A obra reúne uma série de artigos, iniciados com “Velha Praga”, publicados em O Estado de São Paulo
em 14/11/1914. Nestes artigos, o autor insurge-se contra o extermínio das matas da Mantiqueira pela
ação nefasta das queimadas, retrógrada prática agrícola perpetrada pela ignorância dos caboclos,
analisa o primitivismo da vida dos caipiras do Vale do Paraíba e critica a literatura romântica que
cantou liricamente esses marginais da civilização. Assinale a alternativa que corresponde ao conto
aludido:
Texto 1
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”
(Tomás Antonio Gonzaga)
Texto 1
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”
(Tomás Antonio Gonzaga)
Gabarito comentado
Gabarito comentado – Literatura: Escolas Literárias/Pré-Modernismo
Tema central da questão: A questão aborda a identificação de uma obra do Pré-Modernismo brasileiro que critica práticas agrícolas arcaicas, como queimadas, e faz uma análise realista e negativa da vida do caboclo do interior paulista.
Explicação didática: O Pré-Modernismo (aprox. 1902-1922) marca o início da literatura do século XX no Brasil com uma visão crítica da realidade nacional, opondo-se ao romantismo idealizador do campo. O autor Monteiro Lobato, em "Urupês", faz exatamente esse movimento ao denunciar o atraso das práticas rurais e a destruição ambiental, especialmente no artigo “Velha Praga”. Nessa obra, surge o personagem Jeca Tatu, símbolo do caboclo visto de forma depreciativa e associado ao atraso nacional.
Por que a alternativa B está correta? "Urupês" reúne artigos e contos cujo enfoque é a crítica social e ambiental ao interior rural brasileiro. O artigo “Velha Praga” critica fortemente o uso de queimadas e a ignorância do caboclo, elementos citados no enunciado, sendo essencial para reconhecer a alternativa correta. A obra inaugura um novo olhar para o homem do campo, distanciando-se da visão menos crítica que predominava antes.
Análise das alternativas incorretas:
A) "Pai contra Mãe" (Machado de Assis) – Trata da escravidão e seus efeitos sociais, sem conexão com o extermínio das matas ou práticas agrícolas.
C) "Felicidade Clandestina" (Clarice Lispector) – Explora temas psicológicos e o universo infantil urbano.
D) "O homem que sabia javanês" (Lima Barreto) – Satiriza a burocracia e a falsidade intelectual, também longe do universo rural.
E) "O acendedor de lampiões" (Jorge de Lima) – Refere-se à rotina de um trabalhador urbano, sem críticas ambientais ou sociais do interior.
Estratégias e dicas: Fique atento ao vocabulário do enunciado (“queimadas”, “caipiras”, “crítica ao romantismo”) – palavras-chave que direcionam para o Pré-Modernismo e para Monteiro Lobato! Cuidado ainda para não confundir crítica social rural (característica de Lobato) com crítica à escravidão ou à vida urbana (outras escolas e autores).
Conclusão: A alternativa B) Urupês (Monteiro Lobato) é a correta, sendo fundamental conhecer o contexto do Pré-Modernismo e suas críticas à visão idealizada do campo.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






