Questão c747eff7-de
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Observe o trecho abaixo:
“Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no
meio do rio uma cova cheia d’água. E a cova era
que nem marca dum pé gigante. Abicaram. O herói
depois de muitos gritos por causa do frio da água
entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era
encantada porque aquele buraco na lapa era marca
do pezão de Sumé, do tempo em que andava
pregando o evangelho de Jesus pra indiada
brasileira. Quando o herói saiu do banho estava
louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume
dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar
nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas.”
(ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum
caráter. 22.ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986. p. 29-
30)
Na passagem acima, Mário de Andrade retoma
uma tradição de contar histórias, onde Macunaíma,
o herói da nossa gente, representa uma espécie de
símbolo de afirmação da nossa mestiçagem que até
então, antes do modernismo, era vista como sinal de
inferioridade. Ao sair da água encantada, porém, ele
consegue ficar branco, enquanto seus dois irmãos,
mais adiante, continuam com os traços indígenas e
negroides. Essa metáfora compõe, junto com a
forma de contar histórias:
Observe o trecho abaixo:
“Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no
meio do rio uma cova cheia d’água. E a cova era
que nem marca dum pé gigante. Abicaram. O herói
depois de muitos gritos por causa do frio da água
entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era
encantada porque aquele buraco na lapa era marca
do pezão de Sumé, do tempo em que andava
pregando o evangelho de Jesus pra indiada
brasileira. Quando o herói saiu do banho estava
louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume
dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar
nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas.”
(ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum
caráter. 22.ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986. p. 29-
30)
Na passagem acima, Mário de Andrade retoma
uma tradição de contar histórias, onde Macunaíma,
o herói da nossa gente, representa uma espécie de
símbolo de afirmação da nossa mestiçagem que até
então, antes do modernismo, era vista como sinal de
inferioridade. Ao sair da água encantada, porém, ele
consegue ficar branco, enquanto seus dois irmãos,
mais adiante, continuam com os traços indígenas e
negroides. Essa metáfora compõe, junto com a
forma de contar histórias:
A
o pobre cenário de nossa relação com o passado.
B
o irremediável apego a uma tradição narrativa, sem mais sentido para a época.
C
o mergulho nas nossas raízes e o desafio de compreendê-las na sua complexidade.
D
uma discussão que confirma, apenas, a falta de sentido de nossa malandragem, como marca da nossa identidade.
E
a abertura para todos os ufanismos e exageros
nacionalistas que marcariam a nossa trajetória de
desembaraço de contradições.