Questõessobre Uso das aspas

1
1
Foram encontradas 75 questões
3eb002b7-75
UECE 2021 - Português - Uso das aspas, Pontuação

Atente para o seguinte trecho: “‘promover a poesia oral, falar poesias, ler, escrever, promover batalhas de performances poéticas, é transformar os slams em linguagem’ e, pensando nisso, levou o slam às escolas, pois ‘poesia é educação’” (linhas 195-200). Quanto ao uso das aspas, é correto afirmar que indica 

Texto 3


Adaptado de NEVES, Cynthia Agra de Brito. “Slam” é voz de identidade e resistência dos poetas contemporâneos. Disponível em https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/slam-e-voz-de-identidade-e-resistencia-dos-poetas-contemporaneos/ Acesso em 14 de setembro de 2021.

A
o discurso de outrem.
B
o sentido figurado da linguagem.
C
a utilização de neologismos.
D
a utilização de gírias.
a0290d46-67
UFPR 2021 - Português - Uso das aspas, Pontuação

Com relação ao emprego de aspas nas expressões “McDonaldização”, linha 4 do texto, e “grande aceleração”, linha 16, assinale a alternativa que explicita o uso correto em cada uma.

O texto a seguir é referência para a questão. 


(Peter Burke. Quando foi a globalização? In: O historiador como colunista: ensaios da Folha. RJ: Civilização Brasileira, 2009. Adaptado.)

A
As aspas foram usadas, respectivamente, para identificar nome próprio estrangeiro e designação de um conceito.
B
As aspas foram empregadas, em ambos os casos, para marcar o ponto de vista do autor do texto.
C
As aspas foram usadas, respectivamente, para indicar a citação de uma logomarca comercial e de um neologismo.
D
As aspas ressaltam, nos dois casos, o emprego de gírias e de expressão coloquial em texto formal.
E
As aspas marcam, respectivamente, um processo híbrido de formação de palavras e outro de concepção autoral.
d884162f-05
PUC-MINAS 2021 - Português - Uso das aspas, Pontuação

As aspas e outras marcações da escrita obedecem a um código convencionado e, portanto, a um sistema de regras. Vejamos em que circunstâncias se usam as aspas (duplas) com maior frequência:

1) Antes e depois de uma citação textual ou para assinalar transcrições textuais, ou seja, indicar no texto que você está escrevendo, uma palavra ou expressão que foi usada pelo autor citado ou que costuma ser associada a ele;

2) Quando no trecho citado entre aspas existem palavras aspeadas, você deve destacá-las com aspas simples. Em resumo, usam-se aspas simples dentro de aspas duplas. Além desses casos, elas são também usadas para:

3) Marcar apelidos, nomes e títulos (de livros, revistas, obras de arte etc.);

4) Ressaltar gírias, neologismos, estrangeirismos ou quaisquer palavras estranhas ao contexto vernáculo;

5) Destacar as alíneas nas citações de textos legais;

6) Realçar palavras e expressões a que se quer dar um sentido particular ou figurado.

É neste último caso que as aspas simples indicam o emprego de palavras em sentido diverso do que lhe é habitual.

Fonte:
MARTINO, Agnaldo; LENZA, Pedro (coord.). Português esquematizado: gramática, interpretação de texto,
redação oficial, redação discursiva. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 241. Adaptado.


Atente para os excertos e justificativas e assinale a correlação CORRETA:

A
[...]. depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo”. Nº 3 – marcar título de algo (rótulo, nome, apelido).
B
Ao ir escrevendo este texto, ia "tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. ➜ Nº 1 = indicar transcrição textual de algo dito por outrem.
C
Com ela, a leitura da palavra, da frase, da sentença, jamais significou uma ruptura com a "leitura" do mundo. ➜ Nº 6 = realçar palavra com um sentido particular ou figurado.
D
Os "textos", as "palavras”, as "letras” daquele contexto - em cuja percepção experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber. ➜ Nº 4 = ressaltar palavra estranha ao contexto vernáculo.
6fb8719c-06
UNIFESP 2015 - Português - Uso das aspas, Pontuação

O emprego das aspas no interior da fala do escrivão indica que tal trecho

A questão focaliza uma passagem da comédia O juiz de paz da roça do escritor Martins Pena (1815-1848).

JUIZ (assentando-se): Sr. Escrivão, leia o outro requerimento.
ESCRIVÃO (lendo): Diz Francisco Antônio, natural de Portugal, porém brasileiro, que tendo ele casado com Rosa de Jesus, trouxe esta por dote uma égua. “Ora, acontecendo ter a égua de minha mulher um filho, o meu vizinho José da Silva diz que é dele, só porque o dito filho da égua de minha mulher saiu malhado como o seu cavalo. Ora, como os filhos pertencem às mães, e a prova disto é que a minha escrava Maria tem um filho que é meu, peço a V. Sa. mande o dito meu vizinho entregar-me o filho da égua que é de minha mulher”.
JUIZ: É verdade que o senhor tem o filho da égua preso?
JOSÉ DA SILVA: É verdade; porém o filho me pertence, pois é meu, que é do cavalo.
JUIZ: Terá a bondade de entregar o filho a seu dono, pois é aqui da mulher do senhor.
JOSÉ DA SILVA: Mas, Sr. Juiz...
JUIZ: Nem mais nem meios mais; entregue o filho, senão, cadeia.

(Martins Pena. Comédias (1833-1844), 2007.)
A
reproduz a solicitação de Francisco Antônio.
B
recorre a jargão próprio da área jurídica.
C
reproduz a fala da mulher de Francisco Antônio.
D
é desacreditado pelo próprio escrivão.
E
deve ser interpretado em chave irônica.
9232e96b-02
UNIFOA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao longo do TEXTO, encontramos diversos trechos entre aspas, tais como “espírito de combate da tropa”, “fazer o debate” e “alguns papelotes de cocaína”. Esses trechos têm por objetivo:

A indiferença com a violência nas favelas do Rio de Janeiro

O silêncio de autoridades e instituições revela o fatalismo de uma política de segurança pública falida

Marcelo Baumann Burgo

 

A rotina de tiroteios em diversas favelas do Rio de Janeiro tem por cenário um labirinto de casas recheadas de seres humanos, acuados e humilhados. O quadro ultrapassa as raias do absurdo, e nem os escritores do realismo mágico seriam capazes de imaginá-lo.

O que mais surpreende, contudo, é o silêncio condescendente das autoridades e instituições cujo papel deveria ser o de, antes de qualquer outra coisa, zelar pelas garantias mínimas do direito à vida e integridade física dos cidadãos.

            Mas ao que tudo indica, para os moradores das favelas cariocas, nem mesmo esse aspecto elementar do pacto hobbesiano tem sido preservado, o que sugere que, para eles, a lei é a da barbárie. Na favela da Rocinha, por exemplo, desde setembro de 2017, a cada três dias pelo menos uma pessoa – incluindo policiais - morreu nesses confrontos.

O primeiro e mais ensurdecedor silêncio é o do governador e das autoridades da segurança pública estaduais e federais. No máximo, se manifestam quando algum policial é morto no “campo de batalha”, para lamentar sua perda e reafirmar o “espírito de combate da tropa”.

Diante desse silêncio deliberado, ficam no ar várias perguntas: como explicar o sentido de uma política de segurança que tem como efeito real a tortura diária da população das favelas, que se vê obrigada a conviver com um fogo cruzado intenso e aleatório? Quem realmente responde por ela, e pelas mortes e sofrimento que ela provoca? Onde se pretende chegar com isso? Quais as suas razões “técnicas”, se é que não é uma ofensa às vítimas formular essa pergunta? SILÊNCIO...

Sob esse primeiro vácuo de respostas, há um segundo nível de silêncio, o das instituições que deveriam questionar as autoridades estaduais e federais. Cadê os poderes legislativos, que não criam um grupo suprapartidário de parlamentares para interpelar o governo? Neste caso, não vale alegar que estamos aguardando as próximas eleições para “fazer o debate”, pois o sofrimento é hoje, e a morte espreita diariamente a vida dessa população.

E o Ministério Público, que não organiza uma força-tarefa para, tempestivamente, proteger a ordem jurídica escandalosamente violada, com a agressão de todo tipo aos direitos fundamentais dos cidadãos? SILÊNCIO...

Sob essa segunda e espessa camada de silêncios, subsiste uma terceira igualmente decisiva, a da grande imprensa. Não que ela não faça a crônica diária dos tiroteios, mas em geral as faz descrevendo os fatos com aparente neutralidade, como se eles simplesmente fizessem parte da rotina, não dando sinais, portanto, de que reflete sobre o que significa informar, em uma mesma matéria, que três ou quatro pessoas morreram ou se feriram, e que a operação teve como saldo a apreensão de “um fuzil”, “dez trouxinhas de maconha”, e “alguns papelotes de cocaína”...

Cadê os editoriais cobrando respostas das autoridades? Cadê o trabalho que, em outras áreas da vida pública, por exemplo na questão da corrupção, a grande imprensa faz com tanto zelo para mobilizar a opinião pública? No caso da rotina de tiroteios nas favelas o que parece resultar do trabalho da grande imprensa é o oposto da mobilização, ou seja, um efeito de resignação diante da violência ordinária.

Restaria, ainda, a sociedade civil organizada. Cadê a OAB, CNBB, ABI, as universidades, associações de bairro, e tantas outras que se irmanaram na luta contra a ditadura? Para ser justo com elas, até esboçaram alguma reação, mas sem força para fazer diferença. Com isso, tudo se passa como se esse bangue-bangue diário e estúpido dissesse respeito apenas aos moradores das favelas. Será que devemos esperar que somente eles se mobilizem?

Como se vê, para além de quaisquer outras razões de ordem econômica e social, o que se passa com a (in)segurança nos territórios populares do Rio de Janeiro deve ser creditado, antes de mais nada, aos silêncios e omissões de diferentes autoridades e instituições. Tal postura não deixa de revelar o quadro de fatalismo e perplexidade a que chegamos e não por acaso! Pois não há mesmo muito a se fazer com o modelo atual de segurança pública.

Em face de uma trama social que se torna cada vez mais complexa, a verdade é que não há como insistir com respostas casuísticas, provisórias e crescentemente brutais, que sintomaticamente já não podem prescindir do apoio recorrente das Forças Armadas.

Mas se é assim, que ao menos se reconheça, com honestidade, a necessidade de enfrentarmos um amplo debate sobre a reforma estrutural das instituições de segurança pública, a começar pelas polícias civil e militar. A cada dia, sua incompatibilidade com o projeto de democracia se mostra mais explícita.

O sofrimento de quem convive diariamente sob a tortura da loteria dos tiroteios nos territórios populares não terá como ser reparado, mas ainda não é tarde demais para mobilizarmos energia para esse debate.

No caso do Rio de Janeiro, o mínimo aceitável seria exigir que as autoridades, de um lado, contribuíssem para precipitar esta discussão e, de outro, interrompessem imediatamente a escalada do descalabro que elas vêm chancelando, movidas sabe-se lá por que tipo de cálculo.

 

Adaptado a partir de: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-indiferenca-com-a-violencia-nasfavelas-do-rio-de-janeiro /. Acesso em 10 de maio de 2018.

A
apresentar citações diretas de autores da área da sociologia e criminologia crítica.
B
apresentar afirmações que são e/ou foram usualmente mencionadas nas situações descritas pelo texto.
C
descrever afirmações do atual governador do estado do Rio de Janeiro em situações de chacina.
D
apresentar trechos de gravações captadas em investigação realizada na polícia do Rio de Janeiro.
E
descrever afirmações das classes populares que explicam o motivo da violência por elas sofrida.
3ef70cf2-f9
UFRGS 2019 - Português - Interpretação de Textos, Gêneros Textuais, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia a crônica "Farra", de Millôr Fernandes.

Nossa modesta profissão - "artista" ou "escritor" - tem uma incrível concorrência amadora. Todo medico, engenheiro, ou físico, sempre desenha melhor do que nos; todo arquiteto, biólogo ou construtor, nas horas de folga, escrevem coisas que ... nem Flaubert, pô! Todos, naturalmente, esperando se aposentar de suas coisas mais serias e profundas para se dedicar full-time a estas (nossas) atividades e provar que apenas não tinham tempo disponível. Mas se pensam que não vou reagir, estão enganados. Também estou apenas esperando me aposentar para ser um militar amador ou melhor, por que não?, um ginecologista amador. Ou não pode?

Considere as seguintes afirmações sabre a crônica.

I - O uso de aspas em "artista" e "escritor" marca a ironia em relação a profissões reconhecidas, coma medico, engenheiro ou físico.
II - O autor quer se aposentar para ser ginecologista amador.
Ill- O uso da ironia permite discutir o que e ser profissional ou amador.

Quais estão corretas?

A
Apenas I.
B
Apenas II.
C
Apenas III.
D
Apenas I e III.
E
I, II e III.
213759ab-f7
UEG 2015 - Português - Interpretação de Textos, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No texto, as palavras “rebanho” e “livremente” são colocadas entre aspas com o objetivo de

Leia o texto a seguir para responder à questão.



A
marcar sua inadequação semântica.
B
destacar seus significados equivalentes.
C
enfatizar seu uso metafórico e aproximado.
D
restringir sua interpretação ao sentido literal.
cd2982fc-eb
ULBRA 2010 - Português - Interpretação de Textos, Uso das aspas, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Pontuação

Em quais das alternativas abaixo, as aspas foram utilizadas com o fim exclusivo de marcar emprego de discurso direto?

I – “The 99” (linha 4);
II – “As palavras do presidente Obama serviram de empurrão” (linhas 11-12);
III – “O que posso dizer é que tudo começa com desconfiança entre os dois lados, que mais tarde é superada para salvar o mundo.” (linhas 13-14);


A
Apenas I e II.
B
Apenas II e III.
C
Apenas I e III.
D
Apenas I.
E
Apenas III.
11b8def5-6a
UPE 2021 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes demonstrativos, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Quanto aos recursos lexicais, gramaticais e gráficos empregados no Texto 1 e seus efeitos nos sentidos, analise as afirmativas a seguir.

1) As aspas em "convidados" revelam que o narrador ficou surpreso ao ser convidado para o evento do dia 13 de Maio.
2) A designação 'Navio Negreiro‘ para a mesa de refeição foi ofensiva ao narrador, porque simboliza a opressão e a violência que vitimam os negros, há séculos.
3) Em: "Quando vi aquilo", o pronome (destacado) se refere ao trecho "mesa central do refeitório, decorada com as palavras 'Navio Negreiro'"; o uso de 'aquilo', nesse caso, reforça que o narrador despreza a ação de seus colegas e discorda dela. 4) O termo "bandeira de luta" sinaliza a ideia de "ir à forra", "passar por cima", isto é, destruir a supremacia branca.

Estão CORRETAS:

Texto 1 


13 DE MAIO


Foi quando eu era seminarista no interior de São Paulo. Era 13 de maio de 1966 e os meus colegas de seminário, quase todos descendentes de italianos ou alemães, resolveram homenagear o dia da abolição dos escravos com um almoço. Nós, os poucos negros ou pardos da turma, fomos "convidados" a sentar na mesa central do refeitório, decorada com as palavras 'Navio Negreiro'. Quando vi aquilo me recusei e me sentei numa mesa lateral, com todos os outros colegas. Pois os organizadores daquilo me pegaram à força, me arrastaram e me fizeram sentar na marra junto aos outros negros, no que considerei uma ofensa gravíssima. Arrumei as malas para ir embora, mas fui convencido a ficar pelo padre do local. Ele me recomendou que deixasse o ódio passar e que tomasse aquele episódio como bandeira de luta para um mundo melhor. E, de fato, aquele episódio alterou radicalmente a direção da minha vida. Foi a partir de então que tirei a foto do meu pai, que era negro, do fundo da minha mala, e coloquei-a ao lado da fotografia da minha mãe, branca, com os meus objetos pessoais.


Frei David Raimundo dos Santos, 63 anos, frade, fundador da ONG Educafro. Disponível em: www.educafro.org.br Acesso em: 15 set. 2020. Adaptado.

A
1 e 2, apenas. 
B
1, 2 e 3, apenas. 
C
1, 3 e 4, apenas. 
D
2 e 3, apenas.
E
3 e 4, apenas.
9c8e6cd4-5f
ENEM 2020 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O ouro do século 21

Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século 21", "elementos do futuro" ou “vitaminas da indústria", eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua exploração.

SILVEIRA. E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br
Acesso em: 6 dez 2017 (adaptado)

As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para

A
imprimir um tom irônico à reportagem.
B
incorporar citações de especialistas à reportagem.
C
atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
D
esclarecer termos científicos empregados na reportagem.
E
marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem.
c0172885-fd
ENCCEJA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Nesse texto, as falas do homem descrito pelo narrador são marcadas por aspas e algumas palavras grafadas em itálico. Esses destaques caracterizam uma variedade linguística

O Lavrador

    

    Esse homem deve ser de minha idade – mas sabe muito mais coisas. Era colono em terras mais altas, se aborreceu com o fazendeiro, chegou aqui ao Rio Doce quando ainda se podia requerer duas colônias de cinco alqueires “na beira da água grande” quase de graça. Brocou a mata com a foice, depois derrubou, queimou, plantou seu café.

    Explica-me: “Eu trabalho sozinho, mais o menino meu.” Seu raciocínio quando veio foi este: “Vou tratar de cair na mata; a mata é do governo, e eu sou fio do Estado, devo ter direito.” Confessa que sua posse até hoje não está legalizada: “Tenho de ir a Linhares, mas eu magino esse aguão...”

BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio Janeiro: Record, 2004.

A
etária, pois os homens tinham a mesma idade.
B
de região, pois o fato ocorreu em Linhares.
C
de registro, pois indicam falas informais.
D
social, pois se referem ao dialeto caipira.
c6d5acf9-d8
IF-TO 2016 - Português - Uso das aspas, Pontuação

Analise o excerto abaixo, extraído do texto.

Certa vez me entregaram um bilhete que dizia: “Se você ama alguém, deixe-o livre.”

As aspas foram empregadas para:

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Revogue-se


Relacionamentos se constroem ao longo dos anos de sua duração: os dois parceiros vão tramar consciente ou inconscientemente a teia que os vai envolver ou separar, o casulo onde vão abrigar ou sufocar seus filhos. 
Amor não deveria ser prisão ou dever, mas crescimento e libertação. Porém, se gostamos de alguma coisa ou de alguém, queremos que esteja sempre conosco. Perda e separação significam sofrimento, mas não o fim da vida nem o fim de todos os afetos. 
Certa vez me entregaram um bilhete que dizia: “Se você ama alguém, deixe-o livre.” Poucas afirmações são tão difíceis de cumprir, poucas contêm tamanha sabedoria em relação aos amores [...]. Amor é risco, viver é risco. Pois permitir, até querer que o outro cresça ao nosso lado, pode significar que crescerá afastando-se de nós.
Mas – essa é a força e a beleza do desafio de uma vida a dois – o outro, crescendo, pode se abrir mais para nós, que participaremos dessa expansão. Instaura-se uma instigante parceria amorosa, na qual o tempo não servirá para desgaste, mas para construção. É um processo de refinamento da cumplicidade que brilha em algumas relações mesmo depois de muitos anos, muitas perdas, e muitos difíceis recomeços – desde que haja sobre o que reconstruir. [...]


LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005. p. 145. (Fragmento).

A
Marcar o diálogo em substituição ao travessão.
B
Destacar uma palavra ou expressão dentro da frase.
C
Indicar uma citação.
D
Dar outra conotação à palavra “livre”.
E
Indicar a fala de um personagem.
239dc15e-ea
IF Sul Rio-Grandense 2017 - Português - Interpretação de Textos, Morfologia - Verbos, Pronomes demonstrativos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Coesão e coerência, Uso das aspas, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

Analise as afirmativas a seguir e julgue-as como Verdadeiras (V) ou Falsas (F).

( ) A substituição do verbo haver pelo verbo existir (linha 11) acarretaria obrigatoriamente a flexão plural deste último verbo.
( ) O verbo reduzir (linha 31) está conjugado na terceira pessoa do singular do tempo presente do modo subjuntivo.
( ) As aspas empregadas na linha 18 sinalizam que a expressão geração nem-nem foi utilizada em sentido irônico.
( ) O pronome demonstrativo presente na linha 34 retoma o PIB e o IDH do Brasil, mencionados anteriormente.

A sequência correta, de cima para baixo, é

Disponível em:<http://istoe.com.br/o-acesso-educacao-e-o-ponto-de-partida/> . Acesso em: 20 març. 2017)

A
V – V – F – V.
B
V – V – F – F.
C
F – F – V – V.
D
V – F – V – V.
6c576f9f-fd
UFT 2018 - Português - Interpretação de Textos, Uso das aspas, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Ao longo do texto, o autor faz uso de diversas citações, destacadas pelos sinais gráficos de aspas. Sobre essa utilização, analise as afirmativas a seguir.


I. Em: “Eu tenho direito às minhas crenças” (1º parágrafo), as aspas marcam o discurso direto do aluno.

II. Em: “Não creio em bruxas, ainda que existam” (7º parágrafo), as aspas marcam a fala de Sancho Pança, estabelecendo intertextualidade, ou seja, o diálogo entre textos.

III. Em: “[...] passar debaixo de uma escada dá azar” (7º parágrafo), as aspas foram usadas para transcrever um dito popular, com o intuito de exemplificar uma crença que, de acordo com o autor, não pode ser provada.


Assinale a alternativa CORRETA.

Opinião não é argumento
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a desistir de ensinar Filosofia da Religião.
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se estiver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova.
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, Teoria da Ação e Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas.
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia.
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões – argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna.
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...]

Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 (fragmento adaptado). 
A
Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
B
Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
C
Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
D
Todas as afirmativas estão corretas.
04b32a96-fd
UNICENTRO 2016 - Português - Uso do ponto, do ponto de exclamação e do ponto de interrogação, Uso do ponto e vírgula, Uso dos dois-pontos, Uso das aspas, Pontuação, Uso da Vírgula

O sinal de pontuação usado no texto que tem sua aplicação devidamente justificada é o citado em

BOFF, Leonardo. Cultura da paz. Disponível em: . Acesso em: 12 jul. 2016. Adaptado.

A
As aspas que destacam o termo “Exterminador do Futuro” (l. 10) recebem a mesma justificativa das que isolam o período que começa por “É impossível” (l. 15-16) e o que se conclui com “a farinha.” (l. 19).
B
As vírgulas que aparecem na frase “Nessa cultura, o militar, o banqueiro e o especulador valem mais do que o poeta, o filósofo e o santo.” (l. 10-12) foram usadas pela mesma razão.
C
Os dois-pontos depois de “1932” (l. 14) apresentam-se com uma função completamente diferente da que possuem os colocados após a forma verbal “responde” (l. 15).
D
A interrogação presente em “é possível superar ou controlar a violência?” (l. 14-15) expressa dúvida, assim como a que encerra a pergunta “Onde buscar as inspirações para cultura da paz?” (l. 61).
E
O ponto e vírgula existente entre as expressões “hoje globalizada” (l. 38) e “sua lógica” (l. 39) pode ser substituído por um ponto, sem comprometer gramaticalmente o contexto, desde que o possessivo “sua” passe a ser grafado com a consoante inicial maiúscula.
f2403565-f9
PUC - SP 2017 - Português - Uso das aspas, Pontuação

• Indique em qual passagem as aspas são empregadas para assinalar o pronunciamento do jornal:

A
“José Mayer me assediou” [terceiro parágrafo]
B
“O conteúdo foi retirado do ar porque desrespeitou o princípio editorial da Folha de só publicar acusação após ouvir e registrar os argumentos da parte acusada, salvo nos casos em que isso não for possível” [quarto parágrafo]
C
(...) “ouvidos todos os envolvidos, em busca da verdade” [quinto parágrafo]
D
“Mexeu com uma, mexeu com todas” [sexto parágrafo]
5096d843-df
Esamc 2015 - Português - Interpretação de Textos, Parênteses, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“Neles tem ‘dérbi’ à vontade, e com o sentido que você quiser” (anote-se a ocorrência de ‘tem’, embora a questão seja outra). Assinale a alternativa que complete corretamente a afi rmação sobre o trecho do texto de Sírio Possenti:


O uso de __(1)__ tem como função marcar um comentário de Sírio Possenti. Este sugere que haveria __(2)__ em Ruy Castro devido ao uso __(3)__ do verbo “ter” no mesmo texto em que critica o uso corriqueiro da expressão “dérbi”.

Da arte de citar
SÍRIO POSSENTI


     No texto, chamado ‘Com o sentido que você quiser’, publicado na Folha de S. Paulo de 25/04/2012, Ruy Castro estranha o emprego de ‘dérbi’ para designar embates como Guarani X Ponte Preta e cita uma série de dicionários que não anotam a acepção relativa a confrontos futebolísticos.
     Cita o Aurélio, que informa que dérbi é a “mais importante e tradicional carreira inglesa, disputada em Epsom pela primeira vez no século 18, e que veio a dar o nome ao primeiro clube de corrida de cavalos do Brasil, no RJ, depois incorporado ao Jóquei Clube”. Não há referências ao futebol, o que o deixou tranquilo.
     Para mostrar que aqueles jornalistas estão mesmo errados, consultou também o Webster’s Dictionary, cujas informações traduz: “1. Corrida de cavalos em Epsom, Inglaterra, patrocinada pelo 12º conde de Derby em 1780, daí o nome. Por extensão, corrida de cachorros (sic). 2. Chapéu-coco. 3. Um certo tipo de sapato com fivela para homens”. Ruy não lamenta os sentidos 2 e 3, nem explica suas razões.
     O final da coluna dele é irônico: “Ora, que besteira. Por que não fui logo ao Google ou à Wikipédia? Neles tem ‘dérbi’ à vontade, e com o sentido que você quiser” (anote-se a ocorrência de ‘tem’, embora a questão seja outra).
     O brilhante Ruy Castro erra pelo menos três vezes (imaginem os outros!): a) não se chateia com o fato de ‘dérbi’ signifi car chapéu-coco ou um tipo de sapato, mas acha estapafúrdio que designe uma partida de futebol; b) diz que se pode atribuir à palavra o sentido que se quiser; c) não consultou outros dicionários (ou não contou ao leitor o que eles dizem).
     Começo pelo final, que cobre as outras questões. Consultar outras fontes pode ser revelador. Vamos lá.
     O Houaiss informa que dérbi é um “jogo, partida ou competição esportiva de grande destaque (como o Derby de Epsom, na Inglaterra)”. Como se vê, ele não o restringe ao turfe; só menciona o evento ‘original’ entre parênteses.
     O Petit Larousse (traduzo) diz que é um “encontro esportivo entre equipes vizinhas” (como Ponte e Guarani, portanto). Segundo o Petit Robert, é um “encontro de futebol entre duas cidades vizinhas”.
     O McMillan anota: “um jogo entre dois times da mesma cidade” (nada de cavalos, como se vê) e o YOURDictionary repete a mesma informação (ou será o contrário?).
     Finalmente, o Diccionario de La Lengua Española (da Real Academia) informa que dérby é um “encontro, geralmente futebolístico, entre duas equipes cujos torcedores mantêm permanente rivalidade”. De novo, nada de cavalos. E prioriza claramente o futebol!
     Gostaria muito de conseguir entender outras coisas (que dérbi não significa só corridas de cavalos está mais do que claro; já entendi). Uma: por que será que dérbi significa chapéu-coco e um tipo de sapato com fivela para homens? Meu faro diz que eram peças usadas para ir aos dérbis.
    Pergunta: por que Ruy Castro teve a má sorte de só conhecer dicionários que, casualmente, não citam o sentido relativo a encontros futebolísticos?
     Outra pergunta: por que Ruy Castro estranha os sentidos analógicos (no caso, a extensão de uma disputa turfística para uma futebolística), que são uma das principais características das línguas humanas? Será que ele pensa, por exemplo, que uma pessoa doce vem coberta de açúcar?
    Finalmente, queria entender como Ruy Castro consegue não entender que, se todo mundo emprega ‘dérbi’ para falar de certos jogos de futebol e os dicionários que ele consultou não registram o fato, o problema deve ser dos dicionários.
(Ciência Hoje, 24/04/2015. Disponível em http://cienciahoje.uol.com.br/ colunas/palavreado/da-arte-de-citar, acesso em 02/09/2015. Adaptado.)
A
1. aspas; 2. uma contradição; 3. incorreto.
B
1. parênteses; 2. um erro; 3. oral.
C
1. aspas; 2. uma citação; 3. descontextualizado.
D
1. parênteses; 2. uma incoerência; 3. uso informal.
E
1. parênteses; 2. um truísmo; 3. pleonástico.
c6e83087-fd
UNICENTRO 2018 - Português - Interpretação de Textos, Vocativo e Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Diferença entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal, Adjunto Adverbial e Aposto, Análise sintática, Coesão e coerência, Uso das aspas, Sintaxe, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considerando os recursos linguísticos que atuam na construção dos sentidos do poema, avalie as seguintes afirmativas:

I. A recorrência das estruturas sintáticas funciona como um elemento de coesão textual e não interfere na formação do ritmo do poema.
II. O vocativo senhores é dirigido aos leitores e, ironicamente, aos poetas que produzem poemas que não fedem e não cheiram.
III. A frase “não fede nem cheira” está empregada em sentido conotativo e expressa uma ideia de indiferença.
IV. As aspas em “Não há vagas” são empregadas porque se trata de uma gíria utilizada no âmbito do mercado de trabalho.

É correto apenas o que se afirma em

Texto para a questão:
Não há vagas
Ferreira Gullar
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
 Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

Gullar, Ferreira in 'Antologia Poética'. Disponível em Acesso em 08 de ago. 2018.
A
II e III
B
I e III
C
I e IV
D
II, III e IV
E
I, II e III
a5cfae31-b2
UPE 2016 - Português - Interpretação de Textos, Uso das aspas, Pontuação, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No Texto 1, o autor emprega diferentes recursos para argumentar a favor de seus pontos de vista. Analise, nas proposições abaixo, a correspondência entre o recurso empregado e o efeito obtido.

I. Aspas – marca discordância e ironia, como em: “método” (2º parágrafo); “cuidar do indígena” e “benevolência” (4º parágrafo).
II. Iniciar vários parágrafos com a mesma forma (“Advém daí...”) – indica persistência para convencer o leitor.
III. Aportar vozes socialmente reconhecidas ao texto (Como as de Bosi e Castro, no 4º parágrafo) – aufere prestígio e autoridade ao discurso.
IV. Seleção vocabular erudita (como em ‘truísmo’, no 1º parágrafo; e em ‘nietzschiana’, no 4º parágrafo) – delimita o público leitor a intelectuais e especialistas.

Estão CORRETAS, apenas:

Texto 1

COMPREENDER O BRASIL É DIFÍCIL, MAS NÃO IMPOSSÍVEL

     Ouvimos muitos comentários de analistas sociais e também do senso comum (sobretudo) de que o grande mal do Brasil é o “jeitinho brasileiro”, que é atrelado à corrupção. Pois bem, a observação não é de todo errada, mas esconde outro truísmo aparente. Os males do Brasil enquanto nação e enquanto Estado assentam-se em dois pilares: o genocídio indígena e a escravidão africana.
     Advém daí o machismo e a cultura do estupro: as índias foram as primeiras a serem violentadas pelo colonizador europeu, o que acabou naturalizando essa abominável prática de invasão do corpo do outro, tempos depois aplicando-se o mesmo “método” no corpo da mulher negra e da mulher branca. Os escravocratas, em uma sociedade patriarcal, tornaram legítima também a decisão sobre o corpo da mulher, inclusive da sua esposa: bela, recatada e do lar, e da sua ama de leite (a mãe preta), cujo leite afro acalentava seu filho branco.
     Advém daí o racismo: o colonizador branco, com a chancela da religião cristã e da ciência, arrogou para si a superioridade racial branca, em detrimento do negro, do indígena e do asiático. Nem o questionável 13 de maio nem o estado democrático de direito superou isso. Isso é reproduzido hoje em nível societário. Quem mais morre nas periferias das cidades brasileiras são negros. Alguém cantou num passado recente “todo camburão tem um pouco de navio negreiro”.
     Advém daí o paternalismo: transplantamos para nossas relações humanas as antigas relações típicas de senhor escravo, não na acepção nietzschiana (moral do senhor/moral do escravo), mas na acepção eugênica herdada do darwinismo social de Spencer, que hierarquizou as raças, estando essas associadas ao processo civilizatório de aculturação do indígena, método descrito de forma primorosa por Alfredo Bosi em “As flechas do Sagrado”. Os jesuítas arrogaram para si a responsabilidade por “cuidar do indígena”, inculcando no colonizado a dependência contínua na esteira da “benevolência” mal intencionada. Mal sabiam os colonizadores que as etnias também negociavam, como enunciou Eduardo Viveiros de Castro em “A inconstância da alma selvagem”: os tupinambás jamais abriram mão do que lhes era essencial, a guerra.
     Advém daí o genocídio negro: desde 1982 até 2014 foram 1,2 milhões de negros mortos pela polícia nas periferias, dados da Anistia Internacional. O negro de hoje é o escravizado de ontem e o corpo reificado de anteontem. Na imprensa de hoje, a morte de um jovem branco de classe média suscita debates em torno da violência, ao passo que a morte de um negro é mais uma estatística. Do mesmo modo que a violência contra a mulher é naturalizada e contra a mulher negra duas vezes mais, pois aprendemos com a “globeleza” que o corpo negro feminino é o veículo do pecado e que o corpo feminino deve ser submetido à vontade do corpo masculino, estando apto desde sempre a servi-lo.
     Advém daí o genocídio indígena, ainda em curso. Ruralistas e posseiros o fazem à luz do dia no Norte e Centro-Oeste do país. A imprensa fala pouco, o silêncio cemiterial em torno do tema é um crime confesso, típico de quem consente porque se cala.
     Advém daí a corrupção, pois, no processo colonizatório, legitimou-se a prática de que tudo tem seu preço, quando até mesmo o corpo do outro poderia ser negociado, outrora o escravizado, tempos depois o trabalhador fabril, hoje qualquer alma vulnerável ao consumismo em busca de status.
     Resumo da ópera: a corrupção é um subciclo de dois ciclos maiores: genocídio e escravidão. Por isso esses dois temas interessam a todos os brasileiros. Enquanto não encararmos isso, não avançaremos como povo ou como nação.

Victor Martins. Disponível em: http://www.circulopalmarino.org.br/2016/05/compreender-o-brasil-e-dificil-mas-nao-impossivel. Acesso em: 14/07/16. Adaptado.
A
I e II.
B
I e III.
C
II e III.
D
II e IV.
E
III e IV.
01d3a6fe-f9
UECE 2019 - Português - Uso das aspas, Pontuação

O uso das aspas, no trecho “reduzir à metade esse desperdício, bastaria para aumentar a produção alimentar mundial em 32% e para conseguir dar comida a 9 bilhões de pessoas, a população mundial prevista em 2050” (linhas 27-31), serve para


A
reproduzir literalmente as palavras do especialista Robert van Otterdijk.
B
indicar a utilização de palavras arcaicas.
C
marcar a presença de expressões com sentido figurado.
D
explicitar a opinião do autor da notícia.