Questõesde USP sobre Português

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USP 2014 - Português - Interpretação de Textos

As práticas de Jão Fera que permitem ao narrador classificá-lo como “capanga" assemelham-se, sobretudo, às da personagem citadina do

                      

A
valentão Chico-Juca, nas Memórias de um sargento de milícias.
B
malandro Prudêncio, nas Memórias póstumas de Brás Cubas.
C
arrivista Miranda, em O cortiço.
D
agregado Zé Fernandes, em A cidade e as serras.
E
soldado amarelo, em Vidas secas.
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USP 2014 - Português - Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Orações subordinadas adverbiais: Causal, Comparativa, Consecutiva, Concessiva, Condicional...

Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho “mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada” (L. 17-18) expressa ideia de

                      

A
tempo.
B
qualidade.
C
intensidade.
D
modo.
E
negação.
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USP 2014 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Morfologia - Verbos, Pronomes pessoais retos, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe, Morfologia - Pronomes

Considere os seguintes comentários sobre diferentes elementos linguísticos presentes no texto:


I. Em “alcançou o capanga um casal de velhinhos” (L. 1-2), o contexto permite identificar qual é o sujeito, mesmo este estando posposto.


II. O verbo sublinhado no trecho “que seguiam diante dele o mesmo caminho” (L. 2-3) poderia estar no singular sem prejuízo para a correção gramatical.


III. No trecho “que destinavam eles uns cinquenta mil-réis” (L. 5), podeͲse apontar um uso informal do pronome pessoal reto “eles”, como na frase “Você tem visto eles por aí?”.


Está correto o que se afirma em

                      

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I e II, apenas.
E
I, II e III.
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USP 2014 - Português - Interpretação de Textos

Examine a figura.


                            

                                                                         http://www.quino.com.ar/


Os versos de Carlos Drummond de Andrade que mais adequadamente traduzem a principal mensagem da figura acima são:


A
 Stop.

A vida parou

ou foi o automóvel?

B
As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.

C
Um silvo breve. Atenção, siga.

Dois silvos breves: Pare.

Um silvo breve à noite: Acenda a lanterna.

Um silvo longo: Diminua a marcha.

Um silvo longo e breve: Motoristas a postos.

                                                    (A este sinal todos os motoristas tomam lugar nos

                                                   seus veículos para movimentá-los imediatamente.) 

D
proibido passear sentimentos

ternos ou  

nesse museu do pardo indiferente 

E
Sim, meu coração é muito pequeno.

Só agora vejo que nele não cabem os homens.

Os homens estão cá fora, estão na rua.

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USP 2014 - Português - Interpretação de Textos

Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos. 


                                                                    Antonio Candido, “Dez livros para entender o Brasil". 

                                                                                            Teoria e debate. Ed. 45, 01/07/2000. 


Constitui recurso estilístico do texto


I. a combinação da variedade culta da língua escrita, que nele é predominante, com expressões mais comuns na língua oral;


II. a repetição de estruturas sintáticas, associada ao emprego de vocabulário corrente, com feição didática;


III. o emprego dominante do jargão científico, associado à exploração intensiva da intertextualidade.


Está correto apenas o que se indica em

A
I.
B
II.
C
I e II.
D
III.
E
I e III.
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USP 2014 - Português - Interpretação de Textos

      Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos.


                                                                    Antonio Candido, “Dez livros para entender o Brasil".

                                                                                            Teoria e debate. Ed. 45, 01/07/2000. 


Traduz uma ideia presente no texto a seguinte afirmação:


A
O efeito de um livro sobre o leitor é condicionado pela quantidade de informações que o texto veicula.
B
A recepção de um livro pode ser influenciada pela situação vivida pelo leitor.
C
A verdadeira erudição não dispensa a leitura dos bons manuais escolares.
D
A leitura de um livro a qual tem finalidades meramente práticas prejudica a assimilação do conhecimento.
E
O reconhecimento do valor de um livro depende, primordialmente, dos sentimentos pessoais do leitor.
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USP 2014 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua publicação, é correto afirmar que a esse período corresponde o processo de

A
reforma e crise do Império Português na América.
B
triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia.
C
Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional.
D
consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro.
E
Proclamação da República e instauração da Primeira República.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos

Leia as seguintes afirmações sobre o poema de Drummond, considerado no contexto do livro a que pertence:

I. No conjunto formado pelos poemas do livro, a referência ao Morro da Babilônia n feita no título do texto n mais as menções ao Leblon e ao Méier, a Copacabana, a São Cristóvão e ao Mangue, n presentes em outros poemas n, sendo todas, ao mesmo tempo, espaciais e de classe, constituem uma espécie de discreta topografia social do Rio de Janeiro.
II. Nesse poema, assim como ocorre em outros textos do livro, a atenção à vida presente abre-se também para a dimensão do passado, seja ele dado no registro da história ou da memória.
III. A menção ao “cavaquinho bem afinado”, ao cabo do poema, revela ter sido nesse livro que o poeta finalmente assumiu as canções da música popular brasileira como o modelo definitivo de sua lírica, superando, assim, seu antigo vínculo com a poesia de matriz culta ou erudita.

Está correto o que se afirma em

            Morro da Babilônia

À noite, do morro
descem vozes que criam o terror
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua
                                                                         [geral).
Quando houve revolução, os soldados se espalharam
                                                                        [no morro,
o quartel pegou fogo, eles não voltaram.
Alguns, chumbados, morreram.
O morro ficou mais encantado.

Mas as vozes do morro
não são propriamente lúgubres.
Há mesmo um cavaquinho bem afinado
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.

                                    Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo.


A
I, apenas.
B
I e II, apenas.
C
III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos

Guardadas as diferenças que separam as obras a seguir comparadas, as tensões a que remete o poema de Drummond derivam de um conflito de

            Morro da Babilônia

À noite, do morro
descem vozes que criam o terror
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua
                                                                         [geral).
Quando houve revolução, os soldados se espalharam
                                                                        [no morro,
o quartel pegou fogo, eles não voltaram.
Alguns, chumbados, morreram.
O morro ficou mais encantado.

Mas as vozes do morro
não são propriamente lúgubres.
Há mesmo um cavaquinho bem afinado
que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.

                                    Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo.


A
caráter racial, assim como sucede em A cidade e as serras.
B
grupos linguísticos rivais, de modo semelhante ao que ocorre em Viagens na minha terra.
C
fundo religioso e doutrinário, como o que agita o enredo de Til.
D
classes sociais, tal como ocorre em Capitães da areia.
E
interesses entre agregados e proprietários, como o que tensiona as Memórias póstumas de Brás Cubas.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos

As expressões “ares aristocráticos” e “descamisados” relacionam-se, respectivamente,

                                    Ata


            Acredito que o mau tempo haja concorrido para que os sabadoyleanos* hoje não estivessem na casa de José Mindlin, em São Paulo, gozando das delícias do cuscuz paulista aqui amavelmente prometido. Depois do almoço, visita aos livros dialogantes, na expressão de Drummond, não sabemos se no rigoroso sistema de vigilância de Plínio Doyle, mas de qualquer forma com as gentilezas das reuniões cariocas. Para o amigo de São Paulo as saudações afetuosas dos ausentes- presentes, que neste instante todos nos voltamos para o seu palácio, aquele que se iria desvestir dos ares aristocráticos para receber camaradescamente os descamisados da Rua Barão de Jaguaribe.
            Guarde, amigo Mindlin, para breve o cuscuz da tradição bandeirante, que hoje nos conformamos com os biscoitos à la Plínio Doyle.

                                                                                    Rio, 20-11-1976.


Signatários: Carlos Drummond de Andrade, Gilberto de Mendonça Teles, Plínio Doyle e outros.

Cartas da biblioteca Guita e José Mindlin. Adaptado.


* “sabadoyleanos”: frequentadores do sabadoyle, nome dado ao encontro de intelectuais, especialmente escritores, realizado habitualmente aos sábados, na casa do bibliófilo Plínio Doyle, situada no Rio de Janeiro.



A
aos “sabadoyleanos” e a Plínio Doyle.
B
a José Mindlin e a seus amigos cariocas.
C
a “gentilezas” e a “camaradescamente”.
D
aos signatários do documento e aos amigos de São Paulo.
E
a “reuniões cariocas” e a “tradição bandeirante”.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o seguinte texto.

O autor pensava estar romanceando o processo brasileiro de guerra e acomodação entre as raças, em conformidade com as teorias racistas da época, mas, na verdade, conduzido pela lógica da ficção, mostrava um processo primitivo de exploração econômica e formação de classes, que se encaminhava de um modo passavelmente bárbaro e desmentia as ilusões do romancista.

Roberto Schwarz. Adaptado.

Esse texto crítico refere-se ao livro

A
Memórias de um sargento de milícias.
B
Til.
C
O cortiço.
D
Vidas secas.
E
Capitães da areia.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos

Da leitura do texto, depreende-se que

                                    Ata


            Acredito que o mau tempo haja concorrido para que os sabadoyleanos* hoje não estivessem na casa de José Mindlin, em São Paulo, gozando das delícias do cuscuz paulista aqui amavelmente prometido. Depois do almoço, visita aos livros dialogantes, na expressão de Drummond, não sabemos se no rigoroso sistema de vigilância de Plínio Doyle, mas de qualquer forma com as gentilezas das reuniões cariocas. Para o amigo de São Paulo as saudações afetuosas dos ausentes- presentes, que neste instante todos nos voltamos para o seu palácio, aquele que se iria desvestir dos ares aristocráticos para receber camaradescamente os descamisados da Rua Barão de Jaguaribe.
            Guarde, amigo Mindlin, para breve o cuscuz da tradição bandeirante, que hoje nos conformamos com os biscoitos à la Plínio Doyle.

                                                                                    Rio, 20-11-1976.


Signatários: Carlos Drummond de Andrade, Gilberto de Mendonça Teles, Plínio Doyle e outros.

Cartas da biblioteca Guita e José Mindlin. Adaptado.


* “sabadoyleanos”: frequentadores do sabadoyle, nome dado ao encontro de intelectuais, especialmente escritores, realizado habitualmente aos sábados, na casa do bibliófilo Plínio Doyle, situada no Rio de Janeiro.



A
o anfitrião carioca, embora gentil, é cioso de sua biblioteca.
B
o anfitrião paulista recebeu com honrarias os amigos cariocas, que visitaram a sua biblioteca.
C
os cariocas não se sentiram à vontade na casa do paulista, a qual, na verdade, era uma mansão.
D
os cariocas preferiram ficar no Rio de Janeiro, embora a recepção em São Paulo fosse convidativa.
E
o fracasso da visita dos cariocas a São Paulo abalou a amizade dos bibliófilos.
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USP 2012 - Português - Análise sintática, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe

Na composição do texto, foram usados, reiteradamente,

I. sujeitos pospostos;
II. termos que intensificam a ideia de movimento;
III. verbos no presente histórico.

Está correto o que se indica em

            V - O samba

            À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento.
            (...)
            É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas.
            Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar- se.
            Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das aparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco. (...)


                                                                                                José de Alencar, Til.

(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.
A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I e II, apenas.
E
I, II e III.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos

Considerada no contexto histórico a que se refere Til, a desenvoltura com que os escravos, no excerto, se entregam à dança é representativa do fato de que

            V - O samba

            À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento.
            (...)
            É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas.
            Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar- se.
            Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das aparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco. (...)


                                                                                                José de Alencar, Til.

(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.
A
a escravidão, no Brasil, tal como ocorreu na América do Norte e no Caribe, foi branda.
B
se permitia a eles, em ocasiões especiais e sob vigilância, que festejassem a seu modo.
C
teve início nas fazendas de café o sincretismo das culturas negra e branca, que viria a caracterizar a cultura brasileira.
D
o narrador entendia que o samba de terreiro era, em realidade, um ritual umbandista disfarçado.
E
foi a generalização, entre eles, do alcoolismo, que tornou antieconômica a exploração da mão de obra escrava nos cafezais paulistas.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao comentar o romance Til e, inclusive, a cena do capítulo “O samba”, aqui reproduzida, Araripe Jr., parente do autor e estudioso de sua obra, observou que esses são provavelmente os textos em que Alencar “mais se quis aproximar dos padrões” de uma “nova escola”, deixando, neles, reconhecível que, “no momento” em que os escreveu, “algum livro novo o impressionara, levando-o pelo estímulo até superfetar* a sua verdadeira índole de poeta”. Alguns dos procedimentos estilísticos empregados na cena aqui reproduzida indicam que a “nova escola” e o “livro novo” a que se refere o crítico pertencem ao que historiadores da literatura chamaram de

(*) “superfetar” = exceder, sobrecarregar, acrescentar-se (uma coisa a outra).

            V - O samba

            À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento.
            (...)
            É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas.
            Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar- se.
            Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das aparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco. (...)


                                                                                                José de Alencar, Til.

(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.
A
Romantismo-Condoreirismo.
B
Idealismo-Determinismo.
C
Realismo-Naturalismo.
D
Parnasianismo-Simbolismo.
E
Positivismo-Impressionismo.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação, Variação Linguística, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Para adequar a linguagem ao assunto, o autor lança mão também de um léxico popular, como atestam todas as palavras listadas na alternativa

            V - O samba

            À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento.
            (...)
            É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas.
            Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar- se.
            Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das aparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco. (...)


                                                                                                José de Alencar, Til.

(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.
A
saracoteio, brasido, rabanar, senzalas.
B
esperneiam, senzalas, pincham, delírio.
C
saracoteio, rabanar, cangote, pincham.
D
fazenda, rabanar, cinzas, esperneiam.
E
delírio, cambalhotas, cangote, fazenda.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes demonstrativos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Pronomes pessoais oblíquos, Pontuação, Uso da Vírgula, Morfologia - Pronomes

Dos seguintes comentários linguísticos sobre diferentes trechos do texto, o único correto é:

            A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos n econômicos, políticos, ou sociais n são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos.

                                    Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.


A
Os prefixos das palavras “imposição” e “imparcial” têm o mesmo sentido.
B
As palavras “postulado” e “crença” foram usadas no texto como sinônimas.
C
A norma-padrão condena o uso de “essa”, no trecho “essa opinião”, pois, nesse caso, o correto seria usar “esta”.
D
A vírgula empregada no trecho “e a difusão desses conhecimentos, a mais completa” indica que, aí, ocorre a elipse de um verbo.
E
O pronome sublinhado em “que os tornem” tem como referente o substantivo “termos”.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor

            A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos n econômicos, políticos, ou sociais n são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos.

                                    Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.


A
vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.
B
considera utópicos os objetivos dessas ciências.
C
prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
D
discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
E
utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

A palavra que o cronista omite no título, substituindo-a por reticências, ele a emprega no último parágrafo, na posição marcada com pontilhado. Tendo em vista o contexto, conclui-se que se trata da palavra

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A
desanimando.
B
crescendo.
C
inventando.
D
brincando.
E
desaprendendo.
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USP 2012 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Considere as seguintes substituições propostas para diferentes trechos do texto:

I. “o número a que chegasse” (L. 14-15) = o número a que alcançasse.
II. “Lembro o orgulho” (L. 18) = Recordo-me do orgulho.
III. “coisas que deixamos de fazer” (L. 28-29) = coisas que nos descartamos.
IV. “não há mais bondes” (L. 31) = não existe mais bondes.


A correção gramatical está preservada apenas no que foi proposto em

imagem-131.jpg

A
I.
B
II.
C
III.
D
II e IV.
E
I, III e IV.