Max Weber elabora um recurso metodológico, os tipos ideais, que são meios do conhecimento,
construções mentais, ideais ou quadros do pensamento, definindo, no caso da ação social, objeto de
estudo da Sociologia, quatro tipos ideais: ação racional em relação a fins; ação racional em relação a
valores; ação tradicional e ação afetiva. Estes tipos ideiais de ação social se encontram em qualquer
realidade social e, por isso, se tornam gerais e ideais.
Gabarito comentado
Resposta: E — Errado
Tema central: compreensão do método do tipo ideal em Max Weber e os quatro tipos de ação social. É importante distinguir o status metodológico desses tipos (construções analíticas) da afirmação de que seriam universais empíricas.
Resumo teórico: Weber usa o tipo ideal como uma ferramenta metodológica — uma construção mental que acentua traços relevantes para a análise social. Aplicado à ação social, Weber distingue quatro tipos típicos: ação racional com relação a fins (Zweckrational), ação racional com relação a valores (Wertrational), ação tradicional e ação afetiva (ver Economy and Society, M. Weber, 1922).
Por que a afirmativa é ERRADA: o enunciado erra ao afirmar que esses tipos “se encontram em qualquer realidade social e, por isso, se tornam gerais e ideais”. Weber não afirma que os tipos ideais são universais empíricos que aparecem puros em todas as sociedades. Pelo contrário, eles são modelos analíticos — instrumentos para comparar e interpretar comportamentos sociais. Podem aparecer elementos desses tipos na realidade, isoladamente ou combinados, mas não há garantia de sua presença intacta em toda realidade social. Portanto, a justificativa causal do enunciado (porque se encontram em qualquer realidade social tornam‑se gerais) distorce a natureza metodológica do tipo ideal.
Fonte recomendada: Max Weber, Economy and Society (Wirtschaft und Gesellschaft), e Weber, “The Methodology of the Social Sciences” — consulte também comentários em Anthony Giddens, Sociology, para interpretação didática.
Dica para provas: desconfie de afirmações que transformam ferramentas metodológicas em leis empíricas universais. Pergunte-se: o autor fala de um recurso teórico/analítico ou de uma observação empírica? Palavras como “sempre”, “em qualquer realidade” costumam indicar pegadinhas.
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