Questõesde UFAC sobre Interpretação de Textos

1
1
1
Foram encontradas 49 questões
132e7af7-58
UFAC 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Pela leitura dos fragmentos dessa reportagem, podemos depreender que o assunto nela tratado refere-se à relação homem e meio ambiente, fato que também faz parte de uma das seguintes obras da Literatura Brasileira:

Para responder às questões de 1 a 3, leia os
fragmentos a seguir, retirados da reportagem

Imagem 001.jpg
Imagem 002.jpg


A
Vidas secas, de Graciliano Ramos.
B
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
C
Álbum de família, de Nelson Rodrigues.
D
José, de Carlos Drummond de Andrade.
E
Uma galinha, de Clarice Lispector.
b3f175d7-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

Quando a personagem pensa nas crianças e nos homens grandes com fome, há uma reversão de perspectiva de sentimentos em relação àquele universo que acaba lhe subindo uma náusea na garganta e a moral do Jardim Botânico se torna outra. Depois de uma série de novas percepções espantosas, ela termina com uma sentença terrível: “O jardim era tão bonito que ela teve medo do Inferno.” Desta maneira, fica estabelecido no fragmento que a personagem terá de:

A
aprender a conviver com os sobressaltos da sua sensibilidade estética e emocional.
B
suprimir qualquer coisa que saia fora do seu cotidiano.
C
se afastar de naturezas selvagens para não dar espaço ao contraditório.
D
fugir de si mesma para poder se encontrar apenas no seu plácido ambiente doméstico.
E
aprender a fingir uma vida que lhe afaste o mais possível de tudo que lhe possa ser espantoso.
9dce6d61-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

A variedade folclórica descrita em Macunaíma propõe o reconhecimento de um Brasil ainda em formação, por meio de um personagem que se tornará símbolo, em nossa literatura, de um processo do qual:

A
nos diminuirá eternamente diante das nações que nos colonizaram.
B
apenas reforçará a pobreza das nossas fontes culturais mestiças.
C
nos mergulhará num campo de possibilidades impressionantes de composição étnica e cultural.
D
reforçará todos os preconceitos que herdamos dos colonizadores.
E
induzirá a uma compreensão reduzida de nossas potencialidades continentais.
a4cdc840-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

A poesia de Carlos Drummond de Andrade se caracterizou desde o início por uma postura de deslocamento em relação ao mundo. No poema “José”, é inevitável a percepção de um esgotamento, de uma finitude de valores vivida ao extremo (E agora José?), porque nesse caso:

A
o sujeito lírico ordena uma série de resoluções que se não forem cumpridas pelo personagem fará com que ele perca irremediavelmente a sua condição humana.
B
o sujeito lírico imprime no personagem uma marca de universalidade que representará os limites do homem num mundo de forças inexoráveis.
C
o sujeito lírico permite uma distância entre o personagem e o mundo de tal maneira que eles não se contaminem.
D
o sujeito lírico conhece intimamente o personagem porque exagera nos seus defeitos e os sabe de antemão condenado por eles.
E
o sujeito lírico não mostra nenhuma consideração pelo personagem na sua representatividade exemplar do fracasso humano.
a7f37590-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

Observe o fragmento abaixo de um conto de Clarice Lispector:

“Nas árvores as frutas eram pretas, doces como mel. Havia no chão caroços secos cheios de circunvoluções, como pequenos cérebros apodrecidos. O banco estava manchado de sucos roxos. Com suavidade intensa rumorejavam as águas. No tronco da árvore pregavam-se as luxuosas patas de uma aranha. A crueza do mundo era tranqüila. O assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos. Ao mesmo tempo que imaginário – era um mundo de se comer com os dentes, um mundo de volumosas dálias e tulipas. Os troncos eram percorridos por parasitas folhudos, o abraço era macio, colado. Como a repulsa que precedesse uma entrega – era fascinante, a mulher tinha nojo, e era fascinante. As árvores estavam carregadas, o mundo era tão rico que apodrecia. Quando Ana pensou que havia crianças e homens grandes com fome, a náusea subiu-lhe à garganta, como se ela estivesse grávida e abandonada. A moral do jardim era outra. Agora que o cego a guiara até ele, estremecia nos primeiros passos de um mundo faiscante, sombrio, onde vitórias-régias boiavam monstruosas. As pequenas flores espalhadas na relva não lhe pareciam amarelas ou rosadas, mas cor de mau ouro e escarlates. A decomposição era profunda, perfumada... Mas todas as pesadas coisas, ela via com a cabeça rodeada por um enxame de insetos, enviados pela vida mais fina do mundo. A brisa se insinuava entre as flores. Ana mais adivinhava que sentia o seu cheio adocicado...
O jardim era tão bonito que ela teve medo do Inferno.” (LISPECTOR, C. Amor. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. P. 25)

A personagem Ana, uma dona de casa comum, tem um momento privilegiado de revelação quando desce errado do ponto e acaba indo parar quase sem querer no Jardim Botânico. Neste momento, várias imagens vão configurando um universo de sensações inesperadas em contato com uma natureza que sempre esteve no mesmo lugar. Por que agora a percepção desse mundo se torna diferente?

A
porque a autora reforça a condição alienada da personagem.
B
porque a autora conduz a personagem a um conto-de-fadas onde apenas cabe a mentira de suas aspirações pessoais.
C
porque a personagem consegue perceber uma verdade que estava escondida dentro dela mesmo.
D
porque a personagem vive um momento psicótico que pode levá-la ao suicídio.
E
porque a autora permite que a personagem desloque para o Jardim Botânico as suas aspirações frustradas que apenas empobrecem aquele espaço.
aaf16249-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

Quando o narrador descreve as percepções da personagem e seqüencia três sentenças conclusivas de um estado de espírito (A crueza do mundo era tranqüila. O assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos), o verbo “ser” funciona como:

A
uma valorização da morte dentro dos padrões habituais.
B
um modo de percepção privilegiada do circuito natural dos fenômenos.
C
um modo de conclusão falida e frustrante em relação ao sentido da vida.
D
uma natural condição de não se aceitar o fim das coisas.
E
uma impressão equivocada quanto ao sentido prático dos fenômenos.
ade01b43-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos, Travessão, Pontuação

Nas sentenças “Os troncos eram percorridos por parasitas folhudos, o abraço era macio, colado. Como repulsa que precedesse uma entrega – era fascinante, a mulher tinha nojo, e era fascinante”, o travessão encerra uma relação íntima com a natureza ao mesmo tempo assustadora, já que ela:

A
elimina qualquer possibilidade de compreensão do seu papel naquele contexto.
B
estabelece uma distância do seu universo doméstico, o que torna improvável qualquer relação futura com a humanidade.
C
imprime aos poucos na sua personalidade uma repulsa por qualquer fenômeno que possa vir tirá-la do seu acomodamento.
D
reprime a sua própria natureza para dar condições de uma personalidade doentia se manifestar, única capaz de revelar a sua verdade.
E
consegue reunir em seu imaginário opostos que afirmam uma nova fase em sua vida.
b0d4f4e5-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

Em “...o mundo era tão rico que apodrecia.”, a antítese revela uma extraordinária capacidade de percepção da personagem porque:

A
deduz aquele universo a uma compreensão pobre da sua própria dinâmica de funcionamento.
B
induz a um equívoco em relação ao real valor dos fenômenos percebidos.
C
subentende a limitação da herança do universo doméstico da personagem que não descola de qualquer possível compreensão fora dele.
D
revela a necessidade de compreensão total do movimento das coisas que naquele momento só possa ser captado por meio de uma imagem figurada.
E
torna a personagem incapaz de futuramente compreender fora das imagens figuradas.
984c642f-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

Ao experimentar novas técnicas narrativas, Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, estabelece um campo de observação privilegiado que dá ao narrador uma sintonia nervosa em relação ao leitor, isto porque:

A
se torna uma estratégia de aproximação que procura amenizar em determinados momentos o seu efeito realista e a quebra dos códigos românticos.
B
procura trazer o leitor à estabilidade das relações sociais que marcava o processo de transição da literatura, assim como do Brasil do século XIX.
C
explora de forma irremediavelmente otimista a crença nos códigos românticos.
D
fundamenta as conquistas formais da sua época que vão paralisar qualquer outra aventura de nossa modernidade.
E
demonstra a total incapacidade de nossa literatura para ampliar o seu público.
9b338738-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

O narrador em Vidas secas praticamente desaparece num meio descrito em sua crueza e realismo, sujeitando os personagens a seguir uma espécie de destino inexorável, mas que justamente, por outro lado, não perde de vista a condição humana que se debate num ambiente hostil. Poderíamos afirmar que:

A
o grau de humanidade da obra independe dos gestos descritos de forma objetiva pelo narrador.
B
o grau de humanidade da obra se fundamenta apenas em contraponto ao cachorro e ao papagaio.
C
o grau de humanidade da obra se esvazia totalmente quando os personagens se acovardam.
D
o grau de humanidade da obra é percebido justamente nos pequenos detalhes que revelam a necessidade de se superar os limites do meio.
E
o grau de humanidade da obra se enquadra no desprezo que o próprio narrador demonstra por personagens que não podem servir de modelo a ninguém.
a22b51b0-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

Em Seringal, de Miguel Ferrante, a narrativa se constitui, dentro de uma tradição regionalista amazônica, por meio de vários painéis que procuram reproduzir uma espécie de momento heróico de ocupação no momento do predomínio da monocultura da borracha. Esses personagens acabam de alguma maneira reduzidos na sua configuração psicológica porque:

A
o romance explora uma linguagem rica de expressões locais.
B
o romance exagera nos recursos modernos de técnica narrativa.
C
o romance compreende que aquele meio não poderá gerar maiores complexidades de comportamento humano.
D
o romance investe na representação de atitudes meramente bestiais dos personagens.
E
o romance opta pelo predomínio do meio influenciando decisivamente no comportamento dos homens.
90250954-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

Quando o autor nos fala da apresentação do documento como defesa do ex-prefeito, abrindo um travessão a seguir (– a já tradicional venda de uma ‘fazenda’, variante da venda de bois, cavalos etc.), este recurso enfatiza um aspecto:

A
que se tornou comum para que muitos políticos contraventores possam justificar o seu enriquecimento ilícito.
B
que fundamenta a verdade por trás dos fatos.
C
que no contexto apresentado não tem uma serventia estilística efetiva.
D
que esvazia a força argumentativa do autor ao ironizar a forma de defesa do ex-prefeito.
E
que redireciona o argumento sem efetivamente alcançar o efeito desejado.
8c778a8d-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Observe o parágrafo abaixo:


“O ex-prefeito de Juiz de Fora Carlos Alberto Bejani é mesmo um fenômeno. Em pleno Brasil do ano de 2008, onde tão pouca gente chega a se meter em algum problema mais sério, de verdade, por cometer atos de delinqüência na vida pública, ele conseguiu ser preso duas vezes seguidas, entre abril e junho. Para começar, deixou-se pegar em flagrante, naquele tipo de cena que hoje em dia se tornou um clássico da nossa política: recebendo pacotes de dinheiro vivo, em valor um pouco acima de 1,1 milhão de reais, numa gravação com imagem e som. Ficou catorze dias na cadeia e foi solto, como acontece sempre: e, como acontece sempre, tudo deveria ir acabando por aí. Neste caso, porém, nem mesmo a incomparável proteção que as leis e a justiça brasileira oferecem a gente como o exprefeito foi suficiente para mantê-lo solto. O documento que ele apresentou para justificar a origem do dinheiro – a já tradicional venda de uma ‘fazenda’, variante da venda de bois, cavalos etc. – foi considerado falso. Diante de sua absoluta falta de cuidado com o que dizia enquanto era gravado, ficou claro que o dinheiro lhe fora entregue em troca da concessão de diversos aumentos no preço das passagens municipais de ônibus. Contra todas as expectativas, o homem teve de voltar ao presídio.” (GUZZO, J. R. Agravo x embargo. Veja, São Paulo, 25 jun. 2008. Seções, p. 140) 


O autor utiliza um recurso de repetição no meio do parágrafo (como acontece sempre) que enfatiza um aspecto importante para o reforço da idéia a ser desenvolvida. Isso demonstra, na seqüência, que ele:

A
confia extremamente na justiça brasileira.
B
estabelece uma posição otimista de mudança do panorama judiciário brasileiro.
C
considera irrepreensível a conduta do ex-prefeito em relação a sua posição de defesa.
D
não considera improvável que o ex-prefeito possa deixar de provar a sua inocência.
E
desconfia da capacidade do ex-prefeito de compreender os mecanismos de funcionamento do nosso judiciário para se safar.
89c8f799-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Imagem 001.jpg

O autor do artigo estabelece, logo no início do texto, uma qualidade de exceção ao ex-prefeito de Juiz de Fora. Como estratégica de construção do artigo, a palavra “fenômeno” ganha um sentido irônico ao longo do próprio parágrafo que acaba nos revelando:

A
o comprometimento do autor do artigo com a eficiência das nossas leis penais já demonstrada em outras ocasiões com relação aos políticos contraventores.
B
a necessidade de se abrir brechas maiores nos códigos penais a fim de facilitar a argumentação de defesa dos políticos contraventores.
C
a obrigatória condição de surpresa dos leitores diante das contravenções dos maus políticos.
D
a falta de escrúpulos de alguns políticos como algo que vai além de qualquer expectativa.
E
a imensa capacidade de imaginação dos políticos contraventores para se livrar das detenções.
9563bfd4-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em “Contra todas as expectativas, o homem teve de voltar ao presídio”, a oração se encontra estrategicamente colocada em que posição e com que objetivo semântico?

A
a oração se apresenta antes do adjunto adverbial para determinar a ênfase na expectativa de uma real punição.
B
a oração se apresenta antes do adjunto adverbial para reforçar a sagacidade do ex-prefeito.
C
a oração se apresenta após o adjunto adverbial para finalizar uma situação que poderia ter sido revertida.
D
a oração se apresenta após o adjunto adverbial para consolidar o irreversível da situação.
E
a oração se apresenta após o adjunto adverbial para criar uma expectativa quanto ao destino do sujeito.
92d095d7-5f
UFAC 2008 - Português - Interpretação de Textos

Em “...ficou claro que o dinheiro lhe fora entregue em troca da concessão de diversos aumentos no preço das passagens municipais de ônibus”, as duas orações estão direcionadas a termos acessórios que praticamente complementam o sentido da frase, isso porque:

A
limita o campo de compreensão em que se estabelece a relação entre sujeito e predicado.
B
justifica o que estava estabelecido entre a oração principal e a subordinada.
C
ameniza a causa que supostamente absolveria o que estava estabelecido entre a oração principal e a subordinada.
D
liberta a causa de qualquer relação com a subordinada.
E
fundamenta impropriamente uma causa que poderia ser apresentada, mais adiante, numa outra oração.