Questõesde UFAC 2009
Observe o parágrafo abaixo:
“Começo arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás íntimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...” (ASSIS, J.M.M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro, Tecnoprint, s.d. p. 126)
Ao final do parágrafo, o narrador trabalha com
elementos polares (pressa de envelhecer versus o
livro que anda devagar; estilo regular versus estilo
ébrio) e termina com uma gradação às avessas, pois
o seu estilo e o livro “caem”, por fim. Essa
qualidade crítica que ele dá à sua obra corresponde:
Observe o parágrafo abaixo:
“Em 2006, foi condenado pelo crime em júri popular. No mesmo ano, teve a sentença confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo e, dois anos mais tarde, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como explicar o fato de que continua livre? A resposta está, sobretudo, numa mudança ideológica que começou a tomar corpo no Supremo Tribunal Federal (STF) no início dos anos 2000. Até a década de 90, o STF era composto de uma maioria de ministros ditos conservadores – termo que – em direito penal, indica aqueles que têm uma interpretação rigorosa da lei, em oposição, por exemplo, aos ‘garantistas’, mais preocupados em assegurar os direitos fundamentais do réu. Grossíssimo modo, conservadores seriam aqueles que mandam prender e garantistas, ou liberais, aqueles que mandam soltar. A partir de 2003, o colegiado de onze magistrados do STF sofreu sete substituições. O fato de quase todos os novos ministros serem liberais levou a que uma tese passasse a prevalecer nas decisões do tribunal: o princípio da presunção da inocência, segundo o qual ninguém será considerado culpado antes que todos os recursos da defesa sejam julgados. No tempo da supremacia conservadora no STF, entendia-se que uma condenação em segunda instância era suficiente para que o réu pudesse ser preso. Agora, com a hegemonia garantista, desde que ele tenha dinheiro para pagar bons advogados e entrar com sucessivos recursos na Justiça, poderá ficar solto até a palavra final do STF, ainda que isso leve quase uma década – como no caso de Pimenta Neves.” (DINIS, L. Quase uma década de impunidade. Veja, São Paulo, 23 set. 2009. Brasil, p. 74)
Em qual das expressões abaixo, a jornalista dá
entrada para uma mudança de expectativa no
processo de compreensão dos termos jurídicos em
foco, de forma mais clara:
Observe o parágrafo abaixo:
“Em 2006, foi condenado pelo crime em júri popular. No mesmo ano, teve a sentença confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo e, dois anos mais tarde, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como explicar o fato de que continua livre? A resposta está, sobretudo, numa mudança ideológica que começou a tomar corpo no Supremo Tribunal Federal (STF) no início dos anos 2000. Até a década de 90, o STF era composto de uma maioria de ministros ditos conservadores – termo que – em direito penal, indica aqueles que têm uma interpretação rigorosa da lei, em oposição, por exemplo, aos ‘garantistas’, mais preocupados em assegurar os direitos fundamentais do réu. Grossíssimo modo, conservadores seriam aqueles que mandam prender e garantistas, ou liberais, aqueles que mandam soltar. A partir de 2003, o colegiado de onze magistrados do STF sofreu sete substituições. O fato de quase todos os novos ministros serem liberais levou a que uma tese passasse a prevalecer nas decisões do tribunal: o princípio da presunção da inocência, segundo o qual ninguém será considerado culpado antes que todos os recursos da defesa sejam julgados. No tempo da supremacia conservadora no STF, entendia-se que uma condenação em segunda instância era suficiente para que o réu pudesse ser preso. Agora, com a hegemonia garantista, desde que ele tenha dinheiro para pagar bons advogados e entrar com sucessivos recursos na Justiça, poderá ficar solto até a palavra final do STF, ainda que isso leve quase uma década – como no caso de Pimenta Neves.” (DINIS, L. Quase uma década de impunidade. Veja, São Paulo, 23 set. 2009. Brasil, p. 74)
Em qual das expressões abaixo, a jornalista dá
entrada para uma mudança de expectativa no
processo de compreensão dos termos jurídicos em
foco, de forma mais clara:
Observe o parágrafo abaixo:
“Em 2006, foi condenado pelo crime em júri
popular. No mesmo ano, teve a sentença confirmada
pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo e, dois
anos mais tarde, pelo Superior Tribunal de Justiça
(STJ). Como explicar o fato de que continua livre?
A resposta está, sobretudo, numa mudança
ideológica que começou a tomar corpo no Supremo
Tribunal Federal (STF) no início dos anos 2000. Até
a década de 90, o STF era composto de uma maioria
de ministros ditos conservadores – termo que – em
direito penal, indica aqueles que têm uma
interpretação rigorosa da lei, em oposição, por
exemplo, aos ‘garantistas’, mais preocupados em
assegurar os direitos fundamentais do réu.
Grossíssimo modo, conservadores seriam aqueles
que mandam prender e garantistas, ou liberais,
aqueles que mandam soltar. A partir de 2003, o colegiado de onze magistrados do STF sofreu sete
substituições. O fato de quase todos os novos
ministros serem liberais levou a que uma tese
passasse a prevalecer nas decisões do tribunal: o
princípio da presunção da inocência, segundo o qual
ninguém será considerado culpado antes que todos
os recursos da defesa sejam julgados. No tempo da
supremacia conservadora no STF, entendia-se que
uma condenação em segunda instância era suficiente
para que o réu pudesse ser preso. Agora, com a
hegemonia garantista, desde que ele tenha dinheiro
para pagar bons advogados e entrar com sucessivos
recursos na Justiça, poderá ficar solto até a palavra
final do STF, ainda que isso leve quase uma década
– como no caso de Pimenta Neves.” (DINIS, L.
Quase uma década de impunidade. Veja, São Paulo,
23 set. 2009. Brasil, p. 74)
No trecho da reportagem acima, a jornalista
procura mostrar os mecanismos de funcionamento
da justiça brasileira, a partir de um crime bárbaro e
que, quase uma década depois, continua impune. A
maneira como ela desenvolve a sua argumentação
leva em conta algumas minúcias, por meio de
termos, que procuram driblar um pouco o peso da
linguagem técnica para entender a nossa atual
cultura jurídica da impunidade. Isso acontece
porque:
Observe o parágrafo abaixo:
“Em 2006, foi condenado pelo crime em júri popular. No mesmo ano, teve a sentença confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo e, dois anos mais tarde, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como explicar o fato de que continua livre? A resposta está, sobretudo, numa mudança ideológica que começou a tomar corpo no Supremo Tribunal Federal (STF) no início dos anos 2000. Até a década de 90, o STF era composto de uma maioria de ministros ditos conservadores – termo que – em direito penal, indica aqueles que têm uma interpretação rigorosa da lei, em oposição, por exemplo, aos ‘garantistas’, mais preocupados em assegurar os direitos fundamentais do réu. Grossíssimo modo, conservadores seriam aqueles que mandam prender e garantistas, ou liberais, aqueles que mandam soltar. A partir de 2003, o colegiado de onze magistrados do STF sofreu sete substituições. O fato de quase todos os novos ministros serem liberais levou a que uma tese passasse a prevalecer nas decisões do tribunal: o princípio da presunção da inocência, segundo o qual ninguém será considerado culpado antes que todos os recursos da defesa sejam julgados. No tempo da supremacia conservadora no STF, entendia-se que uma condenação em segunda instância era suficiente para que o réu pudesse ser preso. Agora, com a hegemonia garantista, desde que ele tenha dinheiro para pagar bons advogados e entrar com sucessivos recursos na Justiça, poderá ficar solto até a palavra final do STF, ainda que isso leve quase uma década – como no caso de Pimenta Neves.” (DINIS, L. Quase uma década de impunidade. Veja, São Paulo, 23 set. 2009. Brasil, p. 74)
No trecho da reportagem acima, a jornalista procura mostrar os mecanismos de funcionamento da justiça brasileira, a partir de um crime bárbaro e que, quase uma década depois, continua impune. A maneira como ela desenvolve a sua argumentação leva em conta algumas minúcias, por meio de termos, que procuram driblar um pouco o peso da linguagem técnica para entender a nossa atual cultura jurídica da impunidade. Isso acontece porque:
Observe o parágrafo abaixo:
“Começo arrepender-me deste livro. Não que ele me
canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir
alguns magros capítulos para esse mundo sempre é
tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o
livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa
contração cadavérica; vício grave, e aliás íntimo,
porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu
tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu
amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e
fluente, e este livro e o meu estilo são como ébrios,
guinam à direita e à esquerda, andam e param,
resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu,
escorregam e caem...” (ASSIS, J.M.M. Memórias
póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro,
Tecnoprint, s.d. p. 126)
Na passagem acima, o narrador de Machado de
Assis se apresenta, de maneira desiludida, quanto
aos caminhos da sua narração, e dá ao seu livro um
caráter demeritório e responsabiliza o leitor por isso.
Nesse caso, esta obra, que é um verdadeiro divisor
de águas na ficção brasileira, no século 19,
pretende-se por meio do domínio irônico:
Observe o parágrafo abaixo:
“Dia após dia, nestas últimas semanas, o público
vem se admirando com exibições de amor entre
gente que deveria se odiar. Por que estariam aos
abraços, fazendo elogios radicais uns aos outros, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o expresidente Fernando Collor e o atual presidente do
Senado José Sarney? Lula, numa declaração
inesquecível, disse que Sarney era ‘o grande ladrão
da Nova República’; contra Collor, ele e o seu
partido se jogaram numa guerra de extermínio desde
o primeiro dia de seu governo e só sossegaram
quase três anos depois, quando o inimigo foi posto
para fora da presidência. Collor, por sua vez, disse
que Sarney era ‘um batedor de carteira’ – carteira
‘da história’, em suas palavras, o que não é tão ruim
quanto uma carteira de verdade, mas assim mesmo é
coisa pra lá de pesada. Também afirmou, na sua
disputa presidencial contra Lula, que o adversário
iria expropriar as casas e apartamentos das pessoas
se fosse eleito – isso para não falar da humilhação
pública que lhe impôs ao levar para a televisão uma
ex-companheira do atual presidente, que o acusou
de racismo e de pressão para abortar a filha que
acabariam tendo. Sarney se queixa até hoje das 1200
greves, a maioria comandada pelo PT, que teve ao
longo de seu governo, e já descreveu Collor como
‘um homem profundamente transtornado.’”
(GUZZO, J.R. Do mesmo lado. Veja, São Paulo, 19
ago. 2009. Seções, p. 142)
O autor do artigo diz que Collor havia chamado
Sarney de “o batedor de carteira”, mas a “carteira da
história”, o que amenizaria, num certo sentido, o
insulto, mas que não deixaria de ter o seu peso de
desagravo. Por outro lado, poderíamos compreender
esse último aspecto como:
Observe o parágrafo abaixo:
“Dia após dia, nestas últimas semanas, o público
vem se admirando com exibições de amor entre
gente que deveria se odiar. Por que estariam aos
abraços, fazendo elogios radicais uns aos outros, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o expresidente Fernando Collor e o atual presidente do
Senado José Sarney? Lula, numa declaração
inesquecível, disse que Sarney era ‘o grande ladrão
da Nova República’; contra Collor, ele e o seu
partido se jogaram numa guerra de extermínio desde
o primeiro dia de seu governo e só sossegaram
quase três anos depois, quando o inimigo foi posto
para fora da presidência. Collor, por sua vez, disse
que Sarney era ‘um batedor de carteira’ – carteira
‘da história’, em suas palavras, o que não é tão ruim
quanto uma carteira de verdade, mas assim mesmo é
coisa pra lá de pesada. Também afirmou, na sua
disputa presidencial contra Lula, que o adversário
iria expropriar as casas e apartamentos das pessoas
se fosse eleito – isso para não falar da humilhação
pública que lhe impôs ao levar para a televisão uma
ex-companheira do atual presidente, que o acusou
de racismo e de pressão para abortar a filha que
acabariam tendo. Sarney se queixa até hoje das 1200
greves, a maioria comandada pelo PT, que teve ao
longo de seu governo, e já descreveu Collor como
‘um homem profundamente transtornado.’”
(GUZZO, J.R. Do mesmo lado. Veja, São Paulo, 19
ago. 2009. Seções, p. 142)
O autor do artigo trata das relações convenientes
no alto escalão da nossa república, mas faz isso de
uma maneira bastante peculiar, utilizando alguns
recursos que acabam ratificando um determinado
efeito. Poderíamos dizer que em boa parte deste
parágrafo ele:
Observe o parágrafo abaixo:
“Duas décadas sem papel higiênico ajudaram os
cubanos a encontrar uma utilidade, digamos,
escatológica para o jornal oficial do Partido
Comunista, o Granma, e para o recém-lançado
Dicionário de pensamentos de Fidel Castro, um
livrão de mais de 300 páginas muito apreciado por
suas folhas finas e macias. O uso sanitário das
publicações do governo é tão difundido que já deu
origem a uma versão bizarra da lei da oferta e da
procura: no mercado paralelo, o jornal da semana
passada é vendido pelo mesmo preço que o da
edição do dia. Na verdade, não importa a data da
publicação se a finalidade for substituir o papel
higiênico. Favorito para o asseio dos cubanos, o
Granma tem oito páginas (dezesseis às sextasfeiras) e 400 mil exemplares diários. Seus artigos,
pura ladainha comunista, são uma enorme chatice.
As notícias, distorcidas pela propaganda oficial, não
têm credibilidade. Mas o diário é bastante
valorizado pela qualidade absorvente do papel em
que é impresso e também pelas cores firmes, que
não mancham o traseiro de seus, por assim dizer,
leitores.” (TEIXEIRA, D. Até que enfim serviram
para algo. Veja, São Paulo, 9 set. 2009. Ideologia, p.
98)
A reportagem acima, ressalta, em boa parte do
texto, o aspecto irônico ao tratar de uma questão que
deveria ser, em primeiro lugar, meramente
informativa. Ao utilizar esse recurso de forma geral
ele proporciona:
Os autores da reportagem utilizam, logo no início desse parágrafo, uma metáfora para definir o ser humano enquanto organismo (“Você é um sundae polvilhado de Ovomaltine”). Logo adiante, explicam que é do ponto de vista das bactérias. Ao final, eles nos lembram que, ao nos olharmos no espelho, boa parte do que vemos não somos nós. Esses recursos da linguagem interessam para indicar:
Depois do almoço, na casa de um dos primos, Emanuel, João e Hisao, debruçaram-se no chão da área, e começaram um jogo de brincadeira. Cada um dos meninos ficava de posse de um dado, contendo 6 faces enumeradas de 1 a 6. Os dados eram arremessados, simultaneamente, e os resultados das faces de cima, eram anotados e, posteriormente, somados. Vencia quem obtivesse a menor soma, em três lançamentos, e nova partida era iniciada se, também, dois deles empatassem.
Qual das sequências abaixo, seguramente, poderia representar os resultados de uma vitória de Emanuel, onde João e Hisao obtivessem soma de resultados iguais a 11 e 15, respectivamente, e, no segundo lançamento, a face do seu dado mostrasse valor menor que o de Hisao?
Qual das sequências abaixo, seguramente, poderia representar os resultados de uma vitória de Emanuel, onde João e Hisao obtivessem soma de resultados iguais a 11 e 15, respectivamente, e, no segundo lançamento, a face do seu dado mostrasse valor menor que o de Hisao?
Na passagem “Cada um dos seus poros é como
um restaurante onde tudo isso sai de graça. Em
troca, elas deixam seu corpo fedendo.” Existe uma
comparação quase hiperbólica de início e, a seguir,
o aspecto realçado procura:
Na passagem “Cada um dos seus poros é como um restaurante onde tudo isso sai de graça. Em troca, elas deixam seu corpo fedendo.” Existe uma comparação quase hiperbólica de início e, a seguir, o aspecto realçado procura:
O Sr. Afonso realizou uma reforma em sua casa e o entulho produzido foi retirado por uma empresa, que utilizou caixas coletoras com igual capacidade e deu um desconto de R$ 10,00 pela retirada de cada caixa de lixo, a partir da terceira. Sabendo-se que nessa limpeza foram utilizadas 10 caixas coletoras e que o preço pago pelo serviço foi R$ 670,00, o valor que essa empresa cobra pela utilização de uma caixa coletora é igual a:
Em geral, a economia dos países do Sul da Ásia baseia-se na agricultura, com exceção da Índia, que possui uma atividade industrial expressiva para um país do Sul.
Com relação ao país indiano, podemos verificar que:
Com relação ao país indiano, podemos verificar que:
According to the letter, we can infer that:

According to the text, the scientists and engineers are:
