Questão f9a455e7-e7
Prova:CÁSPER LÍBERO 2016
Disciplina:Literatura
Assunto:Modernismo, Escolas Literárias

Assinale a opção que apresenta corretamente a análise crítica de Sagarana, de João Guimarães Rosa.

A
“Este livro é um mosaico de indagações, resultantes da convivência em constante tensão de elementos contraditórios e aparentemente incompatíveis. Em suas páginas, pares antagônicos como bem e mal, passado e presente, carne e espírito se tensionam e retensionam a cada instante”. (Eduardo Coutinho)
B
“Estonteado pela multiplicidade dos temas, a polifonia dos tons, o formigar de caracteres, o fervilhar de motivos, o leitor naturalmente há de, no fim do volume, tentar uma classificação das narrativas. (...) A instantâneos mal esboçados de estados de alma sucedem densas microbiografias; a patéticos atos de drama, rápidas cenas divertidas; incidentes banais do dia a dia alternam com episódios lírico-fantásticos”. (Paulo Rónai)
C
“As imagens da coisa dentro da coisa funcionam como um padrão que se repete analogicamente em todos os níveis da natureza, que nossa experiência e tradição cultural estão habituados a separar: nos homens, nos animais, nos elementos naturais, nos seres inanimados. Logicamente, o padrão reiterado em todos os níveis da natureza revela a analogia imanente a todos eles e se traduz em panteísmo. Literariamente, o padrão é um operador que veicula, mostrando e sugerindo ‘sensivelmente’, essa analogia e esse panteísmo”. (Walnice Nogueira Galvão).
D
“A harmonia final das tensões opostas, dos contrários aparentemente inconciliáveis que se repudiam, mas que geram, pela sua oposição recíproca, uma forma superior e mais completa, é a dominante da erótica de Guimarães Rosa. Nela o amor espiritual é o esplendor, a refulgência do amor físico, aquilo em que a sensualidade se transforma, quando se deixa conduzir pela força impessoal e universal de eros”. (Benedito Nunes)
E
“...Guimarães Rosa retorna, em grande estilo, à concepção do contista-contador, para o qual a verdade está na narração e na descrição, para o qual as facadas, os casos de amor, os estouros de boiada e os crepúsculos têm valor eterno, acima de quaisquer outros. Por outro lado, como ficou sugerido, a região deixando de ser, para ele, a simples localização da história, com funções de pitoresco e anedótico, passa a verdadeira personagem, tanta é a persistência e a profundidade com que vem invocados a sua flora, a sua fauna, o seu relevo”. (Antonio Candido).

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