Questão c734e962-de
Prova:UFAC 2009
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe o parágrafo abaixo:


“Dia após dia, nestas últimas semanas, o público vem se admirando com exibições de amor entre gente que deveria se odiar. Por que estariam aos abraços, fazendo elogios radicais uns aos outros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o expresidente Fernando Collor e o atual presidente do Senado José Sarney? Lula, numa declaração inesquecível, disse que Sarney era ‘o grande ladrão da Nova República’; contra Collor, ele e o seu partido se jogaram numa guerra de extermínio desde o primeiro dia de seu governo e só sossegaram quase três anos depois, quando o inimigo foi posto para fora da presidência. Collor, por sua vez, disse que Sarney era ‘um batedor de carteira’ – carteira ‘da história’, em suas palavras, o que não é tão ruim quanto uma carteira de verdade, mas assim mesmo é coisa pra lá de pesada. Também afirmou, na sua disputa presidencial contra Lula, que o adversário iria expropriar as casas e apartamentos das pessoas se fosse eleito – isso para não falar da humilhação pública que lhe impôs ao levar para a televisão uma ex-companheira do atual presidente, que o acusou de racismo e de pressão para abortar a filha que acabariam tendo. Sarney se queixa até hoje das 1200 greves, a maioria comandada pelo PT, que teve ao longo de seu governo, e já descreveu Collor como ‘um homem profundamente transtornado.’” (GUZZO, J.R. Do mesmo lado. Veja, São Paulo, 19 ago. 2009. Seções, p. 142)


O autor do artigo diz que Collor havia chamado Sarney de “o batedor de carteira”, mas a “carteira da história”, o que amenizaria, num certo sentido, o insulto, mas que não deixaria de ter o seu peso de desagravo. Por outro lado, poderíamos compreender esse último aspecto como:

A
uma maneira ainda delicada para manter a amizade, entre eles, quando ainda não eram aliados.
B
uma imagem que reforçaria o oportunismo político de Sarney, que acabou recebendo, inesperadamente, a presidência depois da morte de Tancredo Neves.
C
uma imagem gratuita e descontextualizada, mas já feita de propósito, prevendo uma futura aliança.
D
uma maneira pouco hábil, mas profundamente arraigada de uma admiração mal disfarçada.
E
uma imagem poética muito bem construída, que flertaria com o inimigo político, para ao mesmo tempo dar ênfase à habilidade de Sarney de distribuir benesses aos seus aliados.

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