? Parece-te ser isso possível? Assim, Mênon, que coisa afirmas ser a virtude?”.

PLATÃO. Mênon. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2001 (adaptado).

A atitude apresentada na interlocução do filósofo com Mênon é um exemplo da utilização do(a)

A
escrita epistolar.
B
método dialético.
C
linguagem trágica.
D
explicação fisicalista.
E
suspensão judicativa.
0068aace-58
UECE 2021 - Filosofia

“A teologia, para mim, é uma grandeza cultural na história da cultura do Ocidente. Creio que é uma grandeza constitutiva da tradição, sobretudo, filosófica: o termo ‘teologia’ nasceu da filosofia, é um termo criado por Platão. [...] Quando a filosofia ultrapassa o domínio daquilo que, de alguma maneira, é diretamente acessível à experiência e controlado por ela, entra neste domínio que Platão chama de ‘suprassensível’, inteligível, ou como quer que seja. Este é, para mim, um domínio no qual o problema teológico se apresenta inevitavelmente, porque se apresenta o problema da ordem das realidades e toda ordem supõe um princípio ordenador, tornando-se então, de alguma maneira, uma teologia.”

VAZ, Henrique Claudio de Lima. Filosofia e forma da ação.

Entrevista a Cadernos de filosofia alemã, 2, p. 77-102, 1997.


Na passagem acima citada, o filósofo brasileiro H. C. de Lima Vaz (1921-2002) apresenta uma interpretação do pensamento filosófico como uma teologia. Recorrendo à filosofia de Platão para explicar essa sua interpretação, ele termina por nos oferecer uma interpretação da própria teoria platônica das ideias, que seria uma espécie de teologia, porque 

A
mostra como os deuses gregos não são corpóreos, mas espirituais.
B
é a base da posterior teologia revelada dos pais da Igreja cristã.
C
apresenta os princípios inteligíveis ordenadores da realidade natural e ética.
D
afirma que não existe realidade sensível, mas apenas a suprassensível.
007288a0-58
UECE 2021 - Filosofia

Neste ano, comemoramos o centenário de nascimento do Patrono da Educação Brasileira, o Professor Paulo Freire (1921-1997). Atente para a seguinte passagem de sua autoria:


“[...] a educação é uma forma de intervenção no mundo [...], que além do conhecimento dos conteúdos bem ou mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço de reprodução da ideologia dominante quanto seu desmascaramento. [...] não poderia ser a educação só uma ou só outra dessas coisas. [...] É um erro decretá-la como tarefa apenas reprodutora da ideologia dominante como erro tomá-la como uma força de desocultação da realidade, a atuar livremente, sem obstáculos e duras dificuldades”.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários

à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 98-99. – Adaptado.


No texto acima, o fato de a educação ser concebida como uma prática que une em si reprodução e desmascaramento da ideologia dominante, filosoficamente, manifesta uma

A
incoerência, que desobedece ao princípio lógico de não contradição.
B
posição dialética, que concebe os processos sociais como contraditórios.
C
concepção mecanicista, em que forças exteriores se opõem e se chocam.
D
ideação moral subjetiva, que atua no sentido contrário à realidade dada.
006f46d3-58
UECE 2021 - Filosofia

Entre 16 e 18 de setembro de 1982, ocorreu um massacre de palestinos e libaneses em dois campos de refugiados situados a Oeste de Beirute (capital do Líbano), chamados Sabra e Chatila. Na época, o Líbano estava sob ocupação israelense. Em 22 de setembro do mesmo ano, o filósofo judeu brasileiro Maurício Tragtenberg (1929-1998) publicou um artigo de opinião em que afirma:


“Deu-se o massacre dos palestinos dos campos de Sabra e Chatila por obra dos assassinos chefiados por Cel. Haddad, com conivência e participação [do Exército de Israel], isso após a morte do traficante de haxixe [Bashir] Gemayel, novo ‘Quisling’ [traidor] imposto pelas tropas de ocupação. Por tudo isso, ser fiel à tradição judaica é condenar mais este genocídio praticado contra o povo palestino. É necessário acabar de vez com o etnocentrismo que toma a forma de judeu-centrismo, onde o massacre de judeus brancos por brancos europeus tem um status diferente do massacre dos armênios pelos turcos, dos negros africanos pelos traficantes de escravos, dos chineses na Indonésia. Assim, Auschwitz é elevado a potência metafísica. Sou um dos últimos a minimizar as atrocidades cometidas em Auschwitz, porém, as lágrimas de outros povos não contam?”


TRAGTENBERG, M. Menachem Begin visto por Einstein, H.

Arendt e N. Goldman. Folha de São Paulo, 22/09/1982.


Acerca do conceito moderno dos direitos humanos, é implícito à concepção de M. Tragtenberg que

A
há uma universalidade nos direitos humanos, independentemente de etnia e cultura.
B
o massacre de brancos europeus tem um status diferente de outros massacres.
C
a tradição judaica tem uma concepção etnocêntrica sobre os direitos humanos.
D
o genocídio de judeus pelos nazistas em Auschwitz tem um significado metafísico.
0065c090-58
UECE 2021 - Filosofia

“Os grandes cientistas de Tales a Demócrito e Anaxágoras costumam ser descritos nos livros de história ou de filosofia como ‘pré-socráticos’, como se sua principal função fosse sustentar a fortaleza filosófica até o advento de Sócrates, Platão e Aristóteles, e talvez influenciá-los um pouco. Na verdade, os antigos jônios representam uma tradição diferente e bastante questionadora, muito mais compatível com a ciência moderna.”


SAGAN, Carl. A espinha dorsal da noite. In: Cosmos. Trad. bras. Paulo Seiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.


É implícita a essa passagem de Carl Sagan (1934- 1996) acerca do surgimento e da história da filosofia grega a visão de que

A
depois de Sócrates os filósofos não estudaram a natureza.
B
Sócrates rompeu com os métodos dos filósofos jônicos.
C
os pensadores anteriores a Sócrates não eram filósofos.
D
Platão e Aristóteles não conheceram teses pré-socráticas. 
006bc320-58
UECE 2021 - Filosofia

Leia com atenção o seguinte diálogo entre Galileu e o garoto Andrea, personagens da peça Vida de Galileu (1938-39), do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956):


“GALILEU – Você entendeu o que eu lhe expliquei ontem?

ANDREA – O quê? Aquela história de Copérnico e da rotação da Terra?

GALILEU – É.

ANDREA – Por que o senhor quer que eu entenda? É muito difícil, e eu ainda não fiz onze anos, vou fazer em outubro.

GALILEU – Mas eu quero que você entenda. É para que se entendam essas coisas que eu trabalho e compro livros caros em vez de pagar o leiteiro.

ANDREA – Mas eu vejo que o Sol de noite não está onde estava de manhã. Quer dizer que ele não pode ficar parado! Nunca, jamais...

GALILEU – Você vê?! O que você vê? Você não vê nada! Você arregala os olhos, mas arregalar os olhos não é ver.

Galileu põe a bacia de ferro no centro do quarto e diz:

GALILEU – Bem, isto é o Sol (aponta para a bacia).

Sente-se aí (aponta para a cadeira).

Andrea se senta na única cadeira, tendo a bacia à sua esquerda; Galileu fica de pé, atrás dele, e pergunta:

GALILEU – Onde está o Sol, à direita ou à esquerda?

ANDREA – À esquerda.

GALILEU – Como fazer para ele passar para a direita?

ANDREA – O senhor carrega a bacia para a direita, claro.

GALILEU – E não tem outro jeito?

Galileu levanta Andrea e a cadeira do chão, coloca-os do outro lado da bacia e pergunta:

GALILEU – Agora, onde está o Sol?

ANDREA – À direita.

GALILEU – E ele se moveu?

ANDREA – Ele, não.

GALILEU – O que é que se moveu?

ANDREA – Eu.

GALILEU (gritando) – Errado, seu desatencioso! A cadeira! A cadeira se moveu!

ANDREA – Mas eu com ela!

GALILEU – Claro, a cadeira é a Terra. Você está em cima dela.”


BRECHT, B. A vida de Galileu. Trad. Roberto Schwartz. In: Bertolt Brecht. Teatro completo, vol. 6.– 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. Adaptado.


Com base no diálogo acima, é correto afirmar que, para o personagem Galileu, para compreender os fenômenos astronômicos acima discutidos, 

A
não é necessário observá-los, pois é suficiente raciocinar sobre eles.
B
não é necessário raciocinar sobre eles, basta melhor observá-los.
C
é necessário observá-los, com base em raciocínios e cálculos corretos.
D
é necessário ler criticamente o que sobre eles diz a tradição filosófica.
31133d98-57
ENEM 2021 - Filosofia

    Sócrates: “Quem não sabe o que uma coisa é, como poderia saber de que tipo de coisa ela é? Ou te parece ser possível alguém que não conhece absolutamente quem é Mênon, esse alguém saber se ele é belo, se é rico e ainda se é nobre? Parece-te ser isso possível? Assim, Mênon, que coisa afirmas ser a virtude?”.

PLATÃO. Mênon. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2001 (adaptado).

A atitude apresentada na interlocução do filósofo com Mênon é um exemplo da utilização do(a) 

A
escrita epistolar.
B
método dialético.
C
linguagem trágica.
D
explicação fisicalista.
E
suspensão judicativa.
312123ab-57
ENEM 2021 - Filosofia

    A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.

DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).


Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo

A
sustentar a unidade essencial do conhecimento.
B
refutar o elemento fundamental das crenças.
C
impulsionar o pensamento especulativo.
D
recepcionar o método experimental.
E
incentivar a suspensão dos juízos.
3123dc1c-57
ENEM 2021 - Filosofia

    Minha fórmula para o que há de grande no indivíduo é amor fati: nada desejar além daquilo que é, nem diante de si, nem atrás de si, nem nos séculos dos séculos. Não se contentar em suportar o inelutável, e ainda menos dissimulá-lo, mas amá-lo.

NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).


Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma crítica à tradição cristã que 

A
combate as práticas sociais de cunho afetivo.
B
impede o avanço científico no contexto moderno.
C
associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.
D
condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.
E
consagra a realização humana ao campo transcendental.
3126b8fe-57
ENEM 2021 - Filosofia

    É preciso usar de violência e rebater varonilmente os apetites dos sentidos sem atender ao que a carne quer ou não quer, mas trabalhando por sujeitá-la ao espírito, ainda que se revolte. Cumpre castigá-la e curvá-la à sujeição, a tal ponto que esteja disposta para tudo, sabendo contentar-se com pouco e deleitar-se com a simplicidade, sem resmungar por qualquer incômodo.

KEMPIS, T. Imitação de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2015.

Qual característica do ascetismo medieval é destacada no texto?

A
Exaltação do ritualismo litúrgico.
B
Afirmação do pensamento racional.
C
Desqualificação da atividade laboral.
D
Condenação da alimentação impura.
E
Desvalorização da materialidade corpórea.