Questõessobre Modernismo

1
1
Foram encontradas 621 questões
f9b3418a-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, é correto afirmar que:

A
O dramaturgo extrai da trama linear a matéria de sua tragédia. Não existe praticamente necessidade de cenário. O diálogo é ação, a ação é diálogo, a linguagem e a trama se respiram mutuamente.
B
O dramaturgo trabalha com o processo metafísico da violência, da vontade de poder, mostrando a impossibilidade do homem de, pelo furor destrutivo, chegar a salvar-se.
C
Embora o autor a classifique como farsa, a peça preserva as características clássicas do gênero trágico, cujos diálogos deixam-se contaminar intimamente pela inspiração lírica.
D
A condição de ex-contínuo do protagonista representa a inermidade da condição humana, a sua essencial pobreza, a sua humildade constitutiva. E é com voracidade que ele se dispõe ao banquete da vida, com dentes afiados e rancor no coração.
E
O fracionamento do diálogo, sua total sujeição à temática da obra, a não ser pelas pequenas e rápidas intromissões de frases irrelevantes que ocorrem nos diálogos cotidianos, é um dos pontos altos da peça.
f9a455e7-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Sagarana, de João Guimarães Rosa.

A
“Este livro é um mosaico de indagações, resultantes da convivência em constante tensão de elementos contraditórios e aparentemente incompatíveis. Em suas páginas, pares antagônicos como bem e mal, passado e presente, carne e espírito se tensionam e retensionam a cada instante”. (Eduardo Coutinho)
B
“Estonteado pela multiplicidade dos temas, a polifonia dos tons, o formigar de caracteres, o fervilhar de motivos, o leitor naturalmente há de, no fim do volume, tentar uma classificação das narrativas. (...) A instantâneos mal esboçados de estados de alma sucedem densas microbiografias; a patéticos atos de drama, rápidas cenas divertidas; incidentes banais do dia a dia alternam com episódios lírico-fantásticos”. (Paulo Rónai)
C
“As imagens da coisa dentro da coisa funcionam como um padrão que se repete analogicamente em todos os níveis da natureza, que nossa experiência e tradição cultural estão habituados a separar: nos homens, nos animais, nos elementos naturais, nos seres inanimados. Logicamente, o padrão reiterado em todos os níveis da natureza revela a analogia imanente a todos eles e se traduz em panteísmo. Literariamente, o padrão é um operador que veicula, mostrando e sugerindo ‘sensivelmente’, essa analogia e esse panteísmo”. (Walnice Nogueira Galvão).
D
“A harmonia final das tensões opostas, dos contrários aparentemente inconciliáveis que se repudiam, mas que geram, pela sua oposição recíproca, uma forma superior e mais completa, é a dominante da erótica de Guimarães Rosa. Nela o amor espiritual é o esplendor, a refulgência do amor físico, aquilo em que a sensualidade se transforma, quando se deixa conduzir pela força impessoal e universal de eros”. (Benedito Nunes)
E
“...Guimarães Rosa retorna, em grande estilo, à concepção do contista-contador, para o qual a verdade está na narração e na descrição, para o qual as facadas, os casos de amor, os estouros de boiada e os crepúsculos têm valor eterno, acima de quaisquer outros. Por outro lado, como ficou sugerido, a região deixando de ser, para ele, a simples localização da história, com funções de pitoresco e anedótico, passa a verdadeira personagem, tanta é a persistência e a profundidade com que vem invocados a sua flora, a sua fauna, o seu relevo”. (Antonio Candido).
f9aab6bd-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Contos novos, de Mario de Andrade, é correto afirmar:

A
Em O poço o choque entre o fazendeiro e os camaradas, no frio feroz do inverno, toma, aos poucos, feições dramáticas que culminam em uma situação trágica, irreversível.
B
Vestida de preto aborda momentos que têm início na infância do narrador e terminam com sua velhice.
C
Tempo da camisolinha evoca a infância do protagonista e a perda de sua inocência, vivida como uma “expulsão do paraíso”.
D
O protagonista de Primeiro de maio é o pobre 35, carregador da Estação da Luz, que decide não comemorar o grande feriado dos operários por se sentir desamparado por seus colegas de trabalho.
E
Em Atrás da catedral de Ruão, a protagonista, uma professora de francês, vive um estado patológico de isolamento e fuga do convívio dos outros.
f9a767f6-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que identifica corretamente o tema que confere unidade às narrativas de Contos novos, de Mario de Andrade:

A
Uma consciência de classe muito rudimentar
B
As contradições que se manifestam em uma sociedade em transição.
C
A idolatria da autoridade, a dialética entre senhor e servo.
D
O homem disfarçado, o homem desdobrado em ser e aparência.
E
Os impulsos dúbios inconfessáveis.
f99fce9b-e7
CÁSPER LÍBERO 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre Sagarana, de João Guimarães Rosa, é correto afirmar que:

A
Trata-se de um conjunto de narrativas de apelo universal pelo alcance e pela coesão de que elas são feitas. Nelas a língua portuguesa, densa e vigorosa, atinge o ideal da expressão literária regionalista, sendo talhada no veio da linguagem popular e disciplinada dentro das tradições clássicas.
B
Os temas que unem os contos são a alegria e o amor. O primeiro surge como uma forma de comunhão cósmica, não por certeza da transcendência, mas justamente por ignorá-la. Já o segundo é uma maneira de, simultaneamente, contrariar e reconhecer o mistério envolvente.
C
As histórias compõem ao mesmo tempo uma profissão de fé e uma arte poética em que o narrador, através de rodeios, voltas e perífrases, por meio de alegorias e parábolas, analisa o seu gênero, o seu instrumento de expressão, a natureza da sua inspiração, a finalidade da sua arte, de toda arte.
D
Há nos contos três elementos estruturais que lhe apoiam a composição: a terra, o homem e a luta. Uma obsessiva presença física do meio; uma sociedade cuja pauta e destino dependem dele; como resultado, o conflito entre os homens.
E
O realismo mágico, tônica fundamental dessa obra de aspectos multiformes, faz com que o escritor transfigure os temas da vida cotidiana em símbolos que participam da fantasia e do mito. A combinação da realidade crua com a rapsódia sertaneja empresta à obra uma força singular dificilmente analisável.
58f3e6c5-af
UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Qual alternativa NÃO procede a respeito de Terras do sem fim, de Jorge Amado?

A
Na posse pelas terras para o plantio do cacau, o código que regula as relações de mandonismo dos coronéis é a lei do gatilho.
B
A narrativa da história das três irmãs prostitutas – Maria, Lúcia, Violeta – é intercalada à da morte e translado do pai defunto.
C
Ao descobrir a paixão da esposa Ester pelo advogado Virgílio, o Coronel Horácio assassina os dois amantes numa “pensão de luxo”, em Ilhéus.
D
Depois de ouvir a leitura da Bíblia, feita por Don’Ana, Sinhô Badaró ordena a invasão das matas de Sequeiro Grande, porque essa era a “vontade de Deus”.
E
O romance inicia com uma viagem de navio em cujos espaços delineiam-se os grupos que darão suporte à narrativa, marcada por “terras, dinheiro, cacau e morte”.
58ebcfc7-af
UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base no conto A nova Califórnia, de Lima Barreto, assinale a alternativa INCORRETA.

A
Na descrição do Capitão Pelino, o narrador ironiza a literatura elitista, centrada na valorização da língua culta e das normas gramaticais.
B
Ao discorrer sobre a forma como Raimundo Flamel tratava as crianças, o narrador expõe mazelas do tecido social e racial brasileiro.
C
O erro do químico Flamel – semelhante ao do escritor francês Saint-Pierre, em relação aos escravos – foi desconsiderar o ambiente que o cercava.
D
Ao apontar o único crime registrado na pacífica cidade de Tubiacanga, o narrador ironiza os que se valem do poder na defesa dos próprios interesses.
E
Quando descobre o processo alquímico de fabricar ouro – a partir dos ossos das pessoas mortas – Raimundo Flamel é covardemente assassinado.
58f0a9b8-af
UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Em Terras do sem fim, quem é a personagem que, caracterizada pelo engrandecimento, aparece no romance através de histórias marcadas pela superstição, violência e desonestidade: venda da alma ao diabo, tocaia interesseira e mortes bárbaras: “cortara-lhe as orelhas, a língua, o nariz e os ovos”?

A
Coronel Horácio da Silveira.
B
Coronel Teodoro Martins.
C
Sinhô Badaró.
D
Juca Badaró.
E
Negro Damião.
58dd5455-af
UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Com base na leitura do texto, assinale a alternativa INCORRETA.

Instrução: para responder a questão, leia o texto abaixo.

De ficção e realidade: diálogo possível

– Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil que temos: propina, tráfico de influência, delações, politicalha, trapaças...  
– Quem disse que a Literatura não tem os pés fincados na realidade? Para o momento brasileiro, valem os versos: “Começa o mundo enfim pela ignorância,/ e tem qualquer dos bens por natureza”.
– Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto?  
– É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma romântico, parece que o dinheiro virou uma “febre que nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!...”. 
 – O que nós temos é uma safra de corruptos e corrompidos.
– Verdade! Sujeito assim safado mereceria “ser das gentes o espectro execrado”. O tal “Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre” corrompeu muito político. “De cada ribeirão trepidante e de cada recosto/ de montanha, o metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei”. Que vergonha!
– É! Mas, certamente, esse não é o “Ouro nativo que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela...”.
– Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato?
– Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho a impressão que o assalto do vampiro tem mais equidade: “
– Cê vem com a gente. É uma loja. Nós roubamos e dividimos o dinheiro. Em partes iguais”
– Então, ainda há o que cantar neste país?
– Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Paralimpíadas: “Entre o laboratório de erros/ e o labirinto de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ a madura experiência a brotar da rota esperança”.  
A
O tom paródico do texto ironiza a corrupção presente na atual política brasileira.
B
O texto ampara-se na relação existente entre literatura e realidade.
C
O “assalto do vampiro”, no texto, faz referência ao conto “O grande assalto”.
D
O “assalto do vampiro” remete ao escritor Dalton Trevisan, alcunhado, literariamente, de “O vampiro de Curitiba”.
E
De acordo com os versos finais de Manuel Bandeira, o “laboratório de erros” da política impede “a rota esperança”.
58e837d3-af
UNIOESTE 2016 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Em Vestida de preto, de Mário de Andrade, o reencontro do narrador com a prima Maria, por quem este nutriu uma intensa paixão juvenil, é marcado por um sentimento descrito como:

A
“só tristeza, só vazio”.
B
“a sensação da vontade de Deus”
C
“nada de amores perigosos”.
D
“Maria estava comigo em nosso amor”.
E
“indiferença, frieza viva, quase antipatia”.
e989d184-b3
IF-MT 2016 - Literatura - Barroco, Naturalismo, Modernismo, Parnasianismo, Escolas Literárias, Romantismo

Manifestou na literatura das últimas três décadas do século XIX e caracterizou-se pela tentativa de alcançar a objetividade da linguagem, opondo-se ao sentimentalismo dos românticos. O traço principal desse movimento era a busca de modelos teóricos científicos que ajudassem a descrever e explicar o comportamento dos personagens e o funcionamento da sociedade, especialmente de seus aspectos mais grotescos e doentios.

O texto refere-se ao movimento literário denominado:

A QUESTÃO REFERE-SE AO TEXTO I.

A
Modernismo.
B
Naturalismo.
C
Barroco.
D
Romantismo.
E
Parnasianismo.
9854155a-d5
CESMAC 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Os romancistas de 1930, ao contrário dos poetas modernistas, não pretendiam seguir os pressupostos estéticos das correntes de vanguarda, embora considerassem irreversíveis muitas ideias dos primeiros modernistas. Entre essas ideias, merece destaque:

A
o interesse por temas nacionais e a busca de uma linguagem mais brasileira, como no romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
B
a recusa a uma linguagem bem espontânea e fiel à realidade local, tão a gosto, por exemplo, de José Lins do Rego, em Menino de Engenho.
C
a narrativa em primeira pessoa, como recurso de aproximação da objetividade pretendida, a exemplo do romance Capitães de Areia, de Jorge Amado.
D
a preocupação documental com o tradicionalismo do regime político brasileiro, especialmente no romance Quinze, de Rachel de Queiroz.
E
a evidente aceitação, quase submissa, da população frente às injustiças impostas pelos dogmas religiosos, como em Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado.
985757e0-d5
CESMAC 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Analise o poema, transcrito abaixo.


A água é falsa, a água é boa.
Nada, nadador!
A água é mansa, a água é doida,
aqui é fria, ali é morna,
a água é fêmea.
Nada, nadador!
A água sobe, a água desce,
a água é mansa, a água é doida.
Nada, nadador!
A água te lambe, a água te abraça,
a água te leva, a água te mata.
Nada, nadador!
Senão, o que restará de ti, nadador?
Nada, nadador!

                                    Jorge de Lima. Poemas escolhidos.


Veja acima o poema O Nadador, de autoria do poeta alagoano Jorge Lima. Analise os comentários que são feitos acerca de sua obra e, particularmente, acerca desse poema. 

1) O poema exibe uma grande incidência de recursos reiterativos, sobretudo no âmbito da forma.

2) O poeta emprestou ao poema uma elaboração dialógica, muito semelhante às práticas sociais da conversação coloquial.

3) A obra poética de Jorge de Lima se insere na segunda geração dos modernistas brasileiros. Revelou-se um artista multifacetado, em constante mudança, pois recorreu a diferentes estilos e perspectivas estéticas.

4) Os dois últimos versos são bastante expressivos, pois exploram os efeitos de sentido provocados pelo recurso a uma homonímia.


Estão corretas as alternativas:  

A
1, 2, 3 e 4.
B
1, 2 e 3, apenas.
C
2, 3 e 4, apenas
D
1, 3 e 4, apenas
E
1, 2 e 4, apenas.
2f92c36a-db
EINSTEIN 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias


 O trecho acima integra o conto O Burrinho Pedrês, da obra Sagarana, escrita por João Guimarães Rosa. Dele é correto afirmar que

A
descreve o movimento agitado dos bois por meio de uma linguagem construída apenas pelo emprego abusivo de frases nominais e de gerúndios.
B
apresenta um jogo entre a forma poética e a prosaica e, em ambos os gêneros, é possível constatar a presença de ritmo marcado pelo uso de redondilhas.
C
há presença significativa de figuras sonoras como as aliterações que emprestam ao texto ritmo duro e pesado, impedindo a musicalidade e o lirismo próprios da arte popular.
D
há uma mistura de textos narrativos e textos poéticos que quebra a sequência do conto e oferece ao leitor um texto de duvidosa qualidade estética.
2f7bd644-db
EINSTEIN 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

• Esse poema integra a obra Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Da leitura dele, depreende-se que

A
o poeta exalta a força que a poesia tem de tornar perenes as vicissitudes efêmeras da vida.
B
as rimas, bastante convencionais, dão ao poema um tom passadista que faz dele um texto de dúbia qualidade estética.
C
o legado a que se refere o texto diz respeito somente à poesia metaforizada como canto radioso.
D
o poema se organiza em versos alexandrinos, de caráter parnasiano, sem deixar de apresentar a clássica chave de ouro, que confere brilhantismo ao fecho do texto.
3c57a1b0-b5
IF Sul - MG 2017 - Literatura - Barroco, Naturalismo, Modernismo, Realismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Assinale a alternativa INCORRETA a respeito dos movimentos literários brasileiros abaixo.

A
Realismo e Naturalismo são contemporâneos e não sucessivos como aconteceu na Europa e ambos retratam a realidade objetivamente.
B
Romantismo é voltado para os temas nacionalistas, para a idealização do herói, no caso, o índio.
C
Barroco e Arcadismo figuram na Era Colonial e caracterizam-se por ser essencialmente poéticos e bastante presos, ainda, ao modelo europeu.
D
Modernismo, conhecido a partir da “Semana de Arte Moderna”, caracterizou-se por ser apenas um período de transposição das vanguardas europeias para o Brasil.
4f10d017-d8
EINSTEIN 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Mas ... Houve um pequeno engano, um

contratempo de última hora, que veio

pôr dois bons sujeitos, pacatíssimos e

pacíficos, num jogo dos demônios, numa

comprida complicação.



O trecho acima faz parte do conto “Duelo”, uma das narrativas de Sagarana, de João Guimarães Rosa. Essa narrativa, como um todo, apresenta

A
duas histórias de vingança que se entrelaçam, ou seja, um marido buscando o amante da esposa e um homem buscando o assassino do irmão.
B
uma trama protagonizada por uma mulher de olhos bonitos, sempre grandes, de cabra tonta, que se envolve com um pistoleiro que acaba sendo morto por ela.
C
as peripécias vividas por um capiau que se torna o agente de um crime contra seu compadre e amigo, Cassiano Gomes, por desavenças de traição amorosa.
D
cenas de adultério praticadas por dona Silivânia, no mais doce, dado e descuidoso dos idílios fraudulentos, com o amante Turíbio Todo, o que provoca tragédia entre seus pretendentes.
4f048a9b-d8
EINSTEIN 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

A MÁQUINA DO MUNDO


E como eu palmilhasse vagamente

uma estrada de Minas, pedregosa,

e no fecho da tarde um sino rouco


se misturasse ao som de meus sapatos

que era pausado e seco; e aves pairassem

no céu de chumbo, e suas formas pretas


lentamente se fossem diluindo

na escuridão maior, vinda dos montes

e de meu próprio ser desenganado,


a máquina do mundo se entreabriu

para quem de a romper já se esquivava

e só de o ter pensado se carpia.

( ... )


O trecho ao lado integra um poema maior da obra Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Considerando o poema como um todo, NÃO É CORRETO afirmar que

A
caracteriza-se por um tom sombrio, insere-se nos poemas escuros da obra e apresenta o material temático desenvolvido no poema.
B
revela o lirismo filosófico e existencial do poeta sob a configuração de uma máquina que se mostra a um desiludido viajante.
C
personifica um caminhante que aceita o convite que lhe é feito, e decifra a máquina do mundo, compreendendo, assim, o sentido íntimo da vida e de tudo.
D
mantém uma relação dialogal com mesmo tema de obra de Camões e com a estrutura poético-narrativa da obra de Dante Alighieri.
d1c675de-e9
FAG 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Sobre o romance “Fogo Morto”, de José Lins do Rego, é correto afirmar:

O acendedor de lampiões


Lá vem o acendedor de lampiões da rua!

Este mesmo que vem infatigavelmente,

Parodiar o sol e associar-se à lua

Quando a sombra da noite enegrece o poente!


Um, dois, três lampiões, acende e continua

Outros mais a acender imperturbavelmente,

À medida que a noite aos poucos se acentua

E a palidez da lua apenas se pressente.


Triste ironia atroz que o senso humano irrita:

Ele que doira à noite e ilumina a cidade,

Talvez não tenha luz na choupana em que habita.


Tanta gente também nos outros insinua

Crenças, religiões, amor, felicidade,

Como este acendedor de lampiões da rua


(Jorge de Lima)

A
O personagem do romance regionalista da década de 30, não conseguindo vencer as adversidades de um destino hostil, evadiu-se no tempo e no espaço em busca de aventuras amorosas e sentimentais.
B
O protagonista Carlos de Melo narra episódios da infância e adolescência vivida no engenho do avô José Paulino, fornecendo-nos um amplo perfil da sociedade patriarcal do Nordeste açucareiro.
C
Faz um retrato fotográfico da realidade nordestina, afastando-se do ficcional, uma vez que parte de fatos que realmente existiram e que podem ser comprovados, como a decadência dos engenhos de açúcar e a Guerra de Canudos.
D
O uso do discurso indireto livre é um dos procedimentos de construção narrativa mais significativa do romance, na medida em que permite a diversidade de olhares sobre uma dada realidade e, ao mesmo tempo, auxilia no processo de aprofundamento do drama psicológico vivenciado pelas personagens.
E
Apresenta uma visão saudosa da realidade política, econômica e social do Nordeste da primeira metade do século XX, bem como uma visão pitoresca do espaço enfocado.
d1bfdf02-e9
FAG 2017 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Através da trajetória do narrador-personagem, Castelo, no conto “O homem que sabia javanês”, de Lima Barreto, revela-se uma crítica:

O acendedor de lampiões


Lá vem o acendedor de lampiões da rua!

Este mesmo que vem infatigavelmente,

Parodiar o sol e associar-se à lua

Quando a sombra da noite enegrece o poente!


Um, dois, três lampiões, acende e continua

Outros mais a acender imperturbavelmente,

À medida que a noite aos poucos se acentua

E a palidez da lua apenas se pressente.


Triste ironia atroz que o senso humano irrita:

Ele que doira à noite e ilumina a cidade,

Talvez não tenha luz na choupana em que habita.


Tanta gente também nos outros insinua

Crenças, religiões, amor, felicidade,

Como este acendedor de lampiões da rua


(Jorge de Lima)

A
à ascensão do pseudointelectual numa sociedade voltada para a valorização do saber “oco”, da cultura de fachada.
B
ao morador do subúrbio que cultiva costumes provincianos.
C
à mediocridade arrogante da classe média do Rio de Janeiro.
D
ao distanciamento existente entre a cultura oficial e a cultura popular.
E
à obsessão da sociedade brasileira do início do século XX pelo título de doutor.