No texto do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty é
estabelecida uma conexão entre as relações sociais e a
racionalidade dos indivíduos:
A sociedade humana não é uma comunidade de espíritos
racionais, só se pode compreendê-la assim nos países
favorecidos, em que o equilíbrio vital e econômico foi obtido
localmente e por certo tempo.
Maurice Merleau-Ponty, Fenomenologia da percepção, p.89.
Qual sentença, se tomada como verdadeira, reforça a posição
exprimida pelo filósofo no trecho?
No texto do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty é estabelecida uma conexão entre as relações sociais e a racionalidade dos indivíduos:
A sociedade humana não é uma comunidade de espíritos racionais, só se pode compreendê-la assim nos países favorecidos, em que o equilíbrio vital e econômico foi obtido localmente e por certo tempo.
Maurice Merleau-Ponty, Fenomenologia da percepção, p.89.
Qual sentença, se tomada como verdadeira, reforça a posição
exprimida pelo filósofo no trecho?
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa D
Tema central: a questão trata da relação entre condições sociais/históricas e a manifestação da racionalidade humana — uma noção cara à fenomenologia social de Maurice Merleau-Ponty. Entender que a razão não atua isolada, mas em contexto, é essencial para resolver a questão.
Resumo teórico: Merleau-Ponty argumenta que a racionalidade é situada: práticas, diferenças econômicas e estabilidade histórica moldam como e quando comportamentos são vistos como "racionais". Não se trata de negar a razão, mas de reconhecer que sua expressão social depende de circunstâncias material-históricas (Merleau-Ponty, Fenomenologia da Percepção, p.89).
Justificativa da alternativa D: D afirma que "A racionalidade das relações sociais depende da estabilidade de circunstâncias históricas." Essa sentença captura precisamente a ideia de Merleau-Ponty: a percepção de uma sociedade como composta por "espíritos racionais" é condicionada por equilíbrio vital e econômico — isto é, por estabilidade histórica. Logo, D reforça corretamente o trecho.
Por que as demais estão erradas:
A — Afirma que a racionalidade se impõe sobre as circunstâncias. Contrapõe-se ao autor, que vê a racionalidade como situada, não soberana nem auto-suficiente.
B — Diz que equilíbrio vital/econômico é uma força irracional contraposta à razão. Merleau-Ponty não personifica o equilíbrio como irracional, mas como condição que possibilita a leitura da sociedade como racional.
C — Alega que pessoas em países favorecidos são "naturalmente" mais racionais. Isso é determinismo biológico/cultural; Merleau-Ponty fala de condições históricas e sociais, não de natureza inata.
E — Coloca os "espíritos racionais" como responsáveis pelo equilíbrio econômico; inverte a relação causal apontada no trecho: o autor sustenta que o equilíbrio possibilita a leitura de racionalidade coletiva, não o contrário.
Dica prática para provas: procure frases que indiquem causalidade ou dependência (ex.: "depende", "condiciona", "possibilita"). Se o enunciado fala de condições históricas que moldam algo, escolha a alternativa que mantenha essa relação condicional — fuja de opções que invertem causa e efeito ou adicionam determinismos não mencionados.
Fonte principal: Maurice Merleau-Ponty, Fenomenologia da Percepção (p.89).
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