Questõesde CEDERJ 2020

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Foram encontradas 117 questões
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CEDERJ 2020 - Biologia - Sistema Circulatório Humano, Identidade dos seres vivos

Arnold Schwarzenegger posta foto em cama de hospital e assusta fãs: ‘Estou de volta’

"O ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, de 73 anos, compartilhou uma foto que deu um susto em seus fãs, acostumados a vê-lo sempre em cenas de ação. Ele postou em seu Twitter uma foto sua na cama do hospital onde passou por uma cirurgia cardíaca. "Graças à equipe da Cleveland Clinic tenho uma nova válvula aórtica.”

(Fonte: Disponível em https://oglobo.globo.com/ela/gente/
arnold-schwarzenegger-posta-foto-em-cama-de-hospital-assusta-
fas-estou-de-volta-24710583)

A válvula cardíaca citada no texto tem como função primordial:

A
controlar a entrada de sangue arterial, oriundo dos pulmões, no átrio esquerdo
B
evitar o refluxo de sangue arterial para o ventrículo direito
C
promover o fluxo sanguíneo do átrio direito para o ventrículo direito
D
permitir a passagem de sangue do ventrículo esquerdo para a circulação sistêmica
628a57df-8e
CEDERJ 2020 - Biologia - Sistema Respiratório Humano, Identidade dos seres vivos

Especialista em gestão de risco diz que hospitais devem ter plano de escape e equipes treinadas para casos de incêndio

"O especialista Gerardo Portela aponta ainda cuidados que devem ser tomados desde a construção das unidades: " - A questão da ventilação também deve ser tratada desde o projeto (de construção) para que a fumaça não venha a se espalhar por todo o hospital, principalmente considerando que em geral a fumaça mata primeiro, pelo monóxido de carbono.”

(Fonte: Disponível em https://oglobo.globo.com/rio/especialis-
ta-em-gestao-de-risco-diz-que-hospitais-devem-ter-plano-de-escape-
equipes-treinadas-para-casos-de-incendio-24714910)

A letalidade do gás citado no trecho da reportagem está associada diretamente a:

A
ruptura das cristas mitocondriais, paralisando a formação de ATP
B
distensão alveolar, prejudicando a hematose pulmonar
C
interrupção da formação de ácido carbônico, gerando acidose celular
D
alta afinidade com a hemoglobina, provocando hipóxia
628fc798-8e
CEDERJ 2020 - Física - Estática e Hidrostática, Pressão

Os pregos são hastes em geral feitos de metal com uma das pontas afiada e a outra achatada. Essas peças podem ser feitas de diversos materiais, se apresentam de tamanhos diferentes e sua principal função é unir objetos.

A figura a seguir representa um personagem do desenho animado "Phineas e Ferb” finalizando um de seus grandes projetos. Antes de fixar o último prego na madeira, o pequeno Ferb se pergunta: "porque essa pequena haste não funciona tão bem, se usada ao contrário, ou seja, batendo com a marreta na ponta afiada?”



A eficiência da fixação do prego, referente à posição com a qual ele é colocado em contato com a superfície onde se deseja fixá-lo (pergunta do Ferb), é melhor explicada pelo conceito de:

A
densidade
B
energia
C
pressão
D
força
6284e7b9-8e
CEDERJ 2020 - Biologia - Sistema Imunológico, Identidade dos seres vivos

Leia atentamente o seguinte trecho de uma reportagem:

Na busca de imunidade contra a Covid,
anticorpos deixam de ser único foco e Ciência
mira nas células T

"Um estudo do Instituto Karolinksa, na Suécia, mostra que pessoas que apresentam resultados negativos em testes de anticorpos contra o coronavírus podem, ainda assim, ter alguma imunidade ao vírus. E essa imunidade vem das células T.”

(Fonte: Disponível em https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/
noticia/2020/07/06/na-busca-de-imunidade-contra-a-covid-anticor-
pos-deixam-de-ser-foco-e-ciencia-mira-nas-celulas-t.ghtml)

As células citadas na reportagem pertencem a um grupo citológico denominado:

A
linfócitos
B
eosinófilos
C
basófilos
D
neutrófilos
628224c9-8e
CEDERJ 2020 - Biologia - Artrópodes, Identidade dos seres vivos

Leia atentamente um trecho da música intitulada Oriente, de Gilberto Gil.

"Se oriente, rapaz
Pela constatação de que a aranha
Vive do que tece
Vê se não se esquece
Pela simples razão de que tudo merece
Consideração”

O animal invertebrado presente na letra da música apresenta como características anatomofisiológicas marcantes a presença de:

A
exoesqueleto e sistema respiratório branquial
B
hexapodia e sistema reprodutor monoico
C
quelíceras e sistema circulatório aberto
D
antenas e sistema excretor nefrídico
627f95ab-8e
CEDERJ 2020 - Biologia - Sistema Digestório Humano, Identidade dos seres vivos

Diversas embalagens de alimentos apresentam os dizeres "Contém Glúten”. Tal aviso é importante, pois muitos indivíduos são alérgicos a esse composto nutricional. O glúten pertence ao grupo de nutrientes classificado como:

A
carboidratos
B
proteínas
C
lipídios
D
sais minerais
627d0f20-8e
CEDERJ 2020 - Biologia - Hereditariedade e diversidade da vida, Introdução à genética: 1ª e 2ª leis de Mendel

Os experimentos com ervilhas realizados por Mendel, que culminaram na descrição de sua segunda lei, também denominada di-hibridismo, foram repetidos, modernizados, com a utilização de novas tecnologias e metodologias de estudo, e ratificados por inúmeros cientistas ao redor do mundo. Tais experimentos Mendelianos colaboraram para o entendimento do fenômeno biológico conhecido como:

A
mutações genéticas aleatórias
B
transmissão dos caracteres adquiridos
C
anomalias cromossômicas estruturais
D
segregação independente dos cromossomos homólogos
62729b79-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Texto II

A história da literatura brasileira é em grande parte a história de uma imposição cultural que foi aos poucos gerando expressão literária diferente, embora em correlação estreita com os centros civilizadores da Europa. Esta imposição atuou também no sentido mais forte da palavra, isto é, como instrumento colonizador, destinado a impor e manter a ordem política e social estabelecida pela Metrópole, através inclusive das classes dominantes locais.

CANDIDO, Antonio. Iniciação à Literatura Brasileira. Rio de
Janeiro: Outro sobre Azul, 2015.

A relação entre os textos I e II pode ser evidenciada no seguinte trecho:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.

A
"E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar.”
B
" Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.”
C
" Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos.”
D
"A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão.”
6275295f-8e
CEDERJ 2020 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Texto III

A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que julgava existir, havia. A que existia de fato, era a do Tenente Antonino, a do doutor Campos, a do homem do Itamarati.

Disponível em: https:// docente.ifn.edu.br/franciscoarruda/
disciplinas/admam3am/triste-fim-de-policarpo-quaresma/view.
Acesso 15/11/2020.

No trecho da obra "Triste Fim de Policarpo Quaresma”, a reflexão acerca da noção de pátria propõe uma:

A
semelhança ao projeto do Romantismo
B
valorização do militarismo
C
desconstrução de sua idealização
D
exaltação de suas figuras históricas
627a8955-8e
CEDERJ 2020 - Biologia - Problemas ambientais e medidas de conservação, Ecologia e ciências ambientais

No ano de 2006, as pesquisadoras Alessandra Gonzales e Márcia Lutterbach e o pesquisador Rodolfo Paranhos realizaram um levantamento da abundância e distribuição espacial das bactérias heterotróficas totais presentes na lagoa Rodrigo de Freitas. Os resultados indicaram que a lagoa é um ecossistema com alta incidência e concentração das referidas bactérias, que são responsáveis, entre outros desequilíbrios ambientais, pela baixa oxigenação da água e consequente alta da mortandade de peixes na lagoa. Os dados ainda indicaram que as águas poluídas da lagoa afetam a qualidade das praias de Ipanema e do Leblon.

(Fonte: Disponível em GONZALEZ, Alessandra M.; PARANHOS, Rodolfo and LUTTERBACH, Márcia S.. Abundância bacteriana heterotrófica na Lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro, Brasil). Braz. J. Microbiol. [online]. 2006, vol.37, n.4, pp.428-433. ISSN 1678-4405. https://doi.org/10.1590/S1517-83822006000400005.)

O desequilíbrio ambiental descrito no texto e presente na lagoa Rodrigo de Freitas chama-se:

A
magnificação trófica
B
eutrofização
C
maré vermelha
D
poluição sedimentar
6277e03d-8e
CEDERJ 2020 - Biologia - Identidade dos seres vivos, Sistema Endócrino Humano

O termo diabetes, oriundo do grego, significa "passar através de um sifão”. Tal designação refere-se a poliúria, ou seja, a excessiva e contínua eliminação de urina pelo paciente. A diabetes insípida central (DIC), também conhecida como diabetes insipidus, está relacionada diretamente à deficiência da produção de um hormônio que atua nos rins denominada:

A
insulina
B
glucagon
C
vasopressina
D
aldosterona
627008ac-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Texto II

A história da literatura brasileira é em grande parte a história de uma imposição cultural que foi aos poucos gerando expressão literária diferente, embora em correlação estreita com os centros civilizadores da Europa. Esta imposição atuou também no sentido mais forte da palavra, isto é, como instrumento colonizador, destinado a impor e manter a ordem política e social estabelecida pela Metrópole, através inclusive das classes dominantes locais.

CANDIDO, Antonio. Iniciação à Literatura Brasileira. Rio de
Janeiro: Outro sobre Azul, 2015.

Um fator considerado relevante na opinião de Antonio Candido acerca do processo de formação literária do Brasil é:

A
ausência de intervenções de outras civilizações
B
representação de toda a população brasileira
C
restrição aos ideais da Metrópole e da elite local
D
diversidade na elaboração cultural
626a01cd-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho "Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver”, a fala atribuída à Terra revela que:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
A
é necessário um sistema bélico para exterminar a humanidade
B
a economia, apesar de invisível, é contrária à Terra
C
somos sub-humanos em busca de roupa e abrigo
D
a Terra é responsável pela manutenção da vida
626ca0ab-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

O texto I apresenta uma estrutura predominantemente:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
A
argumentativa
B
expositiva
C
descritiva
D
narrativa
626762c3-8e
CEDERJ 2020 - Português - Uso dos conectivos, Sintaxe

"Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade...”

O uso do vocábulo aliás marca entre as partes da frase uma relação de:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
A
reformulação
B
redundância
C
generalização
D
ambiguidade
6264c494-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos dois-pontos, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

"Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele.”

As expressões introduzidas pelos dois-pontos estabelecem com o trecho anterior uma relação de:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
A
comparação entre as partes
B
levantamento de hipóteses
C
argumento de autoridade
D
enumeração de fatos
625eff02-8e
CEDERJ 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O título do texto I, "Não se come dinheiro”, sintetiza a seguinte discussão presente no texto:

NÃO SE COME DINHEIRO
Ailton Krenak

     Quando falo de humanidade não estou falando só Homo sapiens, me refiro a uma imensidão de seres que nós excluímos desde sempre: caçamos a baleia, tiramos barbatanas de tubarão, matamos leão e o penduramos na parede para mostrar que somos mais bravos que ele. Além da matança de todos os outros humanos que nós achamos que não tinham nada, que estavam aí só para nos suprir com roupa, comida, abrigo. Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram devastando tudo ao seu redor. É como se tivessem elegido uma casta, a humanidade, e todos que estão fora dela são as sub-humanidades. Não são só os caiçaras, quilombolas e os povos indígenas, mas toda vida que deliberadamente largamos à margem do caminho. E o caminho é o progresso: essa ideia prospectiva de que estamos indo para algum lugar. Há um horizonte, estamos indo para lá, e vamos largando no percurso tudo o que não interessa; o que sobra, a sub-humanidade - alguns de nós fazemos parte dela.
     É incrível que esse vírus que está aí agora esteja atingindo só as pessoas. Foi uma manobra fantástica do organismo da Terra (...) dizer: "Respirem agora, eu quero ver.” [...] Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar poralguns minutos, nós morremos. Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra.
     E, se nós não estamos com nada, deveríamos ter contato com a experiência de estar vivos para além dos aparatos tecnológicos que podemos inventar. A ideia da economia, por exemplo, essa coisa invisível a não ser por aquele emblema de cifrão. Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do banco central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, qual economia deles. Ninguém come dinheiro.
     Hoje de manhã eu vi um indígena norte-americano do conselho dos anciãos do povo lakota falar sobre o coronavírus. É um homem de uns setenta e poucos anos, chamado Wakya Um Manee, também conhecido como Vernon Foster.
(Vernon, que é um típico nome americano, pois quando os colonos chegaram na América, além de proibirem as línguas nativas, mudavam os nomes das pessoas.) Pois, repetindo as palavras de um ancestral, ele dizia: "quando o último peixe estiver nas águas e a última árvore for removida da Terra, só então o homem perceberá que ele não é capaz de comer seu dinheiro”.

KRENAK, Ailton. Não se come dinheiro. In: Avida não é útil.
SP: Companhia das Letras, 2020. Adaptado.
A
os aparatos tecnológicos são benéficos
B
a economia é valorizada em detrimento da Terra
C
a alimentação é precária em períodos de isolamento
D
os povos indígenas sofrem com a escassez de alimentos