Leia o poema Momento num café, de Manuel Bandeira, e analise as afirmações que seguem, preenchendo os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
Quando o enterro passouOs homens que se achavam no caféTiraram o chapéu maquinalmenteSaudavam o morto distraídosEstavam todos voltados para a vidaAbsortos na vidaConfiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e [demoradoOlhando o esquife longamenteEste sabia que a vida é uma agitação feroz e sem[finalidadeQue a vida é traiçãoE saudava a matéria que passavaLiberta para sempre da alma extinta.
( ) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida.
( ) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais
há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira.
( ) Apesar de ser construído por versos livres, o
ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da
segunda estrofe.
( ) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que
o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a
alma, não o corpo.
( ) O poeta é um dos principais representantes da
poesia da geração de 45, junto com João Cabral
de Melo Neto.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é
Gabarito comentado
Gabarito comentado: Alternativa E
Tema central da questão: Interpretação do poema "Momento num café", de Manuel Bandeira, com foco em suas características modernistas, oposição de ideias e análise das escolas literárias envolvidas.
Análise dos itens:
(V) Entre as duas estrofes do poema, há uma relação de oposição quanto a visões sobre a vida.
Correto! A primeira estrofe mostra indiferença e confiança na vida, enquanto na segunda, um personagem se destaca pela reflexão profunda acerca da vida e morte, o que caracteriza oposição de olhares. Lembre-se: oposição temática é um recurso recorrente em Bandeira.
(V) O uso de elementos cotidianos, por trás dos quais há uma revelação, é típico em Manuel Bandeira.
Correto! O cotidiano, representação prosaica do dia a dia, serve no Modernismo (1ª fase) como um modo de acessar reflexões existenciais. Bandeira faz do comum, poesia.
(F) Apesar de ser construído por versos livres, o ritmo do poema torna-se mais rápido a partir da segunda estrofe.
Falso! A segunda estrofe é mais lenta e reflexiva. O ritmo desacelera, acompanhando o tom filosófico e introspectivo da cena do personagem que observa demoradamente o cortejo.
(F) Pode-se inferir, a partir da leitura do poema, que o elemento primordial, na visão do eu lírico, é a alma, não o corpo.
Falso! O poema valoriza a libertação da alma do corpo, indicando que a matéria, ao se separar da alma, alcança a liberdade. Observa-se uma crítica à ilusão da vida material.
(F) O poeta é um dos principais representantes da poesia da geração de 45, junto com João Cabral de Melo Neto.
Falso! Bandeira pertence à 1ª geração modernista (década de 1920) – já João Cabral integra a Geração de 45, uma fase posterior e distinta.
Dicas de interpretação e estratégias:
• Atenção às relações de oposição entre as estrofes.
• Identifique características de escola literária pela temática e linguagem.
• Desconfie de afirmações que generalizam aspectos estilísticos (“sempre”, “nunca”, “todos”).
• Cuidado com questões cronológicas de gerações artísticas.
Para aprofundar, consulte autores como Massaud Moisés ("A Literatura Brasileira através dos Textos") e Antonio Candido, referências em escolas literárias e Modernismo.
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