Questõesde UECE sobre Sociologia

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Foram encontradas 127 questões
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UECE 2021 - Sociologia

Karl Marx (1818-1883), em sua obra, explica as lógicas históricas e sociais que fundamentam o sistema da economia capitalista. E, para ele, dentre as razões lógicas que servem para a manutenção deste sistema econômico está o fato de que as relações sociais de produção são alienadas para a classe trabalhadora. Mas o que isto significa, mesmo? O certo é que, para Marx, a alienação no modo de produção capitalista possui um significado bem preciso. Partindo da perspectiva marxiana sobre a alienação no capitalismo, assinale a afirmação verdadeira. 

A
No processo produtivo das relações sociais capitalistas, as classes donas dos meios de produção estão submetidas, de forma consciente, a todo o processo de alienação que determina o sistema econômico.
B
O trabalhador, que é dono da força produtiva, mas não é dono dos resultados do que produz, é alienado do seu trabalho e dos frutos deste, justamente, porque a classe capitalista se apropria do que é produzido.
C
A alienação no sistema capitalista diz respeito a um conjunto de ideias falsas que estão a serviço da dominação da classe capitalista sobre todo o resto da estrutura social e não só sobre a classe trabalhadora.
D
O trabalhador apenas deixa de ser alienado quando possui consciência de todo o processo produtivo de que faz parte ou, de outro modo, quando participa de forma ativa e colaborativa no ambiente de trabalho.
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UECE 2021 - Sociologia

Thomas Hobbes (1588-1679) é considerado, ao lado de John Locke (1632-1704) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), como um “contratualista”. O contratualismo é uma teoria social e política desenvolvida por esses pensadores e que aponta, de forma geral, o nascimento das sociedades ou do convívio social humano a partir da passagem de um “estado de natureza” para o “mundo social”. Em síntese, os primeiros grupos humanos, para poderem conviver, tiveram que reprimir sua “animalidade” ou “natureza humana” fazendo “pactos” ou “contratos” a fim de se preservarem mutuamente e conviverem. Para Hobbes, especificamente, essa “natureza humana” faz com que os seres humanos vivam em constante guerra de uns contra os outros. E, para findar tal estado de “conflito natural”, é preciso que exista um “poder soberano” que mantenha todos em respeito mútuo.


No que diz respeito à perspectiva contratualista de Thomas Hobbes, assinale a afirmação verdadeira.

A
O ser humano vive na desconfiança em relação aos outros e, para preservar sua vida, deve antecipar o perigo e atacar primeiro.
B
Como o homem é sempre alvo de algum malfeito, deve, de imediato, se acautelar e esconder-se em algum lugar seguro para não ser vitimado.
C
As três razões da natureza humana que podem impedir a guerra generalizada entre os homens são a competição, a desconfiança e a busca pela glória. 
D
O Estado é o poder soberano que impede a guerra generalizada entre os seres humanos e serve para controlar as naturais tendências destruidoras.
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A globalização é um fenômeno impulsionado e intensificado pela expansão da economia capitalista pelo mundo nas últimas décadas do século XX. Este fenômeno teve e tem muitas consequências, como a abertura das fronteiras nacionais para a economia mundial, e coloca em pauta o papel da rede de proteção social dos Estados para as suas populações. O Fundo Monetário Internacional (FMI), nos anos 1990, por exemplo, recomendou, como medidas para que um país fosse atrativo para a economia mundial, que fossem adotadas políticas de austeridade fiscal no balanço das contas públicas e isto fez com que ocorressem muitas privatizações de setores econômicos estratégicos, como os de fornecimento de água e esgoto, energia elétrica e telecomunicações. Mas, sabe-se que existem outras consequências promovidas pelo fenômeno da globalização econômica.


Considerando outras consequências da globalização econômica, assinale a afirmação verdadeira.

A
A reforma trabalhista de 2017 e a esperada reforma tributária do Estado brasileiro figuram como consequências da globalização.
B
Uma consequência direta da globalização mundial ocorre no Brasil quando o Estado impõe restrições burocráticas e fiscais às empresas estrangeiras. 
C
Os Estados que acatam as orientações de entidades como o FMI conseguem proporcionar a sua população mais investimentos na saúde e educação públicas.
D
A entrada na economia global acarreta a introdução da não competição em diversos setores de comércio e serviços graças à formação de oligopólios.
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O tema gênero e sexualidade, atualmente, é mote de muitos debates acalorados e polêmicos na sociedade brasileira. Porém, é forçoso reconhecer a pertinência desses debates a favor de mais inclusão social para o convívio em uma sociedade que deve prezar por valores democráticos como os das liberdades individuais. Em tempo, partindo de uma compreensão geral das ciências sociais, gênero e sexualidade são produtos da relação entre a subjetividade individual (algo que é de cada pessoa) e a cultura (questão coletiva). Assim, o “ser homem”, o “ser mulher” e as orientações sexuais passam pelo crivo intrincado de decisões pessoais e socioculturais. E essa perspectiva das ciências sociais em torno do tema aponta para o melhor convívio nas democracias contemporâneas.


Assim, considerando o tema gênero e sexualidade nas ciências sociais, avalie as proposições a seguir:


I. A sigla LGBTQIA+ procura representar, da forma mais inclusiva possível, os diferentes modos de ser e de se orientar pelo gênero e sexualidade.

II. As livres expressões da sexualidade causam prejuízos para a liberdade sexual de todos aqueles que não se enquadram nessas formas indefinidas de gênero.

III. Nem a cultura nem questões psicológicas conseguem mudar o fato biológico natural que distingue o que significa ser do sexo masculino ou do sexo feminino.

IV. A sociodiversidade de gêneros e de orientações sexuais ainda hoje enfrenta os males dos preconceitos que julgam como anormais as pessoas não heterossexuais.


Está correto o que se afirma somente em

A
II e III.
B
II e IV.
C
I e IV.
D
I e III.
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Atente para o seguinte trecho a respeito de estado democrático e estado liberal:


“...o estado liberal é o pressuposto não só histórico, mas jurídico do estado democrático. Estado liberal e estado democrático são interdependentes em dois modos: na direção que vai do liberalismo à democracia, no sentido de que são necessárias certas liberdades para o exercício correto do poder democrático, e na direção oposta que vai da democracia ao liberalismo, no sentido de que é necessário o poder democrático para garantir a existência e a persistência das liberdades fundamentais. Em outras palavras: é pouco provável que um estado não liberal possa assegurar um correto funcionamento da democracia, e de outra parte é pouco provável que um estado não democrático seja capaz de garantir as liberdades fundamentais. A prova histórica desta interdependência está no fato de que um estado liberal e um estado democrático, quando caem, caem juntos”.


BOBBIO, Norberto. O Futuro da Democracia: uma defesa das regras do jogo. 6ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.


Considerando o que diz Bobbio sobre a interdependência entre o “estado democrático” e o “estado liberal”, é correto dizer que

A
a defesa da democracia é a demanda mais importante para as sociedades no mundo, portanto, os direitos individuais não podem se contrapor a esta máxima.
B
as liberdades individuais devem ser prioridade máxima para qualquer estado de direito e devem ser preservadas mesmo com medidas não democráticas.
C
o liberalismo político defende as liberdades individuais para a democracia e, para isso, é imprescindível o poder do Estado na garantia de direitos civis.
D
o estado social democrata tem a perspectiva de garantir a soberania nacional de forma eficaz e, para isto, pode suspender quaisquer outros tipos de direitos. 
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Nos últimos anos, uma expressão conceitual passou a ser bastante difundida e discutida publicamente para tratar da discriminação racial: racismo estrutural. Sílvio Almeida, jurista e filósofo, em sua obra sobre esta conceituação, procura demonstrar como o racismo na sociedade brasileira, por exemplo, é naturalizado e/ou normalizado, e está incrustado nas relações sociais cotidianas.

ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro/Pólen, 2019.

Afirmar que “o racismo é estrutural” significa dizer que o racismo

A
é uma decorrência da própria estrutura social, que é constituída pelas relações políticas, econômicas e culturais.
B
está incorporado na Constituição brasileira, que submete os negros à inferioridade.
C
existe devido à estrutura fisiológica das raças, embora se saiba que as diferenças culturais são diversas das diferenças biológicas.
D
está na subjetividade das pessoas que, sem a devida orientação mental, discriminam negros de brancos.
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Desde seu início, a Sociologia tem tratado o tema da Educação e joga luz sobre uma clássica e importante discussão própria desta ciência: a relação entre mudança social e os sistemas educacionais nas sociedades modernas. Dentre os questionamentos ligados a este debate, encontram-se os seguintes: 1. Até que ponto a Educação formal ou Escolar contribui para mudanças na sociedade?; e 2. A Educação, por outro lado, pode ser um mecanismo de permanência e imobilismo da estrutura social? Esses questionamentos foram, de certa forma, respondidos por alguns sociólogos, mas ainda demandam atenção, pesquisa e estudo ao redor do mundo moderno. É importante destacar que cada um dos estudiosos e pensadores da Sociologia que se debruçaram sobre esse tema elaborou sua própria explicação e compreensão a respeito. Considerando esse aspecto, assinale a opção que apresenta a correta relação entre pensamento e autor.

A
Os sistemas educacionais no capitalismo moderno desenvolvidos pelos partidos políticos, pelas organizações e pelos corpos profissionais reproduzem racionalmente todas as esferas da sociedade. — Karl Marx
B
A Educação formal, em escolas e universidades, reproduz o sistema social vigente, na sua dividida estrutura de classes, através da desigual distribuição de capital econômico e de capital cultural. — Marcel Mauss
C
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as mais novas para que estas últimas adquiram as demandas físicas, intelectuais e morais exigidas para a manutenção da sociedade. — Émile Durkheim
D
A educação de instituições de ensino é um instrumento para a manutenção do domínio das classes dominantes na sociedade, uma vez que transmite a hegemonia da cultura dos dominadores. — Gabriel Tarde
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Segundo dados do Atlas da Violência de 2019, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a partir do que constatou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2017, o Estado do Ceará obteve a trágica marca de 140,2 jovens mortos por cada cem mil habitantes. Foi, no período, a segunda maior taxa de homicídios de adolescentes do país. Além disso, o Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, ligado à Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, em relatório do mesmo ano de 2017, aponta que a maioria dos jovens assassinados no Ceará eram pretos ou pardos, com média de idade de 17 anos, do sexo masculino e moradores de áreas de vulnerabilidade social.

Considerando a análise dos dados apresentados acima, é correto afirmar que, no Ceará,

A
o fenômeno de mortes violentas de jovens negros se deve à predisposição racial desses adolescentes à marginalidade.
B
a desestruturação familiar e a falta de educação moral são as causas da maior incidência de homicídios entre jovens pardos.
C
as populações de pretos e de pardos, independentemente de classe social, são historicamente envolvidas com a criminalidade.
D
é necessária a elaboração de mais políticas e programas de inclusão nas áreas sociais vulneráveis voltadas para a juventude negra e parda.
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Atente para o seguinte excerto da obra de Darcy ribeiro sobre a formação do povo brasileiro: “Os brasileiros surgem como um povo novo. ‘Novo’ porque surge como uma ‘etnia nacional’, diferente de suas matrizes formadoras: a Tupi, a Lusa e a Afro. Povo que foi e é dinamizado por uma cultura sincrética e singularizada pela redefinição de traços culturais oriundos dessas matrizes étnicas originárias. ‘Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns com os outros aliciados como escravos’. Confluência, entre choque e caldeamento que gestaram o povo brasileiro”.

RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Darcy Ribeiro denomina o processo de formação do povo brasileiro de

A
“gestação racial”.
B
“cadinho singular”.
C
“transfiguração étnica”.
D
“fluxos de etnias”.
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Os três principais fundadores das Ciências Sociais, Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber trataram, cada qual seguindo princípios explicativos próprios, a relação entre Estado e Sociedade a partir do surgimento do mundo capitalista moderno e industrial-urbano. Os três foram testemunhas da emergência dessa modernidade para as sociedades contemporâneas e trataram de estudar e explicar sua lógica e consequências.

Considerando as abordagens teóricas desses clássicos das Ciências Sociais sobre o tema acima apresentado, assinale a afirmação verdadeira.

A
O Estado, para Marx, no mundo capitalista moderno, faz parte da infraestrutura que fundamenta a sociedade dividida em classes, a qual é parte da superestrutura do capitalismo.
B
O Estado, para Durkheim, surge na modernidade capitalista quando as atividades na sociedade atingem determinado grau de interdependência orgânica entre indivíduos e grupos.
C
O Estado, no capitalismo moderno, para Weber, é uma entidade coletiva que comanda a sociedade que, por sua vez, possui a legitimidade da detenção do uso da violência física.
D
Para Marx e Durkheim, o Estado comunista seria o fim da sociedade capitalista quando se avançassem as forças da modernidade.
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O Estado é, de modo geral, uma estrutura que organiza os mais variados âmbitos da vida nas sociedades contemporâneas e, para Max Weber (1864-1920), um dos teóricos clássicos da Sociologia, esta instituição social tem as seguintes características principais: possui um complexo aparato administrativo-burocrático; um corpo de funcionários; estatutos, normas e legislações; e detém o monopólio legítimo da força sobre seus membros ou concidadãos.

Acerca dessas características que Weber elenca como as principais do Estado, é correto dizer que

A
o aparato administrativo-burocrático diz respeito à lógica social de elaboração de normas estatutárias pelo caráter de pessoalidade das relações de Estado.
B
o cabedal de normas jurídicas do Estado Moderno existe e mantém-se em virtude da crença nas ordenações e nos poderes senhoriais há muito existentes.
C
a legitimidade está embasada no reconhecimento e consentimento pelos cidadãos de que o Estado deve deter o monopólio da força sobre todos.
D
o quadro de funcionários do setor administrativo estatal é escolhido segundo legislação específica que demonstre a manifestação carismática de cada um.
e925c7d1-0a
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O ‘índio’ é qualquer membro de uma comunidade indígena, reconhecido por esta como tal. E ‘comunidade indígena’ é toda comunidade fundada em relações de parentesco ou vizinhança entre seus membros, que mantém laços histórico-culturais com as organizações sociais indígenas pré-colombianas”.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. “No Brasil, todo mundo é índio, exceto quem não é”. In: Povos Indígenas no Brasil, 20 de janeiro de 2016.

Seguindo esta definição do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, é correto concluir que, no Brasil,

A
as comunidades indígenas assim definidas foram praticamente dizimadas etnicamente e fisicamente no ferrenho processo colonial de formação do país.
B
as populações indígenas hoje diferem da sociedade não índia, por suas identificações culturais próprias e ligações com os povos originários do país.
C
os índios que ainda restam em nossa sociedade estão caminhando para extinção, uma vez que suas culturas são destruídas pela cultura moderna.
D
não podem ser caracterizados como indígenas aqueles que têm as mesmas necessidades da sociedade branca, como possuir trabalho remunerado e telefone celular.
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O infanticídio indígena é uma prática cultural ainda corrente entre alguns povos nativos do Brasil de hoje, como os Kamayurá, Yanomami, Kajabi, Bororo e Ticuna. Algumas situações diversas fazem com que as indígenas pratiquem tal ato: quando a mãe tem filhos em pequenos intervalos de tempo, com menos de dois anos, por exemplo; crianças com deficiências motoras ou físicas; em casos raros, crianças do sexo feminino; quando nascem gêmeos, um é sacrificado; e, mesmo, quando nascem crianças albinas. Esta tradição coloca desafiadoras e importantes reflexões que envolvem tanto o debate sobre o respeito à diversidade cultural e o combate ao etnocentrismo como a luta a favor dos direitos humanos contra esse costume e, ao mesmo tempo, a luta pela preservação da cultura dos povos indígenas.

Acerca do infanticídio indígena, assinale a afirmação verdadeira.

A
A luta pela proteção das culturas indígenas e a defesa dos direitos humanos não precisam estar desassociadas no desestímulo ao infanticídio.
B
A visão etnocêntrica sobre o fenômeno do infanticídio indígena é aquela que nos faz enxergar com respeito e cuidado tal prática cultural.
C
As tribos indígenas que cultivam este costume devem ser conservadas sem nenhuma intervenção para a garantia da diversidade cultural.
D
O combate dos direitos humanos contra a prática do infanticídio indígena coloca a divisão entre a cultura civilizada e a cultura bárbara.
e90a1c88-0a
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Para Norberto Bobbio, quem é a favor da Democracia é a favor das Leis e do Estado de Direito. Os legisladores e os governantes numa Democracia estão submetidos às normas vinculatórias. No fim, todos os indivíduos membros de um Estado democrático de direitos e deveres, governantes e governados, estão submetidos às Leis e às normas regulatórias do convívio em vários espaços da vida em sociedade. Daí a ênfase de Bobbio na importância do respeito às instituições numa Democracia.

Assim, é correto concluir que, para Norberto Bobbio, o regime democrático

A
é um sistema político que favorece os dirigentes de um Estado legal.
B
é a forma de organizar as sociedades seguindo o governo das leis.
C
carrega consigo a burocratização de todos os âmbitos da vida social.
D
pune rigorosamente a postura de desrespeito vinda dos governantes.
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Atente para o seguinte excerto sobre sociedade civil e sociedade política:

“...pode-se por enquanto fixar dois grandes ‘planos’ superestruturais: o que pode ser chamado de ‘sociedade civil’ (isto é, o conjunto de organizações chamados comumente de ‘privados’) e o da ‘sociedade política’ ou Estado, que correspondem à função de ‘hegemonia’ que o grupo dominante exerce em toda a sociedade e àquela de ‘domínio direto’ ou de comando, que se expressa no Estado e no governo ‘jurídico’”.

Antônio Gramsci, Cadernos do Cárcere,1926-1938.

Considerando a perspectiva teórica de Gramsci, assinale a proposição verdadeira.

A
A sociedade civil se manifesta em igrejas, empresas, associações, partidos e a sociedade política é representada pela hegemonia de todos em conjunto.
B
A sociedade política tenta obter o consenso de todos os grupos privados que formam a sociedade civil detentora da hegemonia jurídica manifesta no Estado.
C
A hegemonia da classe dominante é representada pela sociedade política ou Estado que se impõe sobre todos os grupos que compõem a sociedade civil.
D
A oposição entre a sociedade civil e a sociedade política faz com que o grupo dominante procure meios de se contrapor à hegemonia dos grupos privados.
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O sociólogo francês Serge Paugam, no fim do século XX, desenvolveu um modelo sociológico de análise sobre o que ele chamou de processo de desqualificação social dos “novos pobres” que surgiram na França com a crise do Estado de Bem-Estar Social. Para Paugam, a desqualificação social passa por um processo de três fases: a fragilidade, a dependência e a ruptura. Na fragilidade, os indivíduos desempregados sobrevivem com uma renda irregular ou com a insegurança financeira. Com a continuidade dessa fragilização, entra-se na dependência, que se caracteriza, no caso do Estado francês, da entrada do indivíduo em programas de proteção social. Na ruptura, os indivíduos acumulam uma série de problemas como a falta de qualquer tipo de auxílio, de trabalho, e enfrentam a ausência de moradia e de saúde e, assim, ingressam na marginalidade.

Tomando como referência esse modelo sociológico sobre a desqualificação social, é correto dizer que

A
os beneficiários de programas brasileiros como o Bolsa Família e o de assistência previdenciária são marginalizados.
B
os trabalhadores ligados a aplicativos como Uber e Ifood devem ser caracterizados como dependentes.
C
os indivíduos em situação de rua, os pedintes e usuários de droga são considerados pessoas frágeis.
D
os desempregados podem ficar fragilizados e aumentar a quantidade de trabalhadores informais e/ou eventuais.
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Os estudos sobre gênero nas Ciências Sociais aprofundaram, entre outras questões, uma reflexão crítica sobre a forma como se encaram, nas sociedades contemporâneas, as diferenças entre homens, mulheres e pessoas e grupos que se designam de outros gêneros.

Assinale a opção que corresponde ao conceito de gênero usado, de forma geral, nas Ciências Sociais.

A
O gênero é a categoria que discrimina a natureza masculina ou feminina.
B
Os gêneros nos humanos estão ligados à evolução fenotípica e genética.
C
Cada coletividade sociocultural estabelece suas diferenciações de gênero.
D
Em cada indivíduo o gênero é moldado conforme seus caracteres naturais.
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Uma das teorias clássicas das Ciências Sociais sobre a existência das classes sociais e das lógicas de estratificação que as mantêm separadas ou divididas nas sociedades modernas e capitalistas foi desenvolvida pelo filósofo alemão Karl Marx (1818- 1883). De modo geral, Marx buscou explicar as lógicas sociais tanto de existência das classes nas sociedades capitalistas como os motivos de suas lutas ou tensões que estruturam o modo social de produção do capitalismo.

Assim, partindo da perspectiva teórica de Marx, assinale a opção que corresponde às duas principais classes sociais antagônicas no sistema capitalista com seus respectivos objetivos.

A
A classe pequeno-burguesa, como os pequenos industriais e os profissionais liberais, contra a classe do lupemproletariado, parcela de miseráveis e parte do exército de reserva: os primeiros lutam para não perderem seus dividendos e posses e os segundos para o ingresso na classe trabalhadora.
B
A classe capitalista, ou os donos dos meios de produção, e a classe proletária, ou os detentores da força de trabalho, lutam entre si: a primeira pela manutenção de seu domínio sobre toda a sociedade e a segunda contra as formas de exploração a que é submetida justamente pelos capitalistas.
C
A classe dos grandes burgueses capitalistas contra a classe dos pequenos proprietários e rentistas, parcela de gente abastada, mas que não possui maiores garantias de sobrevivência: os grandes capitalistas lutam pela busca de lucros e os pequenos proprietários e rentistas lutam para assegurar suas terras e rendas.
D
A classe proletária revolucionária detentora do Estado comunista contra a classe dos profissionais liberais e funcionários públicos reacionários e conservadores: os primeiros lutam para manterem a Revolução Socialista e os segundos lutam para preservarem seus ganhos, privilégios e cargos.
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UECE 2021 - Sociologia

Leia atentamente a seguinte matéria jornalística:


“Mulheres ganham 19% menos que homens – no topo a diferença é de mais de 30%


A presença das mulheres no mercado de trabalho no Brasil passou por mudanças substanciais nos últimos 50 anos. A participação delas entre os trabalhadores do país mais que dobrou. Os salários, embora ainda longe dos recebidos pelos homens nas mesmas profissões, também reduziram bastante a distância. Esse efeito, porém, não aparece com a mesma intensidade dentro das profissões mais bem remuneradas, como engenharia, medicina ou advocacia. Nelas, a presença feminina também disparou e, entre médicos e dentistas, por exemplo, as mulheres já são mais de 70%. A diferença salarial nos grupos do topo, porém, mudou bem pouco de 1970 para cá, e as mulheres ainda seguem ganhando cerca de 30% menos que os colegas homens nas mesmas profissões.


[...]. São estas as principais conclusões apontadas por um estudo feito pela economista Laísa Rachter (Ibre/FGV) que comparou a presença de mulheres e os salários médios praticados no mercado de trabalho de todo o país desde 1970, com base nos dados do censo, entre 1970 e 2010, e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), para 2020. ‘A maternidade, os filhos e os afazeres domésticos ainda pesam mais sobre as mulheres, e demandam mais flexibilidade. A cultura organizacional ainda promove os profissionais baseada em critérios masculinos, como estar totalmente disponível ao trabalho ou trabalhar várias horas’, disse a pesquisadora da FGV”.


Juliana Elias, CNN Brasil Business, São Paulo, 02 de abril de 2021. Texto adaptado


Partindo das informações na matéria acima, avalie as seguintes proposições:


I. Depois de 50 anos, as mulheres ainda não possuem as mesmas condições de trabalho e ganho salarial que os homens.

II. A igualdade de condições de trabalho e de salários entre homens e mulheres hoje são conquistas próprias do mundo empresarial.

III. As profissionais liberais, nesse período, são as que mais conquistaram paridade salarial e igualdade diante dos colegas homens.

IV. A cultura das organizações, de modo geral, persiste valorizando colaboradores que não tenham maiores obrigações familiares.


É correto somente o que se afirma em

A
I e III.
B
II e III.
C
II e IV.
D
I e IV.
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Desde meados do século XX, o debate sobre preservação e cuidado com o meio ambiente natural veio se consolidando como urgente para as sociedades contemporâneas. No Brasil, por volta dos anos 1990, as questões ambientais começaram a fazer mais parte do debate midiático e público, de estratégias políticas, de legislações específicas e de medidas empresariais e particulares. Contudo, nestes primeiros anos do século XXI, no Brasil, o debate em favor do meio ambiente tem sido contestado e, até, desconsiderado por posicionamentos político-ideológicos que acusam, por exemplo, o “radicalismo dos ambientalistas” de impedir o desenvolvimento da indústria e da agricultura. A luta, então, dos “verdes” – um dos nomes dados com tom pejorativo aos promotores das causas ambientais hoje –, em defesa do meio ambiente ocorre, agora, ao lado da luta pela legitimidade e reconhecimento da contínua importância das questões ambientais.

Sobre a questão ambiental no Brasil, é correto concluir que

A
é suficientemente complexa e, assim, é complicado defender razões legítimas e válidas para as pautas pública e política.
B
a destruição do meio ambiente ocorre frequentemente por madeireiros e mineradores, daí a importância da política ambiental.
C
os produtos orgânicos, a reciclagem e a coleta seletiva de lixo são estratégias das empresas capitalistas cujo único objetivo é a obtenção de lucros.
D
os ambientalistas, no tocante ao meio ambiente, devem considerar as reivindicações e demandas do agronegócio para o desenvolvimento.