Questõessobre Realismo

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UNEMAT 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

I
Óbito do autor

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Móises, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.

Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: - ‘Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a Humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas: tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado’.

Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.” [...]

ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 2. ed. São Paulo; Martin Claret, 2010, página 17. PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 2003.

Segundo o mexicano Octavio Paz, os elementos da ironia e do humor são marcas fundantes do romance moderno. A ironia é o elemento que consiste em exprimir o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo, e na maioria das vezes traz um toque de sarcasmo ou depreciação, maneira também de fazer críticas a alguma situação ou a algum comportamento de alguém. O humor, enquanto isso, consiste no elemento ou construção de enunciado que aponta para o cômico, o divertido, sendo ele também uma maneira de fazer críticas.

No trecho transcrito do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, constata-se a ironia no seguinte enunciado:

A
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar meu nascimento ou a minha morte.”
B
“Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara do Catumbi.”
C
“Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos.”
D
“Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.”
E
“Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.”
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UEG 2015 - Literatura - Barroco, Naturalismo, Modernismo, Quinhentismo, Realismo, Escolas Literárias, Arcadismo

Verifica-se que os versos e a pintura, em razão das características que lhes são peculiares, pertencem respectivamente aos períodos

Leia o poema e observe a pintura a seguir para responder à questão.


                                                      Destes penhascos fez a natureza

                                                      O berço, em que nasci: oh quem cuidara,

                                                      Que entre pedras tão duras se criara

                                                      Uma alma terna, um peito sem dureza!


                                                      Amor, que vence os tigres, por empresa

                                                      Tomou logo render-me ele declara

                                                      Centra o meu coração guerra tão rara,

                                                      Que não me foi bastante a fortaleza


                                                      Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,

                                                      A que dava ocasião minha brandura,

                                                      Nunca pude fugir ao cego engano:


                                                      Vós, que ostentais a condição mais dura,

                                                      Temei, penhas, temei; que Amor tirano,

                                                      Onde há mais resistência mais se apura


COSTA, Claudio Manuel da. Soneto XCVIII. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>.  Acesso em: 26 ago. 2015



CARAVAGGIO, Michelangelo. Conversão de São Paulo – 1600-1601. Óleo sobre tela. Disponível em: <galleryhip.com>.  Acesso em: 26 ago. 2015.

A
Árcade e Barroco
B
Romântico e Realista
C
Quinhentista e Naturalista
D
Modernista e Vanguardista
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UNICAMP 2021 - Literatura - Simbolismo, Vanguardas Europeias, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias

Tradicionalmente, o palco pode apresentar uma variedade de estilos cênicos, entre os quais se destacam o estilo realista (põe em evidência detalhes ambientais para sugerir sensações e emoções vividas pelas personagens), o estilo expressionista (os objetos são distorcidos ou estilizados, com o fim de sugerir, mais que mostrar, o ambiente de atuação das personagens), o estilo simbolista (os objetos concretos sugerem ideias abstratas, segundo associações sinestéticas tradicionais: o verde, vestido pelos mágicos, indica a esperança; o vermelho, a cor do demônio, sugere uma paixão violenta; a veste branca simboliza a candura, a castidade).
(Adaptado de Salvatore D´Onofrio, Teoria do texto 2: Teoria da lírica e do drama. São Paulo: Ática, 1995, p. 138.)

Sem identidade, hierarquias no chão, estilos misturados, a pós-modernidade é isto e aquilo, num presente aberto pelo e.
(Jair Ferreira dos Santos, O que é o pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 110.)

Com base nas indicações cênicas (as didascálias) que abrem e fecham a peça O marinheiro, de Fernando Pessoa, é correto afirmar que o seu estilo é

A
expressionista, dadas a ausência de ações dramáticas e a presença de sugestões alegóricas como, por exemplo, o canto do galo.
B
simbolista, uma vez que os elementos que compõem a cena dramática sugerem alguns significados de natureza filosófica.
C
realista, porque as imagens da noite, do luar e do alvorecer indicam precisamente a passagem do tempo.
D
pós-modernista, tendo em vista que os objetos descritos criam uma atmosfera mágica, na qual a ilusão não se distingue da realidade.
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UDESC 2019 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Analise as proposições em relação à obra Memórias Póstuma de Brás Cubas, ao autor, Machado de Assis e ao estilo literário a que pertencem.


( ) Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, como em outros romances machadianos, evidenciam-se características que fazem parte dos seres humanos, e que o autor procurou retratar de modo realista: o amor, a vaidade, a ditadura da aparência, o conflito entre o bem e o mal.

( ) Machado de Assis escreveu, primeiramente, dentro dos preceitos românticos e, em uma segunda fase, suas obras caracterizam-se pela estética realista. É nessa segunda fase que se encontram algumas obras-primas do autor: Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Memorial de Aires e Iaiá Garcia.

( ) O Romance Memórias Póstumas de Brás Cubas introduziu no Brasil, em 1881, a estética Realista, configurando a obra a base para a estética Naturalista.

( ) A estética literária do Realismo, de que Machado de Assis é o principal representante, tem como objetivo o ataque à ordem social, a ênfase à força hereditária e a compreensão da natureza humana.

( ) Um dos recursos estilísticos de que Machado de Assis se utiliza em suas obras, tanto quando narrador ou como na voz do autor é a conversa direta com o leitor, chamando a atenção ao que parece ser fundamental na construção da narrativa.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

A
V – F – V – F – V
B
F – V – F – V – F
C
V – F – F – F – V
D
F – F – F – V – V
E
V – F – F – V – V
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UDESC 2019 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Analise as proposições em relação à obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis, ao Texto e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.

( ) Nas estruturas “para dá-las à morte” (linhas 5 e 6) e “vinham umas sobre outras, à semelhança” (linha 17) o acento indicativo da crase é obrigatório somente na primeira, porque a regência do verbo dar é transitiva direta e indireta.

( ) Da leitura da obra, infere-se que o personagem Brás Cubas, pela posição que ocupa, a de “defunto-autor”, poderá retratar o mundo real e o mundo imaginário, o mundo que existe e o mundo do delírio, pois não precisará responder a questionamentos.

( ) No segmento “sentado entre dois sacos, o da vida e da morte” (linha 5) tem-se a figura de linguagem antítese.

( ) Da leitura do período “se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca” (linhas 11 e 12), percebe-se que o personagem Brás Cubas tinha como meta atingir os objetivos por ele traçados e que, para isso, o tempo era fundamental.

( ) Em “Invenções há, que se transformam ou acabam” (linha 13) o verbo haver está no singular porque é impessoal enquanto a palavra que o precede, invenções, na sintaxe, tem a função de objeto direto.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

A
F – V – V – F – V
B
V – V – V – F – V
C
F – F – V – V – F
D
V – V – V – F – F
E
F – F – F – V – V
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UDESC 2019 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Analise as proposições em relação à obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis, e ao Texto.


I. Da leitura da obra, percebe-se que, além da ironia, há também pessimismo exacerbado em relação às atitudes dos homens e desencantamento pela vida, evidenciados, principalmente, no capítulo que encerra a narrativa.

II. Da leitura da obra, infere-se que Brás Cubas desejou criar o “Emplasto Universal Brás Cubas”, principalmente, porque este lhe traria a glória e o reconhecimento social.

III. Em “esse tique-taque soturno” (linha 3) e “devotas que se abalroam” (linha 18), os vocábulos destacados podem ser substituídos por sombrio e vão ao encontro de e, ainda assim, mantêm-se o sentido e a coerência no texto.

IV. Embora a obra pertença à corrente realista, a narrativa apresenta personagens com particularidades românticas, sonhadoras, em busca de um grande amor e dotadas de um grande senso de religiosidade, como se observa nas personagens Eugênia e Marcela.

V. O fato de a narrativa ser em primeira pessoa confere à obra um tom confessional e, desse modo, o personagem Brás Cubas dita o ritmo das memórias e das experiências por ele vivenciadas.


Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
B
Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
D
Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.
E
Somente as afirmativas II e V são verdadeiras.
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UDESC 2019 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Com base na leitura de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis, e no conto “Os mortos não têm desejos (Roteiro de uma vida inútil), in O conto da mulher brasileira, Edla van Steen (organizadora); analise as proposições, e coloque (1) para as que caracterizam a obra de Machado de Assis, (2) para o conto Os mortos não têm desejos (Roteiro de uma vida inútil) de Edla van Steen e (3) para as que forem comuns à obra e ao conto.


( ) A narrativa é relatada em primeira pessoa, ou seja, há um narrador que também é protagonista da história, pois está contando a própria história como cadáver. Assim os fatos e as personagens são apresentados a partir de uma visão pessoal e subjetiva.

( ) A narrativa é sempre interrompida por histórias paralelas, anotações metalinguísticas, intertextualidades, em especial análises filosóficas dos sujeitos e da sociedade à época, o que, de certa forma, fragmenta o enredo e pode confundir o leitor.

( ) Os personagens da narrativa são basicamente representantes da elite brasileira do século XIX. Porém, há também personagens com menor expressão social, pertencentes à escravidão ou que não pertencem à elite, mas que têm papéis relevantes nas relações sociais entre as classes.

( ) A narrativa está pontuada por características do discurso pós-moderno, como a utilização de técnicas cinematográficas, o flashback, os cortes, a sucessão de sequências das ações, como se fossem quadros.

( ) A leitura da narrativa leva o leitor a inferir a valorização do monólogo interior, do fluxo de consciência do personagem-narrador.


Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.

A
3 – 2 – 1 – 1 – 3
B
2 – 1 – 2 – 2 – 2
C
3 – 1 – 1 – 2 – 3
D
2 – 1 – 1 – 2 – 2
E
3 – 1 – 2 – 2 – 2
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ULBRA 2010 - Literatura - Naturalismo, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias

Leia o fragmento abaixo e assinale a alternativa correta:

Ambientado no interior do Ceará, nos fins de 1878, durante uma grande seca, a história narra a vida de uma mulher arredia, corajosa e destemida de grande força física, que trabalha na construção de uma prisão, junto aos homens, e é desejada pelo soldado Capriúna. Ela, porém, não se interessa por amores e mantém uma relação de amizade e ajuda mútua com Alexandre.

A
O texto refere-se ao romance O Quinze, de Raquel de Queirós, e narra a história de vida da personagem protagonista, sua luta para sobreviver, bem como a tessitura de seu amor.
B
O texto constitui-se no tema de um romance realista, cuja principal característica é a denúncia de uma concepção materialista da realidade.
C
O texto é parte da obra Quincas Borba, de Machado de Assis, que narra com exatidão e veracidade os fatos da vida cotidiana.
D
O texto consiste na trama do romance naturalista, de Domingos Olímpio, Luzia-Homem, com traços naturalistas. Do mesmo modo, determinista, vê o homem como produto do meio, uma projeção do ambiente, com o qual se confunde e de onde não consegue escapar.
E
O texto é parte da obra O Mulato, de Aluísio de Azevedo e apresenta marcas do Realismo, apoiado na Sociologia e na Psicologia e preso à documentação.
da942cca-76
UNIVESP 2018 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Condizente com a estética do realismo brasileiro, a linguagem de Dom Casmurro caracteriza-se por

Leia o trecho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder a questão.

    Ezequiel, quando começou o capítulo anterior, não era ainda gerado; quando acabou era cristão e católico. Este outro é destinado a fazer chegar o meu Ezequiel aos cinco anos, um rapagão bonito, com os seus olhos claros, já inquietos, como se quisessem namorar todas as moças da vizinhança, ou quase todas.
   Agora, se considerares que ele foi único, que nenhum outro veio, certo nem incerto, morto nem vivo, um só e único, imaginarás os cuidados que nos deu, os sonos que nos tirou, e que sustos nos meteram as crises dos dentes e outras, a menor febrícula, toda a existência comum das crianças. A tudo acudíamos, segundo cumpria e urgia, cousa que não era necessário dizer, mas há leitores tão obtusos, que nada entendem, se lhes não relata tudo e o resto. Vamos ao resto. (Dom Casmurro. São Paulo, Globo, 1997) 
A
ser predominantemente culta e direta.
B
conter um grande número de neologismos.
C
expressar o sentimentalismo com exagero.
D
representar a fala do povo sem instrução.
E
romper propositalmente com a gramática normativa.
da8847f1-76
UNIVESP 2018 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Uma característica do estilo de Machado de Assis que pode ser observada nesse trecho diz respeito ao modo como o narrador

Leia o trecho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder a questão.

    Ezequiel, quando começou o capítulo anterior, não era ainda gerado; quando acabou era cristão e católico. Este outro é destinado a fazer chegar o meu Ezequiel aos cinco anos, um rapagão bonito, com os seus olhos claros, já inquietos, como se quisessem namorar todas as moças da vizinhança, ou quase todas.
   Agora, se considerares que ele foi único, que nenhum outro veio, certo nem incerto, morto nem vivo, um só e único, imaginarás os cuidados que nos deu, os sonos que nos tirou, e que sustos nos meteram as crises dos dentes e outras, a menor febrícula, toda a existência comum das crianças. A tudo acudíamos, segundo cumpria e urgia, cousa que não era necessário dizer, mas há leitores tão obtusos, que nada entendem, se lhes não relata tudo e o resto. Vamos ao resto. (Dom Casmurro. São Paulo, Globo, 1997) 
A
se limita à descrição psicológica, sem mencionar qualquer traço físico do personagem.
B
anuncia um fato de ordem coletiva como se fosse uma experiência pessoal.
C
faz comentários sobre o próprio texto e conversa diretamente com o leitor.
D
não se envolve afetivamente com a história, o que retira o teor ficcional do relato.
E
não emite juízos de valor, como se os fatos se dessem a conhecer sem intermediários.
da8e4c48-76
UNIVESP 2018 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Em Dom Casmurro, Bentinho é o narrador que

Leia o trecho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder a questão.

    Ezequiel, quando começou o capítulo anterior, não era ainda gerado; quando acabou era cristão e católico. Este outro é destinado a fazer chegar o meu Ezequiel aos cinco anos, um rapagão bonito, com os seus olhos claros, já inquietos, como se quisessem namorar todas as moças da vizinhança, ou quase todas.
   Agora, se considerares que ele foi único, que nenhum outro veio, certo nem incerto, morto nem vivo, um só e único, imaginarás os cuidados que nos deu, os sonos que nos tirou, e que sustos nos meteram as crises dos dentes e outras, a menor febrícula, toda a existência comum das crianças. A tudo acudíamos, segundo cumpria e urgia, cousa que não era necessário dizer, mas há leitores tão obtusos, que nada entendem, se lhes não relata tudo e o resto. Vamos ao resto. (Dom Casmurro. São Paulo, Globo, 1997) 
A
ouve de terceiros histórias de personalidades intrigantes e as organiza por escrito.
B
relata, em forma de diário, as experiências vividas ao mesmo tempo em que escreve.
C
registra, com isenção de opinião, as aventuras das pessoas com quem conviveu.
D
investiga as vidas de quem o traiu no passado para arquitetar sua vingança.
E
conta suas memórias, com o objetivo de compreender seu passado e seu presente.
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UNIFESP 2021 - Literatura - Naturalismo, Parnasianismo, Realismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Este movimento surge como momento de negação profunda e revolucionária, porque visava a redefinir não só a atitude poética, mas o próprio lugar do homem no mundo e na sociedade. Concebe de maneira nova o papel do artista e o sentido da obra de arte, pretendendo liquidar a convenção universalista dos herdeiros de Grécia e Roma em benefício de um sentimento novo, embebido de inspirações locais, procurando o único em lugar do perene.

(Antonio Candido. Formação da literatura brasileira, 2013. Adaptado.)

O texto refere-se ao movimento

A
realista
B
romântico
C
árcade
D
naturalista
E
parnasiano
fe959a76-6a
UNESP 2021 - Literatura - Barroco, Naturalismo, Realismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo



A obra Paisagem italiana (1805), do pintor alemão Jakob Philipp Hackert (1737-1807), remete, sobretudo, ao ideário do

A
Realismo.
B
Romantismo.
C
Arcadismo.
D
Barroco.
E
Naturalismo.
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UNICENTRO 2017 - Literatura - Naturalismo, Realismo, Escolas Literárias

Sobre o Romance Luzia-Homem de Domingos Olímpio é errado afirmar que

A
O romance apresenta características da estética Naturalista, o que se evidencia por exemplo na construção das personagens, que são produtos do meio onde vivem, fortemente influenciadas pelo ambiente, movidas pelo instinto sexual e incapazes de lidar com tais impulsos. É possível perceber inclusive a secura que o povo descrito no texto herdou da terra infértil.
B
Luzia é uma protagonista forte, que se mantém firme nos seus propósitos até o fim da narrativa. A personagem figura como um símbolo da mulher nordestina que enfrenta o flagelo da seca com coragem e sem perder a bondade e a sensibilidade.
C
Luzia é um grande símbolo feminista, visto que sua composição é produto do impacto que os movimentos femininos de conquista por espaço, efervescentes no período de criação do texto, causou nenhum no contexto intelectual brasileiro e, consequentemente, no escritor Domingos Olímpio.
D
Luzia-Homem se situa no chamado ciclo das secas da Literatura Nordestina, e tem como marcas regionais a fala característica das personagens e a descrição dolorosa do flagelo vivido pelos nordestinos. Além disso vale ressaltar a presença dos exploradores da miséria popular tentando sempre alguma vantagem diante de um contexto miserável.
E
A protagonista Luzia tem como atributos físicos força incomum para uma mulher, o que lhe rende o apelido de homem. Porém no decorrer do romance também se nota sua força interior, sendo um personagem firme e incorruptível na constituição de seu caráter.
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UNICENTRO 2017 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Leia o trecho a seguir retirado do conto “A Causa Secreta” e assinale a alternativa correta no que diz respeito ao referido conto e a estética de Machado de Assis.

Fortunato saiu, foi deitar-se no sofá da saleta contígua, e adormeceu logo. Vinte minutos depois acordou, quis dormir outra vez, cochilou alguns minutos, até que se pegue e voltou à sala. Caminhava nas pontas dos pés para não acordar a parenta, que dormia perto. Chegando à porta, estacou assombrado.
Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o lenço e contemplara por alguns instantes como feições defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, inclinou-se e beijou-a na testa. Foi nesse momento que Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não podia ser o beijo da amizade, podia ser o epílogo de um livro adúltero. Não tinha ciúmes, note-se; a natureza compô-lo de maneira que lhe não deu ciúmes nem inveja, mas dera-lhe vaidade, que não é menos cativa ao ressentimento. Olhou assombrado, mordendo os beiços.
Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver; mas então não pôde mais. O beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter como lágrimas, que predomina em borbotões, lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa.
(Várias Histórias - Machado de Assis - WM Jackson Inc Editores - 1946.)


A
Em “A Causa Secreta”, assim como em diversas ficções machadianas, o autoconstrói toda a tensão de sua narrativa ao redor de um possível triângulo amoroso. A infidelidade conjugal, a deterioração da família e a vingança são os principais elementos constituintes desse texto, visto que o motor de toda a narrativa é o desejo de vingança que move Fortunato a tentar recuperar sua honra perdida.
B
Nenhum referido conto, só é possível compreender as motivações que levam Fortunato a agir de maneira sádica porque o texto é narrado em primeira pessoa, emergindo na narrativa elementos que denunciam a composição psicológica do personagem.
C
Fortunato saboreia o sofrimento de Garcia no final do conto, pois sabe que o amigo não pode ter uma mulher amada novamente, uma vez que ela está morta. Desse modo, um personagem não sente ciúmes ou raiva da traição, pois se sente vingado pelo destino trágico que teve uma mulher. E só é possível que o leitor acesse essas informações e compreenda o deleite de Fortunato completamente graças a um artificio narrativo amplamente utilizado por Machado de Assis denominado realismo fantástico.
D
É graças ao fino desenvolvimento do narrador onisciente em terceira pessoa que o leitor flagra as mais profundas motivações de Fortunato. A partir do desnudamento psicológico da personagem o leitor passa a compreender que Fortunato é movido pelo sadismo e que busca o ápice de seu prazer no sofrimento de outros seres.
E
O viés naturalista de Machado de Assis é evidente neste texto, uma vez que no decorrer da narrativa Fortunato é revelado como fruto de uma sociedade falida, corrompida e refém dos problemas gerados pela violência. O narrador escancara os pormenores psicológicos de Fortunato revelando que um personagem buscar devolver para uma sociedade o que sempre deve, dor e sofrimento.
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CÁSPER LÍBERO 2014 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente um excerto de O alienista, de Machado de Assis, que faz referência a um episódio da Revolução Francesa.

A
“Ao cabo de sete dias expiraram as festas públicas; Itaguaí tinha finalmente uma casa de Orates”.
B
“Não era um repto, um ato intencional; mas todos o interpretaram dessa maneira, e a vila respirou com a esperança de que o alienista dentro de vinte e quatro horas estaria a ferros, e destruído o terrível cárcere”.
C
“Daí as aclamações públicas, a imensa gente que atulhava as ruas, as flâmulas, as flores e damascos às janelas.”
D
“Uma vez, por exemplo, compôs uma ode à queda do marquês de Pombal, em que dizia que esse ministro era o ‘dragão aspérrimo do Nada’, esmagado pelas ‘garras vingadoras do Todo’”.
E
“– Deus engendrou um ovo, o ovo engendrou a espada, a espada engendrou Davi, Davi engendrou a púrpura, a púrpura engendrou o duque, o duque engendrou o marquês, o marquês engendrou o conde, que sou eu.”
19f83e00-d5
CESMAC 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Machado de Assis (1839-1908) escreveu ao longo da sua vida nove romances. Obras que se caracterizam pelo aprofundamento psicológico dos personagens, por retratar os costumes das elites brasileiras e, principalmente, por se valer da ironia enquanto forma. Dentre os títulos abaixo, quais foram escritos pelo escritor carioca?

A
O Ateneu, Quincas Borba e Memorial de Ayres.
B
Iracema, O Guarani e Quincas Borba.
C
Ressurreição, Helena e Memorial de Ayres.
D
Helena, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Inocência.
E
Esaú e Jacó, Iaiá Garcia e O Ateneu.
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FASM 2014 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Leia um trecho do conto No Moinho, do escritor português Eça de Queirós, em que Maria da Piedade é a personagem central do enredo.

Refugiava-se então naquele amor como uma compensação deliciosa. Julgando-o todo puro, todo de alma, deixava-se penetrar dele e da sua lenta influência. Adrião tornara-se, na sua imaginação, como um ser de proporções extraordinárias, tudo o que é forte, e que é belo, e que dá razão à vida. […] Leu todos os seus livros, sobretudo aquela Madalena que também amara, e morrera de um abandono. Estas leituras calmavam-na, davam-lhe como uma vaga satisfação ao desejo. Chorando as dores das heroínas de romance, parecia sentir alívio às suas.
Lentamente, esta necessidade de encher a imaginação desses lances de amor, de dramas infelizes, apoderou-se dela. Foi durante meses um devorar constante de romances. Ia-se assim criando no seu espírito um mundo artificial e idealizado. A realidade tornava-se-lhe odiosa, sobretudo sob aquele aspecto da sua casa, onde encontrava sempre agarrado às saias um ser enfermo. Vieram as primeiras revoltas. Tornou-se impaciente e áspera. Não suportava ser arrancada aos episódios sentimentais do seu livro, para ir ajudar a voltar o marido e sentir-lhe o hálito mau. Veio-lhe o nojo das garrafadas, dos emplastros, das feridas dos pequenos a lavar. Começou a ler versos. Passava horas só, num mutismo, à janela, tendo sob o seu olhar de virgem loura toda a rebelião duma apaixonada. Acreditava nos amantes que escalam os balcões, entre o canto dos rouxinóis: e queria ser amada assim, possuída num mistério de noite romântica…
(Eça de Queirós. Contos, s/d.)

Nesse trecho do conto, evidencia-se a ligação do escritor à estética realista, pois ele

A
enaltece a capacidade de resignação da protagonista que, diante de cruéis adversidades, aceita com benevolência sua condição feminina.
B
condena a atitude do forasteiro Adrião que, movido por interesses escusos, se apresenta como um homem indefeso e menosprezado pela sociedade a fim de seduzir Maria da Piedade.
C
enfatiza a função social da literatura que, por meio de narrativas de diferentes gêneros, define o casamento como uma instituição burguesa e ultrapassada a ser abolida.
D
critica a educação romântica que levava mulheres, como Maria da Piedade, a crer que o sentido da própria existência dependia exclusivamente de relacionamentos amorosos eternos e arrebatadores.
E
evidencia a situação de miséria e abandono em que viviam os camponeses no século XIX em Portugal, fato que conduzia esses indivíduos à total alienação social.
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FASM 2014 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Observe a pintura Os barqueiros do Volga, do artista ucraniano Ilia Repin.


(Andrew Graham-Dixon. Arte: o guia visual definitivo da arte, 2011.)

Pode-se relacionar corretamente essa pintura ao

A
Simbolismo, pois personagens de diversos estratos compõem o contexto social que os artistas pretendiam descrever, sem idealizações, em seus poemas e romances.
B
Realismo, pois os escritores dessa época serviam-se dos textos literários para levar aos leitores uma imagem autêntica da realidade social.
C
Romantismo, pois, a partir desse período estético, os protagonistas das narrativas passam a ser os integrantes da burguesia e não mais aqueles pertencentes à elite.
D
Modernismo, pois, em decorrência da Semana de Arte Moderna, os artistas aboliram a arte acadêmica e tradicional e se voltaram para a expressão de imagens oníricas e surreais.
E
Arcadismo, pois nesse período existia a preocupação de inserir as personagens de contos e romances em ambientes bucólicos, que lhes permitissem se expressar liricamente.
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Fadba 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Sobre os trechos abaixo, marque a alternativa que apresenta a informação correta:


"Quando o Nordeste tiver açudes para sanar sua falta de água, quando for mais alfabetizado, quando terminar essa semiescravidão em que o trabalhador vive, verás, Justino, tua terra florescer, dar frutos, as crianças felizes crescerem e se tornarem adultos conscientes de suas responsabilidades, como elos da nossa corrente humana." (MOTT, Odette de Barros; Justino, o retirante p. 134.)

“E andavam para o Sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? Retardaram-se temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos." (Graciliano Ramos - Vidas secas, pág. 134)

A
Ambos os textos falam da seca no nordeste e abordam a forma semelhante com que os nordestinos lidam com seu problema;
B
As duas obras abordam o nordeste sob ponto de vista divergente, considerando a diversidade geográfica que o compõe.
C
Ambas abordam o sofrimento do sertanejo, mas na segunda o desfecho apresenta uma possibilidade de dias melhores para o homem do sertão.
D
Os autores das duas obras pertencem ao movimento nacionalista brasileiro, cujos romances abordam os problemas da terra através das narrativas, bem como apresentam caminhos possíveis de transformação do espaço, a partir das ações de cada personagem.
E
Como essência, as duas obras pintam um retrato regional por intermédio da reflexão sobre problemáticas essenciais à sociedade, destinando-se a provocar a conscientização pela denúncia e objetivando contribuir para a solução desse embate.