Questõesde PUC - RS sobre Modernismo

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Foram encontradas 21 questões
62148675-b0
PUC - RS 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o fragmento que segue.

“A travessia foi penosamente feita. O terreno inconsistente e móvel fugia sob os passos aos caminhantes; remorava a tração das carretas absorvendo as rodas até ao meio dos raios; opunha, salteadamente, flexíveis barreiras de espinheirais, que era forçoso destramar a facão; e reduplicava, no reverberar intenso das areias, a adustão da canícula. De sorte que ao chegar à tarde, à “Serra Branca”, a tropa estava exausta. Exausta e sequiosa. Caminhara oito horas sem parar, em pleno arder do sol bravio do verão.”

O fragmento pertence ao livro Os sertões, de Euclides da Cunha, que relata a Guerra de Canudos, travada no Nordeste brasileiro entre os homens liderados por Antônio Conselheiro e as tropas militares republicanas.

Neste trecho da obra,

I. alternam-se a linguagem coloquial e a inconformidade com a exploração do homem pelo homem.

II. a complexidade vocabular e o predomínio da descrição constituem características marcantes.

III. a reiteração de expressões regionais e a preocupação com a condição humana permeiam o ponto de vista do narrador.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I e III, apenas.
E
I, II e III.
6210511c-b0
PUC - RS 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o trecho Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.

“A costa brasileira depois de um pulo de farol sumiu como um peixe. O mar era um oleado azul. O sol afogado queimava arranha-céus de nuvens. Dois pontos sujaram o horizonte faiscando longínquos bons dias sem fio. Os olhos hipócritas dos viajantes andavam longe dos livros – agora polichinelos sentados nas cadeiras vazias.”


A aproximação do texto literário à prosa cinematográfica, caracterizada pela _________, permite afirmar que o fragmento acima, de autoria de Oswald de Andrade, enquadra-se na estética _________. 

A

simultaneidade de imagens modernista

B

exaltação de objetos romântica

C

presença da ironia realista

D

idealização da paisagem pós-moderna

E

exploração do local simbolista

620d14dc-b0
PUC - RS 2010 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o trecho do conto “As margens da alegria”, de Guimarães Rosa.

“ESTA É A ESTÓRIA. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produziase em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. (...) O voo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no acorçoo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o cinto de segurança via forte afago, de proteção, e logo novo senso de esperança: ao não sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter-se – certo como o ato de respirar – o de fugir para o espaço em branco. O Menino.”

De acordo com o texto, afirma-se:

I. O menino experimentava sensações até então inusitadas no enfrentamento do desconhecido, com sentimentos de entusiasmo e de descoberta.
II. A viagem parecia encaminhar-se na direção do não sabido e da revelação de algo extraordinário.
III. O viajante sentia medo e até dificuldade de respirar durante o percurso, e tinha vontade de fugir do seu destino.
IV. A viagem de avião daria ao menino o acesso a uma cidade ainda sem história.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I, II e IV, apenas.
E
I, II, III e IV.
52e88b61-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o trecho da crônica A morte da Velhinha de Taubaté, de Luís Fernando Veríssimo, e analise as considerações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
“Morreu no último dia 19, aos 90 anos de idade, de causa ignorada, a paulista conhecida como “a Velhinha de Taubaté”, que se tornou uma celebridade nacional há alguns anos por ser a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo. (...)
As circunstâncias da morte da Velhinha de Taubaté ainda não estão esclarecidas. Sua sobrinha Suzette, que tem uma agência de acompanhantes de congressistas em Brasília embora a Velhinha acreditasse que ela fazia trabalho social com religiosas, informou que a Velhinha já tivera um pequeno acidente vascular ao saber da compra de votos para a reeleição do Fernando Henrique Cardoso, em quem ela acreditava muito, mas ficara satisfeita com as explicações e se recuperara.
Segundo Suzette, ela estava acompanhando as CPIs, comentara a sinceridade e o espírito público de todos os componentes das comissões, nenhum dos quais estava fazendo política, e de todos os depoentes, e acreditava que, como todos estavam dizendo a verdade, a crise acabaria logo, mas ultimamente começara a dar sinais de desânimo e, para grande surpresa da sobrinha, descrença.
A Velhinha acreditara em Lula desde o começo e até rebatizara o seu gato, que agora se chamava Zé. Acreditava principalmente no Palocci. Ela morreu na frente da televisão, talvez com o choque de alguma notícia. Mas a polícia mandou os restos do chá que a Velhinha estava tomando com bolinhos de polvilho para exame de laboratório. Pode ter sido suicídio.

( ) A crônica constrói-se por meio da crítica bemhumorada do autor à corrupção generalizada da classe política.
( ) O autor explora, nesse texto, a linguagem típica da notícia de jornal para apresentar a realidade brasileira de forma caricaturesca.
( ) A profissão de Suzette na crônica é apresentada de modo direto, sem eufemismos.
( ) FHC, Lula e Palocci são personagens reais a partir dos quais a fé da Velhinha na política se consolida.
( ) Luís Fernando Veríssimo é um autor que, em seus textos, explora outros gêneros textuais, como a notícia, o conto, o diálogo, a poesia.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
V – V – F – F – V
B
V – F – V – F – F
C
V – V – V – V – F
D
F – V – F – V – V
E
F – F – V – F – V
52df8174-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o trecho a seguir, retirado da obra Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, e compare-o com o quadro Os retirantes, de Candido Portinari.
– Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva;
só a morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina


Todas as alternativas apresentam afirmações corretas, EXCETO:

A
Severino serve de metonímia para retirantes, tema que é referido tanto no poema quanto no título do quadro.
B
O tom sombrio do quadro revela o tema da morte a partir de elementos como o aspecto físico dos personagens, a aridez em volta e os pássaros negros que os acompanham.
C
O tratamento social conferido aos temas da seca, da fome e da morte é recorrente em romances, poemas, quadros e filmes brasileiros a partir do anos 30.
D
No poema, há a oposição constante entre vida e morte, o que vai de encontro à temática abordada no quadro, já que, na representação da família, as crianças mostram que a vida é mais forte do que a morte.
E
A vida severina aparece como um contraponto à morte, embora não seja necessariamente mais positiva do que ela.
52dc6c59-d6
PUC - RS 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o poema Momento num café, de Manuel Bandeira, e analise as afirmações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).

Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e
[demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem
[finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.

( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida.
( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira.
( ) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe.
( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o corpo.
( ) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
F – F – V – V – V
B
F – V – F – F – V
C
V – F – V – V – F
D
V – V – F – F – V
E
V – V – F – F – F
085c921f-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o fragmento de um capítulo do romance Dois irmãos, de Milton Hatoum, e analise a pintura da artista brasileira Tarsila Amaral, intitulada “O porto”.

Quando Yaqub chegou do Líbano, o pai foi buscá-lo no Rio de Janeiro. O cais Pharoux estava apinhado de parentes de pracinhas e oficiais que regressavam da Itália. Bandeiras brasileiras enfeitavam o balcão e a varanda dos apartamentos da Glória, rojões espocavam o céu, e para onde o pai olhava havia sinais de vitória. Ele avistou o filho no portaló do navio que acabara de chegar de Marselha. Não era mais o menino, mas o rapaz que passara cinco anos dos seus dezoito anos no sul do Líbano. O andar era o mesmo: passos rápidos e firmes que davam ao corpo um senso de equilíbrio e uma rigidez impensável no andar do outro filho, o Caçula.

                       

Com base no texto e/ou na figura,  NÃO é correto afirmar:

A
O fragmento acima, retirado do romance Dois irmãos, de Milton Hatoum, descreve a chegada de um jovem ao Rio de Janeiro, num dia de muita movimentação e alegria, características reforçadas pelo narrador através da plasticidade da linguagem.
B
O quadro de Tarsila do Amaral, que retrata uma cena do porto no Rio de Janeiro, privilegia a representação de elementos naturais e náuticos em contraste com o bulício humano descrito por Hatoum.
C
A obra de Tarsila do Amaral vincula-se à tendência cubista da poesia brasileira do final do século XX e expressa sua coerência com a descrição caótica do cais Pharoux, de Milton Hatoum.
D
Na representação pictórica do porto, Tarsila do Amaral dá protagonismo aos navios, que enchem a tela, secundados pela paisagem da cidade ao fundo.
E
Yaqub, o filho que retornou do Líbano, se fosse retratado em um quadro, não poderia ser apresentado em formas claras e nítidas, em tudo distinto de seu irmão Caçula, que permaneceu no Brasil.
08542fd7-1d
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INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o fragmento do poema de Carlos Drummond de Andrade, intitulado “O homem: as viagens”.

Restam outros sistemas fora

do solar a col-

onizar.

Ao acabarem todos

só resta ao homem

(estará equipado?)

a dificílima dangerosíssima viagem

de si a si mesmo:

pôr o pé no chão

do seu coração

experimentar

colonizar

civilizar

humanizar

o homem

descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas

a perene, insuspeitada alegria

de con-viver.

De acordo com a estrofe apresentada, pode-se afirmar:

( ) O tema da viagem, explorado no texto, refere-se menos a uma viagem física, realizada por espaços desconhecidos e inexplorados, e mais a uma viagem íntima, aquela que o homem realiza ao interior de sua própria subjetividade.

( ) O poema apresenta certo traço narrativo, valendo-se de recursos da oralidade e da desconstrução de palavras para reforçar a ideia da viagem interior.

( ) O poema aborda a difícil viagem interior para destacar uma outra mais difícil: aquela em que o homem precisa aprender uma nova maneira de se relacionar com os outros homens.

( ) Os versos livres com que Carlos Drummond de Andrade compõe seu poema encontram-se também em outras obras do mesmo autor, como Cadeira de balanço e Libertinagem.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A
F – V – F – F
B
F – F – V – F
C
F – F – F – V
D
V – V – V – F
E
V – F – F – V
0857ef6b-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar:

A
É autor de versos cujos temas, retirados do quotidiano, expressam a dolorosa situação do homem, que, mesmo entre tantos outros, continua sozinho no mundo.
B
Pertence a uma geração de representativos poetas brasileiros como Manoel Bandeira, Mário de Andrade e Raimundo Corrêa.
C
É considerado um poeta simbolista porque tematiza as relações entre o mundo real e a fantasia do homem contemporâneo.
D
Publicou também as obras Vou me embora pra Pasárgada e A verdadeira arte de viajar.
E
Foi autor de uma poética extensa e escreveu um único romance, intitulado Mar morto.
0849ad6f-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A única alternativa que apresenta outras duas obras de Mário de Andrade é

A
Infância e Serafim Ponte Grande
B
Memórias do Cárcere e Cinza das horas
C
Sombras na correnteza e Pauliceia desvairada
D
Cobra Norato e Memórias sentimentais de João Miramar
E
Macunaíma e Amar verbo intransitivo
08416566-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho do diário de viagem de Mário de Andrade, retirado de O turista aprendiz.

“Durante esta viagem pela Amazônia, muito resolvido a... escrever um livro modernista, provavelmente mais resolvido a escrever que a viajar, tomei muitas notas como vai se ver. Notas rápidas, telegráficas muitas vezes. Algumas porém se alongaram mais pacientemente, sugeridas pelos descansos forçados do vaticano de fundo chato, vencendo difícil a torrente do rio. Mas quase tudo anotado sem nenhuma intenção da obra-de-arte, reservada pra elaborações futuras, nem com a menor intenção de dar a conhecer aos outros a terra viajada. E a elaboração definitiva nunca realizei. Fiz algumas tentativas, fiz. Mas parava logo no princípio, nem sabia bem porque, desagradado. Decerto já devia me desgostar naquele tempo o personalismo do que anotava. Se gostei e gozei muito pelo Amazonas, a verdade é que vivi metido comigo por todo esse caminho largo de água.”

Com base no excerto e em seu contexto, preencha os parênteses com V para verdadeiro ou F para falso.

( ) O diário de viagem é uma modalidade de narrativa que relata não só os acontecimentos transcorridos durante o percurso, mas também os sentimentos do sujeito viajante.

( ) As anotações do diário acompanhavam a rotina do barco: às vezes eram breves, outras mais longas em função das paradas e do movimento da embarcação nas águas do rio.

( ) O narrador se assume como um tipo especial de viajante porque não se integra à paisagem e ao ambiente da Amazônia, uma vez que a viagem que empreende é de ordem subjetiva.

( ) Mário de Andrade se identifica como um turista aprendiz porque fez muitas anotações, escreveu um livro sobre a viagem, corrigiu os originais e experimentou um personalismo exacerbado.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

A
V – V – V – F
B
V – F – V – F
C
V – F – F – F
D
F – V – F – V
E
F – F – V – V
08392fed-1d
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o trecho extraído de “Maria-Fumaça”, de autoria de Mario Quintana, e analise as afirmativas que seguem.

“As lentas, poeirentas, deliciosas viagens nos trens antigos. As famílias (viajavam famílias inteiras) levavam galinhas com farofa em cestas de vime, que ofereciam, pois não, aos viajantes solitários.

E os viajantes solitários (e os meninos) ainda desciam nas estaçõezinhas pobres... Para os pastéis, os sonhos, as laranjas...

(...)

O mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora para comprar laranjas.

Nesses aviões, vamos todos imóveis e empacotados como encomendas. Às vezes encomendas para a Eternidade...

Cruzes, poeta! Deixa-te de ideias funéreas e pensa nas aeromoças, arejadas e amáveis como anjos.

E “anjos”, aplicado a elas, não é exagero nenhum.

(...)

Entre a monotonia irreparável das nuvens, nada vemos da viagem. Isto é, não viajamos: chegamos.

Pobres turistas de aeroportos, damos a volta ao mundo sem nada ver do mundo.

I. Nesse texto, Mario Quintana retira a matéria para sua criação literária do tema da viagem, comparando diferentes modalidades de transporte e hábitos dos viajantes.

II. Valendo-se de uma linguagem simples, com frases irônicas e com humor, Mario Quintana reflete sobre a função da viagem e o seu significado para o viajante.

III. Para o poeta, viajar de avião não concretiza o verdadeiro prazer da viagem, que estaria mais no ato de ver, experimentar, conhecer, do que no percurso partida-chegada.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e III, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
cf3d2334-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , analise as afirmativas sobre algumas obras da Literatura Brasileira Contemporânea, confrontando-as com as estatísticas retiradas do Projeto de Pesquisa “Mapeamento do Personagem na Literatura Contemporânea”, coordenado pela Profa. Regina Dalcastgnè (UnB).


I. O protagonismo das personagens indígenas na literatura brasileira contemporânea vai ao encontro da sua representatividade em obras românticas, como O guarani, de José de Alencar.


II. Diferentemente do narrador negro de Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, a personagem, na posição de narrador, na sua absoluta maioria, é de cor branca.


III. É possível perceber nos romances As meninas, de Lygia Fagundes Telles, e As parceiras, de Lya Luft, uma representação literária que evidencia uma hegemonia branca quanto às personagens na posição de protagonista, coadjuvante e narrador.



Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
cf333d75-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do romance Jubiabá, de Jorge Amado.


Foi quando o alemão voou para cima dele querendo acertar no outro olho de Balduíno. O negro livrou o corpo com um gesto rápido e como a mola de uma máquina que se houvesse partido distendeu o braço bem por baixo do queixo de Ergin, o alemão. O campeão da Europa central descreveu uma curva com o corpo e caiu com todo o peso.

A multidão rouca aplaudia em coro:

– BAL-DO... BAL-DO... BAL-DO...

O juiz contava: – Seis... sete... oito...

Antônio Balduíno olhava satisfeito o branco estendido aos seus pés.


Com base no diálogo e na obra de Jorge Amado, considere as afirmativas.


I. A luta entre Antônio Balduíno e Ergin pode ser interpretada como uma metáfora dos conflitos entre o branco europeu e o negro brasileiro.


II. Ao longo dos seus diferentes romances, Jorge Amado constrói um projeto estético baseado principalmente na representação do intimismo e do lirismo.


III. Nos romances Tereza Batista, cansada de guerra e Memorial de Maria Moura, o escritor baiano explora basicamente o universo erótico feminino em diferentes perspectivas sociais.


IV. O romance Capitães de areia apresenta um detalhado quadro da marginalidade infantil urbana, ao retratar crianças de rua, como Pedro Bala, Sem Pernas e Pirulito.


Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)

A
I, apenas.
B
I e IV, apenas.
C
II e III, apenas.
D
I, II e IV, apenas.
E
I, II, III, IV.
cf2e757b-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do romance Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro.


– O senhor sabe quem foi Dadinha, meu avô?

– Então não sei? Não foi nada, não foi coisa nenhuma, foi uma velha gorda, corró, mentirosa, safadosa...

– Não foi minha bisavó? Mãe de Turíbio Cafubá?

– Mãe de... Quem é que está te contando essas coisas? Isso é negócio daquele velho broco Zé Pinto, eu vou pegar um cacete e tacar umas porretadas na cabeça dele, para ele deixar de ser abelhudo e enxerido, quem é que tá te contando essas coisas?

– Por que o senhor não me conta também? O nome de minha mãe, o nome verdadeiro, era Naê? Quem foi o caboco Capiroba?

– Caboco capiroba? E nunca teve nenhuns cabocos Capirobas, menina, nunca teve nada disso, isso é tudo lenda! Mas será possível que eu te mando para a escola com pensionato, te boto com a melhor professora, [...] e tu agora resolve crescer com rabo de cavalo, desaprender, se prepara pra ser uma nega preta veia, em vez de gente?


Com base no texto e na obra de João Ubaldo Ribeiro, analise as afirmativas.


I. A neta tem alguma consciência de suas raízes e procura conhecer sua genealogia.


II. O avô recusa-se a falar dos antepassados da neta, pois considera o assunto vergonhoso.


III. No seu romance Sargento Getúlio, João Ubaldo Ribeiro propõe um longo monólogo de um Sargento da Polícia Militar, aproximando-se esteticamente de uma variante caboclo-sertaneja, também presente em Guimarães Rosa.


Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II, III.
cf29c226-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o excerto do texto dramático O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.


MANUEL – Sim, é Manuel, o Leão de Judá, o Filho de Davi. Levantem-se todos pois vão ser julgados.

JOÃO GRILO – Apesar de ser um sertanejo pobre e amarelo, sinto que estou diante de uma grande figura. Não quero faltar com o respeito a uma pessoa tão importante, mas, se não me engano, aquele sujeito acaba de chamar o senhor de Manuel.

MANUEL – Foi isso mesmo, João. Esse é um dos meus nomes, mas você pode me chamar também de Jesus, de Senhor, de Deus... Ele gosta de me chamar de Manuel ou Emanuel, porque assim quer se persuadir de que sou somente homem. Mas você, se quiser, pode me chamar de Jesus.

JOÃO GRILO – Jesus?

MANUEL – Sim.

JOÃO GRILO – Mas espere, o senhor é que é Jesus?

MANUEL – Sou.

JOÃO GRILO – Aquele a quem chamavam Cristo?

JESUS – A quem chamavam, não, que era Cristo. Sou, por quê?

JOÃO GRILO – Porque... não é lhe faltando com o respeito não, mas eu pensava que o senhor era muito menos queimado. [...] A cor pode não ser das melhores, mas o senhor fala bem que faz gosto. [...]

MANUEL – Muito obrigado, João, mas agora é sua vez. Você é cheio de preconceito de raça. Vim hoje assim de propósito, porque sabia que ia despertar comentários. Que vergonha! Eu, Jesus, nasci branco e quis nascer judeu, como podia ter nascido preto. Para mim tanto faz um branco ou um preto. Você pensa que sou americano para ter preconceito de raça?


Com base no diálogo e na obra literária de Ariano Suassuna, analise as afirmativas.


I. João Grilo mostra-se desrespeitoso diante de um Jesus negro, que não corresponde às suas expectativas.


II. Na sua fala, Manuel demostra que o valor das pessoas independe da cor da pele.


III. O companheiro inseparável de João Grilo, Chicó, é um contador de estórias que se caracteriza como uma espécie de mentiroso ingênuo.


IV. A obra dramática de Ariano Suassuna mostra-se alinhada a uma tradição literária ibérica que apresenta obras fundacionais, como o Auto da barca do Inferno, de Gil Vicente.


Estão corretas as afirmativas

A
I e II, apenas.
B
III e IV, apenas.
C
I, II e III, apenas.
D
II, III e IV, apenas.
E
I, II, III, IV.
cf17a259-36
PUC - RS 2014 - Literatura - Simbolismo, Naturalismo, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho de O cortiço, de Aluísio de Azevedo, e preencha as lacunas.


Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço, sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada absolutamente, participava das novas regalias do amigo: pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira.


A personagem Bertoleza em O cortiço, de Aluísio de Azevedo, representa o fatalismo_________ que se presentifica em muitas obras _________, pautadas pela forte influência de escritores franceses como _________.

A
determinista – naturalistas – Émile Zola
B
determinista – simbolistas – Gustave Flaubert
C
capitalista – modernistas – Charles Baudelaire
D
positivista – realistas – Charles Baudelaire
E
capitalista – maneiristas – Émile Zola
2a6003d3-36
PUC - RS 2015 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base no poema, assinale a alternativa INCORRETA:

Quase dez mil quilômetros de litoral. O Brasil é mundialmente famoso por suas praias, mas o mar também é elemento de grande força simbólica no campo literário, e não apenas em nosso país. Escritores de diferentes tempos relacionam o mar com ações contraditórias: é aquele elemento sereno, que traz a vida, mas também é cenário de turbulência, que provoca mortes e desgraças. Muitas vezes, até mesmo a ausência do mar transforma-se em material poético. Em outras, o mar é personificado, e poetas com ele conversam. Metafórico, calmo, tenebroso, ambivalente: o mar, essa imensa massa de água salgada, é a matéria que unifica a questão de literatura que você irá responder.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o
poema “Mar português”.

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
A
O poema é de autoria de Fernando Pessoa, um dos mais célebres escritores da língua portuguesa, que deu vida a três famosos heterônimos: Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.
B
“Mar português" foi retirado de Mensagem, único livro publicado em vida, em língua portuguesa, por seu autor – obra que já tematiza a decadência lusitana percebida no início do século XX.
C
O poema trabalha com a ambivalência simbólica do mar, uma vez que ele foi o palco para grandes conquistas lusitanas, no período das navegações, mas também representa o cenário tenebroso de naufrágios e outras desgraças.
D
Os versos, de certa forma, questionam a glorificação lusitana do tempo do Império, já que lançam indagações a respeito dessa era de ouro. Por isso, podemos considerar este poema como um contraponto ao épico e nacionalista Os Lusíadas, de Camões.
E
Por ser modernista, observamos que este soneto rompe com a tradição literária, apresentando uma métrica livre, ainda que com rimas emparelhadas (AABBCC).
662cc7a6-2a
PUC - RS 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

INSTRUÇÃO: O ano de 1922 trouxe muito barulho ao cenário das letras brasileiras. Para responder à questão , preencha as lacunas do texto relacionado a dois dos mais representativos articuladores desta época.

Mario de Andrade e __________ são considerados os principais nomes do __________ brasileiro, movimento que, entre outras características, apresentava __________ e __________.

A alternativa que completa o excerto adequadamente é:

A
Oswald de Andrade – Modernismo – uma liberdade formal – um ideário nacionalista
B
Augusto dos Anjos – Pré-Modernismo – um cientificismo grotesco – uma ideologia de vanguarda
C
Olavo Bilac – Modernismo – um vínculo com a razão – um pessimismo ideológico
D
Augusto dos Anjos – Pré-Modernismo – uma valorização do nacional – uma subversão expressionista
E
Oswald de Andrade – Futurismo – um convencionalismo da linguagem – um nacionalismo utópico
14a099d8-27
PUC - RS 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O personagem Paulo Honório, presente no romance __________, apresenta- se tomado pelo ódio e pensa em matar a sua própria esposa, Madalena. Este magnífico romance de __________, além de tematizar a violência, também discute o contexto econômico e social da Revolução de 30.

A
Vidas Secas – Rubem Braga
B
São Bernardo – Graciliano Ramos
C
Os Sertões – Euclides da Cunha
D
Agosto – Rubem Fonseca
E
As Parceiras – Lya Luft