Questõessobre Filosofia
No livro Confissões, Santo Agostinho, principal representante
da Patrística medieval, trata do seguinte problema “É Deus o
autor do mal?”. Desse problema advêm as seguintes
indagações: “Onde está, portanto, o mal? De onde e por onde
conseguiu penetrar? Qual é a sua raiz e a sua semente?
Porventura não existe nenhuma? Por que recear muito, então,
o que não existe?”
Fonte: (AGOSTINHO, S. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 177
(Col. Os pensadores)).
Com relação ao problema do mal em Confissões analise as
afirmativas a seguir:
I. todas as coisas que existem são boas, e o mal não é uma
substância, pois, se fosse substância seria um bem.
II. todas as coisas que se corrompem não são boas, pois
são privadas de todo bem.
III. o mal se não é substância, é a perversão da vontade
desviada da substância suprema.
IV. o mal é a corrupção que afeta diretamente a substância
divina que está sujeita a ela.
Com base nas afirmativas, assinale a alternativa CORRETA.
“Como todas as coisas que existem são particulares, como
formamos os termos gerais? As palavras tornam-se gerais por
serem estabelecidas como os sinais das ideias gerais; e as
ideias tornam-se gerais separando-se delas as circunstâncias
de tempo e lugar, e quaisquer outras ideias que possam
determiná-las para esta ou aquela existência particular. Por
este meio de abstração elas tornam-se capazes de representar
mais do que um indivíduo, cada um dos quais, tendo nisto uma
conformidade com esta ideia, é desta espécie”
Fonte: (LOCKE, J. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril
Cultural, 1983, p. 227).
Neste trecho, sublinham-se alguns aspectos fundamentais da
teoria do conhecimento do autor. A partir da leitura do
fragmento é CORRETO afirmar que:
Os filósofos da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max
Horkheimer, refletindo sobre o que hoje conhecemos como
cultura de massa, afirmam o seguinte: “O que é novo é que os
elementos irreconciliáveis da cultura, da arte e da distração se
reduzem mediante sua subordinação ao fim de uma única
fórmula falsa: a totalidade da indústria cultural. Ela consiste na
repetição. O fato de que suas inovações características não
passem de aperfeiçoamentos da produção em massa não é
exterior ao sistema. É com razão que o interesse de inúmeros
consumidores se prende à técnica, não aos conteúdos
teimosamente repetidos, ocos e já em parte abandonados.”
Fonte: ADORNO, T. – HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de
Janeiro: Zahar, 1985, p. 112.
No fragmento, a crítica dos autores à indústria cultural salienta
alguns elementos essenciais da cultura contemporânea.
Partindo da leitura, assinale a opção que NÃO corresponde às
críticas à indústria cultural.
Antes que a arte polisse nossas maneiras e
ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem
apurada, nossos costumes eram rústicos. Não era
melhor, mas os homens encontravam sua segurança
na facilidade para se reconhecerem reciprocamente, e
essa vantagem, de cujo valor não temos mais a noção,
poupava-lhes muitos vícios.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre as ciências e as artes.
São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).
No presente excerto, o filósofo Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778) exalta uma condição que teria sido
vivenciada pelo homem em qual situação?
A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um conceito completamente novo para o filósofo que não
cochila em pé. A velha questão do próprio homem continua por ser inteiramente reelaborada, não apenas em
relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e
confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que a metafísica reservou ao homem e que nenhum deles
resiste à análise.
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.
No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do pensamento filosófico contemporâneo:
Na primeira meditação, eu exponho as razões
pelas quais nós podemos duvidar de todas as coisas
e, particularmente das coisas materiais, pelo menos
enquanto não tivermos outros fundamentos nas
ciências além dos que tivemos até o presente. Na
segunda meditação, o espírito reconhece entretanto
que é absolutamente impossível que ele mesmo, o
espírito, não exista.
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo:
Abril Cultural, 1973 (adaptado).
O instrumento intelectual empregado por Descartes
para analisar os seus próprios pensamentos tem
como objetivo
Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se
os que hoje são chamados reis e soberanos não forem
filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa,
não coincidirem poder político e filosofia e não for barrada
agora, sob coerção, a caminhada das diversas naturezas
que, em separado buscam uma dessas duas metas, não
é possível, caro Glaucon, que haja para as cidades uma
trégua de males e, penso, nem para o gênero humano.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
A tese apresentada pressupõe a necessidade do
conhecimento verdadeiro para a
Por força da industrialização da cultura, desde o
começo do filme já se sabe como ele termina, quem é
recompensado e, ao escutar a música, o ouvido treinado
é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos,
de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz
quando ele tem lugar como previsto.
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento:
fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
A crítica ao tipo de criação mencionada no texto teve
como alvo, no campo da arte, a
Por força da industrialização da cultura, desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado e, ao escutar a música, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto.
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento:
fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
A crítica ao tipo de criação mencionada no texto teve
como alvo, no campo da arte, a
Sem dúvida, os sons da voz (phone) exprimem a dor
e o prazer; também a encontramos nos animais em geral;
sua natureza lhes permite somente sentir a dor e o prazer
e manifestar-lhes entre si. Mas o lógos é feito para exprimir
o justo e o injusto. Este é o caráter distintivo do homem
face a todos os outros animais: só ele percebe o bem e
o mal, o justo e o injusto, e os outros valores; é a posse
comum desses valores que faz a família e a cidade.
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (adaptado).
Para o autor, a característica que define o ser humano é
o lógos, que consiste na
Aquilo que é quente necessita de umidade para viver,
e o que é morto seca, e todos os germes são úmidos, e
todo alimento é cheio de suco; ora, é natural que cada
coisa se nutra daquilo de que provém.
SIMPLÍCIO. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos.
São Paulo: Cultrix, 1993.
O fragmento atribuído ao filósofo Tales de Mileto é característico
do pensamento pré-socrático ao apresentar uma
Aquilo que é quente necessita de umidade para viver, e o que é morto seca, e todos os germes são úmidos, e todo alimento é cheio de suco; ora, é natural que cada coisa se nutra daquilo de que provém.
SIMPLÍCIO. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos.
São Paulo: Cultrix, 1993.
O fragmento atribuído ao filósofo Tales de Mileto é característico
do pensamento pré-socrático ao apresentar uma
Em 1783, Immanuel Kant definiu o conceito de Esclarecimento como o desenvolvimento da autonomia do pensamento e
da ação humana. Esse desenvolvimento se opunha à apatia e à comodidade dos indivíduos em viver tutelados por ideias e
instituições que pensavam e agiam por eles. Com isso, os indivíduos se tornavam livres para exercer a sua razão na esfera
pública, podendo criticar desde as instituições, como a Igreja e o Estado, até a própria liberdade advinda do livre exercício
da razão.
O texto se relaciona à corrente filosófica ocidental conhecida como
"A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa
prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente." (Freire, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam / Paulo Freire. – São Paulo: Autores
Associados: Cortez, 1989. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo;) 4, p. 9.
Considerando a relação entre linguagem e realidade, é CORRETO afirmar que
Analise a letra da canção “O Quereres”, de Caetano Veloso.
Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah, bruta flor do querer
Ah, bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero e não queres como sou
Não te quero e não queres como és
Ah, bruta flor do querer
Ah, bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a Lua, eu sou o Sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim
A canção de Caetano Veloso fala de relação entre pessoas que se querem, realçando as contradições
entre elas. Essa forma singular de ver o amor nos remete a concepções da filosofia pré-socrática, as
quais dialogavam entre si sobre o princípio de todas as coisas.
Com qual concepção ou filósofo a canção de Caetano tem afinidade?
Analise a letra da canção “O Quereres”, de Caetano Veloso.
Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ao lado da ciência, têm sido desenvolvidas outras formas de conhecimento que a imitam, mas não
possuem os mesmos fundamentos (pseudociências), ou a negam, baseadas no conhecimento do
senso comum ou da fé (negacionismos). Sobre esse assunto, considere as sentenças abaixo e
marque a CORRETA.
Sócrates de Atenas foi e ainda é um dos nomes mais importantes da filosofia. Viveu durante o
período clássico da civilização grega. Ele tinha um modo bastante peculiar para produzir sua filosofia,
transitava pela cidade questionando seus concidadãos. A formulação de suas questões é fundamental
para entendermos como funciona a filosofia, pois Sócrates não questionava se determinada coisa é
bela ou justa, mas o que é a beleza ou o que é a justiça.
Assinale a alternativa que corresponde à importância desse modo de questionar.
Observe o cartoon e leia o texto a seguir:
Causa espanto que, recentemente, tenha ocorrido discussões a respeito da forma do planeta Terra.
Esse espanto se deve ao fato de que, há muito tempo, já conhecemos a forma esférica do nosso
planeta. Tal conhecimento se deve a observações astronômicas, cálculos matemáticos, experimentos
dentro e fora de laboratórios, entre outros procedimentos.
Existe uma forma de conhecimento que se vale desses procedimentos para comprovar a veracidade
de fenômenos físicos. Estamos tratando da/o
Observe o cartoon e leia o texto a seguir:
Causa espanto que, recentemente, tenha ocorrido discussões a respeito da forma do planeta Terra. Esse espanto se deve ao fato de que, há muito tempo, já conhecemos a forma esférica do nosso planeta. Tal conhecimento se deve a observações astronômicas, cálculos matemáticos, experimentos dentro e fora de laboratórios, entre outros procedimentos.
Existe uma forma de conhecimento que se vale desses procedimentos para comprovar a veracidade
de fenômenos físicos. Estamos tratando da/o
Leia a letra da canção “Comida”, da banda Titãs.
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto
A letra diz respeito à condição humana. Assinale a alternativa que traduz, em termos filosóficos, o
conteúdo da canção.
Leia a letra da canção “Comida”, da banda Titãs.
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto
A letra diz respeito à condição humana. Assinale a alternativa que traduz, em termos filosóficos, o
conteúdo da canção.