Questõessobre A Formação do Pensamento Sociológico
Para Max Weber, dentre os conceitos sociológicos fundamentais, o de ação social e de relação social
ocupam lugar central, sendo que a diferença principal entre um e outro está na ação social, ou seja, o
sujeito é motivado a agir na expectativa da conduta de outro, isto é, ele só age se houver uma reação do
outro, e, na relação social, há uma conduta plural, ou seja, vários sujeitos agem ao mesmo tempo, uns
em relação aos outros.
A Sociologia de Max Weber é chamada de Sociologia Compreensiva, porque, para ele, os fenômenos
sociais só podem ser compreendidos como fenômenos culturais, já que os indivíduos são portadores de
valores e dão sentido às suas ações pelo seu caráter subjetivo, agem e se relacionam uns com os outros
motivados e orientados por uma significação.
Max Weber elabora um recurso metodológico, os tipos ideais, que são meios do conhecimento,
construções mentais, ideais ou quadros do pensamento, definindo, no caso da ação social, objeto de
estudo da Sociologia, quatro tipos ideais: ação racional em relação a fins; ação racional em relação a
valores; ação tradicional e ação afetiva. Estes tipos ideiais de ação social se encontram em qualquer
realidade social e, por isso, se tornam gerais e ideais.
Segundo Max Weber, a ciência tem o papel de “ordenar” a realidade, que é caótica, indicando que o
investigador deve escolher aquilo que tem interesse e significado para ele, constituindo um fenômeno
particular, e examinar as suas conexões causais, isto é, a relação entre a causa e a consequência do
fenômeno, assim como as Ciências Naturais explicam o mundo da natureza.
Para entender o método proposto por MaxWeber, é fundamental partir da compreensão que ele tem do que
é a realidade social e de como o investigador (sujeito do conhecimento) pode explicá‑la e compreendê‑la.
Considera que a ciência social é uma ciência da realidade e, no entanto, a realidade é infinita, constituída
por um conjunto inesgotável de acontecimentos, sendo que, dessa forma, o conhecimento da realidade
está na possibilidade de captar a interação entre os homens e os valores, e apenas uma porção, uma
singularidade ou uma individualidade histórica pode ser apreendida cientificamente.
Segundo David Emile Durkheim, as categorias fundamentais do pensamento ou do conhecimento
científico têm origem religiosa e todas as instituições sociais, exceto a atividade econômica, nasceram
da religião, afirmando que “a religião, longe de ignorar a sociedade real e de abstraí-la, reflete a sua
imagem; ela reflete todos os seus aspectos, também os mais vulgares e os mais repelentes” (“As Formas
Elementares da Vida Religiosa”), sendo que, para ele, a representação ou ideia que a sociedade faz de
si mesma é parte da realidade social e tem a mesma força religiosa, isto é, uma força moral que leva os
indivíduos a acreditarem e a agirem.
Em "As Formas Elementares da Vida Religiosa", David Emile Durkheim busca a origem e a função
da religião, também compreendida como um fato social e, portanto, moral, sendo sua tese a de que
"a verdadeira função da religião não é nos fazer pensar, enriquecer nosso conhecimento, acrescentar
representações de outra natureza", [...] mas sim nos fazer agir, nos ajudar a viver”, sendo, pois, a crença,
a fé, o consenso, a ideia, a representação coletiva, que se constituem uma força moral, enquanto ação
da consciência coletiva sobre a individual, garantindo a vida em sociedade.
Nas obras "Da Divisão do Trabalho" e "O Suicídio", encontram-se formulações de David Emile Durkheim
sobre a anomia social, sendo que a primeira trata da “divisão do trabalho anômica”, vendo-a como um
fenômeno de natureza econômica, que leva a uma situação de desregramento ou de disfunção, e, a
segunda explica a anomia social, através do “suicídio anômico”, isto é, aquele que é determinado pela
negação do indivíduo em conviver com as regras morais da sociedade.
“O Suicídio”, de David Emile Durkheim, é considerado exemplar para demonstrar a legitimidade científica
da Sociologia, porque, nessa obra, ele escolhe um tema, que é um dos fatos mais íntimos dos homens, e
o trata como um fato social, ou seja, o suicídio tem uma determinação social, sendo, pois, a objetividade
do suicídio, ao examinar as estatísticas e sua evolução em determinadas sociedades, explicada em
termos sociológicos.
David Emile Durkheim observa que, nas sociedades modernas, a divisão do trabalho ocorre em todos
os âmbitos da sociedade, e, analogamente ao organismo humano, a sociedade também tem diferentes
órgãos e cada um tem uma função específica, e, assim, quanto mais avança a divisão do trabalho, mais
interdependentes se tornam as partes da sociedade.
Segundo David Emile Durkheim, os homens têm representações individuais e coletivas, além de uma
consciência individual e outra coletiva, de modo que, para buscar explicar como a sociedade se vê a
si mesma e o mundo à sua volta, é preciso combinar esses dois tipos de consciência, tomando como
referência os indivíduos.
Segundo David Emile Durkheim, para se explicar um fenômeno social, é necessário buscar a causa que
o produz e a função que desempenha, que, para ele, é a correspondência entre o fato examinado e as
necessidades de um organismo social, e, então, para identificar qual é a função de um fato social, é
indispensável identificar quais são as intenções que ele carrega.
A solidariedade social, conforme definida por David Emile Durkheim, não é um fenômeno moral, por isso
pode constranger ou obrigar os indivíduos a agirem de uma determinada forma aceita pela sociedade,
mas, na condição de uma força moral, pode ser observada, e, assim, ser analisada como fato social.
Para David Emile Durkheim, a coerção social exercida pelos fatos sociais é constituída pelas crenças
e práticas sociais que se institucionalizam, isto é, se estabelecem, se fixam e impõem determinadas
maneiras de agir, e como a crença e o comportamento instituídos pela sociedade são chamados de
instituição, a Sociologia pode ser definida como a ciência das instituições, de sua formação e do seu
funcionamento.
A Sociologia de David Emile Durkheim busca ser uma nova área do conhecimento, diferentemente das
Ciências Naturais e da Psicologia e, para isso, seria fundamental garantir a legitimidade científica do
método e dos principais conceitos, visto que ele trata a realidade social como uma realidade objetiva,
que pode ser observada, comparada, verificada e explicada, de modo que, para ele, o “efeito sensível”
ou aquilo que se exterioriza, se torna um fato externo, em substituição ao fato interno, para começar a
investigação.
O método proposto por David Emile Durkheim tem como um dos elementos fundamentais a afirmação
de que “os fenômenos sociais devem ser tratados como ‘coisas’ ”, isso porque a “atitude mental” do
pesquisador (sujeito do conhecimento) deve ser a de desvendar o que é ignorado ou desconhecido, já
que as representações sobre os fenômenos, formuladas sem método e sem crítica (as pré-noções), não
têm valor científico e o sociólogo, como qualquer cientista, precisa fazer “descobertas”.
Segundo David Emile Durkheim, o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais, ou seja, aqueles
que têm por substrato a sociedade e não o indivíduo, e se constituem em maneiras de agir, de pensar
e de sentir, que são exteriores ao homem individualmente e que têm um poder de coerção sobre ele,
diferenciando-se dos fenômenos psicológicos.
Leia o texto a seguir.
O avanço do uso de novas tecnologias de informação e comunicação altera as relações
sociais, os hábitos cotidianos e os costumes
das pessoas, especialmente nas grandes cidades. Um exemplo é a crescente utilização
da Internet, das redes sem fio, dos celulares e smartphones tanto em pesquisas escolares como nos espaços privados e públicos.
Nos trens, nos ônibus e nas ruas, o uso dessas tecnologias se multiplica e se transforma
quase em uma regra, relegando àqueles que
não os usam como comportamentos “fora dos
padrões”.
(Adaptado de: OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R. C. R. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial
Novo Milênio, 2013. p.250-254.)
Com base na charge, no texto e nos conhecimentos
sociológicos sobre os efeitos da expansão das novas
tecnologias de informação e comunicação nas relações sociais, assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir.
O avanço do uso de novas tecnologias de informação e comunicação altera as relações sociais, os hábitos cotidianos e os costumes das pessoas, especialmente nas grandes cidades. Um exemplo é a crescente utilização da Internet, das redes sem fio, dos celulares e smartphones tanto em pesquisas escolares como nos espaços privados e públicos. Nos trens, nos ônibus e nas ruas, o uso dessas tecnologias se multiplica e se transforma quase em uma regra, relegando àqueles que não os usam como comportamentos “fora dos padrões”.
(Adaptado de: OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R. C. R. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2013. p.250-254.)
Com base na charge, no texto e nos conhecimentos
sociológicos sobre os efeitos da expansão das novas
tecnologias de informação e comunicação nas relações sociais, assinale a alternativa correta.
(Disponível em:<https://sociologiareflexaoeacao.files.wordpress.com/2015/07/cena-cotidiana-autor-desconhecidofacebook.jpg>