Nos textos literários, os aspectos formais podem ser analisados como elementos que colaboram
para a expressividade. Acerca de aspectos formais dos Textos 15, 16 e 17, analise as proposições
abaixo.
1) No que se refere ao nível de formalidade, podemos dizer que o Texto 17 tende para a
informalidade. Apesar disso, sua autora segue as normas de regência nominal, o que se observa,
por exemplo, no trecho ―Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer‖. A regência
estaria igualmente atendida se a autora tivesse escrito: "Não faço alusão a tudo o que sei".
2) Observe a concordância feita no seguinte trecho do Texto 15: "e nem o rubro galo do sol / nem a
andorinha azul da lua / podem levar qualquer recado [...]". O plural empregado na primeira forma
verbal (podem) indica que a ação expressa por ―podem levar‖ é praticada, concomitantemente,
pelo "rubro galo do sol" e pela "andorinha azul da lua".
3) O sinal indicativo de crase presente no trecho "podem levar qualquer recado / à prisão por onde as
mulheres / se convertem em sal e muro" (Texto 15) deveria manter-se se o termo "prisão" fosse
substituído pelo termo "cárcere".
4) Para indicar que o Texto 16 tematiza o cotidiano do século passado, nele está preservada a
norma ortográfica que era vigente nesse século, a exemplo de "Adélia", "dói" e "pôr", formas que,
após o último Acordo Ortográfico, devem ser grafadas sem acento.
Estão CORRETAS:
Adélia Prado
"Estou consciente de que tudo o que sei não posso dizer, só sei pintando ou pronunciando, sílabas cegas de sentido. [...] Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu."