Questõesde UFU-MG sobre Português

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UFU-MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A doação de sangue e o preconceito contra homossexuais

Preconceito contra doação de sangue de gays e bissexuais aumenta o déficit de sangue nos hemocentros do País, diz Alexino Ferreira
O professor Ricardo Alexino Ferreira, em sua coluna semanal para a Rádio USP, aborda a questão do preconceito a gays e bissexuais por parte do Ministério da Saúde, no qual, mesmo com o déficit de sangue nos hemocentros do País, faz restrições quanto à doação de homens que tenham tido relações sexuais com outros homens.
Segundo Alexino Ferreira, a portaria 2712 do Ministério da Saúde, datada de novembro de 2013, parece insistir no grupo de risco (1), em detrimento ao comportamento de risco (1). Afinal, já se estabeleceu, desde há muito, que o vírus HIV, transmissor da aids, não faz distinção de orientação sexual e que, portanto (2), heterossexuais, bissexuais ou homossexuais podem ser igualmente contaminados em situações de risco, ou seja, quando não se faz uso de preservativos nas relações sexuais ou quando se tem contato direto com sangue contaminado.
De fato, o colunista aponta uma contradição na própria portaria, a qual prevê que os serviços de hemoterapia não devem (3) manifestar preconceito ou discriminação com relação à orientação sexual ou com a identidade de gênero do doador.
Alexino Ferreira diz ainda que as organizações de direitos LGBTs vêm denunciando (4) esse tipo de preconceito. De acordo com elas, existem casais homoafetivos estáveis, que não têm relações extraconjugais, ou mesmo homens homossexuais ou bissexuais que fazem sexo seguro com outros homens e não são usuários de drogas. Com esse tipo de restrição, o Brasil perde 18 milhões de litros de sangue ao ano.

FERREIRA, Ricardo Alexino. Disponível em: <http://jornal.usp.br/atualidades/a-doacao-de-sangue-e-opreconceito-contra-homossexuais>. Acesso em: 28 abr. 2017.

Com base na leitura do texto e nos trechos numerados, assinale a alternativa INCORRETA.

A
Em 1, as expressões ‘grupo de risco’ e ‘comportamento de risco’ indicam que um grupo de risco obrigatoriamente tem comportamento de risco.
B
Em 2, podemos substituir ‘portanto’ por ‘consequentemente’, sem prejuízo para o sentido da oração.
C
Em 3, o emprego do verbo ‘dever’ indica obrigação, o que não ocorreria se o autor tivesse empregado o verbo ‘poder’.
D
Em 4, ‘vêm denunciando’ carrega a ideia de frequência, repetição de ação, o que não ocorreria se o autor tivesse optado por usar ‘denunciam’.
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UFU-MG 2017 - Português - Funções morfossintáticas da palavra SE

Analise a presença da partícula se nos exemplos abaixo. A seguir, faça a correspondência dos exemplos com as explicações dadas.

I. Se você não chegar cedo, teremos de improvisar um apresentador para o recital.
II. Com tantos problemas, vive-se um dia de cada vez.
III. Os irmãos, João e Luísa, deram-se as mãos.
IV. Naquele condomínio, vendem-se casas.

( ) O se, no exemplo, indica que a frase está na voz passiva, ou seja, o sujeito sofre a ação praticada por outro agente.
( ) O se, nesse caso, é chamado de índice de indeterminação do sujeito. É utilizado em frases cujo sujeito é indeterminado.
( ) O se, no exemplo, é pronome pessoal. Nesse caso, a ação envolve dois sujeitos, sendo que um pratica a ação sobre o outro e, portanto, ambos sofrem a consequência da ação praticada.
( ) O se, nesse caso, indica uma condição para a oração principal.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A
IV, III, II, I
B
III, II, I, IV
C
II, I, IV, III
D
IV, II, III, I
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UFU-MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência

Leia os trechos do diário abaixo. A seguir, numere-os de 1 a 5, de modo a organizar o texto com coesão e coerência. Em seguida, assinale a alternativa correta.

( ) Tomara que amanhã isso não aconteça. Sobre isso, estive pensando qual profissão gostaria de ter no futuro e não cheguei numa conclusão concreta. Uma coisa eu sei: quero ajudar as pessoas e fazer diferença no mundo. Tenho fé nisso!!! Termino esse dia com a frase de um autor que gosto muito, do Drummond: “Há campeões de tudo, inclusive de perda de campeonatos. Boa noite! Helena

( ) No recreio, não tive coragem de falar com elas e fiquei no meu canto, lendo a matéria de história e aproveitando para responder as questões que o prof. passou na aula passada. Quando cheguei em casa, almocei e fiquei enfiada no quarto o dia inteiro pensando que não quero mais voltar pra escola. Nem fome eu tive!

( ) Na sala de aula, a Ana e a Célia ficaram dando risadinhas e olhando pra mim. Depois veio o Hugo e me disse que eu tinha um chiclete no cabelo. A minha questão foi: Quem colocou ele ali? E porque ao invés de me falarem ficaram rindo da minha cara? Fiquei muito chateada com a atitude delas e de outras pessoas que passavam bilhetinho enquanto aproveitavam para olhar pra minha cabeça. Ainda bem que bateu o sinal para o intervalo.

( ) Depois de tanto pensar, resolvi enfrentar o problema e escrevi uma carta pra Ana e pra Célia. Acho que ficou bem legal, ainda que no texto eu não reprovei a atitude delas. Pelo contrário, convidei elas para serem minhas amigas. Gosto delas, mas não gosto de injustiças, de caçoar dos outros. Acho muito feio rir de um defeito ou da desgraça alheia. Eu sei: tenho um coração mole!!!.

( ) Londrina, 05 de julho de 2013. Querido Diário, hoje já acordei com uma sensação estranha. Talvez por ser o “dia das bruxas”. Como habitual, fui à escola e logo pude entender que algo inusitado iria acontecer. Tivemos duas aulas vagas, pois o professor de geografia ficou doente. Ficamos de boa na sala.

Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/genero-textual-diario>. Acesso em: 03 mai. 2017. (Adaptado).

A sequência correta, de cima para baixo, é:

A
5, 4, 2, 3,1
B
5, 2, 3, 4,1
C
5, 4, 3, 2,1
D
5, 3, 2, 4,1
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UFU-MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O Banheiro



FERNANDES, Millor. O banheiro. Disponível em: <http://releituras.com/millor_banheiro.asp>. Acesso em: 28 abr. 2017. (Fragmento)

No texto, nas linhas 11, 12 e 13, o autor usa a explicação, contida nos parênteses, para

A
acentuar o conceito de lar como um espaço harmônico.
B
mostrar o banheiro como um lugar de sossego no lar.
C
apresentar a definição cultural e tradicional de lar.
D
chamar a atenção para a definição dos vários tipos de lares.
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UFU-MG 2017 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Pontuação, Uso da Vírgula

Desafios atuais e ameaças



Disponível em: <http://www.survivalbrasil.org/povos/indios-brasileiros>. Acesso em: 28 abr. 2017.

Com base na leitura do texto e nas expressões em destaque, assinale a alternativa INCORRETA.

A
No trecho “Nós não sabíamos que os brancos iam tirar a nossa terra. Nós não sabíamos de nada sobre o desmatamento. Nós não sabíamos sobre as leis dos homens brancos.’ (linhas 3 e 4) a repetição de “nós não sabíamos” tem a função de ressaltar informações que o índio desconhecia.
B
O trecho “Hoje, o Brasil tem planos agressivos para desenvolver e industrializar a Amazônia”, (linha 6), se modificado para “Hoje, no Brasil, _______ planos agressivos para desenvolver e industrializar a Amazônia”, deveria, de acordo com a modalidade formal da língua portuguesa, fazer uso do verbo HAVER para preencher a lacuna.
C
No trecho “Hoje, o Brasil tem planos agressivos para desenvolver e industrializar a Amazônia”. (linha 6) O uso da palavra ‘agressivos’ indica posição ideológica do autor, ou seja, não há neutralidade na informação.
D
No trecho “Nos 514 anos desde que os europeus chegaram ao Brasil, os povos indígenas sofreram genocídio em grande escala, e perda da maioria de suas terras”, (linhas 1 e 2) a vírgula antes da conjunção e está adequadamente empregada.
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UFU-MG 2017 - Português - Interpretação de Textos

Por que temos de aprender Língua Portuguesa?

Essa pergunta certamente tem estado na cabeça de muitos estudantes nos mais diversos níveis de ensino ao longo de suas caminhadas de aprendizagem, de construção de conhecimentos, competências e habilidades. Essa enumeração de formas de representar o desenvolvimento cognitivo também nos remete à mesma pergunta – por que “ensinar” Língua Portuguesa?
Se nossos aprendizes são falantes nativos do idioma, por qual razão muitos deles sentem que não conhecem sua língua materna e que não fazem um bom uso das formas de dizer nos mais variados contextos de interação pela linguagem?
O fato é que há contingentes de analfabetos funcionais que, embora tenham sido alfabetizados, não desenvolveram a competência de uso da língua em situações comunicativas específicas.
Ler, compreender e produzir sentido(s). Tudo muito simples, mas há lacunas, faltam condições para que os aprendizes de leitura e de escrita conquistem sua autonomia, para que exerçam com plenitude a condição de sujeitos de seu dizer, de participantes ativos da produção dos sentidos que os discursos potencializam em suas múltiplas formas.
[...] Muitos pesquisadores do campo da linguística têm defendido o ensino de língua materna como um espaço de riqueza linguística, de diversidade de textos, que torne mais rica e significativa a experiência com a linguagem.

Disponível em: <http://www.gazetadosul.com.br>. Acesso em: 25 abr. 2017. (Fragmento adaptado)

Com o objetivo de responder à pergunta do título do texto, o autor, no segundo parágrafo, questiona o fato de os nativos do idioma sentirem que não conhecem sua língua materna. Infere-se que a crítica apresentada no texto diz respeito ao papel do(a)

A
escola, que apresenta falhas em relação a uma proposta político-pedagógica para uma abordagem adequada do ensino de língua materna.
B
aluno, que não faz um bom uso das formas de dizer nos mais variados contextos de interação pela linguagem.
C
analfabeto funcional, que não desenvolveu a competência de uso da língua em situações comunicativas específicas.
D
pesquisador, que defende o ensino como um espaço de riqueza linguística.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a obra de Mia Couto, Terra sonâmbula, depreende-se que esse texto

A
abarca heróis no sentido clássico com capacidade de atos heroicos movidos por sentimentos nobres e elevados em prol da comunidade.
B
funde histórias e estabelece pontos de contato entre épocas diferentes permitindo a identificação de um personagem com outro.
C
solidifica a percepção de uma identidade nacional unificada à medida que há um amadurecimento de personagens.
D
traz à tona a preocupação de reconstrução da cultura moçambicana no sentido de alinhá-la às culturas modernas.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

CAPÍTULO CVI


... Ou, mais propriamente, capítulo em que o leitor, desorientado, não pode combinar as tristezas de Sofia com a anedota do cocheiro. E pergunta confuso: - Então a entrevista da Rua da Harmonia, Sofia, Carlos Maria, esse chocalho de rimas sonoras e delinquentes é tudo calúnia? Calúnia do leitor e do Rubião, não do pobre cocheiro que não proferiu nomes, não chegou sequer a contar uma anedota verdadeira. É o que terias visto, se lesses com pausa. Sim, desgraçado, adverte bem que era inverossímil que um homem, indo a uma aventura daquelas, fizesse parar o tílburi diante da casa pactuada. Seria pôr uma testemunha ao crime. Há entre o céu e a terra muitas mais ruas do que sonha a tua filosofia, – ruas transversais, onde o tílburi podia ficar esperando.

- Bem; PONTO E VÍRGULA? o cocheiro não soube compor. Mas que interesse tinha em inventar a anedota?

Conduzira Rubião a uma casa, onde o nosso amigo ficou quase duas horas, sem o despedir; viu-o sair, entrar no tílburi, descer logo e vir a pé, ordenando-lhe que o acompanhasse. Concluiu que era ótimo freguês; mas, ainda assim não se lembrou de inventar nada. Passou, porém, uma senhora com um menino, – a da Rua da Saúde – e Rubião quedou-se a olhar para ela com vistas de amor e melancolia. Aqui é que o cocheiro o teve por lascivo, além de pródigo, e encomendou-lhe as suas prendas. Se falou em Rua da Harmonia foi por sugestão do bairro donde vinham, e se disse que trouxera um moço da Rua dos Inválidos, é que naturalmente transportara de lá algum, na véspera, – talvez o próprio Carlos Maria, – ou porque lá morasse, ou porque lá tivesse a cocheira, – qualquer outra circunstância que lhe ajudou a invenção, como as reminiscências do dia servem de matéria aos sonhos da noite. Nem todos os cocheiros são imaginativos. Já é muito CONSERTAR? farrapos da realidade.

Resta só a coincidência de morar na Rua da Harmonia uma das costureiras do luto. Aqui, sim, parece um propósito do acaso. Mas a culpa é da costureira; não lhe faltaria casa mais para o centro da cidade, se quisesse deixar a agulha e o marido. Ao contrário disso, ama-os sobre todas as cousas deste mundo. Não era razão para que eu cortasse o episódio, ou interrompesse o livro.

ASSIS, Machado. Quincas Borba. São Paulo: Editora Globo, 1997. p. 142.


Levando-se em consideração a obra Quincas Borba e o fragmento acima, o narrador revela

A
a credulidade inocente de Rubião em relação às palavras do cocheiro.
B
a indignação de Rubião em relação à mudança de atitude de Sofia.
C
a mentira propagada pelo cocheiro em relação à esposa de Palha.
D
a degradação moral de Carlos Maria em relação à sua real índole.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.

– Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar?

Ele foi simples:

– Sim, já beijei antes uma mulher.

– Quem era ela? perguntou com dor.

Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.

O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir – era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros. [...]

O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.

De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. [...]

Ele a havia beijado.

Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.

Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido. [...]

Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele…

Ele se tornara homem.

LISPECTOR, Clarice. O primeiro beijo. In: Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 157.(Adaptado)


O amor juvenil é tema de O primeiro beijo, de Clarice Lispector. Além disso, esse conto pode ser interpretado como um rito de passagem e dele se entende que

A
a namorada e seu ciúme despertam a masculinidade do personagem central.
B
o garoto parte de um plano ideal definidor feminino rumo às mulheres reais.
C
a sensualidade e o erotismo aparecem na aversão do garoto pela estátua.
D
a sede e o calor indicam a construção metafórica de dominar o próprio desejo.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Levando-se em consideração as obras selecionadas e seus personagens, é correto afirmar que

A
Muidinga, em Terra sonâmbula, e Severino, em Morte e vida severina, se assemelham na tentativa de levarem a cabo sua sede de vingança contra o sistema opressor.
B
O pai de Felipe, em O filho eterno, e Rubião, em Quincas Borba, utilizam-se da estrutura da digressão para contar suas histórias.
C
Muidinga, em Terra sonâmbula, e Severino, em Morte e vida severina, manifestam, à sua maneira, grande capacidade de resiliência.
D
Kindzu, em Terra sonâmbula, e Gregor Samsa, em A metamorfose, vão tecendo, cada um, sua história por meio de diários e de lembranças das coisas acontecidas.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos

Em relação aos contos da obra Felicidade clandestina, de Clarice Lispector, é correto afirmar que, no conto

A
Os obedientes, os falsos elogios do marido para a esposa desencadeiam uma crise de relacionamento que leva a mulher à morte.
B
A legião estrangeira, Ofélia insiste em procurar a narradora para que essa a auxilie a deixar sua meninice e a crescer intelectualmente.
C
A quinta história, o narrador procede a uma investigação sobre as várias maneiras de exterminar baratas de sua residência.
D
Os desastres de Sofia, a narradora relata suas inquietações de criança antes de entrar na adolescência e se transformar em uma mulher.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos

Em sua última viagem aos Estados Unidos como primeira-ministra, Margaret Tatcher revelou a George Bush: “Antes de nomear um ministro, peço-lhe para decifrar um enigma. A Geoffrey Howe, por exemplo, perguntei: Se é filho de seu pai e não é seu irmão, quem é então? Geoffrey Howe respondeu: Sou eu. E lhe dei o cargo de chanceler”.

Impressionado, Bush resolveu testar o método com seu vice, Don Quayle. Propôs o mesmo enigma. Quayle pediu um tempo para pensar. Depois, telefonou ansioso para Henry Kissinger, que lhe ensinou:

– A resposta é “eu”.

Quayle voltou a Bush com ar de triunfo:

– A resposta é Kissinger.

Bush bradou, contrariado:

– Não, é Geoffrey Howe.

POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1998.


A piada baseia-se na solução de um enigma. Depois de ser apresentado a um político inglês, Geoffrey Howe, o enigma é apresentado aos políticos estadunidenses George Bush, Don Quayle e Henry Kissinger. Do ponto de vista linguístico, o efeito humorístico dessa piada deve-se ao fato de que a referência do pronome pessoal na resposta ao enigma é interpretada equivocadamente por

A
Quayle e Bush.
B
Quayle e Kissinger.
C
Bush e Kissinger.
D
Bush, Quayle e Kissinger.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em suas obras, Machado de Assis faz questionamentos de várias teorias de sua época, como a darwinista, a evolucionista e a positivista.


Além de críticas, em Quincas Borba, Machado faz uma caricatura do

A
Naturalismo ao submeter Sofia à fatalidade das leis naturais.
B
Romantismo ao exaltar Palha como um típico burguês em ascensão.
C
Absolutismo ao caracterizar Rubião como imperador.
D
Determinismo ao projetar em Palha a vitória do mais forte.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Capítulo XLIV

Não vades crer que a dor aqui foi mais verdadeira que a cólera; foram iguais em si mesmas, os efeitos é que foram diversos. A cólera deu em nada; a humilhação debulhou-se em lágrimas legítimas. E contudo não faltaram a esta senhora ímpetos de estrangular Sofia, calcá-la aos pés, arrancar-lhe o coração aos pedaços, dizendo-lhe na cara os nomes crus que atribuía ao marido... Tudo imaginações! Crede-me: há tiranos de intenção. Quem sabe? Na alma desta senhora passou agora um tênue fio de Calígula...

ASSIS, Machado. Quincas Borba. São Paulo: Editora Globo, 1997. p. 53.


Levando-se em consideração a leitura de Quincas Borba e o capítulo, em que há referência a D. Tonica, identifica(m)-se, nesse capítulo,

A
intertextualidade em ‘...fio de Calígula...’, que revela a extrema crueldade presente em D. Tonica.
B
ironia que se faz notar em ‘... a humilhação debulhou-se em lágrimas legítimas’.
C
gradação que está presente em ‘... estrangular Sofia, calcá-la aos pés, arrancar-lhe o coração aos pedaços’.
D
aspectos da metalinguagem que se evidenciam em, por exemplo, ‘vades’, ‘crede-me’.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Levando-se em consideração a leitura dos contos de Clarice Lispector e o conceito de EPIFANIA, isto é, o instante de revelação, a súbita percepção ou a transformação na consciência, assinale a alternativa que exemplifica um desses momentos.

A
Em O primeiro beijo, o garoto bebe água diretamente da boca da estátua.
B
Em Os obedientes, o marido e a esposa conversavam a respeito de política.
C
Em A legião estrangeira, Ofélia encontrava-se com a narradora no elevador.
D
Em Os desastres de Sofia, a narradora enfrenta o professor para ser expulsa da sala.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos

Em relação às características que marcam Gregor Samsa, em Metamorfose, destaca-se a

A
alienação, visto que, ao dedicar-se à família e ao trabalho, é absorvido por esses e deixa de ter vida social.
B
passividade, já que fica à mercê da companhia em que trabalha e à espera do dinheiro oriundo da irmã.
C
preocupação com a família, visto que sofre para sustentá-la em seus gastos mesmo após sua transformação.
D
dissimulação, já que consegue enganar seus fregueses como caixeiro-viajante e esconder sua situação para a família.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Por que Raduan Nassar parou de escrever? Essa pergunta com ares novelescos continua um enigma inexplicado. Depois de se preparar por 20 anos, a consagração veio junto com a estréia no lançamento do romance "Lavoura Arcaica" (1975), seguido de outro êxito atordoante, a novela "Um Copo de Cólera" (1978). No auge de uma carreira recém-começada, as traduções de vento em popa, quando seus leitores antecipam proezas ainda maiores que estavam por vir, de repente o escritor paulista anunciou que passava a arar outras terras, trocava a literatura pela agricultura [...].

FRIAS FILHO, O. O silêncio de Raduan. Folha de S. Paulo, 10 out. 1996. Disponível em:<https://goo.gl/8Q8oyN> . Acesso em: 30 mar. 2018.


Na coluna publicada no jornal Folha de São Paulo em outubro de 1996, a informação sobre o abandono da literatura pelo escritor Raduan Nassar

A
foi transcrita sob a forma de discurso indireto introduzido por um verbo de dizer que pode ser considerado sinônimo de declarar.
B
foi relatada sem marcas linguísticas que permitam distinguir as palavras do escritor das palavras do autor do texto.
C
foi transcrita diretamente embora não seja possível identificar as marcas formais comumente usadas nessa forma de discurso relatado.
D
foi relatada indiretamente sem que as regras gramaticais para esse fim fossem seguidas adequadamente pelo autor do texto.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos

Uma das principais teorias sobre a chegada dos primeiros humanos às Américas é de que eles teriam migrado da Ásia, usando uma rota pela costa do Pacífico durante o final da última era glacial. O nível do mar caiu, e isso pode ter revelado ligações terrestres entre os dois continentes, que nossos antepassados aproveitaram para ir de um ao outro. Apesar de ser uma teoria bastante plausível, ela tinha um problema: não havia nada que a comprovasse. Até agora.

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Victoria (Canadá) e publicado nesta quarta-feira, 28, na revista científica Plos One, mostrou que 29 pegadas de 13 mil anos foram encontradas sob sedimentos em uma ilha da Columbia Britânica, na costa canadense do Oceano Pacífico. Considerando-se que a era glacial entrou em declínio há 11,2 mil anos, tanto a idade quanto a localização das pegadas batem exatamente com a teoria da migração.

Disponível em: <https://goo.gl/Z5TZ1Y> . Acesso em: 30 mar. 2018.


Publicado em uma revista de vulgarização científica, o texto foi produzido com o objetivo de

A
informar sobre a descoberta de uma evidência que confirma uma das principais teorias sobre a migração dos homens para o continente americano.
B
opinar sobre a falta de evidências que confirmem uma das principais teorias sobre a migração dos homens para o continente americano.
C
comparar duas teorias conflitantes sobre a migração dos homens para o continente americano.
D
resumir as principais teorias sobre a migração dos homens para o continente americano.
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos, Problemas da língua culta, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


O último quadro da tirinha apresenta um uso pronominal bastante comum na modalidade oral do português brasileiro, independentemente do grau de escolaridade, da região ou da classe social do falante.


Assinale a alternativa que apresenta o uso pronominal equivalente à modalidade escrita e cujo registro seja formal.

A
Quais as chances de a senhora avaliar a ele com carinho e compreensão?
B
Quais as chances de a senhora avaliar-lhe com carinho e compreensão?
C
Quais as chances de a senhora lhe avaliar com carinho e compreensão?
D
Quais as chances de a senhora avaliá-lo com carinho e compreensão?
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UFU-MG 2018 - Português - Interpretação de Textos

Se quer medir forças, sei que eu me garanto,

Sem conversa frouxa, sem me olhar de canto,

Fecha a boca, ouça, eu não tô brincando,

Sua estratégia é fraca, já vou chegar te derrubando.


CONKA, Karol. Karol Conka. Download digital, 2001.


Karol Conka é uma rapper brasileira reconhecida por canções que exaltam a mulher. No refrão de Me garanto, de sua autoria, a forma tô 

A
representa uma inadequação ao grau de formalidade exigido pela letra da canção, um gênero escrito que circula oralmente em contextos públicos.
B
caracteriza uma variedade linguística estigmatizada, já que, no Brasil, o rap está associado a comunidades socialmente marginalizadas.
C
desmistifica a dicotomia entre a fala e a escrita, visto que figura em um gênero que apresenta um meio de produção sonoro e uma concepção discursiva gráfica.
D
indicia a inclusão de uma variante típica da fala informal à norma padrão, visto que figura em um texto escrito formal.