Questõessobre Realismo

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Foram encontradas 221 questões
d37da297-48
UNB 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Em Memórias póstumas de Brás Cubas, a dedicatória a um verme, escrita sob a forma de epitáfio, contradiz a visão humanista e coerente da vida manifestada por Brás Cubas e ressalta a visão irônica e pessimista manifestada pelo defunto-autor.

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Considerando o romance Memórias póstumas de Brás Cubas,
os fragmentos do romance transcritos acima e as características
do Realismo e Naturalismo no Brasil, julgue os itens

C
Certo
E
Errado
d4217463-48
UNB 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

A estrutura psicológica dos personagens e a oscilação entre o real e o fictício da vida observadas em Memórias póstumas de Brás Cubas não contradizem, em essência, aspectos evidenciados em romances do modelo da geração realista, mas trazem como característica a crítica ao cientificismo, caro à época dessa geração.

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Considerando o romance Memórias póstumas de Brás Cubas,
os fragmentos do romance transcritos acima e as características
do Realismo e Naturalismo no Brasil, julgue os itens

C
Certo
E
Errado
d4c76b5d-48
UNB 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

A visão determinista do autor está representada nos segmentos “moléstia que apanhei” (L.7) e “semidemência do Quincas Borba” (L. 16-17).

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Considerando o romance Memórias póstumas de Brás Cubas,
os fragmentos do romance transcritos acima e as características
do Realismo e Naturalismo no Brasil, julgue os itens

C
Certo
E
Errado
d0d99896-48
UNB 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Com o emprego da expressão metafórica “não comprar o pão com o suor do meu rosto” (L.15), fica ratificada, no romance, a preocupação do realismo com a observação de costumes, em especial dos costumes de personagens alegóricos, como agregados, senhores decadentes, artistas fracassados, que se opõem ao que no texto é denominado “fortuna” (L.14), entendida em seu aspecto material.

Imagem 013.jpg

Considerando o romance Memórias póstumas de Brás Cubas,
os fragmentos do romance transcritos acima e as características
do Realismo e Naturalismo no Brasil, julgue os itens

C
Certo
E
Errado
921e0ddd-6d
UEG 2011 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Leia os trechos abaixo, ambos de Memórias póstumas de Brás Cubas.
Trecho 1
Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por aquele Valongo afora, logo depois de ver e ajustar a casa.
Interrompeu-mas um ajuntamento; era um preto que vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir
[...]
Trecho 2
– Está bom, perdoa-lhe, disse eu.
– Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado! [...]
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 1995. p. 100-101. 

A linguagem utilizada nos trechos revela um

A
registro informal no primeiro e um formal no segundo.
B
registro formal no primeiro e um informal no segundo.
C
registro informal em ambos.
D
registro formal em ambos.
936bb6c4-6d
UEG 2011 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

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O texto e a gravura apresentam um ponto de vista

A
conformista sobre a vida cotidiana dos trabalhadores do campo.
B
dramático e surrealista quanto aos dilemas populares nacionais.
C
otimista e dinâmico em relação à classe operária nas metrópoles.
D
realista e desencantado acerca da miséria das classes populares.
5de071ae-6d
UEG 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Não entenderam logo. Natividade não sabia que fizesse; dava a mão aos filhos, ao marido, e tornava ao jornal para ler e reler que no despacho imperial da véspera o Sr. Agostinho José dos Santos fora agraciado com o título de Barão dos Santos. Compreendeu tudo. O presente do dia era aquele; o ourives desta vez foi o imperador.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó . Rio de Janeiro: Ediouro, 1998. p. 42.


O contexto sociopolítico retratado na obra machadiana refere-se

A
à concessão de títulos de nobreza no regime monárquico.
B
à importância do ourives na economia brasileira da época.
C
à liberdade de imprensa adquirida no regime republicano.
D
ao trabalho burocrático realizado pelo Barão de Santos.
5c83e730-6d
UEG 2010 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Esaú e Jacó, de Machado de Assis, e Os Bruzundangas, de Lima Barreto, são obras representativas das tendências estéticas realistas e pré-modernistas, respectivamente. Desse modo, ambas

A
apresentam uma visão positiva sobre o trabalho escravo no Brasil.
B
defendem a religiosidade como base para o progresso humano.
C
realizam uma crítica ao regime republicano brasileiro
D
representam o índio como herói nacional.
e2027916-30
PUC - PR 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Leia o trecho do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.

“Agora, por que é que nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não é esse propriamente o resto do livro. O resto é saber se a Capitu da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos, ou se esta foi mudada naquela por efeito de algum caso incidente. Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciúmes, dir-me-ia, como no seu cap. IX, vers. 1: "Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de ti". Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca. E bem, qualquer que seja a solução, uma coisa fica, e é a suma das sumas, ou resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me... A Terra lhes seja leve! Vamos à História dos Subúrbios”.

Segundo o texto, pode-se afirmar que, após narrar sua história, Bentinho, o narrador-protagonista:

A
conclui que Capitu já possuía, em criança, os traços psicológicos que a caracterizariam na idade adulta.
B
apesar de concluir que Capitu o traiu, deve, inspirado na Bíblia, perdoar a ela e a Escobar, seu melhor amigo.
C
não tem certeza de que Capitu o traiu, embora acredite que ela tenha se transformado muito desde a adolescência, aparecendo quando adulta como uma cigana traiçoeira e dissimulada.
D
chega à conclusão de que Capitu nunca o traiu e que tudo não passou de sua imaginação.
E
constata que Capitu e seu amigo Quincas Borba mantinham um caso desde a adolescência.
81462ad4-31
PUC - Campinas 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Atente para os seguintes segmentos do romance Dom Casmurro:

I. “Vendeu as fazendolas e os escravos, comprou alguns que pôs ao ganho ou alugou, uma dúzia de prédios, certo número de apólices, e deixou-se estar na rua de Matacavalos (...)”

II. “Tinha o dom de se fazer aceito e necessário; davase por falta dele, como de pessoa da família. (...) Minha mãe dava-lhe de quando em quando alguns cobres.”

Esses segmentos retratam tipos sociais, aqui representados, respectivamente,

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

      O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas.

                                                                                           (TÁVOLA, Bernardim da, inédito) 

A
pela proprietária D. Glória e pelo agregado José Dias.
B
pelo seminarista Bentinho e pelo funcionário Pádua.
C
pelo conselheiro Aires e pelo advogado Tio Cosme.
D
pelo capitalista Jacobina e pelo agregado Escobar.
E
pela viúva D. Severina e pelo político Rubião.
6e2c38a8-1d
UNICAMP 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

O romance Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado um divisor de águas tanto na obra de Machado de Assis quanto na literatura brasileira do século XIX. Indique a alternativa em que todas as características mencionadas podem ser adequadamente atribuídas ao romance em questão.

A
Rejeição dos valores românticos, narrativa linear e fluente de um defunto autor, visão pessimista em relação aos problemas sociais.
B
Distanciamento do determinismo científico, cultivo do humor e digressões sobre banalidades, visão reformadora das mazelas sociais.
C
Abandono das idealizações românticas, uso de técnicas pouco usuais de narrativa, sugestão implícita de contradições sociais.
D
Crítica do realismo literário, narração iniciada com a morte do narrador-personagem, tematização de conflitos sociais.
52d68bb5-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Com base na obra de Machado de Assis, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) Tanto Dom Casmurro quanto Memórias Póstumas de Brás Cubas têm em comum o fato de serem livros narrados em primeira pessoa. Além disso, ambos os personagens pertencem à elite carioca do século XIX.
( ) O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas encerra-se com um capítulo todo feito de negativas, no qual o narrador enumera uma série de faltas de que sofreu em vida, entre elas o fato de não ter tido filhos e, assim, não ter transmitido a ninguém a herança de nossa miséria.
( ) Há um consenso entre os críticos quanto a Dom Casmurro ser um romance baseado nas memó- rias sinceras de um homem traído.
( ) Machado atuou em diversas áreas das Letras brasileiras. O autor escreveu romances, contos, crítica literária; porém, deixou de lado o teatro e a poesia.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

“Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio é mortal, [esse silogismo] parecera-lhe, durante toda a sua vida, correto em relação a Caio, mas de modo algum em relação a ele.”
TOLSTOI, Lev. A morte de Ivan Ilitch. São Paulo: Editora 34, 2006.
Exceção entre os animais, o homem é o único que carrega consigo a certeza da sua própria morte. Esse conhecimento antecipado serve tanto de medida e restrição para as ambições da vida quanto de combustível para atos que garantam algum tipo de imortalidade. De maneira geral, ao defrontar-se com a morte, o ser humano tem noção dos seus limites e daquilo que é possível fazer enquanto está vivo. Planos, viagens, sonhos são marcos postos entre cada um e seu próprio fim. Nesta prova você se deparará com textos que refletem sobre esse tema.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também voou por sobre os destroços presentes até às ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.” 
A
V – V – F – F
B
V – V – V – F
C
V – F – F – V
D
F – V – V – F
E
F – F – V – V
52d38b6e-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Com base no texto, afirma-se:
I. A grande variedade de pronomes presentes no texto aponta para a existência de pelo menos três elementos narrativos: Virgília, o narrador Brás Cubas e o leitor.
II. Expressões como “mais tarde”, “Agora”, “ribas de uma África juvenil” assinalam a existência de diferentes planos temporais na narrativa, dos quais se destacam o momento da enunciação, o passado recente e o passado mais remoto.
III. O último parágrafo do trecho, ao revelar a causa da morte do narrador a partir de uma doença banal, serve de contraponto ao tom poético do parágrafo anterior.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

“Caio é um homem, os homens são mortais, logo Caio é mortal, [esse silogismo] parecera-lhe, durante toda a sua vida, correto em relação a Caio, mas de modo algum em relação a ele.”
TOLSTOI, Lev. A morte de Ivan Ilitch. São Paulo: Editora 34, 2006.
Exceção entre os animais, o homem é o único que carrega consigo a certeza da sua própria morte. Esse conhecimento antecipado serve tanto de medida e restrição para as ambições da vida quanto de combustível para atos que garantam algum tipo de imortalidade. De maneira geral, ao defrontar-se com a morte, o ser humano tem noção dos seus limites e daquilo que é possível fazer enquanto está vivo. Planos, viagens, sonhos são marcos postos entre cada um e seu próprio fim. Nesta prova você se deparará com textos que refletem sobre esse tema.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também voou por sobre os destroços presentes até às ribas de uma África juvenil... Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.” 
A
I, apenas.
B
III, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
c08576ea-1c
PUC - SP 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Machado de Assis revela em Memórias Póstumas de Brás Cubas uma linguagem rica em recursos estilísticos capaz de emprestar ao romance uma fina dimensão estética. Sua obra é repassada pelas diferentes funções da linguagem. Assim, indique a alternativa que contém trecho em que predomina a função metalinguística.

A
“Tudo tinha a aparência de uma conspiração das coisas contra o homem: e, conquanto eu estivesse na minha sala, olhando para a minha chácara, sentado na minha cadeira, ouvindo os meus pássaros, ao pé dos meus livros, alumiado pelo meu sol, não chegava a curar-me das saudades daquela outra cadeira, que não era minha”.
B
“Fui ter com Virgília; depressa esqueci o Quincas Borba. Virgília era o travesseiro do meu espírito, um travesseiro mole, tépido, aromático, enfronhado em cambraia e bruxelas”.
C
“Não havia ali a atmosfera somente da águia e do beija-flor; havia também a da lesma e do sapo. Retira, pois, a expressão, alma sensível, castiga os nervos, limpa os óculos, – que isso às vezes é dos óculos, – e acabemos de uma vez com esta flor da moita”.
D
“Citando o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre o nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada, costuma perguntar-lhe: 'Gentes, quem matou seus cachorrinhos?' Como se dissesse: '– quem lhe levou os amores, as aventuras secretas, etc.' Mas este capítulo não é sério”.
c06f994b-1c
PUC - SP 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

O romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, é o desenvolvimento de um conto chamado “Civilização”. Faz a oposição entre a cidade cosmopolita e a vida do campo, além de, também

A
ambientar a ação dos personagens apenas nas cidades de Tormes, aldeia portuguesa, e na civilizada Lisboa do final do século XIX.
B
narrar a história de Jacinto, um jovem muito rico, que alcança a felicidade porque tem por objetivo apenas ser o mais possível contemporâneo ao próprio tempo.
C
apresentar desde o início um narrador que tem um ponto de vista firme, qual seja, o de depreciar a civilização da cidade e de exaltar a vida natural.
D
caracterizar a vida do protagonista somente na cidade de Paris, rodeado de muita tecnologia e conhecimento e com uma vida social muito ativa e feliz.
083516a2-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão 32, leia o trecho a seguir, retirado de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

“Ultimamente, restituído à forma humana, vi chegar um hipopótamo, que me arrebatou. Deixei-me ir, calado, não sei se por medo ou confiança; mas, dentro em pouco, a carreira de tal modo se tornou vertiginosa, que me atrevi a interrogá-lo, e com alguma arte lhe disse que a viagem me parecia sem destino.

– Engana-se, replicou o animal, nós vamos à origem dos séculos.

Insinuei que deveria ser muitíssimo longe; mas o hipopótamo não me entendeu ou não me ouviu, se é que não fingiu uma dessas coisas, e, perguntando-lhe, visto que ele falava, se era descendente do cavalo de Aquiles ou da asna de Balaão, retorquiu-me com um gesto peculiar a estes dois quadrúpedes: abanou as orelhas. Pela minha parte fechei os olhos e deixei-me ir à ventura. Já agora não se me dá de confessar que sentia umas tais ou quais cócegas de curiosidade, por saber onde ficava a origem do Nilo, e sobretudo se valia alguma coisa mais ou menos que a consumação dos mesmos séculos: reflexões de cérebro enfermo. Como ia de olhos fechados, não via o caminho; lembra-me só que a sensação de frio aumentava com a jornada, e que chegou uma ocasião em que me pareceu entrar na região dos gelos eternos.”

Todas as afirmativas estão corretamente associadas ao texto, EXCETO:

A
O texto configura uma tomada de consciência da personalidade dividida entre o eu e a realidade objetiva, tema frequente no final do século XIX, por influência dos avanços da ciência e da psicanálise.
B
Machado de Assis foi um escritor que fez uso reiterado da ironia que, nesse texto, se expressa na personificação do animal e na sua capacidade de retornar aos tempos primordiais.
C
A aventura de Brás Cubas, cavalgando um hipopótamo, em direção à origem dos séculos, configura um tipo de viagem diferente, pois se dá através do delírio da personagem machadiana.
D
O narrador vale-se do recurso da humanização dos animais para expressar o sentimento de medo ao enfrentar uma viagem sem destino.
E
As referências à mitologia clássica, comuns em Machado de Assis, costumam configurar uma perspectiva humorística, que, no caso de Memórias Póstumas de Brás Cubas, aparece no parentesco entre o cavalo de Aquiles e o hipopótamo.
8e61d4e0-a7
UCS 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Em seu esforço para dar sentido a si mesmo e ao passado, o relato de Paulo Honório, em São Bernardo, ganha nuances psicológicas e aproxima-se ao de outro narrador-protagonista muito famoso na Literatura Brasileira: Bentinho, o Dom Casmurro, criado por Machado de Assis na obra homônima. Os trechos a seguir pertencem aos dois romances, respectivamente, e referem-se à relação matrimonial dos protagonistas.

- “O que eu dizia era simples, direto, e procurava debalde em minha mulher concisão e clareza. Usar aquele vocabulário, vasto, cheio de ciladas, não me seria possível. E se ela tentava empregar a minha linguagem resumida, matuta, as expressões mais inofensivas e concretas eram para mim semelhantes às cobras: faziam voltas, picavam e tinham significação venenosa". (RAMOS, 1977, p. 141). [...] – “O que estragou tudo foi esse ciúme, Paulo". (RAMOS, 1977, p. 147).

- “Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada" (ASSIS, 1988, p. 46). – “Pois até os defuntos! Nem os mortos escapam aos seus ciúmes!" (ASSIS, 1988, p. 145).

Assinale e alternativa que melhor descreve o clima que envolve os narradores, em suas relações amorosas, nos romances mencionados. 

A
Sentimento de inferioridade ante os outros homens.
B
Desconfiança em relação à figura feminina.
C
Sentimento de revolta.
D
Descrença na instituição do casamento.
E
Desejo de colocar à prova a fidelidade alheia.
c249bb36-9a
PUC-GO 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Machado de Assis (Texto 8) realiza sua literatura com a artimanha de um ourives, mas não aquele que faz uma simples obra de arte, um simples artesão. É o criador que inventa novidade, cria uma obra para ser contemplada no sentido filosófico. Por isso, seu texto possui certo hermetismo, pois, parece anunciar, tal como a famosa esfinge de Tebas: “Decifra-me ou devoro-te". Dentro dessa perspectiva, sua narrativa é dissimulada, é uma narrativa da obliquidade, do enredamento de ideias e metáforas que seduz o leitor ao jogar com as imagens, as palavras, a ironia, a polissemia e a sequência do enredo, tornando o discurso narrativo plurissignificativo, variado, múltiplo e indefinido (o que é a loucura? o que é a razão?). Considerando o fragmento selecionado e a totalidade do romance Quincas Borba, assinale a alternativa correta:

TEXTO 8

CAPÍTULO IV

      Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacena. Logo que chegou, enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida; mas, tão acanhada, que os suspiros no namorado ficavam sem eco. Chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente Rubião, fez todo o possível para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris a levou.

     Foi esse trechozinho de romance que ligou os dois homens. Saberia Rubião que o nosso Quincas Borba trazia aquele grãozinho de sandice, que um médico supôs achar-lhe? Seguramente, não; tinha-o por homem esquisito. É, todavia, certo que o grãozinho não se despegou do cérebro de Quincas Borba, — nem antes, nem depois da moléstia que lentamente o comeu. Quincas Borba tivera ali alguns parentes, mortos já agora em 1867; o último foi o tio que o deixou por herdeiro de seus bens. Rubião ficou sendo o único amigo do filósofo. Regia então uma escola de meninos, que fechou para tratar do enfermo. Antes de professor, metera ombros a algumas empresas, que foram a pique. 

      Durou o cargo de enfermeiro mais de cinco meses, perto de seis. Era real o desvelo de Rubião, paciente, risonho, múltiplo, ouvindo as ordens do médico, dando os remédios às horas marcadas, saindo a passeio com o doente, sem esquecer nada, nem o serviço da casa, nem a leitura dos jornais, logo que chegava a mala da Corte ou a de Ouro Preto.

      — Tu és bom, Rubião, suspirava Quincas Borba.

      — Grande façanha! Como se você fosse mau!

      A opinião ostensiva do médico era que a doença do Quincas Borba iria saindo devagar. Um dia, o nosso Rubião, acompanhando o médico até à porta da rua, perguntou-lhe qual era o verdadeiro estado do amigo. Ouviu que estava perdido, completamente perdido; mas, que o fosse animando. Para que tornar-lhe a morte mais aflitiva pela certeza...?

      — Lá isso, não, atalhou Rubião; para ele, morrer é negócio fácil. Nunca leu um livro que ele escreveu, há anos, não sei que negócio de filosofia...

      — Não; mas filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra; adeus.

                                                   (ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Ática, 2011. p. 23-24.) 

A
Machado relativiza as verdades científicas da segunda metade do século XIX e ironiza de forma especial a teoria darwinista. Para o filósofo Quincas Borba, a guerra, por exemplo, não é um dos processos de seleção natural.
B
O humor machadiano dá um tom grave ao ridículo, ao burlesco contido na vida do homem, acentuando-o, ou lhe atribui coisas sérias, conduzindo o leitor a refletir sobre a mesquinha condição humana.
C
a narrativa de Quincas Borba não segue uma ordem cronológica e obedece a um ordenamento de reminiscências, recheado de idas e vindas ao passado e retomadas do fluxo narrativo no presente.
D
A “teoria do Humanitismo", elaborada por Quincas Borba, consiste em demonstrar que há um princípio destrutível, perecível, decifrável.
c238461d-9a
PUC-GO 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Assinale a alternativa correta em relação ao Texto 8, Capítulo IV de Quincas Borba, de Machado de Assis:

TEXTO 8

CAPÍTULO IV

      Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacena. Logo que chegou, enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida; mas, tão acanhada, que os suspiros no namorado ficavam sem eco. Chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente Rubião, fez todo o possível para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris a levou.

     Foi esse trechozinho de romance que ligou os dois homens. Saberia Rubião que o nosso Quincas Borba trazia aquele grãozinho de sandice, que um médico supôs achar-lhe? Seguramente, não; tinha-o por homem esquisito. É, todavia, certo que o grãozinho não se despegou do cérebro de Quincas Borba, — nem antes, nem depois da moléstia que lentamente o comeu. Quincas Borba tivera ali alguns parentes, mortos já agora em 1867; o último foi o tio que o deixou por herdeiro de seus bens. Rubião ficou sendo o único amigo do filósofo. Regia então uma escola de meninos, que fechou para tratar do enfermo. Antes de professor, metera ombros a algumas empresas, que foram a pique. 

      Durou o cargo de enfermeiro mais de cinco meses, perto de seis. Era real o desvelo de Rubião, paciente, risonho, múltiplo, ouvindo as ordens do médico, dando os remédios às horas marcadas, saindo a passeio com o doente, sem esquecer nada, nem o serviço da casa, nem a leitura dos jornais, logo que chegava a mala da Corte ou a de Ouro Preto.

      — Tu és bom, Rubião, suspirava Quincas Borba.

      — Grande façanha! Como se você fosse mau!

      A opinião ostensiva do médico era que a doença do Quincas Borba iria saindo devagar. Um dia, o nosso Rubião, acompanhando o médico até à porta da rua, perguntou-lhe qual era o verdadeiro estado do amigo. Ouviu que estava perdido, completamente perdido; mas, que o fosse animando. Para que tornar-lhe a morte mais aflitiva pela certeza...?

      — Lá isso, não, atalhou Rubião; para ele, morrer é negócio fácil. Nunca leu um livro que ele escreveu, há anos, não sei que negócio de filosofia...

      — Não; mas filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra; adeus.

                                                   (ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Ática, 2011. p. 23-24.) 

A
Para Rubião, o fato de Quincas Borba ser filósofo fazia dele alguém que saberia lidar com a morte sem dificuldades.
B
Quincas Borba era apaixonado pela irmã de Rubião, mas ela fugiu com outro, deixando-o sozinho.
C
Rubião animava Quincas Borba, pois o médico acreditava que a doença iria, aos poucos, deixá-lo.
D
Rubião sempre foi um empreendedor de sucesso que decidiu abandonar a carreira para cuidar do amigo enfermo.
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USP 2015 - Literatura - Realismo, Escolas Literárias

Tal como se encontra caracterizado no excerto, o destino alcançado pela personagem Jacinto contrasta de modo mais completo com a maneira pela qual culmina a trajetória de vida da personagem

            — Pois, Grilo, agora realmente bem podemos dizer que o sr. D. Jacinto está firme.
              O Grilo arredou os óculos para a testa, e levantando para o ar os cinco dedos em curva como pétalas de uma tulipa:
            — Sua Excelência brotou!
            Profundo sempre o digno preto! Sim! Aquele ressequido galho da Cidade, plantado na Serra, pegara, chupara o húmus do torrão herdado, criara seiva, afundara raízes, engrossara de tronco, atirara ramos, rebentara em flores, forte, sereno, ditoso, benéfico, nobre, dando frutos, derramando sombra. E abrigados pela grande árvore, e por ela nutridos, cem casais* em redor o bendiziam. 

                                                                Eça de Queirós, A cidade e as serras.

*casal: pequena propriedade rústica; pequeno povoado
A
Leonardo (filho), de Memórias de um sargento de milícias.
B
Jão Fera, de Til.
C
Brás Cubas, de Memórias póstumas de Brás Cubas.
D
Jerônimo, de O cortiço.
E
Pedro Bala, de Capitães da Areia.