Entre 16 e 18 de setembro de 1982, ocorreu
um massacre de palestinos e libaneses em dois
campos de refugiados situados a Oeste de Beirute
(capital do Líbano), chamados Sabra e Chatila. Na
época, o Líbano estava sob ocupação israelense. Em
22 de setembro do mesmo ano, o filósofo judeu
brasileiro Maurício Tragtenberg (1929-1998) publicou
um artigo de opinião em que afirma:
“Deu-se o massacre dos palestinos dos campos de
Sabra e Chatila por obra dos assassinos chefiados por
Cel. Haddad, com conivência e participação [do
Exército de Israel], isso após a morte do traficante de
haxixe [Bashir] Gemayel, novo ‘Quisling’ [traidor]
imposto pelas tropas de ocupação. Por tudo isso, ser
fiel à tradição judaica é condenar mais este genocídio
praticado contra o povo palestino. É necessário
acabar de vez com o etnocentrismo que toma a forma
de judeu-centrismo, onde o massacre de judeus
brancos por brancos europeus tem um status
diferente do massacre dos armênios pelos turcos, dos
negros africanos pelos traficantes de escravos, dos
chineses na Indonésia. Assim, Auschwitz é elevado a
potência metafísica. Sou um dos últimos a minimizar
as atrocidades cometidas em Auschwitz, porém, as
lágrimas de outros povos não contam?”
TRAGTENBERG, M. Menachem Begin visto por Einstein, H.
Arendt e N. Goldman. Folha de São Paulo, 22/09/1982.
Acerca do conceito moderno dos direitos humanos, é
implícito à concepção de M. Tragtenberg que
Entre 16 e 18 de setembro de 1982, ocorreu um massacre de palestinos e libaneses em dois campos de refugiados situados a Oeste de Beirute (capital do Líbano), chamados Sabra e Chatila. Na época, o Líbano estava sob ocupação israelense. Em 22 de setembro do mesmo ano, o filósofo judeu brasileiro Maurício Tragtenberg (1929-1998) publicou um artigo de opinião em que afirma:
“Deu-se o massacre dos palestinos dos campos de Sabra e Chatila por obra dos assassinos chefiados por Cel. Haddad, com conivência e participação [do Exército de Israel], isso após a morte do traficante de haxixe [Bashir] Gemayel, novo ‘Quisling’ [traidor] imposto pelas tropas de ocupação. Por tudo isso, ser fiel à tradição judaica é condenar mais este genocídio praticado contra o povo palestino. É necessário acabar de vez com o etnocentrismo que toma a forma de judeu-centrismo, onde o massacre de judeus brancos por brancos europeus tem um status diferente do massacre dos armênios pelos turcos, dos negros africanos pelos traficantes de escravos, dos chineses na Indonésia. Assim, Auschwitz é elevado a potência metafísica. Sou um dos últimos a minimizar as atrocidades cometidas em Auschwitz, porém, as lágrimas de outros povos não contam?”
TRAGTENBERG, M. Menachem Begin visto por Einstein, H.
Arendt e N. Goldman. Folha de São Paulo, 22/09/1982.
Acerca do conceito moderno dos direitos humanos, é implícito à concepção de M. Tragtenberg que
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