Leia os trechos abaixo, ambos de Memórias póstumas de Brás Cubas.Trecho 1Tais eram as reflexões que eu vinha fazendo, por aquele Valongo afora, logo depois de ver e ajustar a casa.Interrompeu-mas um ajuntamento; era um preto que vergalhava outro na praça. O outro não se atrevia a fugir[...]Trecho 2– Está bom, perdoa-lhe, disse eu.– Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado! [...]ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 1995. p. 100-101.
A linguagem utilizada nos trechos revela um
Gabarito comentado
Resposta correta: B
Tema central: registro de linguagem — saber diferenciar registro formal (uso culto, narrativo, vocabulário mais elaborado/arcaizante) do registro informal (fala coloquial, regionalismos, gírias, marcas de oralidade). Esse conhecimento é frequente em provas de língua e literatura.
Resumo teórico rápido: Registros variam conforme contexto, propósito e interlocutor. Marcas do registro formal: sintaxe mais cuidada, vocabulário culto/arcaico, ausência de contrações e marcas de oralidade. Marcas do registro informal: diálogo direto, diminutivos, vocativos coloquiais, interjeições, elipses, construção mais sintética e oralizada. (Fontes de referência: gramáticas normativas como Celso Cunha & Lindley Cintra; manuais de redação e estudos de pragmática).
Justificativa da alternativa B: O primeiro trecho é narrativo, com linguagem mais cuidada e termos pouco coloquiais/até arcaizantes (por exemplo, construções e léxico típicos da narrativa literária). Essas características apontam para registro formal (literário e descritivo). O segundo trecho é diálogo marcado por oralidade: interjeições, vocativo regional/coloquial (nhonhô), imperativo direto e expressão comum de fala (“Entra para casa, bêbado!”). São sinais claros de registro informal.
Análise das alternativas incorretas:
A (informal no 1 e formal no 2) — invertida: o primeiro é narrativo e culto, não apresenta marcas de oralidade predominantes; o segundo contém diálogos coloquiais.
C (informal em ambos) — errado porque o primeiro trecho não mostra traços de fala coloquial, mas sim de narrativa literária mais elaborada.
D (formal em ambos) — errado porque o segundo é claramente falado/coloquial, com vocativos e modo imperativo típico da linguagem oral.
Estratégias práticas para provas: procure por marcadores de oralidade (vocativos, gírias, contrações, interjeições, pontuação exclamativa) para indicar informalidade; identifique vocabulário culto/arcaico e sintaxe mais longa para formalidade. Leia rápido o contexto: se houver diálogo, favoreça analisar quem fala e como fala.
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