Questõessobre Modernismo

1
1
Foram encontradas 621 questões
d1bc880f-e9
FAG 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A respeito do poema de Jorge Lima “O acendedor de lampiões”, considere as seguintes afirmações:


I. O poema se desenvolve a partir da oposição entre dois temas: a injustiça social, representada pela pobreza do acendedor de lampiões, e a falsidade de crenças e ideais propostos à sociedade.
II. O poema apresenta um único tema, o da injustiça social, ao qual todas as imagens apresentadas ao longo do texto se subordinam.
III. O poema se desenvolve a partir da comparação entre dois temas distintos, mas complementares: o da contraditória situação vivida pelo acendedor de lampiões, e o da falsidade de crenças e ideais propostos à sociedade.


É CORRETO o que se afirma em:

O acendedor de lampiões


Lá vem o acendedor de lampiões da rua!

Este mesmo que vem infatigavelmente,

Parodiar o sol e associar-se à lua

Quando a sombra da noite enegrece o poente!


Um, dois, três lampiões, acende e continua

Outros mais a acender imperturbavelmente,

À medida que a noite aos poucos se acentua

E a palidez da lua apenas se pressente.


Triste ironia atroz que o senso humano irrita:

Ele que doira à noite e ilumina a cidade,

Talvez não tenha luz na choupana em que habita.


Tanta gente também nos outros insinua

Crenças, religiões, amor, felicidade,

Como este acendedor de lampiões da rua


(Jorge de Lima)

A
apenas a afirmação I é correta.
B
apenas a afirmação II é correta.
C
apenas a afirmação III é correta.
D
as afirmações I e III estão corretas.
E
as afirmações II e III estão corretas.
fe5269d4-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar que

A
o impasse, a melancolia e a dissolução – possivelmente relacionados à perda de ideais e utopias revolucionárias – são a tônica da obra.
B
a consciência social, e dela uma espécie de militância por intermédio da poesia, surgem para o poeta como possibilidade de resgatar a consciência política.
C
o retorno às formas clássicas tradicionais, como o soneto e os versos heroicos, caracteriza uma fase do poeta que privilegia a forma em detrimento do conteúdo.
D
o amadurecimento é abordado como a única perspectiva de conhecimento possível diante do contexto político em que a obra foi concebida.
E
o abandono do rigor na arquitetura das formas poéticas denota uma retomada dos preceitos de vanguarda da primeira fase modernista.
fe61591b-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Pintor da soledade nos vestíbulos
de mármore e losango, onde as colunas
se deploram silentes, sem que as pombas
venham trazer um pouco do seu ruflo;

traça das finas torres consumidas
no vazio mais branco e na insolvência
de arquiteturas não arquitetadas,
porque a plástica é vã, se não comove,

ó criador de mitos que sufocam,
desperdiçando a terra, e já recuam
para a noite, e no charco se constelam,

por teus condutos flui um sangue vago,
e nas tuas pupilas, sob o tédio,
é a vida um suspiro sem paixão.



Sobre o poema “A tela contemplada”, presente em Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade, reproduzido acima, é correto afirmar:

A
Drummond retoma princípios e formas clássicas parnasianas para reafirmar o valor da tradição poética em oposição aos versos livres.
B
O eu-lírico, ao ressaltar que “a plástica é vã, se não comove”, defende o movimento estético da “arte pela arte”, vigente na poética da geração modernista de 1945.
C
Drummond questiona, por intermédio da estrutura poética clássica, o esvaziamento de sentido em manifestações artísticas que privilegiam apenas a forma.
D
A estrofe em questão é formada por versos dodecassílabos.
E
Há uma ruptura na estrutura do soneto, uma vez que essa forma é estruturada em quatro estrofes de quatro versos cada.
fe3c456f-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Contos novos, de Mario de Andrade, é correto afirmar:

A
O mundo dos adultos (e adolescentes) descrito nos sete contos está repleto de dubiedades e disfarces. Disfarces que chegam a um estado patológico de isolamento e fuga do convívio dos outros, caso de “Nélson”, narrado no penúltimo conto.
B
“Atrás da catedral de Ruão” revela a imaturidade do proletário que protagoniza o conto, com consciência de classe muito rudimentar, em cuja mente o leitor penetra por meio do discurso indireto livre muito bem manipulado pelo narrador.
C
Em “Vestida de preto”, o francês das aulas que mademoiselle ministra às três donzelas participa da mascarada e do desmascaramento, criando uma solidariedade secreta de conspiração entre elas.
D
“Tempo de camisolinha” é a história do primeiro beijo do casalzinho de cinco anos. Beijo que deixa o protagonista “completamente puro”, não tivessem os adultos destruído essa pureza, que leva à tragicomédia das simulações.
E
O último conto, “Frederico Paciência”, evoca de novo a infância e a expulsão do paraíso, ao retratar uma criança que tem a cara “enfarinhada dos palhaços” e que sem querer “fecha a porta atrás de si, dando três voltas à chave”.
fe33b9b4-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Sagarana, de João Guimarães Rosa, é correto afirmar:

A
Em “O burrinho pedrês”, Lalino é um típico malandro que não aprecia o trabalho, apenas a boa vida. Abandona o serviço na estrada de ferro e vai, no lombo do animal que batiza o conto, para o Rio de Janeiro, largando sua mulher, Ritinha, na região. No retorno, a encontra casada com o espanhol Ramiro. Torna-se cabo eleitoral do Major Anacleto, que, graças a ele, ganha a eleição. Laio, como também é conhecido, reconcilia-se com sua mulher no fim do conto.
B
“Corpo fechado” conta a história de dois primos, Ribeiro e Argemiro, contagiados pela malária que se espalhou pela região. Os dois estão solitários, já que parte da população morrera e os demais fugiram, entre os quais a mulher de Ribeiro, Luísa. Argemiro, percebendo a iminência da morte e desejando ter a consciência tranquila, confessa o interesse pela esposa do primo, que reage à confissão e expulsa o primo de suas terras.
C
Em “A volta do marido pródigo”, Turíbio flagra sua mulher, Silvana, com o ex-militar Cassiano Gomes. Ao procurar vingar sua honra, confunde-se e acaba matando o irmão de Cassiano Gomes. Turíbio foge para o sertão e é perseguido pelo ex-militar. Cassiano adoece e, antes de morrer, ajuda um capiau chamado Vinte-e-um, que passava por dificuldades financeiras. Turíbio volta para casa e é surpreendido por Vinte-e-um, que o executa para vingar seu benfeitor.
D
“Duelo” conta a visita de Emílio à fazenda de seu tio, candidato às eleições. Lá o jovem se apaixona por sua prima Maria Irma, mas não é correspondido. Ela se interessa por Ramiro, noivo de outra moça. Emílio finge-se enamorado de outra mulher. O plano falha, mas a prima apresenta-lhe sua futura esposa, Armanda. Maria Irma casa-se com Ramiro Gouveia.
E
Em “São Marcos”, o narrador-personagem José é supersticioso, mas mesmo assim zomba dos feiticeiros do Calango-Frito, em especial de João Mangolô. O protagonista recita por zombaria uma oração para Aurísio Manquitola e é duramente repreendido por banalizar uma prece tão poderosa. Certo dia, fica subitamente cego e passa a se orientar por cheiros e ruídos. Perdido e desesperado, recita a oração. Guiando-se pela audição e pelo olfato, descobre o caminho certo: a cafua de João Mangolô. Lá, irado, tenta estrangular o feiticeiro e, ao retomar a visão, percebe que o negro havia colocado uma venda nos olhos de um retrato seu para vingar-se das constantes zombarias.
fe774ef3-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, é correto afirmar:

A
A atmosfera criada pela obsedante paixão da verdade, da personagem central (o bicheiro), é das profundezas submarinhas, onde os seres vivem num quase estatismo e cujos movimentos lerdos e pacientes são sempre uma perigosa ameaça.
B
Dona Guigui é a personagem trágica por excelência, isto é, a que vive lucidamente a sua tragédia. Ela a compreende, no seu plano superindividual. Os fatos e os sentimentos humanos passam por ela – ou ela passa por eles – sem que seja afetada.
C
O apelido do protagonista resume toda a dimensão social da peça, que retrata uma sociedade sem segurança material ou mental, corroída pelo dinheiro e pela fricção com que as ideias se transmitem entre pessoas desprovidas de dinheiro. Uma sociedade injusta na qual uma família apodrece dentro da ordem capitalista.
D
Morto, o protagonista aparece no segundo ato, durante o velório, mas sua presença é soterrada pela atividade estrepitosa do repórter e do detetive, que lá foram para envolver a amante do bicheiro em uma farsa sinistra. O escândalo que ambos fazem acaba por lançar o morto num segundo plano.
E
A peça promove o encontro entre o mito e o subúrbio. Boca de Ouro, sendo um autêntico rei do jogo do bicho, brasileiríssimo e suburbano, é, ao mesmo tempo, o leão onipotente que cada um alimenta nas testas de sua fantasia profunda, todo força, além da morte, do risco, da solidão e do abandono.
fe45b9c7-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que identifica corretamente a narrativa de Contos Novos, de Mario de Andrade, a que se refere o crítico Anatol Rosenfeld na seguinte afirmação: “Este conto magistral lança um clarão sobre as cisões e contradições que se manifestam numa sociedade em transição, ainda presa de padrões paternalistas, mas em vias de democratização, urbanização e industrialização”.

A
O peru de Natal
B
O ladrão
C
Nelson
D
Primeiro de maio
E
Tempo da camisolinha
fe25cf0b-ef
CÁSPER LÍBERO 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre o conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, que integra Sagarana, de João Guimarães Rosa, é correto afirmar que

A
no momento final, o protagonista vive sua áurea hora. Sem mais precisar fazer uso de sua identidade restaurada, ele atinge sua realização e consegue seu destino: ele vai-se embora do lugarejo, isto é, viaja para outro lugar.
B
a tensão entre o bem e o mal encontra no conto um de seus momentos mais agudos. Na luta com o bando de jagunços do Major Consilva, escamoteada pelo sacrifício, volta a violência da qual queria se livrar Nhô Matraga.
C
no momento da morte, o protagonista terá sua identidade revelada. E nesse momento, o narrador se refere a ela como Bem-Bem. Ele morre então nomeado e identificado ao próprio homem que matou.
D
é pela violência que o protagonista realiza seu destino violento. Mas em coerência com o arcabouço religioso apresentado - a transformação de caráter, a penitência e a conversão –, essa violência pode receber um nome: sacrifício.
E
a cena final tem ingredientes dramáticos: uma lei contra a outra – não há saída. Há a lei do talião (olho por olho, dente por dente), representada por Nhô Augusto convertido, e a lei do coração, ou lei cristã, representada por Joãozinho Bem-Bem.
23af9be8-e7
FAG 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Tendo por base o poema de Olavo Bilac - “O incêndio de Roma”, assinale a alternativa correta.

A
A imagem sádica aparece encarnada pelo elemento masculino. Fiel ao requinte esteticista parnasiano decadentista, as primeiras estrofes aliam majestade à ruína, assinalando o gosto decadente pela monumentalidade que se esboroa.
B
Dentro do contexto do Arcadismo, o protagonista revela a ambição de ter uma vida simples e bucólica ao lado de sua amada.
C
A natureza torna-se, portanto, uma forte característica, a qual é descrita em diversos momentos.
D
Em um dado momento a personagem passa por um momento de epifania, que é uma súbita revelação ou compreensão de algo.
E
O protagonista parece conhecer bem o dito popular “felicidade é bom, mas dura pouco”, uma vez que ele se utiliza de todas as formas para prolongar seu sentimento de felicidade.
23ab48b6-e7
FAG 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A obra transita num tempo de decadência espacial. Uma sociedade patriarcal onde o dono da terra é o dono do poder, o dono da família, enfim o dono da mulher. A protagonista é uma personagem redonda, sofre mudanças profundas no decorrer da história. Por conseguinte, é uma personagem encantadora, marcada pela dor e pelos gestos calculados. O espaço é redondo, transformado pela decadência rural em função da industrialização. Assinale a alternativa que corresponde à obra aludida:

A
Fogo Morto (José Lins do Rego)
B
Lavoura Arcaica (Raduan Nassar)
C
Dôra, Doralina (Rachel de Queiroz)
D
O Incêndio de Roma (Olavo Bilac)
E
O Acendedor de Lampiões (Jorge de Lima)
a6f5b441-e7
FAG 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A obra transita num tempo de decadência espacial. Uma sociedade patriarcal onde o dono da terra é o dono do poder, o dono da família, enfim o dono da mulher. A protagonista é uma personagem redonda, sofre mudanças profundas no decorrer da história. Por conseguinte, é uma personagem encantadora, marcada pela dor e pelos gestos calculados. O espaço é redondo, transformado pela decadência rural em função da industrialização. Assinale a alternativa que corresponde à obra aludida:

A
Fogo Morto (José Lins do Rego)
B
Lavoura Arcaica (Raduan Nassar)
C
Dôra, Doralina (Rachel de Queiroz)
D
O Incêndio de Roma (Olavo Bilac)
E
O Acendedor de Lampiões (Jorge de Lima)
c984c190-e8
FAG 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A obra reúne uma série de artigos, iniciados com “Velha Praga”, publicados em O Estado de São Paulo em 14/11/1914. Nestes artigos, o autor insurge-se contra o extermínio das matas da Mantiqueira pela ação nefasta das queimadas, retrógrada prática agrícola perpetrada pela ignorância dos caboclos, analisa o primitivismo da vida dos caipiras do Vale do Paraíba e critica a literatura romântica que cantou liricamente esses marginais da civilização. Assinale a alternativa que corresponde ao conto aludido:

Texto 1


“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

Que vive de guardar alheio gado;

De tosco trato, de expressões grosseiro,

Dos frios gelado e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal e nele assisto

Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

Das brancas ovelhinhas tiro o leite,

E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!”

(Tomás Antonio Gonzaga)

A
Pai contra mãe (Machado de Assis);
B
Urupês (Monteiro Lobato);
C
Felicidade Clandestina (Clarice Lispector);
D
O homem que sabia javanês (Lima Barreto);
E
O acendedor de lampiões (Jorge de Lima).
420d07eb-ea
ULBRA 2012 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o fragmento abaixo e marque a resposta correta.


- Está vendo aquele umbu, lá embaixo, à direita do coxilhão?
Pois ali é a tapera do Mariano. Nunca vi pêssegos mais bonitos que os que amadurecem naquele abandono; ainda hoje os marmeleiros carregam, que é uma temeridade!
Mais para baixo, como umas três quadras, há uns olhos-d'água, minando as pedras, e logo adiante uns coqueiros; depois pega um cordão de araçazeiros. Diziam os antigos que ali encostado havia um lagoão mui fundo onde até jacaré se criava.
Eu, desde guri conheci o lagoão já tapado pelos capins, mas o lugar sempre respeitado como um tremedal perigoso: até contavam de um mascate que aí atolou-se e sumiu-se com duas mulas cargueiras e canastras e tudo...
Mais de uma rês magra ajudei a tirar de lá; iam à grama verde e atolavam-se logo, até a papada.
Só cruzam ali por cima as perdizes e algum cusco leviano.
Com certeza que as raízes do pasto e dos aguapés foram trançando uma enrediça fechada, e o barro e as folhas mortas foram-se amontoando e, pouco a pouco, capeando, fazendo a tampa do sumidouro.
E depois nunca deram desgoto na ponta do lagoão, porque, se dessem, a água corria e não se formaria o mundéu...
Mas, onde quero chegar: vou mostrar-lhe, lá, bem no meio do manantial, uma cousa que vancê nunca pensou ver; é uma roseira, e sempre carregada de rosas...
Gente vivente não apanha as flores porque quem plantou a roseira foi um defunto... e era até agouro um cristão enfeitar-se com uma rosa daquelas!...

A
O fragmento acima pertence ao conto No Manantial, de Simões Lopes Neto; é narrado em terceira pessoa, com substrato folclórico e o emprego literário de fala dialetal que confronta o homem e a natureza.
B
O fragmento acima foi subtraído do conto Trezentas onças, de Simões Lopes Neto. Narra as reflexões do velho peão Blau Nunes sobre a vida no campo, infundindo uma qualidade simbólica ao mundo imaginário.
C
O trecho pertence à obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, que trata da vida agreste em que o homem traça um itinerário geográfico em busca de paragens típicas.
D
O excerto foi retirado da obra Tapera, de Alcides Maya, é testemunho histórico e revelação psicológica da vida campeira.
E
O trecho foi subtraído da obra Porteira Fechada, de Cyro Martins, e narra os momentos de reflexão de Guedes, homem maduro, que busca a sobrevivência a qualquer preço, mas luta com seus princípios éticos.
42070c7c-ea
ULBRA 2012 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o fragmento do poema e marque a resposta correta. 


É difícil defender,

só com palavras, a vida,

ainda mais quando ela é

esta que vê, severina

mas se responder não pude

à pergunta que fazia,

ela, a vida, a respondeu

com sua presença viva.

E não há melhor resposta

que o espetáculo da vida:

vê-la desfiar seu fio,

que também se chama vida,

ver a fábrica que ela mesma,

teimosamente, se fabrica,

vê-la brotar como há pouco

em nova vida explodida

mesmo quando é assim pequena

a explosão, como a ocorrida

como a de há pouco, franzina

mesmo quando é a explosão de uma vida severina. 



 I– O fragmento é do poema Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 30, que cantou o amor e a saudade da terra natal.

II – Nesse auto de Natal pernambucano, o poeta expressa a miserável condição humana de um povo subdesenvolvido.

III – Severino, retirante, no caminho, rumo ao litoral, encontra a morte em cada parada.

IV – No último pouso, Severino recebe a notícia do nascimento de um menino; metáfora da resistência à constante negação da vida. 



Está (ão) correta (s): 

A
I e III.
B
II e IV.
C
II, III e IV.
D
I, II, III e IV.
E
Somente a III.
97099874-d5
CESMAC 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Inúmeros são os poemas que Manuel Bandeira escreveu sobre a sua infância e, particularmente, sobre a sua cidade natal: Recife. Entre eles, podemos citar os poemas “Evocação do Recife” e “Profundamente”. Nesses dois poemas, Manuel Bandeira discorre sobre quais aspectos do Recife e da sua infância?


1) A Rua da União e a casa dos seus avós.
2) A lembrança daqueles que estão dormindo profundamente.
3) As brincadeiras de infância e os primeiros deslumbramentos.
4) A vida de boemia e de namoros que ele viveu no Recife.
5) O período em que ele foi seminarista.


Estão corretas, apenas:

A
1, 2 e 4.
B
1, 3 e 5.
C
2, 3 e 5.
D
2, 3 e 4.
E
1, 2 e 3.
970cb038-d5
CESMAC 2018 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Graciliano Ramos versou em sua obra literária sobre vários temas. Um deles, diz respeito especificamente às perseguições políticas que ele e muitos dos seus contemporâneos sofreram durante os anos em que Getúlio Vargas governou o Brasil pela primeira vez: 1930-1945. Em qual obra Graciliano declina sobre esse período da vida brasileira?

A
Memórias do cárcere.
B
Vidas secas.
C
São Bernardo.
D
A terra dos meninos pelados.
E
Caetés.
cf84761e-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre a poesia de Carlos Drummond de Andrade, autor de Sentimento do mundo, é correto afirmar que:

A
A sua poesia verdadeira, a que lhe deu glória e popularidade porque constituía, realmente, a expressão de sua alma, o grito das suas artérias, a voz do seu temperamento, era aquela que alguém chamou, uma vez, o seu “erotismo dourado”. Drummond sem beijos, sem a ronda voluptuosa dos corpos sensuais e fugitivos, das bocas súplices e dos braços estendidos como tentáculos do pecado, não seria Drummond.
B
Na poesia de Drummond, as palavras atuam no sentido de iluminar ou isolar para os olhos um sinal da esparsa beleza geral. Fruto da circunstância, o poema é por vezes pequena joia faiscante e secreta extraída do instante consumido. Em cada poema um convite à perene virgindade do primeiro olhar, um retorno às fontes de energia de quem observa as coisas como se as visse pela primeira vez.
C
O caráter pessimista da poesia de Drummond quanto ao pretenso poder da ciência contra o mistério do universo, essa falta de crença na eficácia de todo o esforço humano, é uma das suas características que mais o aproximam de nós, exilados há muito do ingênuo ufanismo cientificista do século passado. Drummond é o poeta do fracasso do enfrentamento do mistério, da impotência perante o incognoscível.
D
Nos poemas, os grandes acontecimentos públicos do século são expressos através de uma atormentada, galhofeira ou benévola autoanálise. A esta se acopla uma reflexão poética sobre a vivência do cidadão brasileiro, e o intelectual cosmopolita em tempos que podem ser trágicos, dramáticos, nostálgicos, pessimistas ou alegres. Experiência privada e fatos públicos nacionais e estrangeiros, em correlação e sistema de troca entranháveis, compõem a textura das sucessivas coletâneas de poemas.
E
O poeta dá geralmente à imaginação as prerrogativas de um poder absoluto e, portanto, quem deseja compreendê-lo e, em consequência, assimilar as suas criações, terá que reconhecer, previamente, esse primado. A imaginação criadora de Drummond corresponde ao que a crítica qualifica de plástica, imaginação exterior, na qual costumam prevalecer as associações de caráter objetivo, tornando-se por isso mesmo mais atenta às coisas do espaço visível.
cf87e934-ed
CÁSPER LÍBERO 2013 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade:

A
“Sua poesia tem a frescura das fontes e das flores úmidas de orvalho e o calor dos ninhos e leitos amorosos. Nela, vida e arte poética se fundem e se transfundem, num enlace entranhado e duradouro. Armada de uma proteção estética e de uma aura humana capazes de evitar ou minimizar o processo danificador da posteridade, essa poesia apurada e madura ostenta, na mesa do leitor, a sua matéria nutriente como um pão.” (Lêdo Ivo).
B
“Lúcida, ao grau extremo, sua poesia opera muita vez um agônico e lancinante movimento no sentido de substituir a religião perdida pelo prazer estético que lhe proporciona a consciência de seu altíssimo valor. O culto da beleza deveria assim atender às suas ávidas exigências religiosas, pois o poeta, que vivera todas as dúvidas do século, já não mais poderia crer em dogmas e tradições.” (Ivan Junqueira).
C
“Poesia dos sentimentos abissais, da perda, da desilusão amorosa, do enfrentamento da loucura e da morte, narrados pelo poeta de voz cosmopolita radicado no Rio de Janeiro. Mas poesia, também, de esperança e de alegria: plena de vento, luz e sol contra o sombrio império do niilismo pós-moderno.” (Antonio Carlos Secchin).
D
“Sua obra apresenta, no Brasil (e, sobretudo, realizada, como foi, no interior), estranha unidade e regularidade do fluxo criador. Continuada confissão, ela é entretanto de ressonância restrita e velada, animada dum sentimento místico sem arroubos nem iluminações fulgurantes. Quando, porém, o poeta dominava a obsessão funérea, que lhe tinge grande parte da obra, é que vislumbramos a qualidade da sua alma, tão afim com a daquele Aleijadinho das igrejas da sua terra.” (Andrade Murici).
E
“As palavras enunciadas pelo poema drummondiano podem passar como palavras de leitor porque todos os seres humanos são reiteradamente dados como irmãos na sua poesia. Tal como desenhada pela poesia de Drummond, a fraternidade universal não pode nem deve ser encarada de maneira leviana e ser conceituada às pressas. (...) Os obstáculos que surgem entre o poeta e o seu possível leitor, impedindo o companheirismo, escapam ao que podemos chamar de a condição humana, já que são construções do colonialismo ocidental ou da historia do capitalismo.” (Silviano Santiago).
f421a4ae-e9
ULBRA 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O trecho a seguir pertence a Simões Lopes Neto. Assinale a alternativa correta com relação às suas características.

“Eu, desde guri conheci o lagoão já tapado pelos capins, mas o lugar sempre respeitado como um tremedal perigoso: até contavam de um mascate que aí atolou-se e sumiu-se com duas mulas cargueiras e canastras e tudo... Mais de uma rês magra ajudei a tirar de lá; iam à grama verde e atolavam-se logo, até a papada. Só cruzam ali por cima as perdizes e algum cusco leviano.”

(Contos gauchescos. Editora, Leitura XXI, 2011)

A
A linguagem e a narração em primeira pessoa pertencem ao personagem Blau Nunes, que se tornou um ícone do Romance de 30 no sertão mineiro.
B
As características da linguagem permitem afirmar que o trecho pertence ao conto Meu sertão, característico do neorrealismo brasileiro focado na exaltação da natureza.
C
As características da paisagem permitem afirmar que se trata de obra típica do Realismo brasileiro.
D
Pela paisagem e pelo tema sinalizado, pode-se afirmar que é uma obra típica do regionalismo, cujo protagonista é um retirante nordestino.
E
As expressões tipicamente regionais indicam tratar-se do conto No manantial, narrado em primeira pessoa pelo velho peão e guerreiro Blau Nunes, protagonista do livro.
f418e7fc-e9
ULBRA 2011 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Leia o poema a seguir e assinale a alternativa correta com relação à chamada Geração de 45 na literatura brasileira.



I – Um dos pontos em comum aos poetas da Geração de 45 e presentes no poema são as regras rigorosas na composição do verso.
II – Uma das características da Geração de 45 presente no poema é a intuição e o sentimentalismo ingênuo predominante na rima dos versos.
III – Intitula-se “A lição de pedra”, seu autor é Haroldo de Campos e sua característica é a superficialidade psicológica.
IV – O poema é A educação pela pedra, título homônimo ao do livro, de autoria de João Cabral de Melo
Neto, um dos nomes expressivos da Geração de 45, que devolve espaço ao regionalismo na literatura.
V – O poema pertence à obra “Morte e vida Severina”, porque refere o Sertão e suas paisagens áridas, uma característica de Lígia Fagundes Telles.

A
I e IV são verdadeiras.
B
I, III e V são verdadeiras.
C
I, II, III e IV são verdadeiras.
D
II, III, IV e V são verdadeiras.
E
Apenas a IV é verdadeira.