Não entenderam logo.
Natividade não sabia que fizesse; dava a mão aos filhos, ao marido, e tornava
ao jornal para ler e reler que no despacho imperial da véspera o Sr. Agostinho
José dos Santos fora agraciado com o título de Barão dos Santos. Compreendeu
tudo. O presente do dia era aquele; o ourives desta vez foi o imperador.
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó
. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998. p. 42.
O contexto sociopolítico retratado na obra machadiana refere-se
Não entenderam logo. Natividade não sabia que fizesse; dava a mão aos filhos, ao marido, e tornava ao jornal para ler e reler que no despacho imperial da véspera o Sr. Agostinho José dos Santos fora agraciado com o título de Barão dos Santos. Compreendeu tudo. O presente do dia era aquele; o ourives desta vez foi o imperador.
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó . Rio de Janeiro: Ediouro, 1998. p. 42.
O contexto sociopolítico retratado na obra machadiana refere-se
Gabarito comentado
Gabarito: A
Tema central: identificação do contexto sociopolítico em episódio literário — reconhecer elementos que situam a narrativa no Brasil imperial e sua prática de concessão de títulos de nobreza.
Resumo teórico: No Brasil Imperial (1822–1889) era comum o imperador agraciar indivíduos com títulos (barão, visconde, conde etc.) como forma de reconhecimento social e política de clientela. Na literatura, referências a “despacho imperial” e a “agraciado com o título de Barão” sinalizam imediatamente esse quadro de monarquia e de práticas honoríficas do poder central (fonte primária: Machado de Assis, Esaú e Jacó, cit.).
Justificativa da alternativa correta (A): O trecho menciona explicitamente “despacho imperial”, “agraciado com o título de Barão” e “o imperador”. Esses são marcadores lexicais e institucionais do regime monárquico e da prática de concessão de títulos de nobreza pelo imperador. Logo, a alternativa A — à concessão de títulos de nobreza no regime monárquico — é a interpretação adequada e direta do contexto sociopolítico retratado.
Análise das alternativas incorretas:
B — à importância do ourives na economia brasileira da época.
Errada: a referência ao “ourives” no trecho é metafórica — “o ourives desta vez foi o imperador” — indicando quem faz o presente (agenciamento do poder), não um comentário sobre a relevância econômica dos ourives. Não há dados econômicos no excerto.
C — à liberdade de imprensa adquirida no regime republicano.
Errada: o enunciado situa-se em contexto imperial (despacho imperial, imperador). Além disso, a República só se estabelece em 1889; o trecho não aponta liberdades republicanas nem debates sobre imprensa.
D — ao trabalho burocrático realizado pelo Barão de Santos.
Errada: o Barão de Santos é o destinatário do título, não o agente que realiza trabalho burocrático. O foco é a concessão honorífica, não uma atividade administrativa atribuída ao barão.
Estratégia para resolução de questões semelhantes:
- Procure palavras-chave institucionais (imperador, despacho imperial, agraciado, título) que situam o período político.
- Diferencie leitura literal de figura de linguagem (aqui, “ourives” é metáfora).
- Descarte alternativas que introduzam informações não presentes no texto (economia, república, burocracia) — elas costumam ser armadilhas.
Fonte consultada (para contextualizar): Machado de Assis, Esaú e Jacó (trecho citado). Para estudo histórico: sínteses sobre o Brasil Imperial em manuais de história do Brasil.
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