Com base na leitura do texto, assinale a alternativa INCORRETA.
Instrução: para responder a questão, leia o texto abaixo.
De ficção e realidade: diálogo possível
– Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil que temos: propina, tráfico de influência, delações,
politicalha, trapaças... – Quem disse que a Literatura não tem os pés fincados na realidade? Para o momento brasileiro,
valem os versos: “Começa o mundo enfim pela ignorância,/ e tem qualquer dos bens por natureza”.
– Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto? – É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma romântico, parece que o dinheiro virou uma “febre
que nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!...”. – O que nós temos é uma safra de corruptos e corrompidos.
– Verdade! Sujeito assim safado mereceria “ser das gentes o espectro execrado”. O tal “Ouro
branco! Ouro preto! Ouro podre” corrompeu muito político. “De cada ribeirão trepidante e de cada
recosto/ de montanha, o metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei”. Que vergonha!
– É! Mas, certamente, esse não é o “Ouro nativo que na ganga impura/ A bruta mina entre os
cascalhos vela...”.
– Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato?
– Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho a impressão que o assalto do vampiro tem mais
equidade: “– Cê vem com a gente. É uma loja. Nós roubamos e dividimos o dinheiro. Em partes
iguais”– Então, ainda há o que cantar neste país?
– Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Paralimpíadas: “Entre o laboratório de erros/ e o
labirinto de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ a madura experiência a brotar da rota
esperança”.
Gabarito comentado
Gabarito: E
Tema central: A relação entre literatura e realidade, e como obras literárias podem refletir e criticar o contexto social e político do país.
O texto proposto articula ironia e paródia, inserindo referências de autores consagrados (como Manuel Bandeira e Dalton Trevisan) para comentar a corrupção e outros problemas do Brasil contemporâneo.
Justificativa da alternativa E (Incorrreta)
A alternativa E afirma que, segundo os versos finais de Manuel Bandeira, o "laboratório de erros" impede "a rota esperança". Entretanto, analisando o trecho citado, nota-se que a mensagem é outra: mesmo diante de erros, há espaço para aprendizado e para a esperança. Os versos indicam um amadurecimento diante das falhas, e não a supressão da esperança. Logo, a alternativa está em desacordo com o sentido dos versos e do texto.
Análise das demais alternativas:
A) Correta. O texto utiliza paródias de versos famosos para ironizar questões atuais como corrupção, sendo esse o tom predominante.
B) Correta. A relação entre literatura e realidade é explicitada, mostrando que a arte pode refletir questões sociais e políticas.
C) Correta. Referências ao “assalto do vampiro” remetem ao conto “O grande assalto”, de Dalton Trevisan, autor conhecido por abordar temas urbanos sombrios.
D) Correta. Dalton Trevisan é chamado de “O vampiro de Curitiba”, sendo a alternativa compatível com a alcunha literária do autor.
Orientação para provas: Fique atento a palavras-chave como impede ou nunca, que costumam trazer afirmações absolutistas – grande potencial de armadilha. Sempre busque o sentido original do texto ou verso citado.
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