Questão c731f43b-de
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Observe o parágrafo abaixo:
“Dia após dia, nestas últimas semanas, o público
vem se admirando com exibições de amor entre
gente que deveria se odiar. Por que estariam aos
abraços, fazendo elogios radicais uns aos outros, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o expresidente Fernando Collor e o atual presidente do
Senado José Sarney? Lula, numa declaração
inesquecível, disse que Sarney era ‘o grande ladrão
da Nova República’; contra Collor, ele e o seu
partido se jogaram numa guerra de extermínio desde
o primeiro dia de seu governo e só sossegaram
quase três anos depois, quando o inimigo foi posto
para fora da presidência. Collor, por sua vez, disse
que Sarney era ‘um batedor de carteira’ – carteira
‘da história’, em suas palavras, o que não é tão ruim
quanto uma carteira de verdade, mas assim mesmo é
coisa pra lá de pesada. Também afirmou, na sua
disputa presidencial contra Lula, que o adversário
iria expropriar as casas e apartamentos das pessoas
se fosse eleito – isso para não falar da humilhação
pública que lhe impôs ao levar para a televisão uma
ex-companheira do atual presidente, que o acusou
de racismo e de pressão para abortar a filha que
acabariam tendo. Sarney se queixa até hoje das 1200
greves, a maioria comandada pelo PT, que teve ao
longo de seu governo, e já descreveu Collor como
‘um homem profundamente transtornado.’”
(GUZZO, J.R. Do mesmo lado. Veja, São Paulo, 19
ago. 2009. Seções, p. 142)
O autor do artigo trata das relações convenientes
no alto escalão da nossa república, mas faz isso de
uma maneira bastante peculiar, utilizando alguns
recursos que acabam ratificando um determinado
efeito. Poderíamos dizer que em boa parte deste
parágrafo ele:
Observe o parágrafo abaixo:
“Dia após dia, nestas últimas semanas, o público
vem se admirando com exibições de amor entre
gente que deveria se odiar. Por que estariam aos
abraços, fazendo elogios radicais uns aos outros, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o expresidente Fernando Collor e o atual presidente do
Senado José Sarney? Lula, numa declaração
inesquecível, disse que Sarney era ‘o grande ladrão
da Nova República’; contra Collor, ele e o seu
partido se jogaram numa guerra de extermínio desde
o primeiro dia de seu governo e só sossegaram
quase três anos depois, quando o inimigo foi posto
para fora da presidência. Collor, por sua vez, disse
que Sarney era ‘um batedor de carteira’ – carteira
‘da história’, em suas palavras, o que não é tão ruim
quanto uma carteira de verdade, mas assim mesmo é
coisa pra lá de pesada. Também afirmou, na sua
disputa presidencial contra Lula, que o adversário
iria expropriar as casas e apartamentos das pessoas
se fosse eleito – isso para não falar da humilhação
pública que lhe impôs ao levar para a televisão uma
ex-companheira do atual presidente, que o acusou
de racismo e de pressão para abortar a filha que
acabariam tendo. Sarney se queixa até hoje das 1200
greves, a maioria comandada pelo PT, que teve ao
longo de seu governo, e já descreveu Collor como
‘um homem profundamente transtornado.’”
(GUZZO, J.R. Do mesmo lado. Veja, São Paulo, 19
ago. 2009. Seções, p. 142)
O autor do artigo trata das relações convenientes
no alto escalão da nossa república, mas faz isso de
uma maneira bastante peculiar, utilizando alguns
recursos que acabam ratificando um determinado
efeito. Poderíamos dizer que em boa parte deste
parágrafo ele:
A
quebra a tensão do fio discursivo realçando,
apenas, os aspectos negativos.
B
se utiliza de uma linguagem extremamente confusa ao interrelacionar personagens que, no fundo, têm pouco a ver entre si.
C
enfatiza, na verdade, a pouca inteligência dos personagens em foco.
D
dramatiza pontos relevantes que levam a
perceber a hipocrisia reinante entre os
personagens em foco.
E
desmerece a capacidade do leitor de chegar às suas próprias conclusões ao dramatizar ações que, no fundo, não teriam tanta importância assim.